Probabilidade de ser atingido por um raio em Portugal

De certo já lhe aconteceu ter de conduzir à chuva e, provavelmente, também já o fez debaixo de um daqueles dilúvios que São Pedro nos envia de quando em vez para o nosso cantinho à beira mal plantado. O céu fica escuro, a visibilidade é praticamente nula, a estrada torna-se mais escorregadia e toda a condução exige maior cuidado, connosco e com os restantes utilizadores da estrada. E quando há relâmpagos?

Siga os nossos conselhos para conduzir sem problemas numa tempestade com relâmpagos.

O que pode acontecer numa tempestade elétrica?

A presença de raios é algo que nos vamos acostumamos a ver nas tempestades. Depois do clarão, segue-se o som retumbante do trovão, tão bom de ver e ouvir quando estamos no sossego do nosso lar. Mas a verdade é que a situação é bem diferente quando estamos a conduzir. No carro sentimo-nos mais vulneráveis e numa tempestade elétrica com chuva intensa e vento forte é mesmo capaz de nos colocar em apuros.

Estas tempestades carregam correntes de até 30.000 amperes de intensidade e 800.000 volts de tensão, gerando energia na forma de calor que pode chegar a 8.000 °C. Temos sorte de contar com veículos resistentes e seguros em caso de impacto de raios, graças a uma carroçaria exterior que dissipa o choque para o solo, sem atingir os ocupantes, através do «efeito Faraday». Este princípio foi descrito pelo físico britânico Michael Faraday, que demonstrou a experiência, submetendo-se ele próprio a isto: o campo elétrico dentro de uma superfície condutora fechada e contínua é nulo.

Faraday desenhou um compartimento metálico, através do qual passava um corrente elétrica, enquanto ele permanecia sentado numa cadeira no seu interior. Graças a esta experiência, este efeito pode aplicar-se como modo de proteção em diferentes equipamentos eletrónicos expostos a estas alterações eletromagnéticas das tormentas, como são os repetidores de rádio e de televisão ou os aviões.

Numa tempestade, caiu um raio no seu carro?

Tudo tem uma explicação científica, por isso, nada de se entregar ao pânico. Se estiver dentro do veículo e protegido, os especialistas aconselham que siga três passos: não saia do carro por nenhuma razão, feche as janelas e é recomendável que desligue o rádio. Continue a circular tranquilamente, sem entrar em contacto com as partes metálicas da estrada, sobretudo se decidir estacionar em algum sítio protegido ou área de descanso. As cercas ou vedações de metal, bem como lagoas e zonas húmidas também não são espaços seguros.

Se o seu veículo recebeu o impacto do relâmpago em andamento, antes de sair do carro deve manter-se em espera durante algum tempo, pois a superfície da carroçaria ainda conserva alguma carga polarizada do campo elétrico. Dependendo da condutividade e resistência do momento, o mais natural é que gerando um arco elétrico entre o pneu e o solo, e devemos ter cuidado, pois é possível receber um choque ao tocar no chão.

Como viu, os automóveis estão perfeitamente preparados e protegidos para estes casos, mas devemos ter em conta que as tempestades elétricas trazem nuvens carregadas de precipitação, normalmente de uma grande intensidade. A chuva, os trovões, a neblina, o aquaplanning… são muitos factores que obrigam a que os cuidados de condução sejam ainda maiores. Obviamente, também deve planear o trajeto, prestando especial atenção aos cuidados com o seu veículo.

A manutenção correta vai poupar-lhe desgostos e não requer assim tanto tempo. Reveja o estado dos travões, a pressão e a profundidade do piso dos pneus, as condições das escovas do para-brisas e o correto funcionamento do sistema de iluminação para evitar sustos. Uma tempestade elétrica põe-nos à prova enquanto condutores, mas também ao nosso veículo.

Fonte: Circulaseguro.com

Imagens | iStock olando_o Balazs Kovacs Katarina Gondova Steve_Hardiman

Na iminência de uma tempestade tropical nos Açores e devido à possibilidade de ocorrência de ventos muito fortes com rajadas que poderão atingir os 130km/h,  o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) faz algumas recomendações:

– Sempre que possível, adie as viagens para as zonas afectadas por este tipo de situação meteorológica. Se não o puder evitar, modere a velocidade do veículo;

– Não suba a andaimes, telhados e zonas altas que possam provocar o risco de queda;

– Afaste-se das estruturas metálicas e antenas;

– Feche portas e janelas e retire os objectos soltos que se encontrem nas varandas e peitoris das janelas;

– Tenha em atenção às estruturas montadas (andaimes, toldos, tendas, gruas), que podem ser afectadas por rajadas de ventos mais fortes, bem como à possível queda de árvores;

– Não circule por zonas com habitações degradadas, devido ao risco de derrocadas;

– Nas zonas costeiras, atendendo à intensidade do vento, o risco de ondulação é maior, pelo que evite circular nessas áreas (falésias, escarpas, vias marginais, passeios marítimos, praias);

– Nas zonas de risco de erosão costeira, tome atenção à eventual afectação de edifícios (habitações, estabelecimentos comerciais, apoios de praia, etc.), localizados junto à costa ou próximos de dunas.

