O sagramento da confirmaçao onde o identifica por quê

J. Bras. Nefrol. 2016;38(3 suppl. 1).

Anais de Congresso

DlALISE

AO: 50523

A hipovitaminose D está associada à maior expressao de monócitos intermediários em pacientes renais crônicos em hemodiálise

Autores: Ana Clara Simoes Flórido Almeida*; Mariana Cristina Siqueira; Natalia Borges Bonan; Gabriela Ferreira Dias; Thiago Maass Steiner; Giorgio Bertuzzo; Ana Cláudia Dambisk; Andrea Emilia Marques Stinghen; Roberto Pecoits-Filho; Andréa Novais Moreno-Amaral; Fellype de Carvalho Barreto

Pontificia Universidade Católica do Paraná.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) está associada tanto com o desenvolvimento de disfunçao imune quanto com o da hipovitaminose D. A vitamina D possui diversas funçoes imunorregulatórias, além de suas açoes clássicas relacionadas ao metabolismo mineral, afetando tanto a imunidade inata quanto a adaptativa, especialmente a imunomodulaçao monocitária. Há três subtipos de monócitos, os quais podem ser classificados de acordo com a expressao de receptores na superfície celular, denominados clássicos, nao clássicos e intermediários. Os últimos caracterizam-se por uma maior expressao de CD14 e de CD16, além de maior atividade pró-inflamatória.
OBJETIVO: Avaliar o possível papel da hipovitaminose D (< 30ng/mL) na modulaçao e funçao de monócitos obtidos de pacientes renais crônicos em hemodiálise.
MÉTODOS: Monócitos do sangue periférico foram obtidos de pacientes renais crônicos em hemodiálise (vitD; N = 10) sem e com deficiência de vitamina D (hipovitD; N = 11). Foram avaliados in vitro os parâmetros relacionados à modulaçao (CD14-FITC e CD16-PE), apoptose (anexina e 7AAD) e estresse oxidativo (DCFH-DA) através da citometria de fluxo (FACs Calibur). Os parâmetros laboratoriais avaliados foram: ureia, cálcio, fósforo, PTH, 25(OH)vitamina D.
RESULTADOS: Nao foi observada diferença entre os grupos vitD e hipovitD em relaçao a idade, adequaçao dialítica (KTv) e os parâmetros laboratoriais, exceto nível sérico de 25(OH)vitaminaD; nem com relaçao à apoptose (22,3 ± 9,8% vs. 22,9 ± 17,9%) e ao estresse oxidativo (58,1 ± 22,1% vs. 74,5 ± 22,7%). Por outro lado, foi encontrada uma expressao significativamente maior de monócitos intermediários (37,4 ± 39,5% vs. 10,2 ± 5,6%; p < 0,05) e menor de clássicos (55,8 ± 39,5% vs. 83,3 ± 9,1%, p < 0,05) no grupo hipovitD.
CONCLUSAO: A hipovitaminose D parece influenciar a modulaçao monocitária em pacientes renais crônicos em hemodiálise, induzindo a expressao de monócitos com maior perfil pró-inflamatório. Nossos achados sugerem um possível papel da hipovitaminose D na disfunçao imune e no ambiente pró-inflamatório da DRC.

AO: 50583

Açao antiinflamatória da quemerina em pacientes com doença renal terminal em hemodiálise

Autores: Annerose Barros; Fernando Sontag*; Bartira Ercília Pinheiro da Costa; Domingos Otávio d’Avila

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

INTRODUÇAO: Altas taxas de mortalidade estao presentes na doença renal crônica (DRC), especialmente na fase terminal, assim como obesidade é cada vez mais prevalente entre estes indivíduos. Quemerina é uma adipocina associada com marcadores de síndrome metabólica, inflamaçao e obesidade.
OBJETIVO: O estudo avalia a concentraçao sérica de quemerina em indivíduos submetidos à hemodiálise (HD), relacionando-a com variáveis clínicas e metabólicas.
MÉTODO: Foram incluídos 67 pacientes de uma coorte prospectiva em hemodiálise, com idade > 18 anos. A composiçao corporal (bioimpedância por mediçao segmentar direta de multifrequência), variáveis antropométricas, clínicas e bioquímicas foram avaliadas anualmente, por três anos. A coorte foi dividida em dois grupos por concentraçao de quemerina: tercil inferior baixo, e tercis superiores médio/alto.
RESULTADOS: A média de idade foi 53,7 ± 15,0 anos, com predomínio do sexo masculino (64%). Quemerina correlacionou-se positivamente com LDL-colesterol, massa de gordura, circunferência da cintura aumentada, porcentagem de gordura corporal e proteína C-reativa ultra sensível (r = 0,269, p = 0,03; r = 0,240, p = 0,05; r = 0,313, p = 0,01; r = 0,290; p = 0,02; r s = 0,261, p = 0,03, respectivamente). Houve 15 óbitos ao longo do estudo, sendo seis deles por evento cardiovascular, destes, cinco estavam no grupo quemerina médio/alto. Em modelo ajustado, evidenciou-se efeito protetor da quemerina (HR = 0,13; p = 0,03) e nocivo da proteína C-reativa ultrassensível (HR = 1,66; p = 0,01) para o desfecho óbito por qualquer causa. A concentraçao sérica de quemerina e o percentual de gordura corporal nao se modificaram significativamente ao longo do estudo.
CONCLUSAO: A populaçao em estudo estava em HD por período relativamente longo, com acesso vascular permanente, e sem sinais evidentes de inflamaçao. Os resultados sugerem que quemerina se relaciona com distúrbios metabólicos e inflamatórios – presentes em indivíduos com DRC terminal, em HD. Nao foi possível associar concentraçoes mais altas de quemerina com efeito protetor de mortalidade. Entretanto, ao se avaliarem curvas de sobrevida, há sugestao para este efeito. Tendo em conta dados de estudos anteriores, bem como os dados aqui apresentados, sugere-se que a quemerina possa ter um papel antiinflamatório na DRC terminal e que sua elevaçao se dê em resposta a inflamaçao crônica, ou até mesmo esteja associada à epidemiologia reversa presente nestes pacientes.

AO: 51861

Análise da fosfatase alcalina e mortalidade nos pacientes incidentes em diálise peritoneal

Autores: Rafael Weissheimer*; Bruna Mariana dos Santos; Bruna Araujo Pavan; Carmem Denise Royer; Fabiana de Almeida Teixeira Pinto; Thaise de Araujo Wrubleski; Pasqual Barreti; Thyago Proença de Moraes

PUCPR.

INTRODUÇAO: Associaçao de alta mortalidade e níveis elevados de fosfatase alcalina tem sidos descritos para populaçao geral, doentes renais crônicos e hemodiálise. Porém em pacientes em diálise peritoneal essa associaçao tem sido pouco estudada.
OBJETIVO: analisar a relaçao entre níveis séricos de fosfatase alcalina e mortalidade em pacientes incidentes em diálise peritoneal.
MÉTODOS: Estudo prospecitvo, multicêntrico, em 122 centros, de dezembro de 2004 a janeiro de 2011, com dosagens de fosfatase alcalina no primeiro trimestre. Dados coletados incluíram características demográficas, clínica e dosagens laboratoriais. Os pacientes foram divididos em quartis. Análise estatística realizada pelo SPSS 20.0.
RESULTADOS: 1790 pacientes foram incluídos no estudo, a media de idade foi de 59.7 (+15.6) anos, 55% foram mulheres e 51.7% com diabetes. Tempo de seguimento foi de 72 meses. Divididos entre quartis (1: < 71;2: > 71e < 101;3: > 101e < 154;4: > 154UI/L). 402(22.5%) foram a óbito nese periodo. Após os ajustes para dados demográficos, comorbidades e biomarcadores do metabolismo ósseo, o maior quartil foi associado com mortalidade de 54% (1.54, 95% IC, 1.18 a 2.02, p = 0.002), 53% (1.53, 95% IC, 1.16 a 2.01, p = 0.002), e 31% (1.31, 95% IC, 1.01 a 1.72, p = 0.044) em relaçao aos quartis 1,2 e 3 respectivamente.
CONCLUSAO: Concluímos que a elevaçao dos níveis de fosfatase alcalina sérica está, independentemente, associada ao aumento do risco de óbito em pacientes incidentes em DP, indicando que a dosage desta enzima pode ser utilizada na prática clínica como ferramenta de avaliaçao de risco.

AO: 51853

Cálcio e fósforo séricos e o risco de mortalidade geral em pacientes incidentes em diálise peritoneal

Autores: Rafael Weissheimer*; Márcia Olandoski; Pasqual Barreti; Ana Elizabeth Figueiredo; Thyago Proença de Moraes; Roberto Flávio Silva Pecoits Filho

PUCPR.

INTRODUÇAO: Apesar de muitos estudos mostrarem associaçao dos distúrbios do metabolismo mineral e ósseo da doença renal crônica com mortalidade, os diversos resultados foram controversos. Além disso a grande maioria foi realizada em pacientes em hemodiálise(HD). Existem diferenças evidentes entre diálise peritoneal (DP) e HD.
OBJETIVO: Analisar a relaçao entre níveis séricos de cálcio e fósforo com mortalidade em pacientes incidentes em DP.
MÉTODOS: Estudo prospecitvo, multicêntrico, em 122 centros, de dezembro de 2004 a janeiro de 2011, com dosagens de cálcio e fósforo. Dados coletados incluíram características demográficas, clínica e dosagens laboratoriais. Cálcio e fósforo foram analisadas como variáveis tempo-dependentes e os grupos foram divididos conforme a recomendaçao do KDOQI (cálcio: <8.4, 8.4 a 9.5 e > 9.5 e fósforo: < 3.5, 3.5 a 5.5 e > 5.5). Análise estatística realizada pelo SPSS 20.0.
RESULTADOS: 7007 pacientes foram incluídos no estudo, a média de idade foi de 59 (+16) anos, 52% foram mulheres e 71% eram hipertensos. Tempo de seguimento foi de 72 meses. Após os ajustes para dados demográficos, comorbidades e biomarcadores do metabolismo ósseo e anemia, o grupo com fósforo < 3.5 mg/dL (p < 0.001; HR; 1.72; CI95%: 1.44 2.06) e cálcio < 8.4mg/dL (p < 0.001; HR; 1.40; CI95%: 1.17 1.69) tiveram maior mortalidade.
CONCLUSAO: concluímos que pacientes, incidentes em DP, com fósforo menor que 3.5 mg/dL e cálcio menor que 8.4mg/dL foram associados com maior mortalidade.

AO: 51519

Cinética do bicarbonato em hemodiálise regular

Autores: Giselly Rosa Modesto Pereira; Jorge Paulo Strogoff de Matos; Luiza Raksa Rezende; Pablo Brandao de Souza; Jocemir Ronaldo Lugon*

* ; 

Universidade Federal Fluminense

A acidose metabólica tem sido associada à ocorrência de eventos cardiovasculares e mortalidade em hemodiálise (HD). Detalhes acerca das modificaçoes no estado ácido-básico em HD sao escassos na literatura. Analisamos as mudanças nos parâmetros ácido-básicos na sessao de diálise e ao longo da semana em pacientes em HD regular. Estudo transversal, realizado em pacientes em HD regular há >3meses, oriundos de uma unidade de diálise, na qual o banho regularmente utilizado, após diluiçao, tem a seguinte composiçao (em mEq/L): Na 134, K 2,0, Ca 3,0, Cl 104,6, acetato 4,0 e HCO3- 31,4 (Fresenius Medical Care Ltda, SP, Brasil). Pacientes com < 20 anos, acesso vascular por cateter, doença pulmonar crônica ou sorologia positiva para hepatites B/C/HIV foram excluídos. Amostras de sangue para gasometria e ureia foram coletadas da fístula artério-venosa nos seguintes momentos: imediatamente antes da primeira sessao de HD (Pré-HD 1), após HD com intervalos de tempo de 0, 15, 30, 45, 60 e 120 min, no intervalo dialítico (na mesma hora em que a diálise seria iniciada se fosse um dia de diálise) e antes da segunda sessao de HD da semana (Pré-HD 2). A amostra consistiu de 30 pacientes, com 55 ± 15 anos, há 69 ± 63 meses em diálise, sendo 50% do sexo masculino. A doença renal primária era diabetes mellitus em 23,3%, hipertensao em 56,7%, GNC em 13,3% e outra em 6,7%. Os resultados sao apresentados obedecendo à ordem de coleta das amostras: Pré-HD1, Pós-HD 0, 15, 30, 45, 60 e 120, intervalo dialítico e Pré-HD2. Ureia (mg/dL): 123 ± 53, 46 ± 26, 48 ± 27, 50 ± 27, 50 ± 27, 51 ± 27, 55 ± 31, 79 ± 25 e 106 ± 30. Bicarbonato (mEq/L): 17,5 ± 2,4, 22,4 ± 2,4, 20,8 ± 2,5, 21,2 ± 2,6, 20,9, ± 2,4, 20,7 ± 2,2, 20,9 ± 2,7, 21,0 ± 3,0 e 18,3 ± 3,2. pH: 7,32 ± 0,05, 7,44 ± 0,04, 7,43 ± 0,04, 7,44 ± 0,04, 7,43 ± 0,04, 7,43 ± 0,04, 7,44 ± 0,04, 7,38 ± 0,05 e 7,36 ± 0,04. pCO2 (mmHg): 34,3 ± 4,1, 33,2 ± 3,7, 31,6 ± 3,9, 32,1 ± 3,2, 31,8 ± 2,9, 31,3 ± 2,7, 30,9 ± 3,7, 36,3 ± 4,0 e 33,1 ± 4,6. Aos 120 min, o rebote da ureia foi da ordem de 19,6±17,0% e do bicarbonato, -6,7 ± 9,3%. Interessantemente, o valor do bicarbonato do intervalo foi comparável aos dos 120 min pós-HD só voltando a cair na amostra pré-HD2. Até 120 min, nao se observou elevaçao do pCO2 como resposta respiratória à elevaçao no pH sugerindo que o procedimento dialítico esteja associada a alcalose respiratória primária. A média do pCO2 só alcançou valores acima de 35 mmHg no intervalo dialítico consistente com associaçao do procedimento dialítico com hiperventilaçao.

AO: 50717

Comparaçao da dose de diálise através do kt/v on line da B. Braun, single pool daugirdas ii e kt/bsa

Autores: FernandaTeles Rodrigues; Andressa Monteeiro Sizo; Rosemary A Lima; Sandra Maria Rodrigues Laranja; Mauro Sergio Martins Marrocos*

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo

INTRODUÇAO: Toxicidade urêmica está mais relacionada à taxa metabólica que ao volume de distribuiçao uréia: indivíduos de menor peso e maior taxa metabólica relativa receberiam menor dose dialítica com a utilizaçao do KtV uréia. Impacto da idade nao é conhecido.
OBJETIVO: Comparar KtV On Line B BRAUN (KtVOL) com KtV uréia Daugirdas II e KtBSA em pacientes divididos por idade (< e > 65 anos) e sexo.
MÉTODOS: Cinética de uréia para cálculo do KtV single pool Daugirdas II de 32 pacientes adultos em Hemodiálise, há pelo menos 3 meses. Determinaçao do peso seco por metodologia do estudo Dry-Weight Reduction in Hypertensive Hemodialysis Patients (DRIP). Dados clínicos e laboratoriais coletados no mês seguinte à determinaçao do peso seco. Valores de V e BSA obtidos através das fórmulas de Watson e Haycock. VBSA considerado como fator de correçao KtV para KtBSA. KtVOL do dia da cinética. Estatística pelo IBM SPSS Statistics 20,0. Nulidade em 0,05.
RESULTADOS: Idade = 62,06 ± 10,56 anos; 13(40,6%) caucasianos; 21 (65,6%) do sexo masculino. Correlaçoes de Pearson (CP) entre KtVOL: KtV e KtBSA com p = ,005 (r = ,487) e ,005(r = ,489). CP entre KtV e KtBSA com p = ,000 (r = ,957); apenas esta se manteve após regressao logística linear (RLL) (95% CI: ,047- ,057 p = ,000). Grupos com < 65 (I, N = 19) e > 65 (II, N = 13) anos diferiram quanto à altura (1,68 ±,09 vs. 1,62 ±,046 p = ,046). Nos grupos I e II, CP entre KtV e KtBSA (p = ,000 r = ,948 e p = ,000 r = ,998) se manteve após RLL (95% CI: ,047- ,062 p = ,000 e 95% CI: ,049 – ,059 p = ,000). Nos sexos masculino e feminino, CP entre KtV e KtBSA (p = ,044 r = ,444 e p = ,000 r = ,998) se manteve após RLL (95% CI: ,045- ,060 p = ,000 e 95% CI: ,049 – ,059 p = ,000). Quanto à adequaçao correspondente a Kt/V prescrito de 1,2 para o grupo completo: Kt (Lts) grupo I: 39,19 ± 4,36 vs. 39,69 ± 4,75 p = ,000; Kt sexo masculino: 37,28 ± 3,39 vs. 40,85 ± 4,3 p = ,000; Kt sexo feminino: 33,49 ± 2,78 vs. 38,46 ± 3,24 p = ,000; KtBSA grupo II: 22,13 ± 0,04 vs. 22,15 ± 0,08 p = ,045; KtBSA grupo I: 26,40 ± 1,79 vs. 22,05 ±,68 p = ,000; KtBSA grupo II: 19,27 ±,32 vs. 22,15 ±,11 p = ,000. Médias do KtVOL significativamente maiores em relaçao ao KtV para o grupo total (1,35 ±,18 vs. 1,23 ±, 22 p = ,002), grupo I (1,35 ±, 18 vs. 1,23 ±,22 p = ,016) e sexo masculino 1,33 ±, 17 vs. 1,18 ±, 17 p = ,001).
CONCLUSAO: Indivíduos com menor V relativo recebem menor dose de diálise. KtVOL permite reconhecer esta diferença em tempo real.

AO: 50835

Comparaçao do dialisador capilar processado e de uso único em desfechos clínicos

Autores: Olvani Martins da Silva*; Maria Conceiçao da Costa Proença; Cristina Karohl; Alessandra Rosa Vicari; Karen Patrícia Macedo Fengler; Eneida Rejane Rabelo da Silva

Universidade do Estado de Santa Catariana -UDESC

INTRODUÇAO: A reutilizaçao do dialisador capilar em hemodiálise é uma prática realizada em muitos países, e a despeito disso, nao há um consenso sobre sua segurança e eficácia em comparaçao ao uso único.
OBJETIVO: Comparar o dialisador processado e de uso único em desfechos clínicos.
MÉTODO: Estudo longitudinal retrospectivo, realizado em hospital universitário no Sul do Brasil, o período analisado foi setembro de 2012 a Setembro de 2013, seis meses com dialisador processado e seis meses de uso único do dialisador, através de prontuários eletrônicos dos pacientes renais crônicos hemodialítico acima de 18 anos, com acesso venoso de fluxo sanguíneo igual ou superior a 300ml/min. Excluiu-se pacientes em diálise diária, HIV positivo e nos primeiros três meses de tratamento. Os desfechos analisados foram: pirogenias, bacteremias, antibióticos, exames laboratoriais, volemia e hemodinâmica. Os dados foram analisados pelo programa SPSS Versao 18.0. Variáveis categóricas foram expressas em percentuais e números absolutos, quando contínuas, com distribuiçao normal por média e desvio padrao, quando assimétricas mediana (intervalo interquartil). Para comparaçao das médias utilizando-se o teste t pareado ou teste de Wilcoxon. A Razao de Chances foi utilizada para medir força de associaçao. Um valor p < 0,05 foi considerado significativo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos sob parecer n° 924.238 16/12/2014.
RESULTADOS: Atenderam aos critérios de inclusao 34 pacientes, 21(62%) do sexo masculino, média de idade 58 (± 14) anos, raça branca 28 (82%). O tempo médio de tratamento 6 ± 3 anos, hipertensao arterial foi causa mais comum da DRC. Nao houve diferença entre parâmetros hemodinâmicos e volêmicos entre os grupos. Observou-se reduçao nos valores de uréia pós diálise, creatinina, fósforo, ferritina, hematócrito e hemoglogina quando utilizado dialisador de uso único em relaçao ao processado (p < 0,05). No uso único observou-se 91% menos risco de pirogenia comparado ao período de reuso do dialisador capilar (RC= 0,091; IC 95%: 0,0020,625). Nao houve diferença significativa (p = 0,125) na presença da bacteremias comparando-se os diferentes usos do dialisador.
CONCLUSAO: Os resultados sugerem maior proteçao quando utilizado dialisador de uso único no que se refere a pirogenias e maior remoçao de algumas toxinas de baixo peso molecular. Porém mais estudos sao necessários uma vez que foi sugestivo a presença de anemia no uso único.

AO: 51878

Comparative effectiveness of 30% trisodium citrate and heparin lock solution in preventing infection and dysfunction of hemodialysis catheters: a randomized controlled trial (Citrim Trial)

Autores: Larissa Ribas Ribeiro*; Franklin Correa Barcellos; Bruno Pereira Nunes; Luciana Jorge Valle; Thiago Lopes; Marcia Nunes; Gabriela Araújo Duarte; Maristela Bohlke

Hospital Universitário Sao Francisco de Paula

BACKGROUND: Central venous catheters (CVC) are the only option when hemodialysis is needed for patients without definitive vascular access. However, CVC is associated with complications such as infection, thrombosis, and dysfunction, leading to higher mortality and expenditures. The aim of this study was to compare the effectiveness of 30% trisodium citrate (TSC30%) with heparin as CVC lock solutions in preventing catheter-related bloodstream infections (CRBSI) and dysfunction in hemodialysis patients.
METHODS: Randomized, double-blind controlled trial comparing the event-free survival of non-tunneled CVC locked with heparin or TSC30% in adult hemodialysis patients.
RESULTS: The study included 464 catheters, 233 in heparin group and 231 in TSC30% group. The CRBSI-free survival of TSC30% group was significantly shorter than that of heparin group. When stratified by insertion site, heparin was better than TSC30% only in subclavian CVC. The dysfunction-free survival was not different between groups in the main analysis, but there is also a shorter survival among subclavian CVC locked with TSC30% in stratified analysis.
CONCLUSION: There was no difference on CRBSI-free or dysfunction-free survival between jugular vein CVC locked with heparin or 30% citrate. However, subclavian CVC locked with 30% citrate presented shorter event-free survival. This difference may be related to anatomical and positional effects, CVC design and hydraulic aspects of the lock solution. ClinicalTrials.gov Identifier: NCT02563041.

AO: 51996

Confirmaçao do posicionamento de cateter venoso central de hemodiálise através do teste de ultrassonografia com microbolhas

Autores: Rogerio da Hora Passos; Zilma Regia de Sousa Barreto; Gerlane Araujo Moura Luz*; Roseanne Ferreira de Freitas Euzebio

Hospital Sao Rafael

INTRODUÇAO: A inserçao de cateter de hemodiálise faz parte do manejo de pacientes críticos que necessitam de terapia renal substitutiva (TRS). A utilizaçao de ultrassonografia (US) para a inserçao de cateteres em comparaçao com marcos anatômicos tem benefícios no que diz respeito a vários resultados clínicos e seu uso rotineiro é fortemente recomendado. Tradicionalmente, uma radiografia de tórax portátil pós-procedimento (RxP) é realizada para a confirmaçao do cateter venoso central (CVC) e avaliar possíveis complicaçoes decorrentes do procedimento.
OBJETIVO: Determinar se a utilizaçao da ultrassonografia com microbolhas é precisa para identificar o posicionamento do cateter de hemodiálise em comparaçao com a radiografia de tórax.
MÉTODOS: O estudo incluiu uma amostra de pacientes críticos com necessidade de TRS com cateteres de hemodiálise supradiafragmáticos. A ultrassonografia foi utilizada para a confirmaçao através da visualizaçao do artefato de microbolhas no átrio direito após a injeçao de soluçao salina através da porta distal. Foi realizada revisao às cegas de prontuários para avaliar o momento do RxP, a posiçao do cateter e complicaçoes do CVC.
RESULTADOS: Noventa e um pacientes foram incluídos na análise final. O teste de microbolhas apresentou 85,7% de sensibilidade e 97,6% de especificidade em confirmar a colocaçao do cateter, com 98,8% PPV, 75% NPV. A concordância entre os dois testes foi de 97%, com uma concordância esperada de 59%. O tempo médio necessário para a realizaçao do protocolo de microbolhas foi de 10,55 ± 3,89 minutos vs 133,51 ± 44,75 minutos para o RxP. Além disso, o protocolo foi capaz de identificar com precisao a presença de pneumotórax. A confiabilidade inter-examinadores foi forte: k = 0,78 para todas as imagens (p < 0,001).
CONCLUSAO: O teste de microbolhas é simples e confiável para confirmar com precisao o posicionamento de cateter de hemodiálise permitindo a utilizaçao imediata do mesmo e agilizando o atendimento de pacientes críticos que necessitam de TRS.

AO: 51675

Diálise peritoneal urgent start – primeiro ano de experiência brasileira

Autores: Dayana Bitencourt Dias*; Marcela Lara Mendes; Vanessa Burgugi Banin; Pasqual Barretti; Daniela Ponce

Universidade Estadual Paulista

INTRODUÇAO: O início urgente de terapia hemodialítica crônica é realidade comum no cenário nacional e mundial. Contudo, poucos estudos avaliaram a diálise peritoneal (DP) como opçao terapêutica neste contexto.
OBJETIVO: Descrever os resultados da experiência do 1° ano de um programa de DP Urgent Start implantado em centro universitário no interior de Sao Paulo.
MÉTODO: Coorte prospectiva que avaliou pacientes incidentes em DP, cujo início do tratamento ocorreu de forma urgente, de julho/2014 a julho/2015. Incluídos pacientes com DRC G5 que necessitaram de TRS imediata, sem contraindicaçoes absolutas para realizaçao de DP, cujo cateter de Tenckhoff foi implantado pela equipe da nefrologia e utilizado em até 48 horas após a inserçao, quando a DP foi iniciada. Inicialmente foi utilizado o protocolo de DP de alto volume (DPAV) para compensaçao metabólica. Após alta hospitalar, os pacientes permaneciam em DP intermitente na unidade de diálise, até treinamento familiar e adequaçao do domicílio. Foi avaliado o controle metabólico; as complicaçoes mecânicas e infecciosas; a sobrevida do método e dos pacientes.
RESULTADOS: Incluídos 52 pacientes, com mediana de idade de 62 anos (40,5 71,5). A principal doença de base foi nefropatia diabética (38,4%) e o motivo de início de DP, uremia (76,9%). Taxa de complicaçao mecânica foi de 48%, sendo 30% com necessidade de relocaçao cirúrgica. A densidade de incidência (DI) de peritonite foi 0,5 episódios/paciente/ano. Controle metabólico satisfatório foi atingido entre a 3ª e 5ª sessao de DPAV, com as seguintes médias de exames bioquímicos Cr: 7,4 + 3,4; Ur: 118 + 35,6; Potássio: 4,4 + 0,5; Bicarbonato: 22,4 + 2,9. O percentual de pacientes transacionados de método foi 25%, sendo complicaçao mecânica a principal causa. Recuperaçao de funçao renal foi observada em 7% dos casos. A taxa de mortalidade no primeiro ano do programa foi 17,3% e o crescimento do programa de DP crônica foi de 95%.
CONCLUSAO: A DP Urgent Start mostrou-se alternativa possível e deve ser considerada uma opçao aos pacientes incidentes em TRS sem contraindicaçoes ao método, que estejam ingressando de modo urgente. Além disso, esta estratégia apresentou impacto positivo no crescimento do programa de DP.

AO: 51684

Diálise peritoneal vs. hemodiálise no início urgente de terapia renal substitutiva

Autores: Dayana Bitencourt Dias*; Marcela Lara Mendes; Vanessa Burgugi Banin; Camila Albuquerque; Pasqual Barretti; Daniela Ponce

Universidade Estadual Paulista

INTRODUÇAO: O início urgente de terapia renal substitutiva (TRS) em hemodiálise (HD) por meio de cateter venoso central (CVC) é realidade comum no Brasil e no mundo. Contudo, poucos trabalhos avaliaram a viabilidade da diálise peritoneal (DP) como opçao neste cenário.
OBJETIVO: Avaliar o papel da DP Urgent Start como opçao terapêutica de pacientes com DRC G5 e comparar a evoluçao dos indivíduos incidentes em DP vs. HD de início urgente no primeiro ano de TRS.
MÉTODO: Estudo quasi experimental que avaliou pacientes incidentes em DP e HD em hospital universitário do interior de Sao Paulo, no período de julho/2014 a julho/2015. Incluídos pacientes com DRC G5 que necessitaram de TRS imediata, ou seja, HD por meio de CVC ou DP cujo cateter de Tenckhoff foi implantado pela equipe da nefrologia e utilizado em até 48 horas após inserçao. Inicialmente foi utilizado o protocolo de DP de alto volume (DPAV) para compensaçao metabólica. Após alta hospitalar, os pacientes permaneciam em DP intermitente na unidade de diálise, até treinamento familiar e adequaçao do domicílio. Foi avaliado o controle metabólico; as complicaçoes mecânicas e infecciosas; a sobrevida do método e dos pacientes.
RESULTADOS: Incluídos 52 pacientes no grupo DP e 54 em HD. O grupo em DP apresentou controle metabólico satisfatório entre a 3ª e 5ª sessao de DPAV (Médias + DP: Cr: 7,4 + 3,4; Ur: 118 + 35,6; Potássio: 4,4 + 0,5; Bicarbonato: 22,4 + 2,9). Peritonite e complicaçao mecânica ocorreram nas taxas, respectivamente, de 0,5 episódios/paciente/ano e 48%, sendo 30% com necessidade de relocaçao cirúrgica. Nao houve diferença entre os grupos quanto à idade (p = 0,40), comorbidades (p = 0,85) ou portadores de diabetes (p = 0,53). O número de peritonites foi maior quando comparado à infecçao de corrente sanguínea no grupo HD (48,0 vs. 25,9%, p = 0,03), porém o tempo livre de infecçao foi maior no grupo DP (logrank = 0,04). Nao houve diferença na mortalidade entre os grupos DP e HD (17,3 vs. 31,4%, p = 0,14), sendo as curvas de sobrevida no primeiro ano semelhantes (logrank = 0,52). O impacto no programa de DP crônica foi um crescimento de 95%.
CONCLUSAO: A DP Urgent Start mostrou-se uma alternativa viável em relaçao à HD. Houve maior número de complicaçoes infecciosas no grupo DP, porém com maior tempo livre de infecçao e sem impacto na mortalidade dos pacientes, com curvas de sobrevida semelhantes entre os grupos.

AO: 50643

Dimetil arginina assimétrica está relacionada com a mortalidade de nao diabéticos em hemodiálise

Autores: Mauro Sergio Martins Marrocos*; Andrei Alkmin Teixeira; Beata Marie Redublo Quinto; Silmara de Melo Carmona; Cassio Jose Rodrigues; Silvia Regina Manfredi; Maria Eugênia Canziani; Marcelo Costa Batista

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo

INTRODUÇAO: Dimetil Arginina Assimétrica (ADMA), principal inibidor endógeno da sintase do óxido nítrico, se encontra substancialmente aumentada no plasma de pacientes em Hemodiálise (HD). Determina disfunçao endotelial e aterogênese nesta populaçao, e pode funcionar como biomarcador de mortalidade.
OBJETIVO: Avaliar associaçao dos níveis plasmáticos de ADMA com mortalidade em HD através de estudo prospectivo observacional.
MÉTODOS: Níveis pré-diálise de ADMA medidos em 202 indivíduos em HD, acompanhados por 4 anos. Associaçao com mortalidade por qualquer causa analisada através de modelo de Cox ajustado para potenciais fatores de confusao (demografia, características clínicas, comorbidades, albumina, PTH e PCR). Estatística através do IBM SPSS Statistics 20,0.
RESULTADOS: Indivíduos tinham 52,5 ± 14,9 anos, 118(58,4%) eram do sexo masculino; 138(68,3%), caucasianos; tempo em HD de 37,2 ± 26,9 meses. Prevalência de diabéticos (D) foi de 136(67,3%); de hipertensos, de 179(88,6%); doenças cardiovasculares, de 86(42,6%). Mediana da ADMA (faixa interquartil) de 1,28 (0,89, 1,91) pM. D eram mais velhos que nao D(ND) (57,1 ± 13,3 vs. 50,2 ± 15,1 anos, p = 0,002 teste t), apresentavam maior IMC (25,9 ± 2,9 vs. 24,9 ± 2,4, p = 0,017 teste t), e maior prevalência de doenças coronarianas (36,9% vs. 15,0%, p = 0,001 Qui quadrado). Mediana (faixa interquartil) da ADMA foi 1.71 (0,60, 1.37) µM em D vs. 0.88 (0.23, 2,25) µM em ND (p = 0.059 Mann Whitney). Obito ocorreu em 41 (20,3%) and 40 (19,8%), transplantaram. Medianas de ADMA e PCR (faixa interquartil) apresentaram diferenças entre os que evoluíram para óbito ou nao, respectivamente: 1,71 (1,34, 2,17) vs. 0,88 (0,60, 1,37) p = 0,000 e 0,77 (0,23, 2,25) vs. 0,38 (0,15, 1,18) p = 0,034 (Mann Whitney). Mortalidade entre D foi de 23,1% e entre ND de 26,4% (p = 0,653 Qui quadrado). Em modelo de Cox totalmente ajustado, ADMA esteve associada com mortalidade em ND, mas nao em D (p = 0,000, HR: 2,294, 95% CI: 1,63 3,22). Area sobre curva ROC entre ADmA e mortalidade foi de 0.858 (p = 0.000, 95% CI: 0.790 – 0.926), mas com maior especificidade de 0,23.
CONCLUSAO: Utilizaçao da ADMA como biomarcador de risco de mortalidade em ND em HD apresenta baixa especificidade. Trabalhos anteriores nao fizeram distinçao entre D e ND, nem haviam realizado análise quanto à sensibilidade e especificidade. Em um destes, a prevalência de D foi de apenas 15%. É possível que outros fatores de risco para mortalidade em HD se sobreponham à ADMA entre D.

AO: 50506

Disparidades no acesso ao tratamento dialítico no Brasil

Autores: Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz*; Ricardo de Castro Cintra Sesso; Roberto Flavio Silva Pecoits Filho; Natan Monsores de Sá

Hospital Regional da Asa Norte – HRAN

INTRODUÇAO: A doença renal crônica terminal (DRCT) é um problema de saúde pública com importante impacto econômico, sobretudo nos países em desenvolvimento. O Brasil atualmente é uma das maiores economias do mundo e dotado de um Sistema Público de Saúde (SUS) de acesso universal e gratuito. Entretanto, apresenta um valor modesto de Indice de Desenvolvimento Humano global (IDH), como consequência de disparidades econômicas e sociais globais e regionais.
OBJETIVO: Avaliar se as disparidades regionais se traduzem em iniquidade na oferta ao tratamento dialítico.
MÉTODOS: Obteve-se através do Censo Brasileiro de Diálise (CBD) de 2013 a localizaçao estadual e municipal de todos os centros de diálise do país. Através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi obtido os valores de renda per capita, o número total de municípios e a populaçao de cada Unidade da Federaçao (UF). Com o cruzamento dos dados do CBD e do IBGE foi obtido para cada UF: percentual de municípios com centros de diálise, proporçao de centros de diálise por milhao de habitante (pmp) e percentagem de centros de diálise localizados nas capitais. Os valores referentes ao Indice de Desenvolvimento Humano municipal (IDH-M) de cada UF foram obtidos através do site do Programa das Naçoes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), disponível em www.pnud.org.br.
RESULTADOS: O tratamento dialítico encontra-se presente em todas as UF, mas somente disponível em 6,6% dos municípios brasileiros. Cerca de dezessete (17) Estados brasileiros (63%) apresentam valores de IDH-M menores do que o IDH global nacional. Os Estados com menores valores de IDH-M (localizados sobretudo nas regioes Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste) apresentavam estatisticamente valores inferiores de renda per capita, número de centros de diálise, municípios com tratamento dialítico e número de centros de diálise/pmp. Além disto, apresentam significativamente uma maior concentraçao de centros de diálise localizados em suas capitais.
CONCLUSAO: Existe uma iniquidade na distribuiçao dos centros de diálise ao longo do território nacional, sobretudo nos Estados brasileiros com menores valores de IDH-M, e portanto social e economicamente mais vulneráveis.

AO: 50476

Efeito anti-inflamatório da suplementaçao de colecalciferol sobre linfócitos no ambiente uremico

Autores: JoseTarcisio Giffoni de Carvalho; Marion Schneider; Lilian Cuppari; Caren Cristina Grabulosa; Jacqueline Ferritto Rebello; Rodrigo Barbosa de Oliveira Brito; Rosa Maria Móyses; Maria Aparecida Dalboni*

Universidade Nove de Julho/UNINOVE

INTRODUÇAO: A deficiência de vitamina D tem sido associada com todas as causas de mortalidade e morbidade em pacientes com DRC. Os receptores Toll Likes (TLRs) estao envolvidos na resposta inflamatória e é possível que a expressao destes receptores possa ser modulada pela vitamina D.
OBJETIVOS: 1) Avaliar o efeito do tratamento com colecalciferol na expressao de IL-6, INF-γ,TLR-7 e TLR-9 em linfócitos B (CD19) e T (CD3) em pacientes em diálise com hipovitaminose D (estudo in vivo) e 2) Avaliar o efeito da 25 (OH)D3 e da 1,25 (OH)2D3 sobre a expressao dos marcadores acima na presença de soro urêmico em linf B e T de voluntários sadios (estudo in vitro).
MÉTODOS: In vivo: Os pacientes em dialise (n = 32) com 25(OH)D < 20ng/mL) receberam 100.000 UI colecalciferol/1x/semana ou placebo por 3 meses. In vitro: PBMC isolados de 12 voluntários saudáveis foram incubados com soro normal ((TFG> 100 mL /min) ou soro urêmico (TFG < 60 mL/min) na presença ou ausência de 25 (OH) D3 ou 1,25 (OH) 2D3. Avaliamos a expressao de TLR7, TLR9 e IL-6, INF-y, VDR, CYP27 e CYP24 intracelular nos linfócitos B e T por citometria de fluxo.
RESULTADOS: In vivo: Observamos reduçao na expressao de IFN-γ, TLR-7, TLR-9 e CYP24 em linf B e T e aumento na expressao de VDR e CYP27b1 no grupo que recebeu colecalciferol. Estudo in vitro: Observamos maior expressao de TLR-7, TLR-9, CD95, IL-6 e IFN-γ e CYP24 em linf B e T quando insultados com soro urêmico. Observamos que o tratamento com 25(OH)D3 reduziu a expressao de TLR7 e TLR9 em linf B insultados com soro urêmico e a 1,25 (OH)2D3 reduziu a expressao de IL6 e TLR9 em linf T insultados com soro urêmico. Após silenciamento do gene da CYP24 hidroxilase observamos efeito adicional do efeito de ambas as formas da vitamina D na reduçao de IL6, IFN-γ, TLR7 e TLR9 nos linf T e B.
CONCLUSAO: Estes resultados sugerem que o colecalciferol tem efeito importante na modulaçao de TLR-7 e 9 e em marcadores inflamatórios como anti-inflamatório sobre linfócitos de pacientes em diálise. De fato, os resultados in vitro também confirmaram este efeito. Adicionalmente, estes efeitos foram potencializados após o silenciamento da CYP24; sugerindo que a utilizaçao de inibidores da CYP24 em associaçao com a suplementaçao de vitamina D podem reduzir os mecanismos inflamatórios em linfócitos. Este é o primeiro estudo que relata a suplementaçao com colecalciferol sobre a modulaçao da vitamina D extra-renal em linfócitos de pacientes com DRC.

AO: 50588

Experiência de 2 anos de implementaçao do núcleo de segurança do paciente em uma clínica de diálise

Autores: Monique da Rosa Barbosa França*; Maria Aparecida Pena de Almeida; Maria de Fátima Arruda Correia de Alvarenga; Sergio Monterio de Carvalho

Universidade Estácio de Sá

INTRODUÇAO: O tema segurança do paciente vem sendo discutido frequentemente em todas as esferas da saúde. A RDC 36 (ANVISA 25/07/13), estabelece a obrigatoriedade da implantaçao do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) em serviços de saúde, incluindo os serviços de diálise, com o objetivo de instituir açoes para a melhoria contínua dos processos de cuidado e foco na segurança do paciente. Neste contexto a Pró-Nephron implantou o NSP em mar/14.
OBJETIVO: Disseminar os resultados alcançados com a implantaçao do NSP e o seu uso como ferramenta de gestao de risco para reduçao de danos ao paciente.
MÉTODO: A partir da constituiçao do NSP instituiu-se um cronograma de reunioes mensais para a priorizaçao e padronizaçao dos processos assistenciais e administrativos visando a melhoria e segurança da assistência aos pacientes. Elaborou-se o Plano de Segurança do Paciente e os protocolos: Identificaçao correta do paciente; comunicaçao entre os profissionais de saúde, segurança na prescriçao, uso e administraçao de medicamentos; higienizaçao das maos para evitar infecçoes; reduçao do risco de lesoes ao paciente em decorrência de queda. Adotada a Tabela de Morse adaptada para o perfil de pacientes da clínica. Utilizou-se as ferramentas 5W2H, PDCA e checklist para auditoria interna e análise de prontuários. Realizados treinamentos para a equipe assistencial.
RESULTADOS: Implementados os 5 protocolos referentes às 5 metas internacionais aplicáveis aos processos da clínica; ocorreu melhoria na qualidade do prontuário do paciente; nao houve registro de queda nos últimos 2 anos; sem registro de eventos relacionados à administraçao incorreta de medicamentos; sem registro de falha na identificaçao do paciente e a taxa de infecçoes em hemodiálise por 1000 sessoes sendo a bacteremia o principal item, caiu de 8,3% em 2013 para 3,08% em 2015.
CONCLUSAO: A experiência com a implantaçao do NSP mostrou o quanto as açoes implementadas resultaram na melhoria da assistência ao paciente e também na proteçao dos profissionais, além de ser uma excelente ferramenta de gestao de risco para os pacientes, profissionais e a instituiçao. Concluímos que é um trabalho contínuo e imprescindível para garantirmos boas práticas de segurança no serviço de saúde.

AO: 49686

Impacto da implantaçao de um protocolo de avaliaçao e prevençao de quedas em um serviço de diálise

Autores: Vanessa Brasil da Silva Costa*; Anete Maria Fiais Caldas; Acácia Cardoso Matos Boaventura; Maria Cristiane Sales Oliveira; Cácia Mendes Matos

INED – Instituto de Nefrologia e Diálise

Visando promover a segurança do paciente, a Aliança Mundial de Saúde selecionou estratégias prioritárias, entre elas, a prevençao ao risco de queda. A ocorrência de queda é um incidente que pode trazer sérios danos ao paciente em hemodiálise (HD).
OBJETIVO: Descrever a implantaçao de um programa de prevençao e controle do risco de queda em um serviço de diálise e o impacto da implementaçao de um protocolo especifico.
MÉTODO: O estudo descreve as etapas de implantaçao do programa de gerenciamento de risco de quedas em serviço de diálise e as ocorrências registradas entre o período de janeiro/2013 a dezembro/2015. Em 2010, iniciamos a notificaçao da ocorrência de quedas em impresso especifico, onde as enfermeiras registravam os incidentes ocorridos na instituiçao, os possíveis fatores de risco associados ao evento, suas consequências. Análise mensal dos incidentes pelo núcleo de segurança e equipe multidisciplinar, buscando identificar oportunidades na melhoria da assistência. A partir de março 2014 adotamos protocolo especifico para avaliaçao do risco de queda em cada paciente (Heung, 2010), através do qual uma pontuaçao permite classificar o risco de queda em alto ou baixo. Medidas especificas de prevençao passaram ser registradas em prontuário, de acordo com os fatores de risco identificados. Um alerta de risco passou a ser fixado na máquina do paciente, durante a HD, chamando atençao para o risco de queda. Impresso sobre prevençao do risco de quedas foi elaborado e distribuído para pacientes e familiares.
RESULTADOS: No ano de 2013 foram realizadas 32.290 sessoes de HD, com registro de 6 episódios de queda; em 2014, foram 32.176 sessoes com 9 quedas; e em 2015, 32.106 sessoes, com 1 episódio de queda. Todas as notificaçoes foram analisadas, possibilitando o levantamento das açoes corretivas, reavaliaçao de medidas preventivas para cada paciente e implementaçao de barreiras de prevençao na instituiçao como um todo. As taxas de incidência de queda foram de respectivamente 1,9, 2,8 e 0,3 quedas por 10.000 sessoes de HD/ano, para os anos de 2013, 2014 e 2015. Três pacientes foram hospitalizados em decorrência de queda. Nao houve notificaçao de óbito relacionado a episódio de queda.
CONCLUSAO: Através da implantaçao de protocolo especifico para avaliçao de risco de queda e implementaçao de medidas preventivas para cada paciente foi possível promover maior segurança na assistência, com reduçao da ocorrência de quedas no serviço de diálise.

AO: 51622

Influência da localizaçao do orifício de saída do cateter sobre o risco de complicaçoes mecânica e infecciosas e sobrevida da técnica em diálise peritoneal

Autores: Vanessa Burgugi Banin*; Dayana Bitencourt Dias; Rogério Carvalho de Oliveira; Luis Cuadrado Martin; Daniela Ponce; Pasqual Barretti

Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP

Guidelines sobre acesso em diálise peritoneal recomendam que o orifício de saída (OS) do cateter de Tenckhoff reto esteja voltado para baixo ou lateral à incisao cirúrgica do seu implante e nao consideram o atual conceito de tensao elástica do cateter, também conhecido como força de resiliência.
OBJETIVO: comparar complicaçoes mecânicas e infecciosas, além de sobrevida do método entre cateteres de Tenckhoff reto implantados com OS voltado para baixo e aqueles com OS voltado para cima.
METODOLOGIA: estudo prospectivo randomizado que comparou complicaçoes mecânicas (translocaçoes) e infecciosas (peritonites e infecçoes de orifício de saída) entre 25 cateteres implantados com OS voltado para baixo e 33 cateteres com OS voltado para cima, em um ano de seguimento, em um hospital universitário do estado de Sao Paulo. O implante foi realizado pela equipe da nefrologia utilizando a técnica de Seldinger. Foram incluídos pacientes com idade superior a 18 anos incidentes em DP. Foram excluídos pacientes que apresentaram peritonite ou infecçao de sítio cirúrgico até a primeira semana após o implante do cateter. O tempo livre até o primeiro episódio de infecçoes e translocaçoes, além da sobrevida do cateter e do método foram estimados utilizando o método de Kaplan-Meier. Análise múltipla foi realizada pelo modelo de regressao de Cox.
RESULTADOS: no período de agosto de 2013 a março de 2015 foram implantados 58 cateteres em um total de 50 pacientes. Os dois grupos de pacientes eram homogêneos em relaçao à idade, sexo e frequência de diabetes mellitus, sendo esta a principal doença de base na populaçao estudada. A análise pelo método de Kaplan-Meier mostrou maior tempo livre até o primeiro episódio de translocaçao (p = 0,035), maior sobrevida do cateter (p = 0,005) e maior sobrevida da técnica (p = 0,008) no grupo com OS voltado para cima. Nao houve diferença para o tempo livre do primeiro episódio de infecçao de OS (p = 0,92) ou peritonite (p = 0,06). A análise múltipla mostrou que os fatores associados com pior sobrevida do cateter foram: OS voltado para baixo, idade, diabetes e frequência de translocaçoes.
CONCLUSAO: cateteres de Tenckhoff reto quando confeccionados com túnel e OS voltados para cima estao associados com maior tempo livre para translocaçao, maior sobrevida do cateter e maior sobrevida do método. Nao houve diferença quanto à infecçao. É provável que a atuaçao das forças de resiliência possa ter sido responsável pelos resultados observados nesse estudo.

AO: 51646

Interleukin-17 and interferon-gamma and response to treatment with erythropoietin in patients undergoing peritoneal dialysis

Autores: Wander Valadares de Oliveira Júnior; Marina Souza Silva Velloso; Melina Barros Pinheiro; Maria Aparecida Silva Marinho; Sérgio Wyton Lima Pinto; Adriano de Paula Sabino; Roberta Carvalho de Figueiredo; Danyelle Romana Alves Rios*

Universidade Federal de Sao Joao Del Rei

BACKGROUND: Patient undergoing peritoneal dialysis (PD) presents a chronic inflammatory state, leading to a reduction on the erythropoietin medullary action, causing anaemia, malnutrition, atherosclerosis aggravation and increased mortality. The erythropoietin responsiveness is a multifactorial condition. The aim of this study was to evaluate the association between the cytokines levels and the response to the use of recombinant human erythropoietin (rHuEPO) in patients undergoing PD. Methods: Thirty one patients under PD using rHuEPO were evaluated in this cross-sectional study. Plasma and dialysate levels of IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, TNF-α and IFN-γ were determined using the Cytometric Bead Array TM kit (CBA; BD Bioscences, San Jose, CA). To investigate the difference in medians of inflammatory markers and tertiles of erythropoietin dose was estimated comparison test medians, was performed categorization of patients in accordance with the distribution tertiles dosage rHuEPO/kg/week, namely first tertile (doses < 95.5 rHuEPO/kg/week), second tertile (doses > 95.5 rHuEPO/kg/week), third tertile (doses < 112.0 rHuEPO/kg/week) and fouth tertile (doses > 112.0 rHuEPO/kg/week). The distribution of inflammatory markers according to the distribution tertiles of EPO dose was performed. The median comparison tests statistical significance associated with the at p < 0.05. The analysis was performed by the softwares STATA (version 12.0) and GraphPad Prism 3.0. Results: The median of IL-17 and IFN-y plasma levels were significant higher in the group with higher rHuEPO dosage. However, this association was not observed in the dialysate levels, as well as was not observed a relationship between the other plasma and dialysate cytokines evaluated in this study and the dose of rHuEPO. Conclusions: It was observed an association between IL-17 and IFN-y plasma levels and required rHuEPO dose in patients undergoing PD. Since the local inflammatory levels were not statistically significant, it may be suggested that the rHuEPO dose was not influenced by the local inflammatory response but probably by higher levels of cytokines plasma (IL-17 and IFN-y). Despite great advances on EPO mechanism knowledge, CKD anemia and inflammation, through cytokine studies, various aspects need to be clarified yet. Financial support: FAPEMIG and CNPq/Brazil.

AO: 51443

Modo de enfrentamento e qualidade de vida em cuidadores de pacientes em hemodiálise

Autores: Paulo Roberto Santos*; Itala Mônica de Sales Santos; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Felipe Peixoto Nobre; Jamille Fernandes Carneiro;Yandra Maria Gomes Pontes; Samuel Sampaio Alcântara; Carlos Danilo da Penha

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇAO: Cuidadores de pacientes com doenças crônicas sao expostos a vários estressores que podem ocasionar rebaixamento da qualidade de vida (QV). Há evidências de que o modo como as pessoas enfrentam problemas e dificuldades funciona como mediador do nível de QV.
OBJETIVO: Avaliar a associaçao entre modo de enfrentamento e QV em cuidadores de pacientes com doença renal crônica (DRC) mantidos em hemodiálise (HD).
MÉTODO: A amostra foi formada por cuidadores de 107 pacientes com DRC mantidos em HD que identificaram um cuidador principal responsável por cuidados diários. Foi utilizada a versao de 40 itens da Escala de Jalowiec para determinar o modo de enfrentamento dos cuidadores. Esse instrumento pontua dois modos de enfrentamento: modo focado no problema (escore de 15 a 75) e modo orientado pela emoçao (escore de 25 a 125). O modo de enfrentamento focado no problema é caracterizado por atitudes que promovem mudanças diante de situaçoes difíceis e estressantes; enquanto que o modo de enfrentamento orientado pela emoçao (EOE) objetiva a melhora momentânea das emoçoes ocasionadas pelas dificuldades e pelo estresse. Foi utilizado o questionário SF-36 para avaliaçao da QV. Esse instrumento contém 36 itens e gera escores de 0 (pior resultado) a 100 (melhor resultado) referentes a 8 dimensoes de QV: capacidade funcional (CF), limitaçao por aspectos físicos (LAF), dor física (DF), estado geral de saúde (EGS), vitalidade (VIT), aspectos sociais (AS), aspectos emocionais (AE) e saúde mental (SM).
RESULTADOS: A amostra de cuidadores era formada por 26 (24,3%) homens e 81 (75,7%) mulheres, com idade média de 42,2 anos, sendo as seguintes relaçoes dos cuidadores com os pacientes: 45 (42,0%) filhos/filhas, 27 (25,2%) cônjuges, 14 (13,0%) pais/maes e os restantes distribuídos entre amigos, nora ou genro, irmaos, primos, sobrinho, neto, cunhado, vizinho e empregado. Na análise univariada o escore do EOE se correlacionou negativamente com os escores das dimensoes CF (r = -0,296; p = 0,002 pelo teste de Pearson) e SM (r = -0,267; p = 0,005 pelo teste de Pearson). Na análise multivariada por regressao linear o escore do EOE foi preditor independente dos escores das dimensoes CF (b = -0,705; p = 0,003) e SM (b = -0,638; p = 0,002).
CONCLUSAO: O modo de enfrentamento orientado pela emoçao está associado com rebaixamento da Capacidade Funcional e da Saúde Mental de cuidadores de pacientes com DRC em HD.

AO: 50457

Nefrologista cirurgiao de acesso vascular: soluçao futura de um problema atual

Autores: Flávio Menezes de Paula*; Monique Coutinho M Paula

Instituto do Rim de Itaberaba

INTRODUÇAO: O acesso vascular no paciente portador de doença renal crônica sempre foi o calcanhar de Aquiles da Terapia Renal Substitutiva brasileira. É cada vez mais difícil ter cirurgioes vasculares interessados e com experiência na confecçao de FAVs. Como resultado aumentou o número de pacientes com cateteres vasculares, o número de complicaçoes, da morbi-mortalidade e pacientes sem acesso vascular para o procedimento.
OBJETIVOS: Estimular o protagonismo dos nefrologistas na intervençao para confecçao de FAVs através da apresentaçao da análise descritiva da confecçao das FAVs realizadas por um nefrologista no período de 01/2010 a 02/2016.
METODOLOGIA: Os procedimentos cirúrgicos foram executados tecnicamente pelo mesmo nefrologista em sala de pequena cirurgia, auxiliado por enfermeira ou técnico de enfermagem. As anestesias locais foram realizadas pelo nefrologista, sendo outros procedimentos pelo anestesista. A presença de frêmito foi avaliada pelo exame clínico.
RESULTADOS: Foram realizadas 665 acessos vasculares, distribuídas da seguinte forma: FAV rádio-cefálica = 330 (49,62%), FAV bráquio-cefálica = 243 (36,5%), FAV bráquio-basílica com superficializaçao da veia = 80 (12,03%), implante de prótese de PTFE = 08 (1,20%), FAV com alça de safena = 02 (0,30%), FAV rádio-basílica = 01 (0,15%) e translocaçao da veia basílica no antebraço com realizaçao de alça bráquio-braquial no braço direito = 01(0,15%).Tivemos 651 (97,89%) acessos com frêmito presente no pós-operatório imediato e 14 (2,10%) acessos sem frêmito. Após 30 dias, 582 (89,40%) apresentavam frêmito e estavam prontos para punçao e 69 (10,60%) sem frêmito. Das 582 FAVs funcionais, 567(97,42%) permaneceram pérvias e fornecendo um fluxo sanguíneo acima de 300 ml/min para hemodiálise após 60 dias de sua confecçao. Assim, dos 665 acessos confeccionados no período do estudo, 567(85,26%) permaneciam funcionais após 60 dias de sua confecçao. Como complicaçoes neste período de acompanhamento de 60 dias, relacionamos infecçao (2,65%), síndrome do roubo (0,9%), necrose de pele (0,3%), hematoma local que necessitou de drenagem cirúrgica (1,8%) e hipertensao venosa (1,05%).
CONCLUSAO: Os acessos vasculares realizados por nefrologista apresentaram um índice de sucesso satisfatório e com um número de complicaçoes dentro do esperado pela literatura. O nefrologista cirurgiao de acesso vascular é uma realidade positiva e necessária, entretanto, falta ampliar a área de atuaçao do nefrologista no nosso meio.

AO: 51758

Perfil micro bacteriológico dos episódios de peritonites fatais em mulheres em diálise peritoneal

Autores: Caio Pellizzari*; Felipe de Souza Gutierre; Pasqual Barretti; Ana Figueiredo; Roberto Pecoits Filho; Thyago Proença de Moraes

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇAO: O impacto do sexo feminino como fator de risco para peritonite em pacientes submetidos à diálise peritoneal (DP) nao está bem estabelecido na literatura.
OBJETIVO: Comparar a mortalidade por peritonites e seus agentes etiológicos entre os sexos e correlacionar se as peritonites por gram-negativos justificam as eventuais diferenças na mortalidade dessa populaçao.
MÉTODOS: Este é um estudo prospectivo da coorte BRAZPD II. Critério de inclusao: pacientes adultos e incidentes em DP entre 2004 e 2011 e com pelo menos 90 dias de seguimento. As pacientes do sexo feminino foram pareadas por escore de propensao com pacientes do sexo masculino como grupo controle. A análise de mortalidade foi realizada levando em consideraçao a presença de riscos competitivos como proposto por Fine e Gray. Os pacientes ativos até o final do seguimento foram considerados censurados. O nível de significância estatística utilizado foi < 0.05.
RESULTADOS: Após a realizaçao do pareamento em 5707 pacientes obtivemos 2300 pacientes em cada grupo Os grupos ficaram bem balanceados, sem diferenças em nenhuma covariável. A idade média da populaçao foi de 59.3 ± 16.0 anos e 44.9% eram diabéticos. A mortalidade por infecçoes nao associadas a DP foi semelhante entre homens e mulheres(SHR 0.99; IC95% 0.79-1.23). Entretanto, a mortalidade associada à peritonite nas mulheres foi significativamente maior (SHR 1.64; 1.08-2.50) que nos homens. Nao houve diferença significativa de peritonites por Gram negativos em mulheres. Porém, a taxa de cultura negativa foi elevada para o último episódio infeccioso e limitou uma potencial associaçao causa-efeito.
CONCLUSAO: As diferenças entre o perfil micro bacteriológico de homens e mulheres nao justificaram a maior diferença na mortalidade associada a peritonite em mulheres.

AO: 51802

Sensor óptico de bolhas de ar e coágulos sanguíneos para máquinas de hemodiálise

Autores: Sérgio Campello Oliveira*; Rita de Cássia Moura do Nascimento; Denise Maria Albuquerque Carvalho; John Kennedy Martins Alves

Universidade de Pernambuco

A insuficiência renal crônica possui diversas causas e tratamentos. A hemodiálise é, possivelmente, uma das opçoes mais utilizadas pelo paciente. Durante as sessoes de diálise, o sangue circula por tubos e conexoes externos ao corpo de maneira pulsátil. Isso pode levar ao surgimento de bolhas e/ou coágulos, que se nao detectados ou prevenidos corretamente, podem causar embolias, com risco de fatalidade. Sensores ultrassônicos presentes nas máquinas de hemodiálise podem detectar a presença de bolhas de ar, contudo relatos do serviço de enfermagem dao conta de que muitos falsos positivos sao detectados pelo sensor. Observaçoes realizadas durante sessoes de hemodiálise quantificaram que cerca de 38% das ocorrências eram falsos positivos. O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de um sensor óptico para a detecçao de bolhas e adicionalmente detectar coágulos. Com a metodologia de utilizaçao de vinho, que possui as mesmas propriedades ópticas que o sangue humano na faixa visível e infravermelho próximo, foi possível realizar os testes de maneira segura. Dispensando o uso de lasers, LEDs em três comprimentos de onda diferentes: 475, 520 e 940 foram testados. O estudo concluiu que com a escolha certa dos comprimentos de onda, uma vez ajustadas as intensidades, os sensores sao capazes de detectar a presença de bolhas de ar e de coágulos na linha venosa extracorpórea, além de também detectar a presença de sangue na linha.

DOENÇA MINERAL E OSSEA

AO: 51921

Avaliaçao da relaçao entre a qualidade do osso cortical e a calcificaçao vascular em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

Autores: Larissa Dias Biolcati Rodrigues*; Amandha Luysa Martins Leal Bittencourt; Aluizio Barbosa Carvalho; Raul D. Santos; Carlos E. Rochitte; Maria Eugenia Fernandes Canziani

UNIFESP

INTRODUÇAO: A tomografia computadorizada vertebral (TCV) tem sido utilizada como método nao invasivo na avaliaçao dos distúrbios minerais e ósseos da doença renal crônica (DRC), particularmente na análise da qualidade do osso trabecular. Estudos anteriores evidenciaram uma correlaçao entre a densidade óssea (DO) trabecular da TCV e parâmetros histomorfométricos da biopsia óssea. Calcificaçao vascular tem sido associada às alteraçoes do osso trabecular em pacientes com DRC. Entretanto, pouco se sabe sobre o osso cortical e sua relaçao com a calcificaçao vascular neste cenário.
OBJETIVOS: Avaliar a densidade do osso cortical pela TCV e investigar sua associaçao com a presença de calcificaçao coronariana em pacientes com DRC em tratamento conservador.
METODOLOGIA: Análise poshoc de dados de um estudo prévio que avaliou, por meio de imagens tomográficas, a relaçao entre osso trabecular e calcificaçao coronariana. A análise da DO do osso cortical foi realizada através de imagens de cortes axiais, ao nível da raiz da aorta, da TCV. A delimitaçao automática da regiao cortical do osso dessa imagem foi realizada no programa Image J, e expressa em unidades Hounsfield (UH). O escore de cálcio das artérias coronarianas foi calculado e expresso em unidades Agatston (UA). A presença de calcificaçao coronariana foi considerada quando o escore de cálcio foi maior do que 10 UA.
RESULTADOS: Foram estudados 71 pacientes assintomáticos (57,5 ± 10,4 anos; 62% homens, 21% diabéticos). A taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGe) foi de 37,9 (24,8 – 51,1) ml/min. O escore de cálcio foi 3 (0-273) UA, sendo que a calcificaçao coronária esteve presente em 33 (46%) pacientes. As densidades trabecular e cortical foram 202,7 ± 50,1 UH e 398,5 ± 89,2 UH, respectivamente. Houve correlaçao positiva entre a DO cortical e trabecular (r = 0,42; p < 0,001). A DO trabecular foi menor nos pacientes com calcificaçao coronariana comparada a DO daqueles sem calcificaçao (187,1 ± 39,9 e 216,2 ± 54,5, p = 0,01). Nao se observou diferença na DO do osso cortical entre os dois grupos (415,6 ± 94 vs. 383 ± 83,3, p = 0,13; com e sem calcificaçao, respectivamente).
CONCLUSAO: Como esperado, a DO cortical foi maior que a DO trabecular e existe uma correlaçao positiva entre estas duas regioes. Diferente do osso trabecular, nao se observou associaçao entre a DO do osso cortical e a presença de calcificaçao coronariana.