– Em caso de relâmpagos (os raios, ou seja as descargas eléctricas, podem ser muito perigosos), o SNBPC aponta uma medida de autoprotecção muito eficaz: a regra dos 30 segundos para determinar o grau de ameaça dos relâmpagos. Esta regra é simples e consiste em contar os segundos entre a visão do relâmpago e a audição do seu som (trovão). Caso este valor seja menor que 30 segundos procure abrigo imediatamente e siga os passos abaixo indicados: isto significa que a trovoada encontra-se perto o suficiente para atingir o local onde se encontra.

– Mantenha-se em casa e afastado das janelas – feche as cortinas e persianas para evitar o arremesso de estilhaços;

– Desligue a televisão, computador e outros aparelhos eléctricos – pode, no entanto, manter a luz ligada uma vez que isso não aumenta a probabilidade da sua casa ser atingida por um relâmpago;

– Evite tomar banho ou deixar água a correr para qualquer outro propósito;
Se se encontra na rua longe de edifícios, desloque-se para dentro de um carro, não descapotável, e evite o contacto com o metal;

– Evite o uso de telefones, a não ser em caso de emergência;
Nunca se abrigue debaixo de objectos vulneráveis tal como uma árvore alta, numa área isolada;

– Não permaneça no topo de uma colina, em campo aberto, ou na praia;

– Afaste-se da água: não pesque e não ande em barcos pequenos;

– Afaste-se dos objectos de metal e retire qualquer peça de metal que traga consigo – os metais são grandes condutores de electricidade;

– Afaste-se de tractores ou de outro equipamento metálico tais como motas ou bicicletas;

– Afaste-se de redes e tubos metálicos, de linhas ferroviárias ou de qualquer outro curso metálico que possa conduzir a descarga eléctrica desde uma distância considerável;

– Evite abrigar-se em cabanas isoladas ou em qualquer outra pequena estrutura em campo aberto;

– Se se encontra numa área florestal procure abrigo numa zona de baixa altitude debaixo de um conjunto denso de arbustos;

– Se se encontra em campo aberto, procure abrigo numa área de baixa altitude tal como uma ravina ou um vale – nunca se deite sobre campo aberto;

– Nunca permaneça debaixo de uma árvore alta e isolada. A maior parte das vítimas das trovoadas são atingidas quando procuram abrigo debaixo de uma árvore. Verifique que não se encontra à maior altitude na área envolvente. Desça até ao ponto mais baixo possível e afaste-se de objectos altos e vulneráveis. Se o raio atinge qualquer um desses objectos pode apanhar o choque da descarga eléctrica através do solo.

– Se uma pessoa é atingida por um relâmpago não significa que transporte qualquer carga eléctrica e, como tal, pode ser tocada. Terá sofrido um violento choque eléctrico e apresentará algumas queimaduras;

– Muitas vítimas aparentemente “mortas” por descargas eléctricas podem ser reanimadas se a acção de socorro for rápida. Quando um grupo  de pessoas é atingido devem-se socorrer primeiro aquelas que, apesar de inconscientes, ainda respiram, pois estas provavelmente sobreviverão;

– A acção de socorro àqueles que não respiram deve ser feita até 4-6 minutos após o choque de modo a prevenir danos irreversíveis no cérebro. Deve ser administrada respiração boca-a-boca uma vez em cada 5 segundos nos adultos e em cada 3 segundos nas crianças:
Se a vítima não respira e não tem pulso deve ser-lhe administrada a Reanimação Cárdio-Pulmonar (RCP). Esta manobra resulta de uma combinação entre a respiração boca-a-boca e compressões cardíacas externas e deve ser feita, se possível, por pessoas qualificadas para o efeito;

– Verifique se a vítima tem queimaduras nas suas extremidades e à volta de zonas do corpo em contacto com metal.

Qual a probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio?

2 - Um raio pode atingir diretamente uma pessoa? A chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, sendo em média menor do que 1 para 1 milhão. Contudo, se a pessoa estiver numa área descampada embaixo de uma tempestade forte, esta chance pode aumentar em até 1 para mil.

Qual a chance de um raio cair na sua cabeça?

Mas afinal, qual a chance de ser atingido por um raio? Bem, esse índice varia em cada país, mas o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) estima que essa probabilidade é de 1 em 1 milhão no Brasil.

Onde é mais fácil cair um raio?

Taxas de densidade de raios No entanto, existem regiões da África equatorial e Caribe que possuem maior densidade de raios (número de raios por quilômetro quadrado). A maioria dos raios que ocorrem são na altura das nuvens e não atingem o solo. São 77,8 milhões de descargas no solo a cada ano somente no Brasil.

Quantas pessoas são atingidas por raio?

A cada 50 mortes por raios no mundo, uma é no Brasil, que lidera o ranking mundial em incidência de raios, atingido por 78 milhões de descargas atmosféricas por ano. Em média, o fenômeno mata no país 110 pessoas, deixa mais de 200 feridos e causa prejuízos anuais de R$ 1 bilhão.

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