“PREMIO VANDA JORGETTI”
MELHOR TRABALHO CIENTIFICO RELEVANTE NA AREA DO METABOLISMO MINERAL E OSSEO VOLTADO A DOENÇA RENAL CRONICA

AO: 51787

Avaliaçao histomorfométrica da adiposidade da medula óssea antes e após 12 meses do transplante renal

Autores: Mariel J Hernández; Luciene M dos Reis; Igor D B Marques; Maria Júlia C L N Araújo; Fellype C Barreto; Elias David-Neto; Rosa M A Moysés; Vanda Jorgetti*

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo

INTRODUÇAO: Osteoblastos e adipócitos originam-se das células mesenquimais (MSCs). Um desequilíbrio na diferenciaçao entre estas linhagens pode ser importante para preservar a integridade do osso. Estudos têm sugerido a importância deste desequilíbrio na patogênese da osteoporose após o transplante renal (TR), mas o papel da adiposidade na medula óssea neste processo nao é bem conhecido.
MÉTODOS: Estudamos 29 receptores de TR de doador vivo. Um grupo recebeu o ácido zoledrônico (AZ) no momento do TR mais colecalciferol durante 12 meses e o outro grupo recebeu apenas colecalciferol. As biópsias ósseas foram realizadas no momento do TR e 12 meses após do tratamento. Avaliamos parâmetros de adiposidade medular, incluindo: Ad.Ar/T.Ar, N.Ad/T.Ar, N.Ad/N.Ob ativos, N.Ad/N.Ob total, Ad.Ar, N.Ob/T.Ar, N.Ad/B.Pm, Ad.V/Ma.V e Ad.D, assim como a expressao de esclerostina (SOST), por imunohistoquimica, nas biópsias ósseas.
RESULTADOS: Doze meses após o TR foi detectado um aumento nos parâmetros Ad.Ar/T.Ar (24 ± 11,9 vs. 29,4 ± 10,6; p = 0,008), N.Ad/B.Pm (37,9 ± 22,3 vs. 45,5 ± 24,4; p = 0,05) e Ad.V/Ma.V (31,45 ± 14,10 vs. 38 ± 11,02; p = 0,009). O N.Ob/T.Ar diminuiu significativamente após o TR (21,7 ± 22,9 vs. 2,6 ± 4,7; p < 0,0001). Observou-se uma correlaçao inversa entre MAR e N.Ad/B.Pm, assim como entre BFR/BS e N.Ad/B.Pm. Os níveis de SOST no soro diminuiram, mas a sua expressao no osso foi maior após o TR. O AZ foi associado com menor SOST e maior expressao de Ad.Ar/T.Ar no osso.
CONCLUSAO: O TR está associado com uma relaçao inversa entre a massa óssea e a adiposidade medular. Os efeitos dos glicocorticóides podem estar relacionados com a supressao da via Wnt, afetando a diferenciaçao das MSCs e favorecendo a adipogênese.

AO: 51581

Comparaçao das características clínicas, bioquímicas e da análise histomorfométrica de biópsias ósseas de pacientes com doença renal crônica (DRC) com e sem fraturas

Autores: Melissa Fernanda Pinheiro Santos*; Mariel José Hernández Pérez; Ivone Braga de Oliveira; Luciene Machado dos Reis; Aloísio Barbosa de Carvalho; Rosa Affonso Moysés; Vanda Jorgetti

Universidade Federal de Sergipe

INTRODUÇAO: A (DRC) se associa com inúmeras complicaçoes, especialmente as relacionadas aos distúrbios do metabolismo mineral e o aumento do risco de fraturas. A incidência de fratura de quadril é 17,4 vezes maior nesses pacientes e ocorre mais precocemente (16 e 13 anos para homens e mulheres, respectivamente) quando comparamos com a populaçao geral.
OBJETIVO: Comparar as características clínicas, bioquímicas, a análise histomorfométrica e a expressao das proteínas produzidas pelos osteócitos e envolvidas na mineralizaçao óssea como a esclerostina (SOST) e fosfoglicoproteína de matriz extracelular (MEPE) de pacientes com DRC com e sem fratura.
MÉTODOS: Estudamos 10 pacientes com fratura, pareados por sexo, idade e tempo de HD, com 10 sem fraturas. Os pacientes foram submetidos a biópsias ósseas com análise histomorfométrica e avaliaçao, por imunohistoquímica, da expressao das proteínas SOST e MEPE.
RESULTADOS: Nao observamos diferenças entre os níveis de cálcio total (9,5 ± 0,7 x 9,4 ± 1,8; p = 0,84), fósforo (5,8 ± 2,2 x 7,2 ± 1,5; p = 0,12), fosfatase alcalina (452,8 ± 315,3 x 364,9 ± 352,8; p = 0,56) e paratormônio (1831 ± 1227 x 1190,8 ± 732,4; p = 0,17) entre os dois grupos. As biópsias ósseas mostraram doença de alta remodelaçao nos dois grupos de pacientes porém naqueles com fratura observamos diminuiçao da espessura trabecular (93,7 ± 33,2pm x 124,2 ± 14,6pm; p < 0,02), aumento do volume osteóide (26,3 ± 19,4% x 12,5 ± 8,2%; p < 0,05) e uma superfície mineralizante quase 50% menor nos pacientes com fratura (5,0 ± 3,1% x 11,0 ± 5,7%; p = 0,03) comparados aos sem fraturas. A superfície de reabsorçao foi maior nos pacientes sem fratura (9,6 ± 4,8% x 18,3 ± 4,5%; p < 0,01).Nao encontramos diferenças na expressao das proteínas SOST e MEPE nos dois grupos. Esses resultados evidenciam que o defeito na mineralizaçao contribui para o aumento de fraturas nos pacientes DRC.

AO: 50472

Efeito quelante de fósforo da quitosana Fe(III) sobre a calcificaçao vascular em ratos urêmicos

Autores: Bárbara Bruna Abreu de Castro*; Wander Barros do Carmo; Paulo Giovani de Albuquerque Suassuna; Wagner Vasques Dominguez; Ivone Braga de Oliveira; Vanda Jorgetti; Melani Ribeiro Custódio; Hélady Sanders-Pinheiro

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) leva a alteraçoes nas concentraçoes séricas de cálcio (Ca), fósforo (P), vitamina D e paratormônio (PTH). A Quitosana Fe(III) reticulada (QTS) é um polímero derivado da quitina, que apresenta potencial efeito quelante de P, capaz de reduzir a hiperfosfatemia, uma das principais indutoras da calcificaçao vascular (CV) na DRC. A QTS Fe(III)R apresentou açao quelante in vitro e in vivo em animais nao urêmicos e ainda nao havia sido testada na DRC.
OBJETIVO: Avaliar a açao quelante de P da QTS e seu efeito sobre a CV em ratos urêmicos.
MÉTODOS: A DRC foi induzida por dieta com adenina (0,75% – 4 semanas e 0,10% – 3 semanas) e rica em P (1%). Os ratos urêmicos foram divididos em 4 grupos e tratados diariamente com água destilada (Grupo DRC); 30mg/Kg/dia de QTS (Grupo DRC-QTS); 500mg/Kg/dia de carbonato de cálcio (Grupo DRC-CaCO3) e 500mg/Kg/dia de cloridrato de sevelamer (DRC-SEV) durante 4 semanas. Um grupo de animais saudáveis foi utilizado como Controle. Foram mensurados: creatinina (Cr), P, Ca, fosfatase alcalina (FA), PTH e fator de crescimento de fibroblasto-23 (FGF-23). Avaliamos o conteúdo de Ca em fragmentos da aorta abdominal, alteraçoes vasculares no arco da aorta e presença de CV (coloraçoes de Von Kossa e Hematoxilina-eosina). Utilizamos técnicas de imunohistoquímica para identificaçao da expressao da angiotensina II (AngioII) (contagem direta de células marcadas) e alfa-actina do músculo liso (a-actina) (contagem de pontos expresso em percentagem).
RESULTADOS: Os tratamentos com os três quelantes nao alteraram a progressao da DRC. Todos os grupos tratados apresentaram valores de P e fraçao excretada de P inferiores ao grupo DRC. Os tratamentos com QTS e CaCO3 foram eficientes em controlar PTH e FA. O conteúdo de cálcio na aorta foi 77% inferior no grupo DRC-QTS e 59% inferior no DRC-SEV em relaçao ao grupo DRC. Na análise morfológica, os grupos DRC e DRC-CaCO3 apresentaram 62,5% dos animais com alteraçoes vasculares, enquanto o grupo DRC-QTS apresentou somente 37,5% dos animais. A utilizaçao dos tratamentos nao apresentou benefícios sobre a integridade do vaso quando avaliamos a expressao de AngioII e α-actina.
CONCLUSAO: Neste modelo, a QTS apresentou efeito quelante de P semelhante aos demais já utilizados na prática clínica e aparentemente possui açao benéfica sobre a CV na aorta.

AO: 51414

Efeitos da paratireoidectomia na mineralizaçao óssea de pacientes com doença renal crônica e hiperparatireoidismo secundário

Autores: Geovanna Oliveira Pires*; André Luchesi Teixeira; Fabiana Rodrigues Hernandes; Ivone Braga de Oliveira; Luciene Machado dos Reis; Wagner Vasques Dominguez; Aluizio Barbosa de Carvalho; Vanda Jorgetti

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo

INTRODUÇAO: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma complicaçao da doença renal crônica (DRC) que compromete a integridade do esqueleto, pois o excesso de paratormônio (PTH) aumenta a remodelaçao, especialmente a reabsorçao e diminui a densidade mineral óssea, elevando o risco de fraturas. Os pacientes com HPTS submetidos a paratireodectomia (PTX) passam de uma situaçao de PTH muito elevado para outra onde os níveis do hormônio caem drasticamente. Os efeitos dessa queda sao pouco estudados no tecido ósseo, especialmente em proteínas expressas pelos osteócitos, como o fibroblast growth factor-23 (FGF23), dentin matrix protein 1 (DMP1), matrix extracellular phosphoglycoprotein (MEPE), esclerostina, receptor activator of nuclear factor-kB ligand (RANKL) e osteoprotegerina (OPG), que regulam a remodelaçao e especialmente a mineralizaçao óssea. Estudos que avaliaram biópsias ósseas após a PTX demonstraram baixa remodelaçao e comprometimento da mineralizaçao óssea.
OBJETIVO: Caracterizar a expressao óssea do FGF23, DMP1, MEPE, esclerostina, RANKL e OPG e analisar sua correlaçao com os resultados da histomorfometria de pacientes com HPTS antes e após a PTX.
MÉTODO: Analisamos a histomorfometria com ênfase nos parâmetros de mineralizaçao e a expressao das proteínas ósseas, através da imunohistoquímica, de 10 pacientes com HPTS antes e de 6 a 12 meses após a PTX.
RESULTADO: Após a PTX, houve um aumento significativo na expressao da esclerostina 3,91 ± 2,76 vs. 10,3 ± 1,34 %/p = 0,013) e da OPG [0,88 (0,17-3,03) vs. 1,91 (0,53-16,13) %/p = 0,002]. A variaçao percentual do MEPE se correlacionou inversamente com o intervalo de tempo para a mineralizaçao (MLT) (r= -0,62/p = 0,05) e diretamente com a taxa de formaçao óssea (BFR/BS) (r = 0,73/p = 0,02). Após a PTX, seis pacientes pioraram a mineralizaçao e neles detectamos um aumento significativo na expressao da OPG [1,1 (0,8-3,0) vs. 2,3 (1,2-10,7) %/p = 0,03].
CONCLUSAO: Mudanças marcantes na expressao de proteínas ósseas (esclerostina, OPG e MEPE) que podem potencialmente comprometer a mineralizaçao foram observadas após a PTX.

AO: 51983

Influência do distúrbio mineral e ósseo na ocorrência e progressao da calcificaçao vascular em pacientes em diálise crônica

Autores: Joao Henrique Castro*; Andrezza Belluomini Castro; Edwa Maria Bucuvic; Luis Cuadrado Martin; Janaína S. Martins; Daniela Ponce; Pasqual Barretti; Jacqueline Teixeira Caramori

UNESP de Botucatu

A doença cardiovascular é a principal causa de mortalidade nos pacientes com doença renal crônica (DRC) em programa de hemodiálise e a calcificaçao vascular (CV) é comum nesta populaçao. O principal objetivo deste estudo foi avaliar a associaçao de marcadores do metabolismo mineral e ósseo com a presença e progressao da CV em uma coorte de pacientes em diálise; secundariamente, objetivou identificar as associaçoes clínicas, laboratoriais e da composiçao corporal sobre a presença e progressao da CV. Foram incluídos maiores de 18 anos em diálise crônica há mais de 90 dias. Os pacientes foram submetidos à biópsia óssea no início do seguimento e analisados dados de histomorfometria. Para investigar CV foi utilizada a somatória dos índices radiológicos de Kauppila e Adragao em dois momentos, no início, coincidindo com a realizaçao da biópsia óssea e após 12 meses. Além da investigaçao para CV foram realizadas avaliaçoes clínicas, hormonais, inflamatórias, bioquímicas e nutricionais.
RESULTADOS: 60 pacientes completaram o estudo, 41,7 % do sexo feminino, 43,4% diabéticos, média de idade de 56 anos, variaçao de 25 a 89 anos. No seguimento, 75% dos pacientes apresentavam CV e a progressao ocorreu em 56,86%. Na análise multivariada, a idade > 60 anos (Odds ratio = 50.2, 95%CI = 4.1-618,4, p = 0.002), FGF23 > 3000 Ru/ml (Odds ratio = 5.7, 95%IC = 1,00-329, p = 0.05), e fetuína A > 673 µ/l (Odds ratio = 7.34, 95%CI = 1,26-43,7, p = 0.03) estiveram associados com a CV. Para progressao da CV, a associaçao foi mostrada para idade > 60 anos (Odds ratio = 4.3, 95%CI = 1.003-18.5, p = 0.049), fetuína A > 673 µ/l (Odds ratio = 6.4, 95%CI = 1.47-27.9, p = 0.01), e o nao uso de estatinas (Odds ratio = 5.6, 95%CI = 1.13-28.1, p = 0.03). Nao foi possível mostrar associaçoes com os marcadores da remodelaçao óssea ou com os parâmetros achados de histomorfometria tanto no diagnostico como na progressao da CV.
CONCLUSAO: O presente estudo reforça o papel do envelhecimento e do FGF 23 no processo de CV e a proteçao associada ao uso de estatinas sobre a sua progressao. Altos níveis de Fetuína A apresentaram associaçao paradoxalmente negativa tanto com a presença e progressao da CV, o que pode estar relacionada a alteraçoes metabólicas potencialmente presentes em pacientes com DRC.

AO: 51517

Maior adiposidade da medula óssea está associada diretamente com esclerostina e com doença óssea de baixa remodelaçao em pacientes em diálise peritoneal

Autores: Fellype de Carvalho Barreto; Rodrigo Azevedo de Oliveira; Mariel José Hernandez; Ana Clara Simoes Flórido Almeida*; Luciene dos Reis; Aluizio Barbosa de Carvalho; Vanda Jorgetti; Rosa Maria Affonso Moyses

Pontificia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇAO: O aumento do tecido adiposo na medula óssea tem sido associado ao desenvolvimento de desordens no metabolismo ósseo, como osteoporose.
OBJETIVO: Investigar a possível associaçao entre adiposidade de medula óssea e osteodistrofia renal em pacientes em diálise peritoneal.
MÉTODOS: Neste estudo post-hoc, 41 biópsia ósseas de pacientes renais crônicos em diálise peritoneal (50,3 ± 10,2 anos) foram analisadas através de análise histomorfométrica do tecido ósseo (parâmetros estáticos e dinâmicos) e da adiposidade medular. Parâmetros laboratoriais relacionados ao metabolismo ósseo e mineral, como cálcio, fósforo, PTH, 25(OH)vitaminaD, fosfatase alcalina óssea e esclerostina, foram analisados.
RESULTADOS: A área (Ad.Ar), o perímetro (Ad.Pm) e o volume dos adipócitos (Ad.V/Ma.V) associaram-se positivamente com a idade. Diabéticos apresentaram maior adiposidade medular que nao diabéticos (Ad.V/Ma.V = 50 ± 14 vs. 39 ± 12%; p = 0,009; Ad.Ar = 0.19 ± 0.06 vs. 0.15 ± 0.05 mm2; p = 0.02). Ad.V/Ma.V associou-se inversamente com a fosfatase alcalina óssea (r = -0.32; p = 0.04) e diretamente com a esclerostina (r = 0.38; p = 0.01). Pacientes com Ad.V/Ma.V > 41% (mediana) apresentaram um maior percentual de doença óssea de baixa remodelaçao (p = 0.04); níveis significativamente mais baixos de fosfatase alcalina óssea (39.5 ± 27.3 vs. 65.3 ± 28.9 U/L; p = 0.006) e mais altos de esclerostina (2.3 ± 0.97 vs. 1.6 ± 0.97; p = 0.02) do que os pacientes com AD.V/Ma.V < 41%.
CONCLUSAO: O aumento da adiposidade de medula óssea parece estar relacionado à menor atividade osteoblástica e à doença de baixa remodelaçao óssea em pacientes em diálise peritoneal. A maior adiposidade medular em diabéticos e em indivíduos mais velhos sugere maior fragilidade óssea e, consequentemente, maior risco de fratura. Mais estudos sao necessários para compreender a relaçao entre tecido ósseo e adiposidade medular e sua contribuiçao para a fisiopatologia da osteodistrofia renal.

AO: 50823

Prevalência de intoxicaçao por alumínio e osteoporose: análise retrospectiva parcial do rebrabo

Autores: Cinthia Esbrile Moraes Carbonara*; Fellype Carvalho Barreto; Luciene Machado dos Reis; Melani Ribeiro Custódio; José Edvanilson Barros Gueiros; Cristina Karohl; Vanda Jorgetti; Rodrigo Bueno de Oliveira

Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP

INTRODUÇAO: Os distúrbios mineral e ósseo (DMO) sao frequentes na doença renal crônica (DRC). O Registro Brasileiro de Biópsias Osseas (REBRABO) é uma base de dados nacional retrospectiva e prospectiva dedicada ao estudo do DMO-DRC.
OBJETIVOS: Analisar dados relativos a características clínico-demográficas, laboratoriais e de histologia óssea de pacientes com DMO-DRC.
MÉTODOS: Análise de dados de pacientes submetidos à biópsia óssea em 2008, com análise semi-quantitativa de tecido ósseo e classificaçao pelo TMV (Turnover, Mineralization and Volume). Volume trabecular foi considerado reduzido quando número de trabéculas mostrava-se diminuído, aumento na separaçao entre as mesmas e reduçao na espessura destas. Intoxicaçao por alumínio (Al) e depósito de ferro (Fe) foram diagnosticados quando recobriam 30% da superfície óssea.
RESULTADOS: Avaliadas 149 biópsias de 2008. Os pacientes apresentavam média de idade 45 ± 3 anos, 74 pacientes (54%) do sexo masculino, tempo médio em diálise 97 ± 63 meses, sendo 118 (87%) em hemodiálise (HD). A mediana/média dos níveis séricos de PTH, fosfatase alcalina (FA), cálcio e fósforo foram 981 (374 – 1629) pg/mL, 197 (16 – 425) UI/L, 9 ± 1,4 mg/dL, 5,9 ± 1,7 mg/dL, respectivamente. Os tipos de osteodistrofia renal (OR) foram osteíte fibrosa 75 (52%), doença mista 42 (29%), osteomalácia 7 (5%) e doença óssea adinâmica 18 (13%). 118 (80%) das biópsias ósseas apresentaram alto turnover; entre os pacientes em HD, 102 (86%) apresentaram alto turnover, em contraste com 8 (54%) pacientes em diálise peritoneal (p = 0,003); 24 (89%) apresentaram defeito de mineralizaçao. 14 (14%) apresentaram fratura óssea e 65 (90%) volume ósseo reduzido (osteoporose), sendo que ambas as variáveis nao se relacionaram com o tipo de OR. Depósito de Fe e intoxicaçao por Al ocorreram em 63 (43%) e 72 (49%) pacientes, respectivamente. Pacientes com intoxicaçao por Al apresentaram menores níveis de PTH [551 (313 -1412) vs. 1256 (707 – 1876) pg/mL; p = 0,001] e FA [170 (96 – 291) vs. 293 (136 – 739) UI/mL; p = 0,005]. Pacientes com depósitos de Fe apresentaram menores níveis de PTH [515 (303 – 1256) vs. 1284 (718 -1852) pg/mL; p = 0,001].
CONCLUSOES: Intoxicaçao por Al, osteoporose e defeito de mineralizaçao foram encontrados em parcela expressiva de pacientes; tipo de OR nao teve relaçao com a ocorrência de fratura óssea; o impacto dos diferentes tipos de OR no desfecho clínico deve ser melhor compreendido na fase prospectiva do REBRABO.

AO: 52004

Ultrassonografia Doppler (USD) e cintilografia-mibi (c-mibi) na avaliaçao morfológica e funcional de de glândulas paratireóides no HPTS: efeito do calcimimético

Autores: Maria Isabel Barreto de Farias Torre; Marina de Castro Peixoto; Ludmila Varjao Alves; Hugo Tadeu Amaral; Nayla Karine de Castro Coimbra Orpinelli Ishiyana; Nelson Soares de Sousa Dantas; Marcela Maria Maia Souto; Adriano Souza Lima; Leandro Junior Lucca*

Hospital de Clinicas de Ribeirao Preto – USP

INTRODUÇAO: O HPTS é uma das complicaçoes mais comuns e graves da DRC. Com a evoluçao da DRC as células paratireóides sofrem proliferaçao hiperplásica e/ou nodular. O diagnóstico e o tratamento sao baseados nos parâmetros do metabolismo mineral. O diagnóstico morfológico do HPTS conta com técnicas de imagem complementares, como a Ultrassonografia com Doppler (USD) e a Cintilografia com 99mTc-methoxiisobutilisonitrile (C-MIBI). O principal papel do USD e C-MIBI no HPTS é integrar o diagnóstico clínico definindo o número e volume de glândulas hiperplásicas/nodulares, embora as diretrizes internacionais nao afirmem quando e por que executá-las. O cinacalcete(CNCT) tem sugerido uma mudança na evoluçao do HPTS e da PTX.
OBJETIVO: Avaliar o efeito do CNCT sobre o comportamento funcional e morfológico de glândulas paratireóides (GPT) de pacientes renais crônicos com HPTS, utilizando-se USD e C-MIBI.
MÉTODO: O presente é parte de um estudo que visa avaliar o comportamento morfológico e funcional de GPT em HPTS com o uso de CNCT. Mulher, 38 anos, em HD há 7 anos, PTHi 1207pg/mL, foi submetida além das medidas padroes de tratamento do HPTS, ao CNCT com doses de até 180mg/dia e posterior ajuste para atingir valores de PTHi dentro da meta KDOQI(150-300pg/mL), visando o controle metabólico do DMO-DRC, obtido após 2 anos. No início (T1) e no final do período (T2) foi submetida a USD (número, localizaçao, tamanho e vascularizaçao das GPT) e C-MIBI (número, localizaçao e funcionalidade das GPT). Para avaliar a funcionalidade, definiu-se graus de captaçao (0-1-2-3) do MIBI pelas GPT.
RESULTADOS: As USD nos T1/T2 mostraram: LIE 0,77×0,5×0,71cm/nao visualizada; LSE 1,1×0,88×0,53/1,1×0,8×0,6cm; LID 0,88×0,5×1,0 e 0,6×0,4×0,5/1,16×0,9×0,9 e 0,8×0,6×0,7cm. A captaçao das GPT com C-MIBI nos T1/T2 mostraram: LIE Grau 2/1; LSE 1/0; LID 2-1/0-0.
CONCLUSAO: Avaliaçao das alteraçoes morfológicas, vasculares e funcionais de GPT hiperplásicas/nodulares sao úteis para orientar e apoiar estratégias clínicas, medicamentosas, cirúrgicas e terapia de injeçao percutânea de etanol. Estudos epidemiológicos sao necessários para estabelecer a forma como a USD e C-MIBI poderiam mudar a gestao do HPTS e por que deveriam ser repetidas em pacientes com HPTS nao controlado. O CNCT parece nao mudar a história morfológica (tamanho, número e vascularizaçao) das GPT, mas interfere evidentemente na funcionalidade celular das mesmas.

DOENÇA RENAL CRONICA

AO: 51426

Efeito de p-cresol e p-cresil sulfato na expressao de oatl em células rasm

Autores: Regiane Stafim da Cunha; Giane Favretto*; Paulo Cézar Gregório; Rayana Ariane Pereira Maciel; Alessandra Becker-Finco; Roberto Pecoits-Filho; Andréa Emília Marques Stinghen

Universidade Federal do Paraná

As toxinas urêmicas p-cresol (PC) e seu conjugado p-cresil sulfato (PCS) contribuem para a progressao de diversas complicaçoes clínicas da uremia, como a aterosclerose em pacientes com doença renal crônica (DRC). A captaçao de PC e PCS na célula é mediada por proteínas transportadoras tais como o OAT1, da família dos transportadores de ânions orgânicos (OAT). O presente estudo avaliou o efeito de PC e PCS na expressao de OAT1 em células vasculares musculares lisas de coelho (RASM). As células musculares foram tratadas com PC e PCS, respectivamente, nas concentraçoes normal (0,6 e 0,08 mg/L), urêmica (20,1 e 1,75 mg/L) e máxima urêmica (40,7 e 2,6 mg/L) por 24 horas. A viabilidade celular foi avaliada pelo ensaio de MTT, com ou sem probenecid (Pb) a 2,5 mM, agente uricosúrico descrito como inibidor de OATs. A expressao de OAT1 foi investigada por imunocitoquímica e dot-blot. O tratamento das células com PC diminuiu significativamente a viabilidade celular nas concentraçoes urêmica (p < 0,05) e máxima urêmica (p < 0,0001). O mesmo aconteceu com PCS em todas as concentraçoes testadas (p < 0,0001). Quando as células foram tratadas com Pb, a viabilidade celular foi restabelecida (p < 0,0001). A imunocitoquímica demonstrou visualmente uma marcaçao positiva para OAT1. O dot-blot mostrou um aumento significativo de OAT1 no tratamento com PC na concentraçao máxima urêmica (p < 0,01) quando comparado ao controle. Dados da literatura demonstram que tanto a camada íntima como a camada média do vaso participam ativamente do processo inflamatório vascular e da aterogênese. O presente estudo demonstrou que a captaçao de PC e PCS pelas células musculares se dá via OAT1, e que o bloqueio seletivo com Pb pode representar uma estratégia terapêutica a fim de reverter os eventos deletérios da uremia.

AO: 51668

Efeito do treinamento resistido intradialítico de alta intensidade na força muscular, capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com doença renal crônica

Autores: Antônio Paulo André de Castro*; Sérgio Ribeiro Barbosa; Júlia Bonifácio Ribeiro Oliveira; Guilherme Ligório Benedito Domingues; Giovanna Peduzzi Costa; Henrique Novais Mansur; Mônica Barros Costa; Rogério Baumgratz de Paula

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇAO: A perda de massa muscular, comum em pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD), resulta em reduçao da força muscular (FM) e da capacidade funcional (CF). Estudos destacam o impacto negativo dessa associaçao na qualidade de vida (QV) e aumento do risco de hospitalizaçao, quedas e mortalidade nesta populaçao. Como observado em outras patologias, a reduçao da FM e da CF pode ser revertida com o treinamento resistido (TR).
OBJETIVOS: Investigar o efeito de 3 meses de TR intradialítcico (TRI) de alta intensidade nos níveis de FM, CF e QV de pacientes com DRC.
METODOLOGIA: Vinte e quatro pacientes sedentários (idade: 54,0 ± 11,8 anos; tempo em HD: 64,5 ± 73,7 meses; IMC: 24,9 ± 8,7 kg/m2) foram submetidos a 3 meses de TRI de alta intensidade, 3 vezes por semana, na primeira hora da HD. A intensidade do treinamento foi determinada pela percepçao subjetiva do esforço (13 a 15 na escala de BORG; pesado a muito pesado). Foram realizados exercícios para os principais grupos musculares (dorsais, peitoral, deltóide, quadríceps, isquiotibiais, flexores plantar, abdômen e flexores e extensores de cotovelo) utilizando halteres e caneleiras. Realizou-se teste de handgrip para determinar a FM, teste de sentar-levantar em 30 segundos (TSL-30) para avaliar força de membros inferiores e velocidade de caminhada (VC) para determinar a CF. Para avaliaçao da QV aplicou-se o questionário SF-36.
RESULTADOS: Após 875 sessoes de TRI nao foram observadas intercorrências que implicassem na suspensao do treinamento ou atendimento fora da rotina dos pacientes. O TRI se associou a aumento da FM (22,0 ± 11,4 vs. 32,0 ± 11,2 kgf; p = 0,013), do TSL-30 (12,0 ± 3,4 vs. 17,0 ± 2,0 repetiçoes; p < 0,001), da VC (0,9 ± 0,3 vs. 1,2 ± 0,2 m/s; p < 0,012) e de todos os domínios da QV (capacidade funcional: 75,0 ± 23,1 vs. 95,0 ± 12.2 p < 0,001; limitaçao física: 50,0 ± 41,0 vs. 100,0 ± 29,02 p < 0,001; dor: 61,0 ± 36,6 vs. 100,0 ± 20,5 p < 0,001; estado geral de saúde: 52,0 ± 20,4 vs. 67,0 ± 18.3 p = 0,015; vitalidade: 60,0 ± 23,0 vs. 80,0 ± 21,7 p = 0,005; aspectos sociais: 287,5 ± 36,9 vs. 100,0 ± 12,4 p < 0,001; limitaçoes emocionais: 66,6 ± 47,9 vs. 100,0 ± 29,2 p = 0,002; saúde mental: 76,0 ± 23,6 vs. 88,0 ± 10,6 p < 0,001).
CONCLUSAO: O TRI foi um procedimento seguro e eficaz em promover aumento dos níveis de FM, CF e melhorou todos os parâmetros de QV dos pacientes com DRC, revelando-se um importante componente adjuvante a ser inserido na terapeutica destes pacientes.

AO: 51955

Effect of exercise training on chronic kidney disease progression in nondiabetic patients with high blood pressure: a randomized controlled trial

Autores: Franklin Correa Barcellos; Fabricio Boscolo Del Vecchio; Annelise Reges; Gregore Mielke; Iná S Santos; Daniel Umpierre; Maristela Bohlke*; Pedro C Hallal

Universidade Católica de Pelotas

BACKGROUND: Chronic kidney disease (CKD) is a progressive illness that leads to endstage renal disease and renal replacement therapy. Observational studies have found that higher physical activity is associated with slower rates of glomerular filtration rate (GFR) decline. However, there is no definitive evidence on exercise-structured programs. This study evaluated the effects of exercise on GFR decline in CKD patients. Study Design: Randomized controlled trial. Setting & Participants: Non-diabetic patients with high blood pressure and CKD stages II-IV. Among 935 eligible individuals, 150 individuals were randomized into the intervention or control group. Intervention: The exercise training consisted of sessions of resistance and aerobic exercises, three times per week for 16 weeks. Outcome Measures: The primary outcome measure was estimated GFR. Secondary outcome measures included blood pressure, weight, fasting glucose, lipid profile, high-sensitivity C-reactive protein, hemoglobin levels and health-related quality of life.
RESULTS: 76 participants were allocated to the intervention and 74 to the control group. The decrease in GFR was faster in the control group than in intervention group (-2.6 against -1.9 mL/minute/1.73m2), but the between-groups difference was not significant (+0.7; -4.0 to +5.4 mL/minute/1.73m2) considering time and intervention interaction. CRP, mean body weight and fasting glucose levels had a significant reduction (p < 0.01) throughout the study in the intervention, but not the control group. Blood pressure decreased in both groups, physical fitness increased in the intervention group and there were no changes in quality of life. Limitations: Attrition bias can have been introduced due lost to follow-up, but assessment of the caracteristic whom were lost to follow-up not different who were analysed.
CONCLUSIONS: Sixteen weeks of physical training have no impact on eGFRs decline in non-diabetic hypertensive patients with CKD stages II-IV. However, exercise reduced PCR, body weight and fasting glucose levels in this highrisk population. NCT01155128.

“PREMIO MELHOR TEMA LIVRE APRESENTADO NO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE NEFROLOGIA 2016”
3° LUGAR

AO: 51938

Impacto da proteína ligante pró inflamatória dos receptores dos produtos finais de glicaçao avançada (AGEs) (EN-RAGE, s100a12) e dos receptores solúveis circulantes para os ages (sRAGE) sobre a mortalidade em pacientes com DRC estágio3-5

Autores: Marcelo Mazza do Nascimento; Shirley Yumi Hayashi; Maria Aparecida Pachaly; Miguel Carlos Riella; Bengt Lindholm

Universidade Federal do Parana

INTRODUÇAO E OBJETIVOS: A ativaçao dos receptores dos produtos finais de glicaçao avançada AGEs (RAGE) está implicada no desenvolvimento e progressao de complicaçoes vasculares. Este trabalho teve por objetivo investigar as associaçoes entre os níveis circulantes do ligante S100A12 -RAGE, também conhecido como EN-RAGE (receptor para proteína ligantes dos AGEs e receptores solúveis para os RAGE (sRAGE)) e as causas de mortalidade (incluindo cardiovascular) em pacientes com DRC estágios. 3-5.
MÉTODOS: 145 pacientes com DRC estágio 3-5 (mediana de idade de 61 anos, 61% homens) sendo 36 em hemodiálise (HD), 55 em diálise peritoneal (DP) e 54 com DRC estágios 3-5 tiveram suas características clínicas analisadas além de marcadores do metabolismo mineral (incluindo o fator de crescimento de fibroblasto, FGF-23), de inflamaçao (albumina sérica, PCR de alta sensibilidade (PCRas) e interleucina-6; IL-6) como também as concentraçoes plasmáticas de S100A12 e sRAGE foram medidas no início do período de observaçao. A sobrevida foi analisada após 66 meses de seguimento.
RESULTADOS: Os níveis séricos de S100A12 e sRAGE foram significativamente associados com a PCRas (ρ = 0.24; p < 0.05; E ρ = 0.24; p < 001) e IL-6 (ρ = 0.25; p < 0.01, e ρ = 0.25; p < 0.001), respectivamente Após um período de observaçao de 66 meses a sobrevida (avaliada pela curva de Kaplan Meier foi significativamente diferente de acordo com os níveis plasmáticos de S100A12 (χ2 = 8.09; p < 0.01) mas nao com os níveis de sRAGE (χ2 = 2.19; p = 0.13). Finalmente, na análise multivariada de Cox somente S100A12 (HR = 2.08 ((95% IC) 1.21-3.66) e idade (HR = 1.81(95% IC 1.06-3.06) foram independente associados com o risco elevado de óbito.
CONCLUSAO: o aumento da concentraçao plasmática de S100A12 está associada com a inflamaçao e possivelmente reflete a ativaçao dos RAGE potencializando a doença vascular e o aumento da mortalidade em pacientes com DRC estágio 3-5.

AO: 51516

Impacto do exercício físico intradialítico na força muscular em pacientes renais crônicos

Autores: Bernardo Dias*; Angiolina Campos Kraychete; Cacia Mendes Matos; Sergio Luiz Moura Correia

Instituto de Nefrologia e Dialise

A reduçao da atividade física tem grande impacto na qualidade de vida de portadores de insuficiência renal crônica: restringe a vida social, laboral e as atividades da vida diária. A fraqueza muscular é um importante fator associado à reduçao da atividade física. Intervençoes visando melhorar a força muscular destes pacientes podem contribuir para melhorar a sua capacidade funcional e qualidade de vida.
OBJETIVO: Avaliar o impacto do exercício físico intradialitico na força muscular de pacientes renais crônicos em hemodiálise (HD).
MÉTODOS: Participaram do estudo 53 pacientes adultos em HD por mais de 90 dias e que nao apresentavam história de infarto agudo do miocárdio, angina instável ou claudicaçao intermitente nos últimos 90 dias. Os exercícios foram realizados sob supervisao de um fisioterapeuta, nas 2 primeiras horas da HD, 3 vezes por semana, durante o período de 6 meses. O programa consistiu de treino aeróbico por 30 minutos, em bicicleta fixa, seguidos de exercícios de resistência muscular localizada, com flexao e extensao de MMII e MMSS, usando carga de 10% da força máxima. Avaliaçoes da força muscular (quadríceps, isquiotibias, tríceps) usando um dinamômetro digital e da pressao inspiratório máxima (força diafragmática) usando o Power Breathe, foram feitas antes do inicio do programa e após 6 meses e foram apresentadas como média e desvio padrao. Teste t pareado foi utilizado para avaliar as diferenças das medidas antes e após a intervençao, usando o SPSS, versao 14.0 for Windows.
RESULTADOS: A média de idade dos participantes foi 54 ± 12,44 anos, sendo 30 (55,6%) do sexo masculino. Observou-se que, comparado com as medidas basais realizadas antes do inico do programa, houve importante ganho de força muscular no quadríceps esquerdo (6,8 ± 2,64 α 9,3 ± 2,25), quadríceps direito (6,69 ± 2,62 α 9,44 ± 3,16, isquiotibias esquerdo (6,87 ± 2,20 α 11,43 ± 2,35), isquiotibias direito (7,10 ± 2,0 α 11,66 ± 2,80), tríceps esquerdo (4,8 ± 1,7 α 8,0 ± 1,7) e tríceps direito (5,9 ± 2,7 α 8,2 ± 2,4) assim como da pressao inspiratória máxima (45,13 ± 16,86 α 54,84 ± 16,16), todos com p < 0,001. Nenhum paciente interrompeu o programa por intolerância ao exercício.
CONCLUSAO: Exercícios físicos supervisionados durante a hemodiálise podem ser bem tolerados e promover importante aumento da força muscular destes pacientes.

AO: 51662

Inflamaçao em pacientes com doença renal crônica: papel das toxinas urêmicas provenientes da microbiota intestinal

Autores: Natália A. Borges; Carla J. Dolenga; Lia S. Nakao; Roberto Pecoits-Filho; Milena B. Stockler-Pinto; Denise Mafra*

Universidade Federal Fluminense

O desequilíbrio da microbiota intestinal e as alteraçoes na barreira intestinal de pacientes com doença renal crônica (DRC) tem sido associados ao acúmulo plasmático de toxinas urêmicas. Diversos estudos têm demonstrado que tais toxinas podem induzir inflamaçao, o que poderia explicar pior prognóstico desses pacientes. Indoxil Sulfato (IS), p-Cresil Sulato (p-CS) e Acido Indol-3-Acético (AIA) produzidas no intestino tendem a se acumular com a progressiva reduçao da filtraçao glomerular atingindo níveis mais elevados na fase dialítica, uma vez que os procedimentos dialíticos convencionais nao sao eficientes em remover tais solutos. O objetivo deste estudo foi verificar a relaçao entre os níveis plasmáticos de IS, p-CS e AIA e marcadores inflamatórios em pacientes com DRC. Este estudo transversal incluiu 21 pacientes em tratamento conservador [43% homens, 63,0 ± 7,8 anos, taxa de filtraçao glomerular: 34.4 ± 12,5 ml/min] e 29 pacientes em hemodiálise (HD) [58% homens, 52,7 ± 10,3 anos, 54 (31-94,5) meses em HD]. Os níveis plasmáticos totais de IS, p-CS e AIA foram mensurados por HPLC. Proteína C-reativa (PCR), Interleucina-6 (IL-6) e Proteína Quimioatrativa de Monócitos-1 (MCP-1) foram analisados por ensaio imunoenzimático. Pacientes em HD apresentaram maiores níveis de marcadores inflamatórios (PCR = 3,6 (1,2-9,0) mg/dL; IL-6 = 40,0 ± 22,0 pg/mL; MCP-1 = 263,9 ± 53,5 pg/mL) quando comparados aos pacientes em tratamento conservador (PCR = 1,8 (0,7 5,4) mg/dL; IL-6 = 26,0 ± 13,0pg/mL; MCP-1 = 144,2 ± 28,4 pg/mL, p < 0,05). Os níveis de toxinas urêmicas também foram maiores nos pacientes em HD (IS = 35,0 ± 12,9 mg/L; p-CS = 52,6 (32,7-69,5) mg/L; AIA = 553,0 ± 342 ug/L) do que nos pacientes em tratamento conservador (IS = 3.4 ± 2,9 mg/L; p-CS = 20,9 (10,2-28.0) mg/L; AIA = 149,8 ± 79,5 ug/L). Os níveis plasmáticos de IL-6 foram positivamente correlacionados com os níveis de IS (r = 0,49; p = 0,03), p-CS (r = 0,35; p = 0,04) e AIA (r = 0,36; p = 0,03). Adicionalmente, observou-se correlaçao positiva entre os níveis de MCP-1 e IS (r = 0,72; p = 0,000), p-CS (r = 0,48; p = 0,001) e IAA (r = 0,75; p = 0,0001). A regressao linear mostrou que IS foi preditor independente para os níveis de IL-6 após ajuste para idade, gênero, IMC, IAA e p-CS. (β = 0,62, p = 0,04). As toxinas urêmicas parecem induzir elevaçao dos níveis de IL-6 e MCP-1, sendo importantes fatores de risco para inflamaçao e doença cardiovascular nos pacientes com DRC.

AO: 51906

Losartan regula a expressao de klotho via ppar-gama em modelo de ablaçao renal

Autores: Edgar Maquigussa*; Mariana Silva Perez; Gabriel Henrique de Oliveira Pokorny; Josne Paterno; Nestor Schor; Mirian Aparecida Boim

UNIFESP

INTRODUÇAO: Klotho é uma proteina transmembrana que está presente principalmente no rim. Klotho solúvel atua como um fator endócrino com diversas funçoes, entre elas, na reduçao da fibrose através de mecanismos que envolvem a ativaçao das vias da Wnt e do TGF-beta. A expressao de klotho está diminuída em pacientes com DRC. O bloqueio do sistema renina angiotensina (SRA) é uma estratégia importante na reduçao da progressao da DRC. A hipótese deste estudo é mostrar uma ligaçao entre os efeitos pró-fibróticos do SRA e do klotho.
OBJETIVO: Avaliar o efeito do losartan na via do klotho/Wnt em modelo de DRC e em modelo in vitro utilizando célula epitelial de túbulo distal.
MÉTODOS: Foram utilizados ratos Wistar machos, submetidos à nefrectomia de 5/6 (NX). Os animais nefrectomizados foram separados em três grupos: Grupo sem tratamento (NX), grupo tratado com losartan (LOS; 25mg/kg/dia, água de beber) e grupo tratado com propranolol (PROP;25mg/Kg/dia, água de beber). Resultados foram comparados com o grupo SHAM (Controle). Após 8 semanas, todos os animais foram sacrificados. A pressao arterial foi avaliada por plestimografia da artéria caudal. A expressao renal de colágeno, de FSP1, da via de sinalizaçao do klotho (Klotho, Wnts e GSK3β) e do PPAR-gama foram avaliadas por PCR em tempo real e western blotting. No modelo in vitro foram utilizadas células MDCK (túbulo distal) incubadas com angiotensina II e losartan.
RESULTADOS: Os animais NX apresentaram hipertensao arterial que foi revertida nos grupos LOS e PROP. O grupo NX apresentou aumento na expressao de colágeno e FSP1, o qual foi revertido pelo losartan mas nao pelo propranolol. A expressao de klotho foi reduzida nos animais NX, a qual foi revertida apenas no grupo LOS. E o padrao da expressao do PPAR-gama foi semelhante ao do klotho. Além disso, o grupo LOS apresentou diminuiçao na expressao da Wnt7a comparado ao grupo NX. Nao houve alteraçao na expressao da Wnt 3 e GSK3β. No modelo in vitro, o tratamento com angiotensina II diminuiu a expressao de klotho e o losartan impediu esse efeito.
CONCLUSAO: Estes dados demonstram que o efeito benéfico do losartan na minimizaçao da fibrose tecidual pode ser mediado, pelo menos em parte, pelo klotho, uma vez que o propranolol nao interferiu na expressao dos marcadores de fibrose e nem do klotho. O PPAR-gama participa da regulaçao do klotho, e o nosso estudo indica que a regulaçao do klotho pela angiotensina II pode ocorrer via PPAR-gama.

AO: 49496

Mapeamento físico completo do gene VDR e seu impacto na sobrevida dos pacientes em hemodiálise

Autores: Cleber Machado de Souza*; Ana Paula Braosi; Sônia Mara Luczyszyn; Márcia Olandoski; Miguel Carlos Riella; Paula Cristina Trevilatto; Roberto Pecoits-Filho

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇAO: A ativaçao do receptor da vitamina D (VDR) está envolvida em várias funçoes fisiológicas além de outros estados alterados tais como hipertensao, metabolismo mineral e inflamaçao. Estes distúrbios sao determinantes cruciais na progressao ao estágio final da doença renal e também sao importantes fatores de risco para a mortalidade desses pacientes, principalmente devido a causas cardiovasculares. Na doença renal tem sido descrita uma diversidade genética em relaçao ao gene VDR sendo limitada nessa análise em alguns polimorfismos funcionais.
OBJETIVOS: Analisar, após cobertura completa, a prevalência de polimorfismos no gene VDR em um grupo de pacientes em hemodiálise (HD) em comparaçao com controles saudáveis. Analisar o impacto destes polimorfismos na sobrevivência do paciente em terapia dialítica.
MÉTODOS: 122 pacientes em hemodiálise e 120 controles saudáveis (funçao renal normal). Os polimorfismos-chave (tag SNPs) capturam a informaçao completa do gene em termos de variabilidade e foram escolhidos com base no International HapMap Project. A genotipagem dos tag SNPs foi realizada pela técnica de PCR em tempo real (TaqMan® – Applied Biosystems). Os pacientes em HD foram seguidos até a ocorrência de um evento fatal resultando no objetivo primário para a análise de sobrevida de acordo com os genótipos.
RESULTADOS: Houve diferença estatística na prevalência dos marcadores rs10875695 (genótipo CC; 62,3 vs. 46,6%, p = 0,049), rs11168293 (genótipo GG; 50,8 vs. 47,1%, p = 0,028) e rs2189480 (genótipos AA + CA; 61,5 vs. 48,7%, p = 0,052), respectivamente, em pacientes HD em comparaçao aos controles. O agrupamento CC + CT e o genótipo CC para o rs2248098 (p = 0,021 e p = 0,051) e o genótipo AA do rs886441 (p = 0,050) apresentaram uma taxa de mortalidade significativamente mais elevada. Em uma análise multivariada os rs2248098, rs7963776 e rs7975232 foram significativos juntamente com gênero, idade, diabetes e doenças cardiovasculares.
CONCLUSAO: Estes resultados sugerem uma maior prevalência de alguns tag SNPs (rs10875695, rs11168293 e rs2189480) do gene VDR em pacientes em HD. Além disso, o rs2248098 e o rs886441 mostraram-se como marcadores de risco independentes na mortalidade em pacientes HD.

AO: 51633

MCP-1/CCL2 urinária na doença renal crônica em pacientes cadastrados no programa hiperdia do município de Divinópolis/MG, Brasil

Autores: Danyelle Romana Alves Rios; Lucas Ferreira Alves; Thalles Trindade de Abreu; Núbia Chouchounova Silva Neves; Letícia Gonçalves Ferreira Resende; Isabela Lourdes Rosiany; Sérgio Pinto Wyton; Alba Otoni*

Universidade Federal de Sao Joao Del Rei

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC), um problema de saúde pública, é definida como anormalidades da estrutura ou funçao dos rins, presente por mais de três meses, com implicaçoes para a saúde. Estudos recentes têm considerado o papel da inflamaçao subclínica e a produçao de citocinas na progressao da DRC. A proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1) ou quimiocina C-C ligante 2 (CCL2) atrai e ativa monócitos ao se ligar a seu receptor CCR2 e induz fibrose túbulo-intersticial ao recrutar macrófagos, que secretam fator de crescimento transformante beta 1. Atualmente, têm sido propostos perfis específicos de citocinas e quimiocinas em pacientes com acometimentos renais, em especial a MCP-1/CCL2.
OBJETIVO: Avaliar os níveis séricos e urinários da quimiocina MCP-1/CCL2 em pacientes com diabetes e hipertensao classificados como alto risco para doenças cardiovasculares cadastrados no Hiperdia de um Município de médio porte de Minas Gerais.
MÉTODO: Trata-se de estudo transversal realizado entre maio de 2014 e agosto de 2015 com 87 pacientes com diabetes e hipertensao de alto risco para doenças cardiovasculares cadastrados no Hiperdia de Divinópolis/MG. Destes, 42 pacientes foram diagnosticados com DRC e 45 nao apresentaram DRC. O diagnóstico de DRC foi feito quando havia alteraçao nos marcadores de funçao renal: Taxa de Filtraçao Glomerular (TFG) < 60 mL/min/1,73 m2 e/ou razao albumina/creatinina urinárias (RAC) > 30 mg/g em dois momentos distintos (pelo menos três meses de intervalo entre as coletas).
RESULTADOS: Os níveis urinários de MCP-1/CCL2 dos pacientes com DRC foram significativamente mais elevados quando comparados aos pacientes sem DRC [260,9 (161,4-454,0) vs. 166,4 (80,1-296,1), p = 0,010]. Além disso, foi observada correlaçao positiva entre a RAC e MCP-1/CCL2 urinária (r = 0,260; p = 0,015), sugerindo que quanto maior a RAC maiores os níveis de MCP-1/CCL2 urinárias. Os níveis séricos de MCP-1/CCL2 nao foram diferentes entre os pacientes com e sem DRC.
CONCLUSAO: Os níveis urinários de MCP-1/CCL2 mostraram-se elevados em pacientes com DRC e acompanharam o aumento da RAC, de forma que esse marcador pode ser uma alternativa importante para a avaliaçao da lesao renal. No entanto, mais estudos com outras populaçoes devem ser realizados para confirmar esse achado.

AO: 45434

O carbonato de sevelamer reduz a inflamaçao em células endoteliais humanas expostas aos AGEs

Autores: Paulo C. Gregório*; Giane Favretto; Guilherme Sassaki; Regiane da Cunha; Alessandra Becker-Finco; Roberto Pecoits-Filho; Wesley M. Souza; Fellype C. Barreto; Andréa Stinghen

Universidade Federal do Paraná

INTRODUÇAO: Os produtos de glicaçao avançada (AGEs) sao toxinas urêmicas envolvidas na disfunçao endotelial e doença cardiovascular na doença renal crônica (DRC). O Sevelamer, um quelante de fósforo que nao contém cálcio nem metal, possui propriedades pleiotrópicas e anti-inflamatórias, possivelmente devido ao efeito quelante sobre outras toxinas urêmicas.
OBJETIVO: Avaliar o efeito in vitro do Sevelamer na disfunçao endotelial causada por AGEs em células endoteliais humanas.
MÉTODOS: Os AGEs foram preparados por glicaçao da albumina e caracterizados por absorbância e eletroforese em gel de poliacrilamida. A fim de excluir a contaminaçao dos AGEs sintetizados, os níveis de endotoxinas, foram mensurados pelo método de Limulus Amebocyte Lysate (LAL). As células endoteliais humanas foram incubadas em meio de cultura contendo AGEs (0,2 mg/mL) com ou sem Sevelamer (3%). A viabilidade celular foi avaliada pelo ensaio de MTT. Os níveis de IL-8 foram avaliados pelo método de ELISA no sobrenadante celular. A expressao de receptor para AGEs (RAGE) foi avaliada por imunocitoquímica e Western blot. A propriedade quimiotática do sobrenadante celular, após a exposiçao aos AGEs com ou sem Sevelamer, foi avaliada em modelo de monócitos humanos (células U-937) por meio do ensaio de migraçao celular com auxílio da câmara de Boyden.
RESULTADOS: A viabilidade celular nao foi afetada pela exposiçao aos AGEs ou ao Sevelamer. A expressao de RAGE foi induzida pelos AGEs (p < 0,005 vs controle); e diminuída pelo tratamento com Sevelamer (p < 0,05 vs. AGEs isoladamente). Os níveis de IL-8 aumentaram significativamente após 6h de tratamento com AGEs (p < 0,005 vs. grupo controle) assim como após a exposiçao conjunta aos AGEs mais Sevelamer (p < 0,05 vs. AGES isoladamente). A quimiotaxia de monócitos induzida pelo sobrenadante de células endoteliais foi significativamente maior com a exposiçao aos AGEs (p < 0,05 vs grupo controle), enquanto que o Sevelamer foi capaz de reduzi-la (p < 0,05 vs. AGEs isoladamente).
CONCLUSOES: Nossos resultados sugerem que o Sevelamer é capaz de se ligar in vitro a outras toxinas urêmicas além do Pi, tais como os AGEs. Essa açao quelante adicional pode ser uma das responsáveis pelo efeito pleiotrópico dessa medicaçao, o que, por sua vez, pode contribuir para um efeito benéfico sobre o sistema cardiovascular.

AO: 51764

O papel da imunidade inata na evoluçao da nefropatia crônica experimental decorrente de ablaçao renal de 5/6 (NX)

Autores: Camilla Fanelli; Jessica K Okuma; Simone CA Arias; Flavia G Machado; Victor F Avila; Viviane D Faustino; Gizely CS Moreira; Orestes Foresto-Neto; Lisienny CT Rempel; Claudia R Sena; Vivian L Viana; Denise MAC Malheiros; Niels OS Camara; Clarice K Fujihara; Roberto Zatz*

Universidade de Sao Paulo

A ativaçao da imunidade inata pode participar da patogênese e progressao da doença renal crônica (DRC). Resultados anteriores mostraram que a inibiçao do NFkB atenua a lesao renal no modelo Nx. Aqui, avaliamos a ativaçao da via NLRP3/Casp1/Il1-b ao longo da progressao da DRC nesse modelo. Ratos Munich-Wistar foram estudados aos 7, 15, 60 e 120 dias após Nx. Um grupo de ratos com cirurgia simulada (S120) foi seguido até 120 dias. Analisamos: Pressao caudal (PC), albuminúria (ALB), esclerose glomerular (IEG), expansao intersticial (INT) e infiltraçao macrofágica (ED1), assim como a expressao gênica tecidual (qPCR) de TLR4, NLRP3, Caspase1 (Casp1) e Interleucina-1b (IL-1b) e a expressao protéica de TLR4 (% de túbulos por IHQ), Casp1 (WB) e IL-1b (ELISA). (Média ± EP; p < 0,05 a p < 0,05 vs. S120, b p < 0,05 vs. NX7, c p < 0,05 vs. NX15, d p < 0,05 vs. NX60) Tabela1: Parâmetros fisiológicos e funçao renal. S120 NX7 NX15 NX60 NX120 PC (mmHg) 142 ± 1 168 ± 5a 186 ± 5ab 209 ± 3abc 216 ± 4abc ALB (mg/24h) 8 ± 2 44 ± 11 108 ± 15ab 112 ± 18ab 177 ± 11abc IEG 0,2 ± 0,1 0,1 ± 0,1 0,1 ± 0,1 29 ± 8abc 105 ± 17abcd INT(%) 0,1 ± 0,1 0,5 ± 0,1 0,5 ± 0,2 4,4 ± 0,6abc 4,9 ± 0,3abc ED1(cel/mm2) 22 ± 3 45 ± 9 121 ± 24 151 ± 25ab 227 ± 28abc Tabela2: Componentes da imunidade inata. qPCR(xS120) S120 NX7 NX15 NX60 NX120 IL-1b 1,1 ± 0,2 1,0 ± 0,2 1,6 ± 0,3 4,0 ± 1,1ab 3,3 ± 0,3ab Casp1 1,0 ± 0,3 1,2 ± 0,2 2,4 ± 0,4ab 2,9 ± 0,5ab 2,5 ± 0,2ab TLR4 1,1 ± 0,4 2,1 ± 0,6 2,7 ± 0,4a 2,9 ± 0,5a 3,4 ± 0,3a NLRP3 1,2 ± 0,2 1,8 ± 0,6 3,0 ± 0,6 4,4 ± 1,1a 5,0 ± 1,4ab IHQ/ELISA/WB TLR4 15 ± 5 26 ± 3 16 ± 2 38 ± 3abc 34 ± 2ac IL-1b 0,7 ± 0,1 0,8 ± 0,1 2,5 ± 0,4ab 2,8 ± 0,5ab 2,2 ± 0,5a Casp1(xS120) 1,0 ± 0,3 1,9 ± 0,4 1,9 ± 0,4 1,9 ± 0,4 2,5 ± 0,4 Como esperado, os ratos Nx exibiram progressiva elevaçao da PC, ALB, IEG e INT. Em paralelo, mostraram uma tendência à progressiva ativaçao de componentes da imunidade inata a partir de 15 dias após Nx, quando a lesao renal estrutural nao era ainda perceptível, embora já houvesse aumento de PC e ALB. Nao foi observada ativaçao da imunidade inata nos animais S em nenhum dos tempos de estudo.
CONCLUSAO: Ativaçao da via da imunidade inata representada por NLRP3/Casp1/Il1-b acompanhou a deterioraçao dos parâmetros funcionais e histológicos no modelo Nx, sugerindo sua participaçao na progressao da DRC associada.

AO: 50075

Progressao da DRC em pacientes com DM2: incidentes vs. prevalentes em tratamento conservador

Autores: Victória Cabral Silveira Monteiro de Godoy*; Silvia R Manfredi; Adriano Ammirati; Maria Eugênia Fernandes Canziani

Universidade Federal de Sao Paulo – UNIFESP

INTRODUÇAO: O Diabetes Mellitus do Tipo 2 (DM2) é considerado um problema de saúde pública de alto impacto econômico, com altas taxas de morbidade e mortalidade especialmente relacionadas à Doença Renal Crônica (DRC). O maior conhecimento dos fatores de risco relacionados à progressao da DRC permite adotar estratégias terapêuticas que podem alterar o curso natural da doença.
OBJETIVOS: Comparar as características clínicas e a progressao da DRC de pacientes com DM2 incidentes e prevalentes em um ambulatório de tratamento conservador.
CASUISTICA E MÉTODOS: Estudo retrospectivo que avaliou os pacientes com DRC e DM2 acompanhados em um ambulatório de tratamento conservador em 2014, que correspondeu a 40% dos pacientes atendidos nesse período. Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais de 685 pacientes [69 (61-76)anos; 61% homens, 29 (20-39)mL/min/1.73m2]. A progressao da DRC foi avaliada nos pacientes com 2 ou mais valores de taxa de filtraçao glomerular estimadas (TFGe) no período, os pacientes que apresentaram valores maiores que 0ml/min/mês entre a primeira e a última TFGe foram considerados progressores.
RESULTADOS: Quando comparados aos pacientes prevalentes, os incidentes eram mais jovens [66(59-76) vs. 69(62-76) anos; p = 0,03) e nao brancos (53 vs. 44%; p = 0,02). O uso de insulina e anti-diabéticos orais foi semelhante nos 2 grupos (51 vs. 54%; p = 0,48; 46 vs. 44%; p = 0,54, respectivamente). A prevalência de DCV prévia (35 vs. 49%; p = 0,004) foi menor dentre os pacientes incidentes, porém as pressoes arterial sistólica [150(130-160) vs. 130(120-150)mmHg; p = 0,001) e diastólica [80(80-91) vs. 80(70-90)mmHg; p = 0,006)] foram maiores. Esse grupo apresentou menores valores de TFGe [27(18-36) vs. 30(21-40) mL/min/1.73m2; p = 0,01) e hemoglobina [12(11-14) vs. 13(12-14) g/dL; p = 0,009]. A presença de proteinúria (69 vs. 67%, p = 0,75), a glicemia [122(100-145) vs. 121(99-145)g/dL; p = 0,92] e a hemoglobina glicada [7,0(6,0-8,0) vs. 7,0(6,0-8,0)%; p = 0,64] foram semelhantes nos dois grupos (incidentes e prevalentes; respectivamente). Os pacientes incidentes apresentaram maior progressao [-0,43 (-1,25 0,30) vs. -0,13 (- 0,79 0,45) mL/min/1.73m2/mês; p = 0,045]. A pressao sistólica se correlacionou com o declínio da funçao renal (r = -0,10; p = 0,02).
CONCLUSAO: Apesar dos pacientes incidentes serem mais jovens e apresentarem menos comorbidades, a progressao da DRC no período de observaçao foi maior nesse grupo e esteve relacionada à maior pressao arterial.

AO: 51720

Variabilidade dos marcadores renais na caracterizaçao da doença renal crônica pré-dialítica

Autores: Edson José de Carvalho Magacho; Natalia Maria da Silva Fernandes; Luiz Carlos Ferreira de Andrade; Gabriela Garrido de Paiva Schlaucher; Nuno de Andrade Rezende Lima; Shirlei de Sousa Araújo; Tássia Januário Ferreira Costa; Elaine Amaral de Paula; Marcus Gomes Bastos*

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇAO: Nao raramente, estudos de prevalência da doença renal crônica (DRC) baseiam-se na estimativa da taxa de filtraçao glomerular (TFG) e caracterizaçao da lesao do parênquima renal realizados somente em um momento, desconsiderando o critério de cronicidade das alteraçoes encontradas.
OBJETIVO: Avaliar a variabilidade dos parâmetros funcional e de lesao do parênquima renal em dois momentos, num intervalo mínimo de três meses, na determinaçao da prevalência da DRC pré-dialítica.
MÉTODOS: Os dados antropométricos, clínicos e exames laboratoriais foram obtidos de 600 indivíduos voluntários. A lesao do parênquima renal foi avaliada pela albuminúria (Alb) e pesquisa de hematúria (HtG) pela microscopia de contraste de fase, e a taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGe) pela equaçao CKD-EPI. O diagnóstico da DRC seguiu os critérios propostos pelo KDIGO 2013, com todos os participantes repetindo os exames laboratoriais após três meses da avaliaçao inicial. Os testes do qui quadrado ou Fisher, Teste t de Student foram utilizados nas análises estatísticas. A concordância entre o primeiro e o Segundo exame foi feita pela Correlaçao de Pearson e o índice de Kappa.
RESULTADOS: Na amostra, 360 (60%) eram do gênero masculino, 395 (65,8%) da raça branca e 549 (91,5%) com menos de 65 anos. Em 195 (32,5%) voluntários observou-se hipertensao arterial sistêmica e as histórias familiares de hipertensao arterial sistêmica e diabetes mellitus foram identificadas em 422 (70,3%) e 310 (51,7%), respectivamente. A DRC foi diagnosticada em 83 (15,3%) dos participantes. Relativamente a primeira avaliaçao, a TFG manteve-se alterada (< 60 mL/min/1,73 m2) em 8,8% (n = 53), a RAC, em 5% (30) e a HtG em 16,3% (n = 98) dos pacientes. Nos pacientes com DRC, o diagnóstico da doença foi estabelecido pela HtG em 57 (9,5%) participantes, pela TFG em 13 (3,5%) e pela RAC em 13 (3%).
CONCLUSAO: Na amostra estudada, a prevalência da DRC foi semelhante a relatada na literatura. A variabilidade observada das alteraçoes funcional e estrutural utilizadas na definiçao da DRC apontam para a importância do diagnóstico da doença ser estabelecido em pelo menos duas avaliaçoes num intervalo mínimo de 90 dias e identifica a microhematúria glomerular como importante marcador da doença.

DOENÇAS GLOMERULARES

AO: 50470

Lesao proliferativa glomerular ou necrose tubular estao associadas ao desaparecimento de uma fraçao

Autores: Maria BrandaoTavares*; Paula Neves Fernandes; Caroline Vilas Boas de Melo; Marcia Fernanda Carneiro; Rilma Ferreira de Souza Santos; Marília Bahiense Oliveira; Reinaldo Martinelli; Washington Luis Conrados dos Santos

Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – FIOCRUZ/BA

INTRODUÇAO: A lesao renal aguda é uma complicaçao frequente em pacientes com glomerulopatias, acomentendo até 34% dos adultos com síndrome nefrótica idiopática. A necrose tubular aguda está associada a insuficiência renal nesses pacientes podendo mimetizar glomerulonefrite crescêntica. Marcadores nao invasivos para o diagnóstico diferencial de lesao renal aguda em pacientes com síndrome nefrótica ainda nao foram identificados.
OBJETIVO: Identificar diferenças na expressao de proteínas na urina de pacientes com síndrome nefrótica, com e sem necrose tubular aguda estabelecida histologicamente, por meio eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE).
MÉTODOS: Foram coletadas amostras de urina de 40 pacientes submetidos à biópsia renal e encaminhadas para o CPQGM-FIOCRUZ. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: grupo 1 sem necrose tubular ou proliferaçao glomerular, grupo 2 com necrose tubular e sem proliferaçao glomerular, e grupo 3 com lesao proliferativa glomerular incluindo crescentes. A amostra foi coletada previamente à realizaçao da biópsia renal, centrifugada a 2000 xg a 4°C e o sobrenadante armazenado a -80°C em alíquotas de 1 ml. Para extraçao de proteínas, 1 ml de pool de urina (3 pacientes de cada grupo por pool) foi incubado durante a noite com acetona a -20°C em volume 1:3, posteriormente centrifugada a 12.000 xg por 10 minutos a 4°C, sendo descartado o sobrenadante. A re-suspensao do pellet foi feita com soluçao contendo CHAPS 1% e 0,1 mM de beta mercaptoetanol. As concentraçoes proteínas das amostras foram dosadas pelo método do ácido bicicrônico (Micro BCA). As amostras de proteína (50µg) foram analisadas em SDS-PAGE a 15% na presença de dodecil sulfato de sódio.
RESULTADOS: A média de idade foi de 35 ± 16 anos, 22 (55%) eram mulheres, os principiais diagnósticos foram alteraçoes histológicas mínimas-GESF (18, 46%), glemorulonefrite membranosa (9, 23%), mefrite lúpica (6, 15%) e glomerulonefrite proliferativa (3, 8%). Na análise das proteínas em SDS-PAGE, observamos a expressao de banda protéica com peso molecular 46 KDa apenas nos pacientes do grupo 1 (pacientes sem proliferaçao glomerular ou lesao tubular).
CONCLUSAO: A presença de e lesao proliferativa glomerular ou necrose tubular resulta no desaparecimento de uma fraçao proteica de 46 kD da urina de pacientes com síndrome nefrótica. O estudo dessa fraçao protéica pode contribuir para novas estratégias no diagnostico diferencia de LRA em pacientes com síndrome nefrótica.

AO: 48532

Podocalyxin is damaged in experimental membranous nephropathy

Autores: Renan Gomes Mendes Diniz*; Ignacio Garcia-Gomez; Krishnamurthy P Gudehithlu; Jose A L Arruda; Ashok K Singh

Universidade Federal do Ceara, University Of Illinois At Chicago

INTRODUCTION: Few investigators have quantified expression of podocyte proteins in glomerular diseases (GD). Since podocalyxin (PDX) is the most abundant foot process membrane protein, it is suggested that it plays an important role in the glomerular filtration barrier function and consequently in the pathophysiology of GD. Although some studies have shown reduced podocyte protein expression in glomerular disease patients no study has evaluated PDX damage in idiopathic membranous nephropathy (MN). The purpose of this study was to develop the MN model in rats called passive Heymans Nephritis (PHN) and to compare PDX expression in PHN versus control group (CG).
METHODOLOGY: The study was conducted in a total of 7 Sprague-Dawley rats. PHN was induced in 5 rats by intravenous injection of rabbit antibody against the brush border antigen gp-600 (PHN group). The remaining 2 rats received no injection (control group;CG). Protein in urine was evaluated daily (by sulphosalicylic acid reagent) to predict the development of the glomerular damage. After 2 weeks, kidneys were harvested, fixed in formalin, and paraffin embedded for sectioning. Sections were immunostained for rabbit IgG and PDX. The images were analyzed by Image-J software and a representative sample of 20 glomerulus per animal was randomly considered for comparison. Statistical analysis was performed by GraphdPad Prisma software.
RESULTS: Within 4-7 days after the antibody administration, PHN group showed a dense deposit of antibody in the glomeruli and high levels of proteinuria (208.8 mg of total protein/day), compared to CG group (which showed < 25 mg protein/day and no evidence of immune deposits). PDX expression was significantly reduced in PHN group by image analysis compared with the CG (48.5 ± 2.5 fluorescence units in PHN versus 36.6 ± 1.8 units in CG (p = 0.0004)).
CONCLUSION: While it is already known that podocyte damage is linked to glomerular diseases, some recent studies have suggested the involvement of PDX in an immunocomplex disease such as MG. Our present study strongly supports the hypothesis that the glomerulopathy of idiopathic MN involves damage of PDX by the inflammatory process taking place in this disease as a consequence of antibody binding to the glomerular capillary wall. SPONSOR: Capes

AO: 51748

Registro de biópsias renais da associaçao mineira de centros de nefrologia (AMICEN)

Autores: Sérgio Wyton Lima Pinto; Yoshimi José Watanabe Avila; Soraya Goreti Rocha Machado*; Thiago H. A. A. Quadros; Cecília Aquino

Hospital Sao Joao de Deus

INTRODUÇAO: Biópsia renal é uma ferramenta preciosa para estabelecer nao somente o diagnóstico de certeza, bem como para avaliar a gravidade e prognóstico além de direcionar o tratamento das glomerulopatias. A criaçao de registros para compreendermos a epidemiologia das doenças renais em nosso meio e eventualmente auxiliarmos na geraçao de políticas que possam combater esta classe de patologias é de enorme importância.
OBJETIVO: Criaçao de um registro de biopsias renais na área de atuaçao da AMICEN que é uma entidade que congrega centros de nefrologia do interior de Minas Gerais.
MATERIAL E MÉTODOS: Fizemos um levantamento das biópsias renais realizadas em 11 cidades participantes da AMICEN durante o período de 1992 a 2015. Analisamos idade, sexo, número de glomérulos e qual a indicaçao mais frequente. Quanto ao achado nas biópsias renais, este foi dividido em doenças glomerulares e nao glomerulares, rins normais e material insuficiente para análise. Os pacientes diagnosticados com glomerulopatias foram subdivididos em glomerulopatias primária e secundária. Após essa subdivisao foi realizada análise das patologias mais frequentes em cada um destes dois grupos. Os dados foram analisados pelo Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
RESULTADOS: Neste período foram realizadas 657 biópsias renais. A média de idade foi 39,1 anos, o número médio de glomérulos 14,79. 100% das biópsias foram guiadas por ultrassom. A principal indicaçao foi síndrome nefrótica. As glomerulonefrites primárias predominaram em 61,1 % dos casos, e dentre elas a GESF foi o padrao histológico mais frequente, estando presente em 16.8 %. Entre as GN secundárias o LES esteve presente em 8.2 % dos casos.
DISCUSSAO: Os achados do nosso estudo nao diferem muito de levantamentos semelhantes realizados no Brasil. Difere, entretanto dos registros Italiano e Espanhol onde o padrao predominante é a NIgA. Deve se ressaltar que na maioria dos nossos centros nao biópsiamos hematúria isolada o que pode ter interferido nestes resultados.
CONCLUSAO: Este registro nos dá a prevalência das glomerulopatias nos centros de atuaçao das unidades que compoem a AMICEN. Tem como objetivo servir como semente para a criaçao do Registro Mineiro de Glomerulopatias, que poderá orientar políticas públicas, que eventualmente possam prevenir a progressiva elevaçao da prevalência de DRC no nosso meio.

FISIOLOGIA

AO: 51786

Efeito do treinamento aeróbio de intensidade moderada na melhoria dos danos renais causados pela injúria renal aguda induzida por gentamicina em ratos

Autores: Maria Aparecida Ribeiro Vieira*; Juliana Barros Almeida; Esdras Guedes Fonseca; Letícia Maria de Souza Cordeiro; Leda Maria de Castro Coimbra Campos; Tatiane Cristine Silva de Almeida; Marcelo Vidigal Caliari; Markus Berger

Universidade Federal de Minas Gerais

INTRODUÇAO: Embora os efeitos benéficos do treinamento físico sobre sistemas como o cardiovascular sejam amplamente reconhecidos, poucos sao os dados a respeito dos seus possíveis efeitos em outros sistemas como, por exemplo, o sistema renal.
OBJETIVO: Investigar os efeitos do treinamento fisco na melhoria da injúria renal aguda induzida pela gentamicina (GM).
MÉTODO: O experimento teve a duraçao de 5 semanas. Na 1ª semana, os ratos (Wistar, 250-300g) foram adaptados a uma esteira e a gaiolas metabólicas e foram divididos em 4 grupos: sedentário-salina (Sed SAL), Sed-GM, treinados-SAL (T SAL) e T GM. Na 2ª semana, iniciou-se o treinamento dos grupos T (T SAL e T GM) por meio de corrida na esteira (18 m/min, 30 min/dia, 3 dias/semana, por 4 semanas) até a 5ª semana. Os grupos Sed (Sed SAL e Sed GM) também tiveram acesso à esteira (5 m/min, 3 dias/semana, por 4 semanas). Ainda na 2a semana, foi administrada GM (80 mg/kg/dia, 0,1 ml/100g) nos ratos dos grupos Sed GM e T GM por via subcutânea (s.c.), por 5 dias. Os grupos Sed SAL e T SAL receberam NaCl 0,9%, s.c., por 5 dias. Amostras de urina e sangue foram coletadas ao final de cada semana para avaliaçao da funçao renal. Ao final do experimento, os rins foram coletados para análises histológica e morfométrica.
RESULTADOS: Uma melhoria da funçao renal, no grupo T GM, foi observada, em geral, na 2a e 3a semanas de treinamento. Assim, na 2a semana alguns parâmetros variaram como a seguir: creatinina plasmática (T GM, 0,54 ± 0,09 vs. Sed GM, 1,08 ± 0,15 mg/dl, n=5-11), clearance de creatinina (T GM, 1,36 ± 0,22 vs. Sed GM, 0,57 ± 0,22L/24h, n=4-8), FEH2O (T GM, 1,51 ± 0,38 vs. Sed GM, 7,46 ± 1,89%, n = 5-11). Já a proteinúria, na 3a semana, foi: grupo T GM, 9,45 ± 1,51 vs. Sed GM, 17,77 ± 3,95 mg/24h (n = 6-11) e, ao final do experimento, a análise morfométrica mostrou: grupo T GM, 54,23 ± 7,30 vs. Sed GM, 92,15 ± 18,48 células/campo e tamanho da área intersticial (pm2) – T GM, 7.934,84 ± 1.095,47 vs. Sed GM: 10.711,0 ± 1.097,7 (n = 6). As alteraçoes na maioria dos parâmetros renais avaliados iniciaram na 2a semana e persistiram até a 3a semana, retornando aos níveis basais a partir desse período.
CONCLUSAO: Os dados sugerem que o treinamento fisco de intensidade moderada promoveu uma melhoria dos danos renais observados na injúria renal aguda induzida pela GM.

“PREMIO MELHOR TEMA LIVRE APRESENTADO NO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE NEFROLOGIA 2016”
2° LUGAR

AO: 51765

Efeitos do treinamento aeróbio moderado sobre a inflamaçao renal na injúria renal aguda induzida pela gentamicina em ratos

Autores: Leda Maria de Castro Coimbra Campos*; Esdras Guedes Fonseca; Roberta da Silva Filha; Tatiane Cristine Silva Almeida; Markus Berger; Marcelo Vidigal Caliari; Lucas M. Kangussu; Maria Aparecida Ribeiro Vieira

Universidade Federal de Minas Gerais

INTRODUÇAO: Estudos clínicos e experimentais vêm demonstrando que exercícios aeróbios apresentam efeitos benéficos nas patologias renais. Entretanto, os mecanismos pelos quais o exercício pode conferir renoproteçao ainda sao pouco conhecidos. Além disso, sao escassos os estudos que demonstram os efeitos do exercício instituído previamente à ocorrência da injúria renal aguda (IRA); ou seja, se indivíduos que treinam possuem alguma proteçao renal, caso sejam acometidos de IRA, em relaçao a indivíduos sedentários.
OBJETIVOS: Investigar os efeitos do treinamento aeróbio moderado sobre a funçao, estrutura e inflamaçao renais na IRA induzida pela gentamicina em ratos.
METODOLOGIA: Ratos Wistar machos foram divididos em 4 grupos (n = 5-7): sedentários salina (S-SAL), sedentários gentamicina (S-GM), treinados salina (T-SAL) e treinados gentamicina (T-GM). Os animais foram submetidos a uma semana de adaptaçao a uma esteira motorizada e a gaiolas metabólicas. Em seguida, um protocolo de treinamento aeróbio moderado foi instituído por 8 semanas (65% da capacidade máxima de corrida, 60min/dia, 5 dias/semana), previamente ao tratamento com GM (80 mg/kg/dia) ou NaCl 0,9%, via subcutânea, por 5 dias. Ao final do experimento, amostras de urina e sangue foram coletadas para ensaios de funçao renal. Os rins foram removidos, após a eutanásia dos animais, para estudos histológicos e dosagem de citocinas (CEUA/UFMG, protocolo n. 46/2014).
RESULTADOS: A creatinina sérica foi mais baixa e o ritmo de filtraçao glomerular foi maior no grupo no grupo T-GM em relaçao ao grupo S-GM (p < 0,05). A proteinúria e fraçao de excreçao de água foram menores e a osmolaridade urinária foi maior no grupo T-GM em relaçao ao grupo S-GM (p < 0,05). A análise morfométrica, o grupo S-GM apresentou maiores extensao do infiltrado inflamatório e área intersticial relativa que o grupo T-GM (p < 0,05). Os níveis das citocinas pró-inflamatórias TNF-α, IL-1β, IL-6 foram menores no grupo T-GM comparado ao grupo S-GM (p < 0,05). E o treinamento promoveu aumento da citocina anti-inflamatória IL-10 em relaçao aos grupos sedentários (p < 0,05).
CONCLUSAO: O treinamento aeróbio foi capaz de atenuar as alteraçoes funcionais, estruturais e a inflamaçao renal na IRA induzida pela GM; caracterizando-se como renoprotetor.

AO: 49722

Extrato de açaí na proliferaçao de célula mesangial de camundongo estimulada por alta glicose

Autores: Deyse Yorgos Lima; Adelson Marçal Rodrigues*; Giovana Rita Punaro; Thamires Oliveira Fenandes; Margaret Gori Mouro; Elisa Mieko Suemitsu Higa

Universidade Federal De Sao Paulo

INTRODUÇAO: Diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pela hiperglicemia, que gera estresse oxidativo e lesao em vários órgaos, sendo a principal causa de doença renal. O estresse oxidativo é o aumento dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) e/ou diminuiçao da defesa antioxidante, ou antioxidantes nao-enzimáticos, tais como as vitaminas e os compostos fenólicos, os quais atuam na neutralizaçao de ROS. O açaí é uma fruta tropical natural da Amazônia, composta de lipídios (ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados), proteínas, rico em α-tocoferol, fibras e minerais. Possui alta capacidade antioxidante, sendo rica em componentes fitoquímicos, especialmente polifenóis, como antocianinas e flavonóides, além de ter demonstrado efeitos benéficos sobre a saúde humana.
OBJETIVO: Estudar os efeitos do extrato de açaí na proliferaçao de célula mesangial de camundongo (CMiC) estimulada por alta glicose.
MÉTODOS: O açaí liofilizado foi diluído em soluçao basal e esterilizado por filtraçao. O extrato de açaí (EA) foi diluído em concentraçoes de 500, 100 e 50ug/mL. As CMiCs foram cultivadas em meio de cultura Dulbecco modificado (DMEM) suplementado com 5% de soro bovino fetal (SBF) e mantidas à 37°C com 5% de CO2, das passagens de 6 à 19. Após atingir 70% de confluência foram mantidas em DMEM sem SBF por 24 horas, e tratadas com 0,5% de SBF, conforme os grupos: normal glicose (NG), 5,5mM de D-glicose; alta glicose (HG), 30mM de D-glicose e manitol como controle de osmolaridade. CMiCs foram tratadas ou nao com EA, formando os grupos: HG+EA500, HG+EA100 e HG+EA50. A viabilidade celular e a proliferaçao foram determinadas utilizando o ensaio de MTT, após a incubaçao com EA por 24, 48 e 72 horas, para determinaçao de curvas tempo-dose-resposta. Os valores foram considerados estatisticamente significativos quando p < 0,05.
RESULTADOS: Os resultados de tempo-dose-resposta revelaram que a proliferaçao celular do grupo HG encontrou-se elevada comparado ao NG, porém, na presença do EA houve reduçao significativa em relaçao ao grupo HG, nos três tempos estudados. Contudo, em 72 horas, a dose de 50ug/mL diminuiu drasticamente a proliferaçao em comparaçao ao HG e as outras doses significativamente.
CONCLUSAO: Conclui-se que o extrato de açaí reduz significativamente a proliferaçao celular em alta glicose, o qual mimetiza o quadro de nefropatia diabética em células mesangiais de camundongo.

HIPERTENSAO ARTERIAL

AO: 51428

PLGF e ENDOCAN-1 em pacientes com pré-eclampsia

Autores: Marta Ribeiro Hentschke; Fernando Sonta*; Hiten Mistry; Giovani Gadonski; Bartira Ercília Pinheiro da Costa; Carlos Eduardo Poli-de- Figueiredo

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

INTRODUÇAO: Endocan-1 é uma proteoglicana solúvel expressa nas células endoteliais, estando aumentada em diversas patologias associadas ao endotélio vascular, como a pré-eclâmpsia (PE). O PlGF é um fator angiogênico, marcador de disfunçao placentária que se encontra diminuído na PE. Pode existir associaçao entre os níveis plasmáticos de Endocan-1 e PlGF em gestantes com PE.
OBJETIVO: Analisar e correlacionar os níveis de Endocan-1 e PlGF no plasma materno de pacientes com e sem PE.
MÉTODOS: Estudo observacional, caso-controle, realizado em hospital terciário. Analisou-se 117 pacientes (50 gestantes normais e 67 com PE). Após o consentimento das mesmas, coletou-se sangue materno no período pré-parto, armazenados a -80°C. Os níveis de Endocan-1 e PlGF foram dosados utilizando o Sistema MagPlex TH -C – ensaio de microesferas, e os dados analisados no xPONENT 2.4. Para estatística utilizou-se o SPSS 21.0, para Windows. Os dados da dosagem do Endocan-1 e PlGF foram analisados a partir da transformaçao logarítmica por Análise de Covariância ajustado para IMC, idade gestacional e idade materna, apresentados como média geométrica. Para estimar a diferença proporcional da citocina entre os grupos, calculou-se a razao das médias e o intervalo de confiança de 95%. A magnitude da diferença foi estimada pelo tamanho de efeito de Cohen. Considerou-se p < 0,05.
RESULTADOS: Os níveis de Endocan-1 no plasma materno em pacientes com PE foram 49% maior em relaçao às gestantes controles (p < 0,001), com magnitude estimada pelo tamanho de efeito de Cohen em 0,84 (magnitude moderada); já os níveis de PlGF foram 62% menores nas pacientes com PE (p = 0,041), quando excluídas gestantes com PE sobreposta e síndrome HELLP.

INSUFICIENCIA RENAL AGUDA

AO: 50498

Benefícios da castanha-do-brasil nas alteraçoes da funçao renal induzidas por isquemia e reperfusao

Autores: Fernanda Fortuci Resende Botelho*; Giovana Queda Toledo; Renata Correia Garcias; Maria Fernanda Ribeiro Cury; Natiele Zanardo Carvalho; Glória Elisa Florido Mendes; Carla Patrícia Carlos

Faculdade FACERES

INTRODUÇAO: A isquemia e reperfusao (IR), envolvida nos procedimentos de transplante renal, é um processo que causa lesoes mediadas por células imunes e estresse oxidativo, com reduçao da funçao renal.
OBJETIVO: Analisar in vivo a açao da castanha-do-brasil na funçao renal após lesao causada por isquemia e reperfusao.
MÉTODO: Ratos machos Wistar (200-220g), recebendo dieta normoproteica, foram distribuídos em 6 grupos (6 ratos/grupo): SHAM (cirurgia de IR sem clampeamento arterial); SHAM + CP (75 ou 150 mg de castanha por 7 dias antes da cirurgia); IR (cirurgia de IR com clampeamento da artéria renal por 30 min.); IR + CP (75 ou 150 mg de castanha por 7 dias antes da cirurgia IR). A castanha foi administrada individualmente com a raçao e mantida até o momento do sacrifício. Os animais foram alocados em gaiolas metabólicas após 24 horas das cirurgias. Após 24 horas, a urina foi coletada, uma amostra de sangue foi retirada e os animais sacrificados. Os seguintes parâmetros da funçao renal foram avaliados: taxa de filtraçao glomerular por clearance de creatinina, volume de urina 24 horas, proteinúria, ureia e fósforo plasmáticos por espectrofotometria.
RESULTADOS: o clearance de creatinina e o volume de urina 24 horas diminuíram no grupo IR (p < 0,05 vs. IR-CP75 e IR-CP150), o qual também apresentou aumento da ureia plasmática e da proteinúria (p < 0,05, comparado aos demais grupos). O grupo IR-CP150 exibiu aumento de ureia, de creatinina e de fósforo plasmáticos (p < 0,05 vs. SHAM, SHAM-CP75 e IR).
CONCLUSAO: A castanha-do-brasil administrada em dose mais baixa (75 mg) protege contra os efeitos deletérios na funçao renal, desencadeados pela lesao renal induzida por isquemia e reperfusao. Tratamento com dose maior de castanha pode colaborar para a piora da azotemia induzida pelo processo de IR. (Processo FAPESP 2015/25616-0).

AO: 51849

Fita reagente de nitrogênio urêico salivar como método de triagem para lesao renal aguda em áreas desfavorecidas: resultados de uma missao brasileira na Africa

Autores: Viviane Calice da Silva*; Rhys Evans; Jochen G. Raimann; Ulla Hemmila; Gavin Dreyer; Nathan Levin; Peter Kotanko; Roberto Pecoits-Filho

Fundaçao PRO-RIM

INTRODUÇAO: A lesao renal aguda (LRA) tem um grande impacto social devido o elevado risco de mortalidade, especialmente em países em desenvolvimento. Alternativas de métodos diagnósticos simples, baratos e de rápida aplicaçao para LRA nao estao disponíveis atualmente impossibilitando seu diagnóstico principalmente em regioes economicamente mais carentes. A fita reagente de nitrogênio urêico salivar (SUN) pode representar uma importante ferramenta para a detecçao de LRA nestes cenários.
OBJETIVO: Analisar o desempenho da SUN para detectar pacientes com LRA e as mudanças nos níveis de nitrogênio urêico sérico (BUN) ao longo da hospitalizaçao.
MÉTODOS: Pacientes admitidos na emergência do Queen Elizabeth Central Hospital (QECH) em Blantyre, Malaui, foram triados para LRA através da avaliaçao de creatinina sérica (Cr) e SUN. Aqueles que preencheram os critérios diagnósticos (de acordo com KDIGO) para LRA foram incluídos no estudo e acompanhados por até 7 dias com medidas de Cr, BUN, SUN a cada 48 h. Análises de Bland-Altman foram realizadas e modelos lineares de efeitos mistos foram construídos para testar a concordância entre a SUN e BUN. Curvas ROC foram aplicadas para avaliar o desempenho diagnóstico de SUN e BUN para detectar LRA, em combinaçao com dados clínicos de diminuiçao do débito urinário (DU) e presença de sede.
RESULTADOS: Dos 892 pacientes avaliados (abril-julho/2015), 742 foram submetidos a medidas de SUN na admissao e destes, em 130 foram detectadas alteraçoes da funçao renal (doença renal aguda (n = 20), doença renal crônica (n = 6) e o restante LRA). O desempenho diagnóstico da SUN [AUC 0,83 (IC 95% 0,79-0,87)] na admissao foi comparável ao BUN [AUC 0,82 (IC 95% 0,59-1,0)]. A variaçao de SUN ao longo dos dias de observaçao foi comparável a variaçao em BUN seguindo a tendência de queda em BUN. SUN apresentou uma sensibilidade de 72% e uma especificidade de 88% para o diagnóstico de doença renal. A especificidade de SUN quando associada a informaçao do DU aumentou de 87% para 97%. A inclusao do parâmetro clínico de sede nao modificou o desempenho diagnóstico de SUN.
CONCLUSAO: SUN demonstrou um desempenho diagnóstico comparável ao BUN para o rastreio, diagnóstico e acompanhamento de pacientes sob suspeita de LRA. Considerando a falta de recursos diagnósticos para LRA em áreas menos favorecidas, a fita reagente de SUN em paralelo com avaliaçao clínica pode ser uma método alternativo para a identificaçao de pacientes com maior risco de LRA.

AO: 50699

Lesao renal aguda nos indivíduos internados e submetidos à realizaçao de biópsia de rim primitivo

Autores: Henrique Pinheiro Konigsfeld*; Thais Oliveira Claizoni dos Santos;Tatiana Garcia Viana; Suzy Cristine Pereira; Gianna Mastroianni Kirsztajn; Marcello Fabiano de Franco; Marcelino de Souza Durao Jr

Hospital do Rim

INTRODUÇAO: A lesao renal aguda (LRA) é uma desordem clínica complexa e está associada a altas taxas de morbidade/mortalidade. As glomerulopatias encontram-se entre as três causas mais frequente de LRA e podem evoluir para doença renal crônica (DRC).
OBJETIVOS: Correlacionar os dados demográficos, clínicos, laboratoriais, ultrassonográficos e os achados histológicos dos indivíduos internados para a realizaçao de biópsia renal percutânea, bem como, avaliar os fatores de risco para LRA.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo, em indivíduos internados que foram submetidos à biópsia renal (Bx). A funçao renal foi avaliada através da dosagem de creatinina sérica e taxa de filtraçao glomerular foi estimada (TFGe) pela fórmula do estudo MDRD, nos períodos da internaçao e no seguimento após a alta hospitalar (1, 3, 6 e 12 meses). O diagnóstico de LRA seguiu os critérios KDIGO (baseado somente na dosagem da creatinina).
RESULTADOS: 267 indivíduos foram divididos em três grupos: LRA (N = 140), sem LRA (N = 83) e DRCT (pacientes que iniciaram diálise na internaçao e mantiveram dependência após 3 meses) (N = 44). A idade média da populaçao foi de 39,8 ± 16,8 anos e 47,6% foi composta de homens. Hipertensao (46%) e diabetes mellitus (9,7%) foram a comorbidades mais frequentes. 126 (47,2%) indivíduos usavam inibidor de enzima conversora angiotensina (iECA). A principal indicaçao de biopsia renal foi a presença de proteinuria nefrótica/síndrome nefrótica (50,6%). Nao houve diferença nas dimensoes renais entre os grupos (mesmo no grupo com DRCT). A análise multivariada, ajustada para sexo e idade, mostrou interaçoes entre as variáveis hemoglobina (OR = 0,837, p = 0,049), HDL-c (OR = 0,973, p = 0,02) e creatinina da admissao (OR = 4,041; p < 0,001), como fatores de risco para LRA. Ao longo do tempo a funçao renal foi pior no grupo que apresentou LRA vs. o grupo sem LRA (p < 0,001): 1 mês (1,72 vs. 0,91 mg/dL), 3 meses (1,26 vs. 0,81 mg/dL), 6 meses (1,28 vs. 0,9 mg/dL) e 12 meses (1,24 vs. 0,86 mg/dL). O número de óbitos foi maior no grupo com LRA (7 vs. 1 paciente; p = 0,141).
CONCLUSAO: O estudo mostrou que pacientes, na sua maioria com glomerulonefrites, internados para realizaçao de Bx apresentaram como fatores de risco para LRA: anemia, HDL-c reduzido e creatinina alta na admissao. Ao longo do tempo, os indivíduos com LRA evoluíram com funçao renal pior.

AO: 50656

NGAL sérico como preditor de lesao renal aguda em pacientes com leishmaniose visceral

Autores: Gdayllon Cavalcante Meneses*; Elizabeth de Francesco Daher; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Gabriela Freire Bezerra; Tiago Lima Sampaio; Alexandre Braga Libório; Alice Maria Costa Martins

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇAO: A Lesao Renal Aguda (LRA) é uma complicaçao frequente em pacientes com leishmaniose visceral (LV), estando associada com o aumento do tempo de internaçao hospitalar e mortalidade.
OBJETIVO: Investigar o papel de um novo biomarcador de LRA (NGAL) em pacientes com leishmaniose visceral.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo de coorte com 42 novos casos confirmados de LV e 13 voluntários sadios como controle. Foram feitas coletas de sangue e urina entre maio de 2015 a março de 2016 no Hospital Sao José, Fortaleza, Ceará. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE:41685514.3.0000.5045). Foi feita avaliaçao laboratorial geral e análise dos parâmetros renais nos grupos. A taxa de filtraçao glomerular (TFG)

AO: 51621

NGAL urinário como preditor diagnóstico da lesao renal aguda associada a sepse em pacientes idosos admitidos em UTI

Autores: Erica Pires da Rocha; Laís GabrielaYokota; Beatriz Mota Sampaio; André Luís Balbi; Welder Zamoner; Daniela Ponce*

Faculdade de Medicina de Botucatu

INTRODUÇAO: A Lesao Renal Aguda (LRA) é frequente em pacientes idosos sépticos e a creatinina nao é marcador ideal de filtraçao glomerular por ser influenciada pela massa muscular e idade.
OBJETIVOS: Esse estudo teve como objetivo principal analisar a eficácia do NGALurináro (u) como preditor diagnóstico da LRA associada à sepse em idosos críticos.
METODOLOGIA: Coorte prospectiva observacional de pacientes com idade > 60 anose admitidos em UTI de hospital universitário. Excluídos pacientes com LRA no momento da admissao na UTI e com doença renal crônica avançada ou transplantado renal. O diagnóstico de LRA foi realizado pelos critérios do KDIGO 2012, utilizando variaçao da creatinina e débito urinário. A dosagem do NGALu foi realizada nas primeiras 48h da admissao ou do diagnóstico da sepse na UTI.
RESULTADOS: Avaliados 213 pacientes idosos, dos quais 81 (38%) desenvolveram sepse. A LRA ocorreu em 48 pacientes, sendo sua incidência 57,8%. A mortalidade geral dos idosos sépticos foi de 46,9% (38 paciente) e estatisticamente maior no grupo com LRA (62,5 vs. 24.2%, p < 0.001). Frequência cardíaca (OR = 1,03, p = 0,0002) e APACHE II (OR=1,204, p < 0,0001) à admissao, maior tempo de internaçao (OR=1,114, p=0,0001), disfunçao de órgaos (OR = 1,68, p < 0,0001) e óbito (OR = 2,21, p < 0,0001) foram identificadas como fatores associados à LRA.O NGALu das primeiras 48h da admissao mostrou-se excelente preditor de LRA em pacientes idosos sépticos em UTI, com área sob a curva (ASC) de 0,97, cutt off de 13,94 ng/dl, sensibilidade(S) de 91,5% e especificidade(E) de 96,4%, antecedente o diagnóstico de LRA pelos critérios do KDIGO em 2,1 dias.
CONCLUSAO: ALRA em pacientes idosos com sepse admitidos em UTI foi frequente e identificada como fator associado ao óbito. O NGALu mostrou-se excelentepreditor de LRA associada a sepse, com ASC > 0.95, E e S > 0.9, antecedendo o diagnóstico pelos critérios clássicos em 2 dias. Uma vez diagnosticada mais precocemente, intervençoes terapêuticas adequadas como alteraçoes do esquema antimicrobiano, suporte nutricional e indicaçao dialítica podem ser adotadas também de modo mais precoce e modificar a história natural desta síndrome, com possível reduçao da mortalidade.

AO: 50591

Reduçao da lesao renal durante a isquemia e reperfusao moderada pela participaçao das plaquetas

Autores: Reinaldo Correia da Silva*; Raphael José Ferreira Felizardo;TarcioTeodoro Braga; Marcos Antônio Cenedeze; Alvaro Pacheco-Silva; Maisa Della Casa; Niels Olsen Saraiva Câmara

Universidade de Sao Paulo

INTRODUÇAO: As plaquetas sao células circulantes que respondem as perturbaçoes vasculares, aderindo à subestruturas endoteliais, além de interagir fisicamente com outras plaquetas, leucócitos e células endoteliais. As plaquetas secretam agentes quimiotáticos, fatores de crescimento e fibrinogênio estimulando o remodelamento tecidual após a injúria, através de mecanismos que envolvam migraçao celular, proliferaçao e síntese de matriz. Nas patologias renais, o papel desempenhado pelas plaquetas ainda é restrito a observaçoes sem evidenciar seu real mecanismo de açao. Neste estudo, nós formulamos a hipótese de que as plaquetas nao somente participariam da fase de remodelaçao tecidual, como também seriam atores efetores da própria injúria, via seu potencial de adesao e de sinalizaçao entre células. Portanto, este estudo tem como objetivo avaliar a participam das plaquetas no processo de remodelaçao do tecido após a lesao, devido ao seu papel nos mecanismos de adesao e sinalizaçao celular e endotelial.
MATERIAL E MÉTODOS: Para isso, animais C57Bl/6 foram submetidos a isquemia e reperfusao renal (I/R) e foram tratados ou nao com insularina 50pg/Kg. Os animais foram sacrificados 24 h após a isquemia, correspondendo à estabilizaçao da lesao renal. A disfunçao renal foi analisada por dosagens bioquímicas. Creatinina sérica, uréia, histologia do tecido renal e expressao gênica das proteínas foram avaliadas, a adesao e infiltraçao celular no tecido renal foi observado por citometria de fluxo.
RESULTADOS: Animais submetidos a I/R mostram um aumento na disfunçao renal quando comparados ao grupo controle, enquanto o grupo I/R tratado com insularina mostra uma reduçao nos níveis de creatinina e uréia sérica.Também foi observado maior expressao gênica de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1b,TNFe IL-6 no grupo I/R, com reduçao significativa nos animais tratados com insularina. Analises histológica mostram menor dano tecidual no grupo I/R tratado com insularina e menor adesao plaquetária no tecido renal, na analise de citometria foi observado um aumento no infiltrado de neutrófilos nos animais submetidos a I/R, sendo que essa infiltraçao mostra-se reduzida nos animais I/R tratados com insularina.
CONCLUSAO: Nós demonstramos que insularina tem um efeito importante sobre LRA, melhorando a funçao renal, reduzindo a migraçao celular, inflamaçao e lesao tecidual. Suporte Financeiro: Fundaçao de Amparo a Pesquisa do Estado de Sao Paulo (FAPESP 2013/11712-1), CAPES, CNPq.

AO: 51810

Remoçao de líquido por diálise na injúria renal aguda em pacientes críticos

Autores: Fernando Saldanha Thomé*; Verônica Horbe Antunes; Antônio Balbinotto; Cássia Morsch; Taís Hochegger; Pâmela Dalla Vecchia

HCPA/UFRGS.

INTRODUÇAO: Excesso de água corporal é fator de mau prognóstico em pacientes críticos com injúria renal aguda (IRA), mas pouco se sabe sobre a velocidade de remoçao de volume por diálise.
OBJETIVO: Nosso objetivo foi comparar pacientes críticos com IRA submetidos a diferentes ritmos de remoçao de líquidos (UF) por diálise(TRS), para identificar fatores associados a eles.
MÉTODOS: Uma coorte com pacientes críticos que necessitaram de TRS por IRA estágio 3 foi seguida no ano de 2015. Doença renal crônica estágio 5, transplantados renais, tratados por diálise peritoneal (DP) ou com menos de três dias de tratamento foram excluídos. TRS foi hemodiálise intermitente-HDI (Fresenius) para pacientes estáveis ou TRS contínua -TRSC (Prisma or Diapact) para os instáveis. O peso foi aferido diariamente em cama-balança e a UF calculada em Kg/dia. Foram analisados: dados demográficos,creatinina, tipo de IRA, comorbidades, APACHE II, e aspectos do tratamento. Os desfechos foram mortalidade e dependência de diálise. Os pacientes foram divididos em três grupos: G1-com ganho de peso no tratamento; G2-perda de peso < 1 Kg/dia; G3-perda de peso superior. Os grupos foram comparados por ANOVA ou qui-quadrado com SPSS versao 19. O nível de significância foi 0,05.
RESULTADOS: De 379 pacientes tratados, 75 eram crônicos em diálise ou transplantados, 104 dialisaram menos do que três dias ou por DP. TRS contínua foi usada em 86% dos pacientes, sendo 72 % deles com citrato como anticoagulante. Excluindo pacientes sem peso registrado, restaram 195 pacientes. G1(n=29)tinha pacientes mais graves (APACHE II 37 ± 4), idade média maior (63 ± 8 anos), peso inicial 87,3 ± 25,1 Kg e ganharam 4,0 ± 3,3 Kg (2,4%) em 7,4 ± 11,6 dias. A letalidade foi de 82%. G2 (n = 86) e G3 (n = 84) nao diferiram em relaçao a idade (57,8 ± 13,8 vs. 57,5 ± 16,2 anos, NS), escore APACHE II (27 ± 8 vs. 26 ± 8,NS), proporçao de sépticos (69% vs. 77%,NS), e peso inicial (78 ± 23 vs. 88 ± 17 Kg, NS). A perda de peso foi de 9,5 ± 6,8 Kg em 17 ± 15 dias no G2 e de 12 ± 7 Kg em 8 ± 5 dias no G3 (p < 0,05 para ambos). A letalidade hospitalar foi semelhante (58% vs. 65%,NS), mas a dependência de diálise na alta foi: G2 39%; G3 68% (p = 0,02).
CONCLUSOES: Em pacientes críticos com IRA,ganho de peso ao longo do tratamento indica mau prognóstico. Em pacientes que perdem peso,a velocidade de remoçao nao se associa a fatores prognósticos.O grupo com UF mais rápida teve mais dependência de diálise, o que precisa ser confirmado por outros estudos.

NEFROLOGIA CLINICA

AO: 51900

A influência da alta glicose na composiçao, secreçao e comunicaçao celular através de exossomos em células mesangiais

Autores: Antônio da Silva Novaes; Fernanda Teixeira Borges; Mirian Aparecida Boim*

Universidade Federal de Sao Paulo

INTRODUÇAO: Exossomos (Ex) desempenham um papel fundamental na comunicaçao celular e estao envolvidos em diversas condiçoes fisiológicas e patológicas.
OBJETIVO: Testar a hipótese de que alteraçoes induzidas pela glicose em células mesangiais sao transmitidas a outras células através da sinalizaçao exossomal.
MÉTODOS: Células mesangiais humanas (CMH) foram cultivas em meio de cultura padrao (5 mmM) ou rico em glicose (30 mmM) por 24 h. Ex presentes no meio de cultura foram purificados por de ultracentrifugaçao e sua morfologia analisada por microscopia eletrônica. A relaçao do tamanho das vesículas/concentraçao foi determinada por rastreamento de partículas em um analisador de nanopartículas e a caracterizaçao dos Ex foi realizada pela presença dos marcadores CD63 e CD81 por Western Blotting (WB). Ex provenientes de CMH estimuladas com alta glicose (Ex-AG) foram marcados com PKH26 e adicionados em CMH normais para avaliar a capacidade de internalizaçao na CMH normal por microscopia confocal (MC). Foi avaliada a presença do angiotensinogênio (AGT), renina e enzima conversora de angiotensina I (ECA) no conteúdo exossomal, por WB. Para avaliar a bioatividade dos Ex, células de ovário de hamster chinês (CHO-K1), que nao expressam os componentes do SRA, e CHO-K1 transfectadas com ECA (CHO-ECA) foram tratadas com Ex obtidos de CMH controle (Ex-C) e Ex-AG e a presença de Ang II foi analisada através de imunofluorescência por MC. Os Ex-C e Ex-AG foram usados para avaliar se eles sao capazes de modificar a funçao de CMH controle alvo por meio da induçao da expressao de RNAm de fibronectina e angiotensingênio estimada por PCR em tempo real.
RESULTADOS: Os Ex-C e Ex-AG apresentaram morfologia típica, expressaram os marcadores CD63 e CD81 e nao houve diferença no tamanho entre os grupos, porém houve aumento na quantidade de Ex secretados por CMH estimuladas pela glicose. Os Ex-C apresentaram as proteínas AGT e renina, e este conteúdo estava aumentado nos Ex-AG. Nao foi observado a expressao de ECA nos Ex-C e Ex-AG. A adiçao de Ex-AG em CHO-ECA induziu a formaçao de Ang II nessas células. A expressao gênica de fibronectina e AGT estava aumentada nas CMH saudáveis expostas à Ex-AG comparada com CMH tratadas com Ex-C, indicando que os Ex-AG podem modificar a funçao normal de CMH.
CONCLUSAO: Os Ex-AG modificaram a funçao de CMH controle alvo, sugerindo que a comunicaçao intercelular através dos Ex pode ter implicaçoes fisiopatológicas na nefropatia diabética.

AO: 51884

Açao intrácrina da angiotensina II e localizaçao subcelular de receptores ATI e AT2 em membrana nuclear de células mesangiais

Autores: Antônio da Silva Novaes; Fernanda Teixeira Borges; Mirian Aparecida Boim*

Universidade Federal de Sao Paulo

INTRODUÇAO: A presença dos receptores AT1 e AT2 no compartimento intracelular pode mediar os efeitos nao clássicos da Ang II como crescimento, proliferaçao e regulaçao da expressao gênica de proteínas pró-inflamatórias e pró-fibróticas através de resposta intrácrina. A hipótese deste trabalho é testar a possibilidade de que a Ang II exógena é capaz de induzir efeitos intrácrinos através de sua ligaçao a receptores localizados na membrana nuclear de células mesangiais humanas (CMH).
OBJETIVO: Verificar a expressao de receptores AT1 e AT2 em membrana nuclear de CMH e em núcleo isolado de CMH, e avaliar seletivamente se a Ang II exógena e endógena é capaz de se ligar a esses receptores.
METODOLOGIA: A expressao proteica de AT1 e AT2 foi determinada por Western Blotting em extrato nuclear. A localizaçao dos receptores AT1 e AT2 foi avaliada por imunofluorescência em microscopia confocal. A síntese intracelular de Ang II (endógena) foi induzida por alta glicose (AG). O efeito intrácrino da Ang II foi analisado em CMH estimuladas com AG na ausência e na presença de candesartan e de Ang II (efeito exógena) sob a expressao gênica de fibronectina e pela proliferaçao celular por brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT).
RESULTADOS: O extrato nuclear de CMH apresentou expressao proteica para os receptores AT1 e AT2. Esses receptores foram também observados na membrana nuclear de CMH e de núcleos isolados de CMH. A adiçao de Ang II marcada com FITC (Ang II-FITC) em núcleos isolados produziu marcaçao co-localizada com ambos os receptores, indicando que a Ang II exógena foi capaz de ligar aos receptores nucleares. Além disso, a marcaçao da Ang II nos núcleos na presença de losartan e/ou PD-123319 apresentou uma reduçao da fluorescência em relaçao aos núcleos expostos somente à Ang II marcada. Isso sugere que os receptores nucleares sao semelhantes aos receptores AT1 e AT2, entretanto a fluorescência residual pode indicar a presença de outros tipos de receptores para Ang II. As células estimuladas por AG apresentaram níveis elevados de fibronectina e aumento da proliferaçao celular estes efeitos nao foram inibidos pelo candesartan, indicando um efeito da Ang II endógena.
CONCLUSAO: Esses resultados corroboram com a hipótese da presença de receptores nucleares que podem ser ativados pela Ang II e sugerem a possibilidade de açoes nucleares da Ang II independentes dos receptores AT1 e AT2 de membrana citoplasmática.

AO: 50446

Alteraçoes citológicas no sedimento urinário de pacientes com síndrome nefrótica com necrose tubular

Autores: Caroline Vilas Boas de Melo; Maria BrandaoTavares*; Carlos Alberto dos Santos Silva; Marília Bahiense de Oliveira; Ricardo David Couto; Washington Luis Conrado dos-Santos

Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – FIOCRUZ/BA

INTRODUÇAO: Necrose Tubular Aguda (NTA) é frequente em pacientes com Síndrome Nefrótica (SNO), manifestando-se, por vezes, como Lesao Renal Aguda (LRA). Quando isso ocorre, o diagnóstico diferencial com de Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva se impoe, visto que esta condiçao requer tratamento imunossupressor enquanto a NTA requer medidas de suporte. A análise do sedimento urinário é um procedimento nao invasivo, de baixo custo e amplamente disponível. Pacientes com NTA e LRA apresentam células tubulares no sedimento urinário. Entretanto, estudos em pacientes com SNO e LRA sao escassos e a análise de sedimento urinário corado normalmente nao é utilizada.
OBJETIVO: Identificar alteraçoes citológicas no sedimento urinário que sejam úteis para o diagnóstico diferencial entre NTA ou glomerulonefrites exsudativas.
MÉTODO: Trata-se de um estudo de corte transversal, incluindo pacientes com SNO: 8 com glomerulonefrites exsudativas, 10 com NTA sem glomerulonefrites exsudativas e 9 sem NTA e sem glomerulonefrites exsudativas. As células do sedimento urinário foram contadas, citocentrifugadas, coradas em hematoxilina/eosina ou Papanicolaou e contadas diferencialmente como pequenas (< 30pm de diâmetro), médias (30-48µm), grandes (> 48µm) ou classificadas por fenótipo (escamosas, uroteliais, tubulares e leucócitos). Parecer C.E.P.: 184.419.
RESULTADOS: A média de creatinina sérica foi 1,6 ± 1,2 mg/dL e da proteinúria/24h foi 9018 ± 6791 mg. Os diagnósticos histológicos mais frequentes foram Lesao Mínima e Glomerulopatia Membranosa em pacientes sem glomerulonefrites exsudativas com ou sem NTA, e Nefrite Lúpica em pacientes com glomerulonefrites exsudativas. A análise morfométrica por tamanho de células nao mostrou diferenças entre os grupos, entretanto, na análise fenotípica o número de leucócitos foi maior em pacientes com glomerulonefrites exsudativas (50%) que nos pacientes sem glomerulonefrites exsudativas com ou sem NTA (13%, p = 0,001).
CONCLUSAO: Nossos dados sugerem que o exame citológico do sedimento urinário tem potencial de uso na composiçao de um painel de testes para diagnóstico diferencial rápido e nao invasivo de LRA em pacientes com SNO.

AO: 51791

Angioplastia da fístula arteriovenosa para hemodiálise: experiência em um centro de nefrologia intervencionista

Autores: Ricardo Portiolli Franco; Domingos Candiota Chula*; Márcia Tokunaga de Alcântara; Marcelo Mazza do Nascimento; Miguel Carlos Riella

Fundaçao Pró-Renal e Hospital de Clínicas da UFPR

INTRODUÇAO: Para a manutençao do acesso vascular para hemodiálise (HD), o manejo endovascular das complicaçoes relacionadas é essencial. A atuaçao do Nefrologista Intervencionista neste contexto pode permitir o reconhecimento precoce das disfunçoes e sua abordagem célere, podendo ainda reduzir custos e a necessidade de hospitalizaçoes.
OBJETIVO: Avaliar os resultados de angioplastias realizadas por Nefrologistas, em regime ambulatorial, no manejo das estenoses venosas (EsV) de fístulas para HD.
MÉTODOS: Entre os meses de março de 2014 e dezembro de 2015, na Fundaçao Pró-Renal de Curitiba-PR, pacientes em HD crônica com EsV confirmada em Doppler, ou com suspeita de EsV, foram submetidos à angiografia diagnóstica. Foram considerados suspeitos para EsV pacientes com alteraçoes na anamnese e/ou exame físico tais como: presença de aneurismas, reduçao de frêmito ou pulso, edema ou dor no membro do acesso, dificuldade de punçao, falência de maturaçao, circulaçao colateral em tórax, sangramento prolongado após término da HD ou pressao venosa aumentada. Os pacientes com EsV maiores que 50% foram submetidos à angioplastia por balao. Todos os procedimentos foram realizados por Nefrologistas, em regime ambulatorial. Foi considerado sucesso radiológico primário a presença de estenose residual menor que 30%. A patência das fístulas foram reavalidas, por meio de exame físico e Doppler, em 60, 180 e 360 dias após o procedimento. Foram excluídos pacientes com oclusao completa do segmento venoso, pacientes submetidos a trombólise, portadores de próteses vasculares ou catéteres venosos, além de angiografias normais. No total, ocorreram 130 procedimentos neste período, sendo 81 destes excluídos pelos critérios citados.
RESULTADOS: foram realizadas 49 angioplastias em 36 pacientes, sendo 19 do sexo masculino (53%) e 16 diabéticos (44%). A média de idade dos pacientes foi de 57±16 anos e a mediana de idade das fístulas de 5 (1-165) meses. A taxa de sucesso radiológico primário foi de 77,5%. As patências, aos 2, 6 e 12 meses foram de 91,5%, 79% e 59%, respectivamente. Ocorreram 3 complicaçoes menores e uma maior (com necessidade de hospitalizaçao). Nao ocorreu nenhum óbito; nao houve a necessidade de acionamento do cirurgiao vascular em nenhum caso.
CONCLUSAO: a atuaçao do Nefrologista no tratamento endovascular de estenoses venosas da fístula para HD, em regime ambulatorial, mostrou-se segura e eficaz.

AO: 51696

Aumento do estresse oxidativo e eriptose, bem como supressao do sistema antioxidante em eritrócitos, sao deflagrados por indoxil sulfato

Autores: Gabriela Ferreira Dias; Thiago Maass Steiner; Natalia Borges Bonan*; Viktoriya Kuntsevich; StephanThijssen; Peter Kotanko; Roberto Pecoits-Filho; Andréa Novais Moreno-Amaral

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇAO: Toxinas urêmicaspromovem aumento do estresse oxidativo e morte (eriptose) dos eritrócitos, fatores que estao associadoscom a anemia relacionada à doença renal crônica (DRC). O presente estudo explora o potencial da toxina urêmica indoxil sulfato (IS) em induzir a eriptose e produçao de ROS, além do seu efeito no sistema antioxidante destas células.
MÉTODOS: Eritrócitosobtidos de indivíduos saudáveis (n = 6) foram incubados por6, 12 e 24h com diferentes concentraçoes de IS (4.49, 23.1 e 44.5 mg/L)na presença ou ausência de DPI (inibidor da atividade NADPH oxidase – 10 µM). A eriptose foi avaliada através da marcaçao com AnexinaV-PE ea geraçao de ROS intracelular foi avaliada pela sonda DCFH-DA, sendo analisados por citometria de fluxo. A dosagem de glutationa reduzida (GSH) foi realizada por espectrofotômetro (412nm).
RESULTADOS: IS promoveu aumento da produçao de ROS de maneira tempo e dose-dependente (13.69 ± 2.93 e 13.15 ± 7.11, para média e máxima concentraçao, respectivamentevs 2.96 ± 1.28 do controle negativo (CN) em 6h; 21.39 ± 7.41 e 26.41 ± 11.97, respectivamente vs. 2.72 ± 1.63 do CN em 12h). Em 24h de incubaçao a toxina promoveu aumento de ROS em todas as concentraçoes, sendo 11 ± 3.2 na mínima, 14.28 ± 4.82 na média e 20.57 ± 5.75 na máxima comparado a 3.92 ± 0.97 do CN. Eriptose também foi aumentada de forma dose e tempo-resposta(14.16 ± 3.27 e para média e máxima concentraçao vs. 4.28 ± 0.92 do CN em 12h; 20 ± 2.8 e 30.9 ± 7.3, respectivamente vs 4.5 ± 2.6 do CN em 24h). Na presença de DPI,tanto a produçao de ROS como a eriptose foram inibidas. Surpreendentemente, a toxina nao promoveu consumo do sistema antioxidante, uma vez que a concentraçao de GSH intracelular nao foi alterada.
CONCLUSOES: O IS foi capaz de promover tanto aumento na produçao de ROS como de eriptose de maneira dose-tempo dependente, sendo estes processos dependentes da NADPH oxidase, promovendo por outro lado, supressao do consumo de glutationa intracelular.

AO: 49549

Avaliaçao da expressao do receptor p2x7 no rim na fase precoce do diabetes mellitus experimental

Autores: Adelson Marçal Rodrigues*; Robson Souza Serralha; Maria José Fernandes; Elisa Mieko Suemitsu Higa

Universidade Federal De Sao Paulo

INTRODUÇAO: Diabetes mellitus (DM) é a maior epidemia do século XXI e a International Diabetes Federation estima que foram diagnosticados como diabéticas aproximadamente 415 milhoes de pessoas no ano de 2015, a mesma tem projeçoes para 2035 e estima-se que haverá 592 milhoes de pacientes em todo mundo. A hiperglicemia é o efeito comum do descontrole do DM, ela ativa várias vias que em associaçao com a disfunçao mitocondrial culminam na produçao exarcebada das espécies reativas de oxigênio. Estudo em nosso Laboratório mostrou que, o estresse oxidativo no DM estava associado à expressao e ativaçao do receptor P2X7 (P2X7R), o qual era altamente expresso na 8ª semana de diabetes, mas o momento exato em que sua produçao tornava-se significante permanecia desconhecido.
OBJETIVO: Este estudo visa avaliar em que momento o P2X7R se torna altamente expresso na fase mais precoce do DM.
METODOLOGIA: Ratos Wistar machos de 7 semanas de idade foram todos nefrectomizados unilateralmente e o DM foi induzido com estreptozotocina (60mg/kg, i.v.). Os animais foram eutanasiados na primeira e nas semanas subsequentes do DM até a oitava semana e o rim remanescente foi coletado e armazenado em freezer -80°C. O córtex renal foi homogeneizado para realizaçao de Western blotting e para reaçao em cadeia de polimerase quantificada (qPCR), em ambos procedimentos utilizou-se a actina como agente normalizador. Os resultados foram analisados em ANOVA de medidas repetidas com significância p < 0,05.
RESULTADOS: Os nossos dados preliminares de qPCR mostraram que nas duas primeiras semanas de diabetes, os níveis do RNAm do P2X7 encontravam-se constantes, durante as três semanas seguintes houve diminuiçao destes valores; no entanto, na sexta semana de diabetes foi observado aumento significante na síntese. O perfil de proteínas foi similar ao resultado do qPCR, nas cinco primeiras semanas de DM a expressao proteica do P2X7 foi menor, porém na sexta semana houve aumento embora nao tenha sido significante dessa expressao. Acreditamos que com a realizaçao de mais reaçoes, esta semana ganhará sigificância nos níveis proteicos.
CONCLUSAO: Nossos dados preliminares sugerem que a partir da sexta semana do diabetes ocorre aumento relevante da expressao proteica e gênica do P2X7R, o qual pode ser o marco inicial de danos proporcionados pelo receptor na fisiopatologia do DM.

AO: 48967

Avaliaçao da captaçao de p-cresil sulfato e indoxil sulfato por células endoteliais humanas via OATs

Autores: Giane Favretto; Lauro M. Souza; Paulo C. Gregório*; Regiane Cunha; Alessandra Becker-Finco; Guilherme L. Sassaki; Letícia Bonancio Cerqueira; Roberto Pecoits-Filho; Wesley M. Souza; Andréa Stinghen

Universidade Federal do Paraná

INTRODUÇAO E OBJETIVOS: p-Cresil Sulfato (PCS) e Indoxil Sulfato (IS) sao toxinas urêmicas ligadas à proteínas, responsáveis por muitas das conseqüências clínicas da uremia, tais como a disfunçao endotelial. Os transportadores de ânios orgânicos (OATs) sao transportadores que medeiam a absorçao de uma vasta gama de moléculas, tais como drogas e toxinas, e envolvidos na captaçao de toxinas urêmicas por células tubulares proximais. No presente estudo investigamos a expressao e captaçao de PCS e IS por OAT1 e OAT3 por células endoteliais vasculares humanas.
MÉTODOS: PCS foi sintetizado a partir de seu precursor p-cresol através de sulfataçao ácida a fim de se obter um sal de potássio. A caracterizaçao do PCS foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), espectrometria de massa (MS) e Ressonância Magnética Nuclear de H1 e C13. As células endoteliais humanas (E.A.hy 926 – ATCC CRL 2922) foram tratadas com as concentraçoes normal, urêmica e urêmica máxima de PCS (0,08 mg/L, 1,75 mg/L e 2,6 mg/L) e IS (0,6 mg/L, 53 mg/L e 236 mg/L) respectivamente, com e sem Probenicid (Pb), comumente utilizado como agente uricosúrico, e descrito como um inibidor de OATs. A expressao de OAT1 e OAT3 foi avaliada por imunocitoquímica e confirmada por western blot. A captaçao de PCS e IS foi analisada em extratos de células endoteliais à 4°C e 37°C por HPLC.
RESULTADOS: A viabilidade celular diminuiu significativamente após 24 h de tratamento com PCS (P<0,05) e IS (P<0,001) de uma forma dose dependente para IS, e foi restabelecida após o tratamento com Pb. A análise por western blot e imunocitoquímica mostraram que tanto OAT1 e OAT3 estao envolvidos na captaçao de PCS e IS em células endoteliais, com maior expressao de OAT1. A captaçao de PCS e IS analisados por HPLC mostrou que à 37 °C ocorre a internalizaçao celular de PCS e IS e quando Pb foi adicionado, nao houve inibiçao da captaçao de ambas as toxinas, o que sugere que os OATs estao envolvidos na captaçao e transporte celular de PCS e IS. Além disso, à 4°C foi observada uma internalizaçao diminuída.
CONCLUSOES: Os resultados do presente estudo sugerem fortemente que PCS e IS servem como substratos para OATs em células endoteliais humanas e desempenham um papel chave na captaçao dessas toxinas. Nossos resultados podem ser úteis para melhor compreender os mecanismos celulares e moleculares da toxicidade urêmica em pacientes com DRC.

AO: 51826

Avaliaçao da ocorrência de obesidade sarcopênica em pacientes tratados regularmente por hemodiálise

Autores: Mariana Clementoni Costa Borges; Barbara Perez Vogt*; Jacqueline Costa Teixeira Caramori

UNESP

INTRODUÇAO: Sarcopenia é caracterizada pela perda de massa e funçao muscular, altamente prevalente entre pacientes com doença renal crônica (DRC). Ao mesmo tempo e de forma contraditória, nota-se elevada prevalência de obesidade nesta populaçao. Denomina-se obesidade sarcopênica (ObS) a presença simultânea de ambas as condiçoes em um mesmo indivíduo. Entretanto, até o momento, a literatura ainda nao traz dados sobre a ocorrência de ObS entre pacientes com DRC em hemodiálise (HD).
OBJETIVO: Verificar a ocorrência de ObS em pacientes em HD, e comparar os indivíduos com e sem diagnóstico de ObS quanto aos parâmetros bioquímicas e nutricionais.
METODOLOGIA: Estudo transversal em que foram incluídos indivíduos com DRC em HD. Foram excluídos pacientes menores de 18 anos, em uso de corticosteroides ou terapia antirretroviral, com membros amputados e gestantes. Foram obtidos parâmetros laboratoriais de rotina, antropométricos, avaliaçao subjetiva global (ASG) e funçao muscular avaliada pela força de preensao manual. Para o diagnóstico de ObS foi utilizada porcentagem de gordura corporal e índice de massa apendicular (IMA), ambos avaliados por absortometria de raios-X de dupla energia (DXA). Para comparaçao entre grupos com e sem ObS foi realizado qui quadrado, test t de Student ou Mann Whitney, conforme distribuiçao das variáveis.
RESULTADOS: 55 pacientes foram incluídos (56.4% sexo masculino, idade 58,8 ± 15,0 anos, tempo em HD 25.5 meses). Onze pacientes (20%) apresentaram diagnóstico de ObS. Esses pacientes apresentaram menores IMC (p < 0,01), creatinina sérica (p = 0,011), IMA (p<0,01), menor pontuaçao na ASG (p = 0,028) e maior idade (p = 0,039). Porcentagem de gordura corporal, força de preensao manual, gordura do tronco, albumina sérica e PCR nao foram significativamente diferentes entre os pacientes com e sem ObS.
CONCLUSAO: ObS foi diagnosticada em 20% da amostra estudada. Esse grupo apresentou piores valores de parâmetros associados com avaliaçao de massa muscular e maior idade. Parâmetros de avaliaçao de gordura corporal nao foram associados com ObS.

AO: 51837

Avaliaçao do impacto do diabetes na funçao endotelial de pacientes com doença renal crônica

Autores: Mariana Nogueira Coutinho*; Maria Eugênia F. Canziani; Maria Aparecida Dalboni; Renato Watanabe; Luiz Aparecido Bortolotto; Valéria Costa Hong; Elisa Mieko Suemitsu Higa; Margaret Gori Mouro

UNIRIM

INTRODUÇAO: A disfunçao endotelial é um marcador precoce de complicaçoes vasculares tanto em pacientes com diabetes tipo 2 (DM) como naqueles com doença renal crônica (DRC). Nas últimas décadas, foram identificados vários biomarcadores que refletem disfunçao endotelial e têm sido relacionados a eventos cardiovasculares futuros.
OBJETIVO: Avaliar o impacto do DM na funçao endotelial de pacientes com DRC estágios 3 e 4.
MÉTODO: Estudo transversal, com 74 pacientes adultos portadores de DRC estágio 3-4 acompanhados no ambulatório de Uremia da UNIFESP, alocados 1:1 nos grupos com e sem Diabetes. A funçao endotelial foi avaliada pela mensuraçao das células progenitotas endoteliais (EPC), pela ultrassonografia que avalia vasodilataçao mediada por fluxo dependente (FMD) e independente do endotélio (NMD), pela dosagem de oxído nítrico (NO). Foi também avaliado a velocidade de onda de pulso (VOP), albuminúria e bioquímica.
RESULTADOS: Os pacientes com DRC e DM, quando comparados a aqueles sem DM, apresentaram maior IMC (31,4 ± 5,7 vs. 27,7 ± 4,7 kg/m2; p = 0,004), maior cintura abdominal (108,4 ± 12,8 vs. 100,2 ± 13,5 cm; p = 0,01), maior número de casos de infarto agudo de miocárdio prévio (18,9% vs. 2,7%; p = 0,025), maior número de casos de revascularizaçao do miocárdio (10,8% vs. 0%; p = 0,04), maior valor do VOP (10,3 ± 1,68 vs. 8,5 ± 1,75 m/seg; p < 0,0001), assim como maior hipertrigliceridemia (128 (90-183) vs. 176 (126-305) mg/dL; p = 0,002). No grupo DRC e DM observou-se elevaçao do número de EPCs 23 (1281,5) vs. 13 (5,5-28)/1.000.000 células, p = 0,005, e maior fluxo basal no ultrassom (0,47 ± 0,11 vs. 0,41 ± 0,12 m/s, p = 0,033) e um maior fluxo pré-nitrato também no ultrassom (0,46 ± 0,09 vs. 0,40 ± 0,12 m/s, p = 0,014).
CONCLUSAO: Este estudo demonstra paradoxalmente que renais crônicos diabéticos apresentam mais EPCs quando comparados ao grupo renal crônico sem diabetes. Outros marcadores que avaliam dano endotelial e inflamaçao foram coletados, porém ainda estao com resultados pendentes e devem contribuir no entendimento deste resultado. O achado de maior fluxo basal e pré-nitrato no ultrassom deve relacionar-se com um mecanismo compensatório para este dano endotelial aumentado.

AO: 50751

Biópsia renal em pacientes diabéticos: quando a nefropatia é nao diabética?

Autores: Thiago Itaquy; William Cardoso da Silva; Rafael Nazário Bringhenti; Gustavo Gomes Thomé; Dirceu Reis da Silva; Elvino José Guardao Barros; Francisco Veríssimo Veronese*

Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul

INTRODUÇAO: A indicaçao de biópsia renal (bx) em pacientes diabéticos, especialmente no diabetes mellitus tipo 2, ainda gera controvérsia.
OBJETIVO: Avaliar as indicaçoes e a prevalência de nefropatia diabética (ND), nefropatia nao diabética (NND) ou NND superimposta a ND (NND+ND) na bx de indivíduos diabéticos.
MÉTODO: Foram estudados retrospectivamente 80 pacientes diabéticos (10 do tipo 1 e 70 do tipo 2), que foram submetidos a biópsia renal por suspeita clínica de NND. Foram avaliados indicaçoes da bx, dados demográficos, clínicos, desfechos (ex., necessidade de início de diálise), e fatores preditivos do diagnóstico histológico de NND na bx através de análise de regressao logística.
RESULTADOS: As indicaçoes da bx foram perda rápida de funçao renal (33%), ausência de retinopatia diabética (25%), sinais clínicos/laboratoriais de doença sistêmica (20%) e proteinúria nefrótica abrupta (16%); em cinco casos (6%) só foi relatado síndrome nefrótica. A prevalência de ND (n = 47), NND (n = 24) e NND+ND (n = 9) foi 58,8%, 30% e 11,2%, respectivamente. A idade, sexo, raça e funçao renal na bx nao diferiram entre os três grupos; nos pacientes com ND isolada a proteinúria foi maior (p = 0,043), a albumina sérica menor (p = 0,048) e na bx a porcentagem de fibrose intersticial e atrofia tubular (p < 0,001) e de glomérulos globalmente esclerosados (p < 0,001) também foi maior. Diagnósticos prevalentes de NND e NND superimposta foram nefrite túbulo-intersticial aguda (n = 2/n = 6, respectivamente), glomeruloesclerose segmentar e focal (n = 6/n = 1), glomerulonefrite (GN) mesangial (n = 3/n = 1), GN crescêntica (n = 4/-) e nefrite lúpica (n = 3/n = 1). Em uma mediana de 24 (9-61) meses de seguimento, iniciaram diálise 20 (43%), 5 (21%), e 1 (11%) dos pacientes com ND, NND e NND+ND, respectivamente (p = 0,018). Na regressao logística, a presença de sinais clínicos/laboratoriais de doença sistêmica aumentou a chance do diagnóstico de NND na bx (Exp(B) 4,777; IC95% 1,127-25,045; p = 0,043), e maior nível de protein úria reduziu a chance de NND (Exp(B) 0,851; IC95% 0,719-0,976; p=0,036). Outros critérios nao foram preditores do tipo histológico, mas o pequeno tamanho da amostra impede qualquer conclusao.
CONCLUSAO: Apesar da suspeita clínica de NND, houve predomínio de ND nesta coorte de pacientes diabéticos. Entretanto, 41% dos pacientes tinha NND isolada ou superimposta a ND, o que reforça a indicaçao da bx na suspeita clínica de patologia nao diabética e a necessidade de se individualizar cada caso.

AO: 51782

Efeitos do tabagismo sobre o fenótipo renal em camundongos císticos deficientes em PKD1: um estudo ampliado

Autores: Marciana Veloso de Sousa*; Andressa Godoy Amaral; Bruno Eduardo Pedroso Balbo; Fernanda de Sousa Messias; Isac de Castro; Luiz Fernando Onuchic

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo

INTRODUÇAO: A indicaçao de biópsia renal (bx) em pacientes diabéticos, especialmente no diabetes mellitus tipo 2, ainda gera controvérsia.
OBJETIVO: Avaliar as indicaçoes e a prevalência de nefropatia diabética (ND), nefropatia nao diabética (NND) ou NND superimposta a ND (NND+ND) na bx de indivíduos diabéticos.
MÉTODO: Foram estudados retrospectivamente 80 pacientes diabéticos (10 do tipo 1 e 70 do tipo 2), que foram submetidos a biópsia renal por suspeita clínica de NND. Foram avaliados indicaçoes da bx, dados demográficos, clínicos, desfechos (ex., necessidade de início de diálise), e fatores preditivos do diagnóstico histológico de NND na bx através de análise de regressao logística.
RESULTADOS: As indicaçoes da bx foram perda rápida de funçao renal (33%), ausência de retinopatia diabética (25%), sinais clínicos/laboratoriais de doença sistêmica (20%) e proteinúria nefrótica abrupta (16%); em cinco casos (6%) só foi relatado síndrome nefrótica. A prevalência de ND (n = 47), NND (n = 24) e NND+ND (n = 9) foi 58,8%, 30% e 11,2%, respectivamente. A idade, sexo, raça e funçao renal na bx nao diferiram entre os três grupos; nos pacientes com ND isolada a proteinúria foi maior (p = 0,043), a albumina sérica menor (p = 0,048) e na bx a porcentagem de fibrose intersticial e atrofia tubular (p < 0,001) e de glomérulos globalmente esclerosados (p < 0,001) também foi maior. Diagnósticos prevalentes de NND e NND superimposta foram nefrite túbulo-intersticial aguda (n = 2/n = 6, respectivamente), glomeruloesclerose segmentar e focal (n = 6/n = 1), glomerulonefrite (GN) mesangial (n = 3/n = 1), GN crescêntica (n = 4/-) e nefrite lúpica (n = 3/n = 1). Em uma mediana de 24 (9-61) meses de seguimento, iniciaram diálise 20 (43%), 5 (21%), e 1 (11%) dos pacientes com ND, NND e NND+ND, respectivamente (p = 0,018). Na regressao logística, a presença de sinais clínicos/laboratoriais de doença sistêmica aumentou a chance do diagnóstico de NND na bx (Exp(B) 4,777; IC95% 1,127-25,045; p = 0,043), e maior nível de proteinúria reduziu a chance de NND (Exp(B) 0,851; IC95% 0,719-0,976; p=0,036). Outros critérios nao foram preditores do tipo histológico, mas o pequeno tamanho da amostra impede qualquer conclusao.
CONCLUSAO: Apesar da suspeita clínica de NND, houve predomínio de ND nesta coorte de pacientes diabéticos. Entretanto, 41% dos pacientes tinha NND isolada ou superimposta a ND, o que reforça a indicaçao da bx na suspeita clínica de patologia nao diabética e a necessidade de se individualizar cada caso.

AO: 50579

Explantes renais: uma alternativa para avaliaçao de nefrotoxicidade

Autores: Weslem Garcia Suhett*; Victor Hugo Brunaldi Marutani; Leila Maidana Moreno; Juliana Rubira Gerez; Ana Paula F.R.L. Bracarense

Universidade Estadual de Londrina

Os rins apresentam um papel essencial na manutençao da homeostase, portanto o conhecimento sobre os efeitos tóxicos de xenobióticos sobre os rins, bem como os mecanismos de lesao apresenta relevância científica. A avaliaçao da nefrotoxicidade utiliza principalmente animais de laboratório, no entanto sao necessárias alternativas à avaliaçao in vivo. Modelos ex vivo que utilizam explantes teciduais têm apresentado resultados promissores. O objetivo deste trabalho foi avaliar e padronizar a utilizaçao de explantes renais de suínos para ensaios toxicológicos. Foram avaliados 112 explantes renais obtidos de seis suínos de cinco meses de idade. Os explantes foram divididos em: controle zero horas (CTRL 0), controle 4 horas (CTRL 4) e grupo exposto a gentamicina (1,05 M) (EG). Os explantes foram incubados durante 4 h a 37o C em placas de seis poços contendo meio de cultura (DMEM) (CTRL 4) ou DMEM+gentamicina (EG). O grupo CTRL 0 nao foi incubado. Após a incubaçao os explantes foram fixados e processados para análise histológica. Estabeleceu-se escore lesional de acordo com a intensidade e gravidade das alteraçoes histológicas. Foram considerados 11 critérios histológicos: material proteico na membrana basal dos capilares glomerulares ou na cápsula de Bowman, atrofia glomerular, infiltrado inflamatório, congestao, vacuolizaçao citoplasmática, vacuolizaçao nuclear, cilindros hialinos, picnose, corpúsculos apoptóticos e necrose. Os dados dos escores de lesao foram submetidos à análise estatística (análise de variância e teste de Tukey) considerando-se p < 0,05. O escore lesional dos explantes CTRL 0 (3,19) e CTRL 4 (4,67) nao apresentou diferença significativa entre os grupos. Observou-se aumento significativo do escore lesional nos explantes expostos à gentamicina (11,69) em comparaçao aos grupos controle 0 e 4 horas. Os achados histológicos mais frequentes foram congestao moderada em 62% dos fragmentos do grupo CTRL 0, vacuolizaçao citoplasmática em 41% do grupo CTRL 4 e necrose tubular grave em 68% do grupo EG. Os resultados indicam que o modelo de explantes renais de suínos é adequado para avaliar os efeitos de substâncias tóxicas sobre o tecido renal, além de ser uma alternativa ao modelo in vivo, atendendo as necessidades éticas atuais que preconizam a reduçao do número de animais utilizados em pesquisas.

AO: 51827

Variabilidade na progressao da doença renal associada à deficiência de lecitina colesterol aciltransferase (LCAT): série de casos

Autores: Carlos Andrews Teixeira de Lima Sampaio*; Leonardo Cardoso Saraiva; Henrique Ryu Yamanaka Nakano; Andressa Godoy Amaral; Eliene Santana Costa; Elieser Hitoshi Watanabe; Bruno Eduardo Pedroso Balbo; Luiz Fernando Onuchic

Universidade de Sao Paulo

INTRODUÇAO: A lecitina colesterol aciltransferase (LCAT) é uma enzima envolvida no metabolismo do colesterol. A deficiência familial de LCAT (FLD) é uma enfermidade rara, de herança recessiva, associada a deposiçao sistêmica de lípides, resultando frequentemente em insuficiência renal crônica.
OBJETIVO: Identificar indivíduos com FLD a partir de casos índice, por meio da detecçao de mutaçoes no gene LCAT e manifestaçoes clínicas associadas à doença.
MÉTODOS: Análise retrospectiva de pacientes atendidos no HC-FMUSP com FLD e busca ativa em familiares sob risco, através de investigaçao clínica e molecular.
RESULTADOS: Identificamos 16 casos de FLD em 6 famílias consanguíneas diferentes, 5 das quais procedentes do Piauí. No primeiro caso índice, sequenciamento de exoma completo identificou em LCAT a variante c.G803A em homozigose (p.R268H). Investigamos o potencial patogênico desta variante, constatando: a) sua inexistência em outras populaçoes (1000 Genomes e ExAC); b) conservaçao evolucionária da arginina; c) elevado escore de patogenicidade (provavelmente lesivo por PolyPhen-2 e SIFT. Realizamos teste gênico direto em 47 dos 97 indivíduos sob risco até o momento, identificando 9 pacientes homozigotos para a mutaçao p.R268H (afetados), 21 heterozigotos e 17 homozigotos para o alelo normal. A variante p.R268H nao foi confirmada em apenas uma família nao procedente do Piauí. Entre os 8 pacientes com dados bioquímicos disponíveis, a idade média foi de 33 anos (5 homens e 3 mulheres), todos com opacidade corneana. O valor médio de colesterol HDL foi de 4,3 mg/dL neste grupo, com 3 pacientes apresentando hipertrigliceridemia grave. Quatro dos 8 pacientes encontravam-se em estágio 1 de DRC e 3 em insuficiência renal. Hematúria ocorreu em 6/8 casos, associando-se com proteinúria variável (1,65 a 6,69 g/24h). Detectamos heterogeneidade inter- e intrafamiliar significativa para a taxa de filtraçao glomerular (TFG), mesmo após correçao para idade entre os afetados. Biópsia renal foi disponível em 6 casos, caracterizando-se por deposiçao variável de material vacuolar em mesângio, membrana basal e regiao endocapilar.
CONCLUSAO: Deficiência de LCAT resulta em acometimento renal frequente. Nesta série de casos, a variabilidade na TFG entre pacientes com a variante p.R268H sugere que outros fatores, de natureza genética e/ou ambiental, influenciem a progressao da doença renal associada à FLD.

NEFROLOGIA PEDIATRICA

AO: 51580

Registro latino americano de urolitíase pediátrica: relatório preliminar

Autores: Maria Goretti Moreira Guimaraes Penido*; Michelle López; Nilzete Liberato Brezolin; Susana Cecilia Miceli; María Velasco; Stella Maris Dieguez; Laura Fernanda Alconcher; Ismael Toledo

Unidade de Nefrologia Pediátrica da Santa Casa de Belo Horizonte – Unidade de Nefrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG

INTRODUÇAO: Nos últimos anos houve um aumento significativo na incidência de urolitíase em adultos e crianças. Este aumento tem sido atribuído ao aquecimento global, mudanças de estilo de vida, hábitos nutricionais, e possivelmente, outros fatores ambientais.
OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi traçar um perfil epidemiológico da urolitíase pediátrica na América Latina.
MÉTODOS: Estudo observacional, descritivo e retrospectivo com pacientes pediátricos com urolitíase confirmada, originários de Centros Latino Americanos de Nefrologia Pediátrica, de dezembro de 1995 a dezembro de 2015. Os dados foram coletados a partir de registros médicos e registrado em um banco de dados criado online. O estudo foi aprovado por todos os Comitês de Ética dos referidos centros.
RESULTADOS: Dos 512 pacientes (58% Masculinos) todos tinham creatinina sérica e eletrólitos normais. A urolitíase foi diagnosticada por ultrassonografia em 80% dos casos e por tomografia computadorizada em 20%. A mediana da idade ao diagnóstico foi de 8,0 anos (4,9-11,0). Hematúria macro ou microscópica (36%), bem como dor abdominal ou nos flancos (58%) foram as apresentaçoes clínicas mais comuns. História familiar de urolitíase foi positiva em 51% dos casos. As anormalidades metabólicas urinárias mais comuns foram hipercalciúria (63%) e hipocitratúria (52%), isoladas ou em combinaçao com outras anormalidades. 22% dos pacientes tinham o volume urinário inferior a 1,0 ml/kg/h, 30% tinham hiperuricosúria e 11% tinham hiperoxalúria. Vinte e cinco pacientes (5%) tinham cistinúria e em 20% dos casos nao foram encontradas anormalidades metabólicas. A maioria dos cálculos urinários eram unilaterais (76%) e o número de cálculos variou entre 1 e 4, na maioria dos pacientes (80%).
CONCLUSOES: Apesar de algumas diferenças entre as populaçoes, as principais causas de urolitíase pediátrica na América Latina foram hipercalciúria, seguida por hipocitratúria e oligúria, que sugere baixa ingestao de líquidos. A relaçao masculino/feminino ficoiu perto de 1, com um ligeiro predomínio do sexo masculino. O diagnóstico foi feito por ultrassonografia na maioria dos casos e a hematúria associada à dor abdominal ou no flanco foi a apresentaçao clínica mais comum. Achados semelhantes entre as populaçoes estudadas clamam por esforços regionais conjuntos para abordar estas questoes desafiadoras.

NUTRIÇAO

AO: 51598

Efeitos da suplementaçao de resveratrol na expressao de Nrf2 e NF-kB em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador: estudo randomizado, duplo-cego e cruzado

Autores: Juliana Furtado Saldanha; Viviane de Oliveira Leal*; Marcelo Ribeiro-Alves; José Carlos Carraro-Eduardo; Denise Mafra

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

INTRODUÇAO: Devido a sua reconhecida capacidade antioxidante e anti-inflamatória, o resveratrol tem sido associado a efeitos benéficos no controle da progressao da doença renal crônica (DRC) bem como na atenuaçao de alteraçoes metabólicas associadas à DRC.
OBJETIVO: Avaliar os efeitos da suplementaçao de resveratrol na expressao dos fatores de transcriçao nucleares Nrf2 e NF-kB em pacientes com DRC em tratamento conservador.
MÉTODO: Estudo randomizado, duplo-cego e cruzado onde foram avaliados 20 pacientes (62,0 ± 8,0 anos, 45% homens, IMC de 27,7 ± 1,2kg/m2) com taxa de filtraçao glomerular média estimada de 34,0 ± 13,0mL/min. O protocolo de suplementaçao consistiu no uso de resveratrol (cápsula única de 500mg) ou placebo (farinha de trigo) por 4 semanas, seguidas por 8 semanas sem qualquer suplementaçao (wash-out). Após o período de wash-out, os pacientes passaram por novo período de 4 semanas de suplementaçao, sendo que aqueles que iniciaram o protocolo de suplementaçao com resveratrol receberam cápsulas de placebo e vice-versa. Células mononucleares do sangue periférico foram isoladas e processadas para análise da expressao de Nrf2 e NF-kB por reaçao quantitativa em cadeia de polimerase em tempo real. A concentraçao plasmática das citocinas pró-inflamatórias (proteína C-reativa, interleucina-6 e TNF-a) e atividade das enzimas antioxidantes (glutationa peroxidase, superóxido dismutase e catalase) também foram mensuradas.
RESULTADOS: Nao foram observadas diferenças significativas na expressao de Nrf2 (0,97 ± 0,64 para 0,77 ± 0,35) e NF-kB (1,27 ± 0,27 para 0,86 ± 0,37) após suplementaçao com resveratrol. Considerando o tamanho do efeito, a suplementaçao de resveratrol nao promoveu diferenças significativas na expressao de Nrf2 (-0.13, p = 0.29) e NF-kB (0.09, p = 0.31). A concentraçao plasmática das citocinas pro-inflamatórias e atividade das enzimas antioxidantes nao foram diferentes após suplementaçao com resveratrol. Nao foram reportados efeitos colaterais associados à suplementaçao de resveratrol ou placebo.
CONCLUSAO: Em pacientes com DRC em tratamento conservador, a suplementaçao de resveratrol nao foi capaz de modular fatores de transcriçao envolvidos com inflamaçao e estresse oxidativo. Contudo, estudos adicionais com diferentes doses, fontes e tempo de tratamento devem ser conduzidos para melhor elucidaçao dos efeitos do resveratrol nesta populaçao.

AO: 51783

Efeitos do treinamento físico e suplementaçao com vitamina d sobre a massa e funçao muscular de pacientes em hemodiálise crônica: ensaio clínico randomizado controlado

Autores: Barbara Perez Vogt*; Fernanda Stringuetta Belik; Viviana Rugolo Oliveira e Silva; Altamir Santos Teixeira; Roberto Jorge da Silva Franco; Luis Cuadrado Martin; Jacqueline Costa Teixeira Caramori

UNESP

Depleçao muscular é preditora de morbidade e mortalidade em pacientes com doença renal crônica. Vitamina D (Vit D) e treinamento físico afetam massa e funçao muscular, e podem ser terapias promissoras para o incremento muscular de pacientes em hemodiálise (HD).
OBJETIVOS: Avaliar os efeitos do treinamento físico e suplementaçao com Vit D, sozinhos ou associados,sobre a massa muscular e funçao muscular de pacientes em HD.
MÉTODOS: Ensaio clínico, randomizado e controlado,duplo cego para Vit D, e aberto para treinamento físico. Pacientes em HD foram incluídos e randomizados em um dos grupos: Grupo 1 (treinamento aeróbico e suplementaçao com Vit D); Grupo 2 (treinamento aeróbico e placebo); Grupo 3 (somente suplementaçao com Vit D) e Grupo 4 (somente placebo). Avaliaçao nutricional foi realizada antes e após a intervençao de 16 semanas. A avaliaçao incluiu antropometria, avaliaçao subjetiva global, avaliaçao da funçao muscular por teste de força de preensao manual (FPM) e quantificaçao da massa muscular por absortometria de raios-X de dupla energia (DXA). O treinamento físico foi realizado três vezes por semana, durante a sessao de HD, por 30 minutos, em bicicleta ergométrica acoplada à cadeira de HD. Suplementaçao de Vit D foi feita na forma de colecalciferol na dose de 50000 UI/semana. Para comparaçao entre os grupos nos diferentes momentos foi utilizada ANOVA de duas vias.
RESULTADOS: 29 pacientes foram incluídos no estudo (58.6% sexo masculino, idade 56.7 ± 13.9 anos). Nove foram excluídos durante a intervençao (seis transplantes, um desistência, um infarto agudo do miocárdio e uma neoplasia). Cinco pacientes completaram o período de intervençao no grupo 1, 4 no grupo 2, 5 no grupo 3 e 6 no grupo 4. Níveis séricos de Vit D aumentaram significativamente nos grupos que foram suplementados, enquanto nao houve diferença nos grupos que receberam placebo. FPM aumentou significativamente somente no grupo 1 (p = 0.004) e nao houve alteraçao na massa muscular em todos os grupos.
CONCLUSAO: A intervençao treinamento aeróbico combinado com suplementaçao de Vit D nao promoveu aumento de massa muscular, mas promoveu a melhora da funçao muscular. Como funçao muscular diminuída é preditor de mortalidade em pacientes em HD, essa intervençao pode ser eficiente na reduçao do risco de mortalidade. Mais estudos sao necessários para verificar se há alteraçao na massa muscular com maior tempo de intervençao e no risco de morbidade e mortalidade.

OUTRAS AREAS

AO: 51992

Suplementaçao com gama- orizanol previne disfunçao renal induzida por dieta rica em carboidrato

Autores: Fabiane Valentini Francisqueti; Vanessa dos Santos Silva*; Artur Júnio Togneri Ferron; Jéssica Leite Garcia; Klinsmann Carolo dos Santos; Ana Lúcia A. Ferreira; Igor Otávio Minatel; Camila Renata Corrêa

Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP

INTRODUÇAO: A ingestao excessiva de macronutrientes, principalmente de carboidratos, é uma das causas de obesidade, hipertensao e diabetes, que sao fatores de risco independentes para doença renal. Estudos com compostos bioativos se mostram efetivos na prevençao dessas doenças. O arroz (Oriza sativa L.) é um alimento de primeira necessidade e o principal componente da dieta de metade da populaçao mundial, e foco dos pesquisadores como potencial fonte de micronutrientes bioativos. O farelo de arroz, rico em γ-orizanol, apresenta atividade antioxidante e anti-inflamatória, tendo açao positiva no tratamento da hiperlipidemia, diabetes tipo II, resistência à insulina, hipertensao, diminuiçao de peso e melhora dos níveis de adiponectina.
OBJETIVO: Avaliar o efeito do gama-orizanol sobre a funçao renal de ratos Wistar que receberam uma dieta rica em carboidrato.
MÉTODO: 32 ratos Wistar machos foram divididos casualmente em 4 grupos: Grupo 1 (G1) dieta controle; Grupo 2 (G2) dieta controle + γ-orizanol; Grupo 3 (G3) dieta carboidrato; Grupo 4(G4) dieta carboidrato + γ-orizanol. A raçao controle tinha 60% de carboidrato e a raçao carboidrato, 53,5% + 25% proveniente da sacarose adicionada na água. O protocolo durou 20 semanas. A dose de y -orizanol acrescentada na raçao foi de 0,5%. Ao final, foram avaliados: peso corporal (g), razao proteína/creatinina urinária (PTN/creat), taxa de filtraçao glomerular(TFG), glicemia(gli), pressao arterial(PA). Os grupos foram comparados por ANOVA- two way.
RESULTADOS: Houve diferença no peso entre os grupos G1 e G3 (461,0 x 539,9g, p = 0,003) e entre G3 e G4 (539,9 x 447,5g, p = 0,010). Ptn/creat foi maior em G3 comparado a G1 (0,00321 x 0,00263, p = 0,003) e maior comparado a G4 (0,00321 x 0,00263, p = 0,005). TFG foi menor em G3 comparado a G1 (0,88 x 1,62ml/min, p = 0,001) e menor em G4 comparado a G2 (1,22 x 1,62, p = 0,0374). Gli foi maior em G3 comparado a G1 (119,9 x 92,2 mg/dL, p = 0,019) e maior em G4 comparado a G2 (92,5 x 132,1mg/dL, p = 0,001). A PA foi maior em G3 comparado a G1 (137,0 x 128,6mmHg, p = 0,005) e maior em G4 comparado a G2 (139,2 x 129,3mmHg, p = 0,001).
CONCLUSAO: a dieta rica em carboidrato é capaz de levar a aumento da glicemia, pressao arterial e relaçao Ptn/creat urinária e a suplementaçao com gama-orizanol preveniu a disfunçao renal, independente da presença de hiperglicemia e hipertensao.
APOIO FINANCEIRO: Fundaçao de Amparo à Pesquisa do Estado de Sao Paulo (2015/10626-0).

“PREMIO MELHOR TEMA LIVRE APRESENTADO NO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE NEFROLOGIA 2016”
1° LUGAR

AO: 51920

Terapia celular com células mononucleares autólogas derivadas de medula óssea no tratamento de pacientes portadores de glomerulosclerose segmentar e focal

Autores: Bruno Freire Botelho; Andre Luis Barreira; Marcio Gomes Filippo; Bianca Gutfilen; Sergio Augusto Lopes de Souza; Angelo Maiolino; Regina Goldenberg; Alvimar Gonçalves Delgado; Marcelo Marcos Morales; Maurilo Leite Jr.*

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Dentre as diversas causas de doença renal crônica (DRC), a Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) tem papel relevante, evoluindo em muitos casos para DRC estágio 5 dialítico. Seu tratamento fundamentase na utilizaçao de corticoide e imunossupressores. No entanto, alguns pacientes apresentam resistência ao tratamento. Estudos em animais demonstraram que células tronco mesenquimais e mononucleares derivadas de medula óssea (CMN-MO) podem contribuir com a diminuiçao do processo de fibrose renal. Este estudo tem o objetivo de avaliar a exequibilidade e segurança do transplante autólogo de CMN-MO em pacientes com GESF, resistentes ao tratamento convencional. Foram selecionados 4 pacientes com GESF resistente a corticoide e imunossupressores e clearance da creatinina (CKD-EPI) estimado entre 40 e 20 ml/min. Os pacientes foram acompanhados durante 3 meses prévios ao procedimento e posteriormente, por mais 9 meses. A extraçao das células mononucleares foi realizada através de aspirado de medula óssea com centrifugaçao por gradiente de Ficoll. A infusao foi realizada por punçao de artéria femoral sob anestesia local, seguida de cateterizaçao dos óstios das artérias renais. A soluçao contendo aproximadamente 30-100 milhoes de células foi dividida e injetada em ambas as artérias renais, após marcaçao com 99mTc para cintilografia de corpo inteiro. Apresentava a seguinte celularidade: Células mesenquimais: 0,01%, células imaturas CD34: 3,5%, sendo 0,6% linfóide e 2,9% mielóide. Em seguida os pacientes foram acompanhados ambulatorialmente, com exames colhidos mensalmente. Após infusao, as células marcadas foram detectadas difusamente no aspecto de ambos os rins. Resultados sao apresentados como média ± DP, imediatamente pré e 5 meses pós procedimento. Creatinina sérica (mg/dL), pré: 2,16 ± 0,17; pós: 2,15 ± 0,29 (NS). Proteína/creatinina em amostra de urina (mg/mg), pré: 1,05 ± 0,49; pós: 0,69 ± 0,80 (NS). Os pacientes se mantem estáveis, sem intercorrências.
CONCLUSAO: Nesta etapa inicial pudemos mostrar que a terapia celular, por infusao autóloga de células mononucleares derivadas de medula óssea, é um procedimento seguro e viável para tratamento de doenças renais. Durante o período pós infusao, observamos estabilidade nos níveis de creatinina sérica e uma tendência a queda da proteinuria. No entanto, mais estudos com aumento da casuística sao necessários para real avaliaçao da eficácia do procedimento no paciente com GESF nao responsiva a terapia usual.

AO: 51968

Trombólise por via endovascular para salvamento de acessos vasculares para hemodiálise: experiência de um centro de nefrologia intervencionista no Brasil

Autores: Ricardo Portiolli Franco*; Domingos Candiota Chula; MarciaTokunaga de Alcântara; Miguel Carlos Riella

Fundaçao Pró Renal Brasil

INTRODUÇAO: A fistula arteriovenosa (FAV) é o acesso de escolha para pacientes em hemodiálise (HD) crônica. No entanto a alta taxa de falência primaria e de trombose sao um importante problema, sendo maioria das tromboses relacionada a estenoses venosas. Diversas técnicas foram descritas para salvamento após trombose, entre elas trombectomia cirúrgica e técnicas endovasculares com ou sem administraçao de trombolíticos. Em muitos países o nefrologista intervencionista é o responsável por estes procedimentos.
OBJETIVO: Descrever a experiência brasileira no salvamento de acessos para HD por nefrologistas, através de trombólise por procedimento endovascular.
MÉTODO: Foram analisados os procedimentos realizados em pacientes encaminhados por trombose de acesso. Todos os procedimentos foram realizados por nefrologistas e constituíram-se de punçao do acesso e avaliaçao por angiografia. Após identificaçao do trombo e das estenoses associadas administrava-se Alteplase em baixa dose via cateter. Em casos de pequenos trombos optou-se por angioplastia do trombo. Após resoluçao da trombose quaisquer estenoses venosas eram submetidas a angioplastia. O seguimento foi trimestral com nefrologista através exame físico e Doppler.
RESULTADOS: Entre agosto de 2014 e maio de 2016 foram encaminhados 28 pacientes devido a trombose de acesso para HD, nos quais foram realizados um total de 32 procedimentos de trombólise. 57% dos pacientes era do sexo masculino, a idade média 57 (DP±16,6) anos e 42% possuía diabetes. Apenas 4 acessos eram próteses de PTFE. O procedimento foi bem sucedido em 19 casos (59,3%), com recuperaçao da perviedade do acesso e possibilidade de uso para HD. A maioria dos acessos foi abordada dentro de 48 horas, sendo a trombólise mais tardia após 24 dias da trombose. A sobrevida dos acessos por Kaplan-Meier foi de 63,2% em 18 meses de acompanhamento. Se considerados somente os 19 acessos submetidos a trombólise com sucesso a sobrevida foi de 91% em 18 meses, com apenas uma trombose após 4 meses. Como complicaçoes menores ocorreram 8 hematomas (25%), sem prejuízo para o acesso e uma bacteremia devido a trombo infectado. Ocorreu uma complicaçao maior (3%), com hematoma volumoso e necessidade de suspensao do procedimento e abandono do acesso.
CONCLUSAO: O salvamento de acessos para HD por nefrologistas é uma técnica segura, com considerável índice de sucesso e sobrevida prolongada dos acessos, reduzindo a necessidade de cateteres centrais e morbidade relacionada.

AO: 51804

Via de sinalizaçao de TGF-beta está desregulada na Nefropatia de Fabry

Autores: Ester Miranda Pereira*; Semiramis Jamil Hadad do Monte; Adalberto Socorro da Silva

Universidade Federal do Piauí

INTRODUÇAO: A doença renal crônica é uma das principais causas de morbidade, diminuiçao da qualidade de vida e de morte prematura em pacientes com doença de Fabry (DF), uma rara desordem lisossomica ligada ao X. Mais de 70% dos pacientes com DF apresentam disfunçao renal, dos quais cerca de metade progride para a doença renal terminal. Gb3, o principal substrato da enzima deficiente na DF, α-Gal A, acumula-se progressivamente no interior dos diversos tipos celulares. Os mecanismos pelos quais o aumento dos níveis de Gb3 altera a fisiopatologia celular nao esta elucidado. Lesao e reduçao da densidade de podócito foram documentados em pacientes com Nefropatia de Fabry (NF) e estao entre preditores de sua progressao. Uma vez que uma proporçao importante da populaçao total de podócitos se perde, as células restantes sao incapazes de compensar essa perda resultando em glomeruloesclerose. Recentemente, pesquisas mostraram que alteraçoes na via de sinalizaçao de TGF-beta pode contribuir para a NF. Alem disso, a desregulaçao de TGF-beta é um dos principais contribuintes para a transiçao epitelio-mesenquimal (EMT) em podócitos.
OBJETIVOS: Análise da expressao de TGF-beta e Vimentin em podócitos de Fabry em comparaçao com podócitos controles.
MÉTODOS: Nós desenvolvemos um modelo de podócito humano imortalizado e editado pelo método de CRISPRCas9 para a DF e comparamos as vias de sinalizaçao de TGF-beta desse modelo com podócito controle utilizando a metodologia de phosphoarray.
RESULTADOS: Nossos resultados preliminares mostram que TGFBR e vimentina estao 1.2 e 2.4 vezes aumentado, respetivamente, em modelos de podócitos da DF em relaçao ao controle.
CONCLUSAO: Nosso estudo aponta para uma possível desregulaçao da via de sinalizaçao de TFG-beta em podócitos na NF e abre possibilidades para a exploraçao dessa via para a compreensao da fisiopatogenia da NF.

TRANSPLANTE

AO: 51937

Avaliaçao da incidência de doença renal crônica pelos critérios de KDIGO pós transplante hepático ortotópico em uma coorte retrospectiva de 7 anos

Autores: Paulo Ricardo Gessolo Lins*; Roberto Camargo Narciso; Leonardo Rolim Ferraz; Oscar Fernando Pavao dos Santos; Miguel Cendoroglo Neto; Cássio José de Oliveira Rodrigues; Marcelino Souza Durao Junior; Marcelo Costa Batista

UNIFESP

INTRODUÇAO: Transplante hepático foi um grande avanço da medicina beneficiando milhares de pacientes antes destinados a um desfecho desfavorável. Coortes internacionais cerca de 18% dos pacientes transplantados hepáticos apresentaram critérios para doença renal crônica no decorrer de 5 anos de seguimento do transplante hepático. Entretanto, nao se sabe, até o momento, qual a realidade brasileira sobre a incidência de doença renal crônica nos pacientes transplantados hepáticos.
OBJETIVOS: Avaliar a incidência de DRC e seu impacto na sobrevida dos pacientes submetidos a transplante hepático ortotópico
CASUISTICA E MÉTODOS: Foram avaliados retrospectivamente, os pacientes submetidos a transplante hepático após a vigência do sistema de alocaçao MELD (2007), em um centro único em Sao Paulo, SP. DRC foi definida conforme a classificaçao KDIGO com base nos níveis de creatinina sérica ao longo do acompanhamento ambulatorial seriado dos pacientes. Menores de 18 anos, doentes renais crônicos prévios ao transplante e transplante simultâneo rim-fígado foram excluídos da análise.
RESULTADOS: Foram analisados 297 pacientes transplantados. A incidência cumulativa de DRC foi de 20,5% (n = 61) nos transplantados. Na análise multivariada hipertensao, diabetes, hepatite C e transplante nos pacientes cirróticos apresentaram correlaçao com a incidência de doença renal crônica.
CONCLUSOES: O conhecimento da existência e potenciais fatores de risco para surgimento de doença renal crônica pós transplante nao renal é de suma importância para implantaçao de políticas de saúde visando o acompanhamento e seguimento desses pacientes, com o objetivo de melhorar desfechos e aumentar a sobrevida geral dos acometidos.

AO: 51608

Avaliaçao dos desfechos relacionados ao uso de enxertos renais provenientes de doadores de critérios expandidos

Autores: Adriana Reginato Ribeiro; Alessandra Rosa Vicari; Desirée Wieth Molin; Roberto Ceratti Manfro; Fabiani Palagi Machado*

Hospital de Clinicas de Porto Alegre

INTRODUÇAO: O uso de rins provenientes de doadores de critérios expandidos (DCE) tem sido um a estratégia utilizada para aumentar a disponibilidade de órgaos para transplante renal (TR).
OBJETIVO: Estudar o impacto do uso de órgaos DCE nos desfechos após o TR.
MÉTODO: Foram estudados retrospectivamente os pacientes que receberam TR em um único centro transplantador no período de janeiro de 2009 a março de 2015. Foram analisadas incidência de disfunçao inicial do enxerto (DGF) e de rejeiçao aguda (RA), a taxa de filtraçao glomerular (TFG) do pela fórmula MDRD e as sobrevivas de pacientes e enxertos.
RESULTADOS: No período estudado 613 pacientes receberam TR de doador falecido, sendo 414 (67,5%) de doadores de critérios padrao (Grupo 1) e 199 (32,5%) de doadores de critérios expandidos (Grupo 2). Nao foram observadas diferenças quanto à raça, gênero, cor do doador e receptor, doença de base, transplantes prévios, número de missmatches HLA e imunossupressao. A incidência de disfunçao inicial do enxerto foi maior no grupo 2 (64,5% vs. 73,5%; p = 0,033), o que determinou uma diferença significativa no tempo de internaçao, que também foi maior no grupo 2 (p < 0,02). A comparaçao da funçao do enxerto mostrou que o grupo 1 apresentou TFG significativamente maior em 1 mês (45,5 ± 24,3mL/min vs. 34,4 ± 17,7mL/min), 3 meses (55,6 ± 27,3mL/min vs. 40,7 ± 16,2mL/min), 6 meses (55,0 ± 23,7mL/min vs. 40,6 ± 16,1mL/min) e 12 meses (60,5 ± 24,3mL/min vs. 44,3 ± 18,3mL/min); (p < 0,01). No período do estudo houve 78 perdas de enxerto sendo 49 (11,8%) no grupo 1 e 29 (14,6%) no grupo 2. Nao houve diferença na sobrevida do enxerto em 1 ano (92,4% vs. 89,3%), 3 anos (89,2% vs. 87,9%) e 5 anos (85% vs. 78,9%); (p = 0,268) e na sobreviva do paciente em 1 ano (96,4% vs. 96,3%), 3 anos (91,2% vs. 94,3%) e 5 anos (86,4% vs. 92%); (p = 0,264).
CONCLUSAO: O uso de rins de DCE nao impactou na sobreviva do enxerto e do receptor, mostrando ser, em médio prazo, uma estratégia segura para aumentar o número de transplantes renais.

AO: 49590

Effect on renal graft function of switching from mycophenolate acid to azathioprine for pregnancy

Autores: Daniele Cristovao Escouto*; Larissa Fonseca Borges Lopes; Kate Bramham

PUCRS

Mycophenolate acid (MA) is teratogenic, hence cessation prior to conception is recommended for women with renal transplants. MA is frequently replaced with azathioprine (AZA); however the impact of replacing MA for pregnancy purposes on long term renal graft function is unknown. The aim of our study is to evaluate the effect of switching MA to AZA in order to conceive on long term graft function in women with renal transplants.
METHODS: Records of women attending renal pre-pregnancy counselling clinic in a London teaching hospital from 2004-2014 were examined. Inclusion criteria were: previous use of MA, switch to azathioprine and stable renal function for at least one year after transplantation. Outcomes included estimated glomerular filtration rate (eGFR) at 1 year after conversion from MA to AZA, renal graft biopsy and conversion back to MA.
RESULTS: We included 13 cases of conversion from MA to AZA. Prior to conversion, mean creatinine was 108.6 (32.5) mmol/dL and mean MDRD eGFR was 57.6 (16.7) ml/min/1.73m2. Three women (23%) required renal graft biopsy after conversion, all were diagnosed with acute cellular rejection. Patients diagnosed with acute rejection tended to have shorter interval between transplant and switch, 2.0 (1.0-2.0) years versus 5.0 (3.0-7.3) years (p 0.08). Also, all patients with acute rejection were using 2g/day of MA prior to conversion, while others used a median of 1.0 (0.9-1.6) g/day (p 0.05). Five (39%) patients were converted back to MA, 3 empirically and 2 due to worsening of renal function. Within one year, there was no statistically significant change in creatinine, 4.0 (-2.5 to 12.5) mmol/dL (p 0.18), neither in eGFR, -2.0 (-5.0 to 3.0) ml/min/1.73m2/year (p 0.57). Nine pregnancies occurred: 6 live births and 3 miscarriages. Mean initial eGFR was higher in patients with successful pregnancies and live births, 71.2 (12.8) mmol/dL versus 49.1 (13.0) mmol/dL (p 0.01). Change in eGFR during 1 year after conversion was not affected by pregnancy (p 0.4).
CONCLUSIONS: Most women with renal transplants of child-bearing age taking mycophenolate acid can be converted to azathioprine for pregnancy purposes, but with caution for those with shorter times after transplant, and on higher doses of MA.

AO: 51799

Estudo do efeito do polimorfismo K121Q na rejeiçao aguda em pacientes transplantados renais

Autores: Andrea Carla Bauer*; Denise Alves Sortica; Marjoriê Piuco Buffon; Bruna Bellicanta Nicoletto; Pamela Sachs Nique; Daisy Crispim; Roberto Ceratti Manfro; Luis Henrique Canani

Hospital de Clínicas de Porto Alegre

INTRODUÇAO: Doença renal do diabetes (DRD) é uma complicaçao crônica microvascular que afeta aproximadamente 40% dos pacientes com diabetes mellitus (DM), sendo uma das principais causas de falência renal. Transplante renal é o tratamento de escolha para uma significativa proporçao de pacientes em estágio final da doença renal crônica, incluindo pacientes com DM. Neste contexto, a rejeiçao aguda (RA) é uma importante complicaçao pós-transplante. O uso de biomarcadores como método de prognóstico, ou a detecçao de eventos patológicos iniciais em transplantes renais é uma estratégia atrativa. Alguns estudos têm avaliado a relevância de variaçoes genéticas, incluindo o polimorfismo K121Q (rs1044498) no gene ENPP1, como um marcador da DRD e, mais recentemente, a RA em transplantados renais.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a associaçao entre o polimorfismo K121Q do gene ENPP1 e a rejeiçao aguda em transplantados renais.
MÉTODOS: Estudo de coorte de pacientes transplantados renais de um Hospital Universitário. Pacientes transplantados renais caucasianos, com pelo menos seis meses de transplante, foram incluídos no estudo. Dados sócio-demográficos e clínicos foram coletados. A genotipagem do polimorfismo K121Q (rs1044498) do gene da ENPP1 foi realizada pela técnica de discriminaçao alélica por PCR (polymerase chain reaction) em tempo real utilizando a sonda TaqMan MGB (Thermo Fisher Scientific). Análise da regressao de Cox foi utilizada para avaliar a sobrevida do enxerto de acordo com a presença do alelo 121Q.
RESULTADOS: Dos 476 pacientes incluídos, 104 apresentaram RA (21.8%). A frequência do genótipo Q/Q foi maior entre os pacientes com RA do que entre pacientes que nao rejeitaram (9.8% vs. 3.9%, OR = 2.655 IC 95% 1.142-6.172). Após o controle dos possíveis fatores de confusao (idade, gênero, compatibilidade de HLA, funçao tardia do enxerto, transfusao de sangue e número de gestaçoes) o genótipo Q/Q permaneceu como um preditor independente para a RA, comparado com os portadores do alelo K (HR = 2.130, IC95% 1.1094.092, p = 0.023).
CONCLUSAO: O polimorfismo K121Q do gene ENPP1 está associado independentemente com a RA em pacientes caucasianos transplantados renais.

AO: 51683

Estudo prospectivo randomizado para avaliar eficácia e segurança da induçao com globulina anti-timócito 3mg/kg vs. 6mg/kg em receptores de transplante renal em regime de manutençao com tacrolimo e everolimo

Autores: Tainá Veras de Sandes-Freitas; Jerônimo Junqueira Junior; Maria Luiza de Mattos Brito Oliveira; Silvana Daher Costa*; Celi Melo Girao; Ronaldo de Matos Esmeraldo

Universidade Federal do Ceara

INTRODUÇAO: Induçao com globulina anti-timócito (ATG) com doses entre 4,5-7,5mg/kg tem sido utilizada pela maioria dos centros do mundo. Estudos recentes demonstram eficácia similar com doses < 4,5mg/kg, reduzindo eventos adversos e custos. Nao há evidencias sobre o uso de ATG em doses reduzidas em pacientes em regimes de minimizaçao.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia e segurança em 1 ano da induçao com ATG 3mg/kg em pacientes de baixo risco recebendo um regime de manutençao livre de esteróides e baseado em tacrolimo (TAC) em concentraçoes reduzidas e everolimo (EVL).
MÉTODOS: Estudo aberto, prospectivo, randomizado, unicêntrico, incluindo receptores de transplante renal com doador falecido, adultos, com PRA < 50% e D.S.A negativo. A inclusao iniciou em 30/06/2015 e está prevista para terminar em junho/2017 (amostra esperada: 100 pacientes em cada grupo). Os pacientes randomizados para o G1 receberam ATG 3mg/kg (1,5mg/kg x2 doses) e aqueles do G2 receberam 6mg/kg (1,5mg/kg x4 doses). O regime de manutençao consistiu de TAC C0 4-7ng/ml e EVL C0 4-7ng/ml.
RESULTADOS: Até o momento, 67 pacientes foram incluídos, com 1 screening-failure e 2 drop-out. Nós reportaremos os dados preliminares dos 49 pacientes (G1 n = 25, G2 n = 24) com tempo de seguimento > 3 meses. Os pacientes foram predominantemente homens (65%), jovens (46 ± 11anos), receptores de doadores de critério padrao (96%). O tempo de isquemia fria foi de 23±5h e 45% foram perfundidos em máquina de perfusao pulsátil. Uma menor contagem de linfócitos foi observada no G1 no D7 (401 ± 195 vs. 237 ± 173/mm3, p = 0,003), D15 (740 ± 298 vs. 494 ± 343/mm3, p = 0,011) e M1 (999 ± 465 vs. 644 ± 379/mm3, p = 0,006), mas nao M2 (1197 ± 651 vs. 919 ± 489/mm3, p = 0,108), M3 (1135 ± 511 vs. 1055 ± 556/mm3, p = 0,614), M6 (1230 ± 492 vs. 1073 ± 332/mm3, p = 0,312) e M9 (1249 ± 358 vs. 995 ± 329/mm3, p = 0,193). Nao houve diferença quanto à incidência de DGF (52 vs. 58.3%, p = 0,776), rejeiçao aguda (8 vs. 4,2%, p = 1,000), eventos por CMV (20 vs. 21,7%, p = 1,000), reinternaçoes no primeiro mês (16 vs. 4,5%, p = 0,352), infecçoes com necessidade de internaçao (28 vs. 39%, p = 0,543), perda do enxerto (4 vs. 4,2%, p = 1,000) ou óbito (nenhum caso até o momento).
CONCLUSAO: Estes resultados preliminares mostram que a induçao com ATG em doses reduzidas em pacientes de baixo risco recebendo um regime baseado em TAC e EVL parece ser igualmente segura e eficaz à dose padrao no curto prazo.

AO: 51659

Importantes diferenças no manejo do transplante renal em pacientes com infecçao por HIV

Autores: Marina Pontello Cristelli*; Frederic Cofán Pujol; Helio Tedesco Silva Junior; Joan CarlesTrullas; Daniel Wagner Castro Lima Santos; Christian Manzardo; Fernando Aguero; Assumpcion Moreno; Federico Oppenheimer; Fritz Dieckmann; José Osmar Medina Pestana; José María Miró

Hospital do Rim, UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brazil.

INTRODUÇAO: Nos países desenvolvidos, a transplante renal (TxR) em pacientes com infecçao por HIV é uma realidade bem estabelecida. Entretanto, nos países em desenvolvimento, que concentra 90% das pessoas que convivem com o HIV, a experiência é pouco relatada.
OBJETIVOS: Comparar os resultados do TxR entre pacientes brasileiros com infecçao por HIV com uma coorte espanhola de um centro de referência.
MÉTODOS: Estudo observacional, de coorte retrospectivo, que incluiu todos os TxRs consecutivos em pacientes com infecçao por HIV maiores que 18 anos de idade, em dois centros no Brasil (C1) e Espanha (C2), realizados entre 2005 e 2015, com um seguimento médio de três anos.
RESULTADOS: Houve 39 KT em C1 e 15 em C2, na sua maioria homens brancos de meia-idade com baixo risco imunológico. Maior duraçao da infecçao pelo HIV e tempo de diálise em C2 apontou para critérios de seleçao mais rigorosos na Espanha. A terapia antiretroviral foi modificada em 14/39 pacientes em C1 e em 10/15 em C2 (p = 0,042). A imunossupressao foi alterada em 15/39 pacientes em C1and em 4/15 em C2 (p = 0,416). A incidência de rejeiçao aguda comprovada por biopsia foi de 30,8% em C1 e de 13,3% em C2 (p = 0,302). Em 12/22 episódios em C1 e em 1/4 casos em C2, o episódio de rejeiçao aguda foi precedido por mudanças na imunossupressao. Em 8/12 pacientes em C1, mas nao em C2, havia evidências de pobre adesao ao tratamento. A infecçao pelo HIV permaneceu bem controlada. Aos 3 anos, a sobrevida do enxerto censurada por óbito foi de 90,6% em C1 e 93,3% em C2 (p = 0,904). A sobrevida dos pacientes foi de 91,3% em C1 e 100% em C2 (p = 0,663).
CONCLUSAO: O perfil de adesao desfavorável entre os pacientes brasileiros chama a atençao para melhorias na seleçao pré-transplante. A abordagem, de forma oposta, das complexas interaçoes entre a imunossupressao e os antiretrovirais sugere a necessidade de uma maior colaboraçao entre nefrologistas e infectologistas.

AO: 51793

Mais de 10.000 transplantes realizados em centro único no Brasil

Autores: José Medina Pestana; Mayara Ivani de Paula; Juliana Mansur Siliano; Gabriel Fernandes Silva; Laila Almeida Viana; Marina Pontello Cristelli*; Maria Lucia dos Santos Vaz; Wilson Ferreira Aguiar; Silvia Regina da Silva Moreira; Maria Gerbase de Lima; Claudia Rosso Felipe; Helio Tedesco Silva

Hospital do Rim.

OBJETIVOS: Descrever as atividades relacionadas à seleçao, realizaçao e acompanhamento de um grande número de pacientes transplantados demonstrando os resultados em longo prazo.
MÉTODOS: Análise retrospectiva dos dados de todos os receptores de transplante renal realizados no Hospital do Rim de Agosto de 1998 a Dezembro de 2015.
RESULTADOS: Foram realizados 11.436 transplantes renais e 271 transplantes pâncreas-rim. O número total de agendamentos no ambulatório de pré-transplante aumentou de 12 consultas/dia para 24 de 2001 a 2015. As notificaçoes de morte cerebral dobraram assim como o número médio de transplantes renais realizados por dia. A média de consultas por dia no ambulatório do pós-transplante aumentou de 28 para 230 assim como o número de biópsias do enxerto renal aumentou de duas para mais de sete por dia de 2003 a 2014. As taxas de infecçao do sítio cirúrgico, infecçao do trato urinário e pneumonia associada ventilaçao mecânica reduziram-se de 2005 a 2015. Já a infecçao de corrente sanguínea aumentou de 5,5 para 8,3 casos por 1.000 dias de cateter. A sobrevida cumulativa do enxerto em 5 anos aumentou de 75,9% para 92,1% de 1998 a 2014. 66% por cento dos pacientes que receberam transplante de doador falecido e vivo alcançaram um ano de transplante com funçao do enxerto excelente, respectivamente. Sessenta e oito por cento dos pacientes estao em seguimento, 12% evoluíram para perda do enxerto, 12% foram à óbito e 8% perderam seguimento.
CONCLUSAO: Apesar do incremento no número de transplantes realizados, observou-se melhor sobrevida do enxerto e do paciente associados a menores taxas de infecçao após o transplante renal.

AO: 51644

Melhora do miocárdio seis meses após o transplante renal: estudo de ressonância cardíaca sem contraste

Autores: Mariana Moraes Contti; Vanessa Burgugi Banin*; Hong Si Nga; Paula Dalsoglio Garcia; Henrique Mochida Takase; Maryanne Machado da Silva; Maurício Fregonesi Barbosa; Luis Gustavo Modelli de Andrade

Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp

INTRODUÇAO: Pacientes com doença renal crônica (DRC) estadio 5 apresentam risco aumentado de doenças cardiovasculares, sendo a hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE) fator de risco independente para eventos cardiovasculares e óbito. O transplante renal está associado à reduçao do risco cardiovascular e regressao da HVE ao Ecocardiograma, entretanto esse exame superestima a massa do VE em pacientes com DRC. A ressonância nuclear magnética, por sua vez, proporciona medidas mais detalhadas da estrutura cardíaca, independente do volume, até mesmo na populaçao com DRC. Recente técnica de ressonância do miocárdio, o Mapeamento T1 Miocárdico reflete doença miocárdica envolvendo o miócito e o interstício sem uso do contraste. Apresenta capacidade de identificar presença, padrao e extensao da fibrose miocárdica em pacientes com Cardiomiopatia Hipertrófica, porém nao há estudos em Transplantados Renais. Postula-se que o transplante renal contribua para a reduçao do T1 miocárdico. Pretende-se investigar, com esse recurso, se ocorre melhora do coraçao após o Transplante renal. E caso positivo, se é devido a melhora no volume intravascular ou no miócito e no interstício.
OBJETIVO: Avaliar, 6 meses após o transplante renal, a variaçao do T1 nativo Miocárdico.
MÉTODO: No período de 18/03/15 a 21/04/16 foram avaliados, em centro único, 11 pacientes com mais de 18 anos submetidos a transplante renal com doador falecido. Todos eles foram submetidos a dois exames de ressonância nuclear magnética cardíaca (o primeiro realizado no primeiro mês, e o segundo 6 meses após o transplante).
RESULTADOS: Comparando-se a primeira e a segunda ressonância, nao houve mudança em nenhum dos parâmetros: Fraçao de Ejeçao, Volume Diastólico Final Indexado, Massa de VE indexada (MVEI), Septo Interventricular ou Parede Posterior de VE. O valor médio do T1 nativo caiu de 1351 (± 51,64) para 1302 ms (± 51,59), com p = 0,027. Foi demonstrado, além disso, uma correlaçao positiva entre o T1 nativo e a MVEI (Correlaçao de Pearson = 0,43, p = 0,046).
CONCLUSAO: Seis meses após o Transplante já foi observado reduçao significativa no T1 miocárdico, mesmo nessa pequena amostra. Conclui-se, portanto, que o Transplante Renal é responsável por melhora do Miocárdio desses pacientes nao apenas por garantir a reduçao do volume intravascular, mas também por melhorar miócito e interstício.

AO: 51742

Proposta de escore de pontos para doador falecido e correlaçao com desfecho renal

Autores: Carlos Rafael de Almeida Felipe; André de Sousa Alvarenga; Gerson Marques Pereira Junior; Pedro Augusto Macedo de Souza*; Silvana Maria Carvalho Miranda; Claudia Ribeiro; Marcelo de Sousa Tavares

Santa Casa de Belo Horizonte

INTRODUÇAO: A decisao de aceitar um rim de doador falecido é subjetiva e norteada, sobretudo, pela classificaçao em rim standard e rim de critério expandido. O KPDI (Kidney Donor Profile Index) foi validado em nosso serviço e mostrou relaçao com o desfecho renal (perda e/ou óbito) no primeiro ano de transplante. Porém, pacientes que receberam rins dentro de uma mesma faixa de KDPI apresentaram desfechos diferentes quando avaliadas a creatinina de saída e a idade do doador.
OBJETIVO: Avaliar a correlaçao entre um escore de pontos que contemple o KDPI, a Creatinina e a idade do doador com os desfechos clínicos do transplante renal com doador falecido (TxDF) em um centro de transplantador brasileiro.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliados todos os TxDF realizados entre 01/2013 e 02/2016. Foi construído um escore a partir dos dados dos doadores, atribuindo-se um ponto para KDPI > 70%, Creatinina > 2,0mg/dL e idade do doador > 50 anos. A sobrevida do enxerto foi avaliada de acordo com os diferentes escores obtidos.
RESULTADOS: Foram analisados 113 receptores TxDF: 60,2% do sexo masculino e idade média de 50,7 anos. O tempo médio de isquemia fria foi de 13,4 horas, 41,6% dos pacientes receberam timoglobulina, 62% apresentaram Funçao Tardia do Enxerto e a mediana do KDPI foi de 53,5%. Destes, 54 pacientes (47,8%) receberam rins com 0 pontos, 31 pctes (27,4%) com 1 ponto, 22 pctes (19,5%) com 2 pontos e 6 (5,3%) com 3 pontos. A sobrevida do enxerto em 1 ano foi de 88,4% para rins com escore de 0 pontos, 73,6 % com escore de 1 ponto (p = 0,0735 x 0 pts), 61,5% com escore de 2 pontos (p = 0,0076 x 0 pts) e de 0% com escore de 3 pontos (p < 0,0001 x 0 pts). Agrupando-se rins com score de 0 e 1 ponto, a sobrevida renal foi de 82,9%, significativamente diferente da sobrevida com 2 pontos (p = 0,0368) e 3 pontos (p < 0,0001).
CONCLUSAO: O escore de pontos no TxDF identificou populaçoes de pacientes com desfecho significativamente diferentes. Rins com 0 ou 1 ponto tiveram resultados adequados para realidade brasileira, sendo aceitáveis para a maioria dos receptores. Rins com 2 pontos apresentaram sobrevida desfavorável, e talvez sejam mais adequados para pacientes em diálise com baixa expectativa de conseguir enxerto de melhor qualidade em tempo hábil, como os idosos e os de alto risco imunológico. Nenhum dos 6 pctes que receberam rins com três pontos apresentaram enxerto funcionante com 1 ano, levantando-se sérias dúvidas quanto a aceitabilidade destes órgaos.

AO: 51643

Tuberculose pós transplante: elevada incidência de lesao renal aguda e prejuízo permanente da funçao do enxerto

Autores: Silvana Daher Costa; Tainá Veras de Sandes Freitas; Camilla Neves Jacinto; Lorena Vasconcelos Mesquita Martiniano; Yago Sucupira Amaral; Maria Luíza de Mattos Brito Oliveira; Ronaldo Matos Esmeraldo; Elizabeth de Francesco Daher*

Universidade Federal do Ceara

INTRODUÇAO: Tuberculose (TB) é a doença tropical negligenciada mais comum após o transplante renal (TxR), com incidência 20-50 vezes maior que na populaçao geral, predominância de formas extrapulmonares ou disseminadas e alta mortalidade. Pouco se sabe sobre o impacto da tuberculose e seu tratamento na funçao do enxerto renal.
OBJETIVO: Avaliar a funçao renal de receptores de TxR antes, durante e após a infecçao por TB.
MÉTODO: Estudo retrospectivo incluindo receptores de TxR de um centro de transplantes brasileiro. Foram incluídos pacientes cujo diagnostico de TB foi realizado até dez/2014. Funçao renal foi avaliada pela creatinina sérica (Cr) e pela taxa de filtraçao glomerular estimada pela formula MDRD (TFG), realizando ajuste LOCF para perdas e óbitos. LRA foi classificada de acordo com os critérios KDIGO e a recuperaçao da funçao renal foi avaliada 3 meses após o fim do tratamento da TB.
RESULTADOS: Durante o período do estudo foram realizados 1604 TxR e 34 casos de TB foram diagnosticados (2,1%). As medianas dos valores de Cr foram: 1,5mg/dL antes do diagnóstico (Cr basal); 1,7mg/dL no diagnóstico (Cr diag) (p < 0,001 vs. Cr basal); e 2,4mg/dL o valor mais alto durante a infecçao (Cr Max) (p < 0,001 vs. Cr basal). As TFG nesses períodos foram de: 51,6ml/min, 43,4ml/min e 29,4mL/min, respectivamente. 29 pacientes apresentavam critérios para LRA. Três apresentaram rejeiçao aguda. Três meses após o término do tratamento, 5 pacientes (14,7%) haviam perdido o enxerto e 2 (5,9%) ido a óbito e a TFG neste período foi de 42,4 mL/min (p = 0,032 vs. TFG basal). Na análise univariada, LRA estádios 2-3 (OR 4,958 95% CI 1,062-23,157, p = 0,042) esteve associado a perda do enxerto ou nao recuperaçao da funçao.
CONCLUSAO: A TB afeta negativamente a funçao do enxerto durante e após o tratamento. Formas mais graves de LRA sao um fator de risco para perda ou prejuízo permanente da funçao renal.

Para que serve o sacramento da Confirmação?

O sacramento do Crisma consiste na Confirmação do Batismo pelo Espírito Santo, por meio da qual o fiel é enviado ao mundo para testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo em atos e palavras.

Qual é o sacramento que confirma em nós o Espírito Santo?

A Crisma é o sacramento que nos dá o Espírito Santos e confirma nosso compromisso pessoal com Jesus Cristo. É crescimento de seu(sua) filho(a) na fé.

Quem pode receber o sacramento da Confirmação?

Pode e deve receber esse sacramento qualquer cristão católico que tenha recebido o sacramento do batismo e esteja em estado de graça, isto é, não ter cometido nenhum pecado mortal (pecado grave).

Quais as palavras ditas na Crisma?

O bispo chama o nome do crismando e diz: “N ..., receba, por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus”. A resposta é: Amém.

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