12/05/2010 08h08 - Atualizado em 12/05/2010 08h08
Independência nessas regiões se intensificou após a 2ª Guerra Mundial.
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O professor de história do cursinho pH, Igor Vieira, explica o processo de independência das colônias européias na África e na Ásia.
A luta pela independência nessas regiões se intensificou logo após a Segunda Guerra Mundial.
A crise das potências colonialistas, que entraram em franca decadência após a guerra, é uma das principais razões da descolonização. Essa queda abriu espaço para a luta pela autonomia nacional nas colônias.
Outro motivo é que a nova lógica dos pós-guerra, que é a lógica da Guerra Fria, é marcada pela luta por áreas de influência. Estados Unidos e União Soviética passam a estimular a descolonização afro-asiática, buscando ampliar seus domínios.
Além disso, há o desenvolvimento do sentimento nacionalista nas colônias. Os três tipos de descolonização são: pacífico, como ocorreu na Índia; violento, como é o caso da Indochina e tardio, como ocorreu no território de Angola.
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Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)
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O século XX foi marcado por movimentos, revoltas e acontecimentos. No continente africano foi o tempo das independências, que caminharam juntas à Guerra Fria, quando União Soviética e Estados Unidos polarizaram o mundo e, no contexto africano, foram decisivas com suas posições – por diferentes motivos – contrárias ao colonialismo. As duas superpotências mundiais foram fundamentais na difusão do anticolonialismo e no apoio às jovens nações de África.
Os processos de independência ocorreram de variadas formas. Seja por meio de conflitos violentos ou pela via da das negociações com as metrópoles, os africanos estiveram em busca de emancipação.
As primeiras independências se deram na chamada África Mediterrânica, quando já no início do século XX o Egito conquista sua independência da Inglaterra em 1922, antes mesmo da Guerra Fria e suas consequências. A Etiópia, já independente no século XIX, volta a ser colonizada pela presença italiana, libertando-se novamente em 1941. Já a Líbia conquista sua emancipação em 1952, enquanto Madagascar, em disputa contra a França, viu sua luta chegar ao fim em 1947.
Num tempo próximo Tunísia e Marrocos libertam-se dos franceses em 1956. Já a Argélia forma a Frente de Libertação Nacional, movimento que investia em guerrilhas contra o colonialismo francês desde 1954, e tem sua independência declarada em 1962.
Neste cenário a Conferência de Bandung, em 1956 é fundamental, pois reuniu diversos países africanos que se posicionaram criticamente em relação ao colonialismo.
Os processos de independência na Costa do Ouro foram marcados por protestos pacíficos e em 1957 o governo britânico reconhece sua independência, quando o país passa a adotar o nome de Gana.
O ano de 1960 ficou marcado como Ano Africano pois um número expressivo de países conquistou sua independência do colonialismo francês e inglês, especialmente por meio de oposições pacíficas. Foi o caso de Camarões, Costa do Marfim, Benin, Burkina Faso, Níger, Mali, Somália, Nigéria, Mauritânia e Gabão. Nos anos seguintes Serra Leoa, Tanzânia, Quênia, Gambia, Ruanda e Uganda tiveram suas independências decretadas.
Entretanto, não só de oposição pacífica os processos de independência em África foram marcados. Houve um grande número de oposições armadas e conflitos violentos. É o caso da Nigéria, cuja trajetória no século XX representa a dificuldade em estabelecer um Estado livre. Nos primeiros anos da República Nigeriana muitos foram os casos de assassinato e guerra, ocorridos por divergências internas e movimentos separatistas.
O caso do Congo também é emblemático e seu processo de independência bastante conturbado. O Movimento Nacional Congolês já buscava pela emancipação desde 1958. Sua independência aconteceu em 1960 com a formação de um estado republicano e parlamentarista. Mas, pouco tempo depois, o Congo sofre um golpe militar, apoiado por nações como Bélgica, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, e seu primeiro ministro foi torturado e morto.
Já o governo português foi o que mais apresentou resistência aos processos de independência de suas colônias africanas, especialmente por conta da ditadura Salazarista (1932 – 1974) e sua posição conservadora em relação ao colonialismo. Mesmo assim enfrentou resistência em suas colônias, com movimentos contundentes pelas independências em Angola, em Moçambique, na Guiné e em Cabo Verde.
Nas colônias portuguesas o processo de emancipação foi violento e cruel. Mais de cem mil soldados foram enviados para África e os pedidos pela independência ganharam força nos protestos. A descolonização da África foi pauta também da Revolução dos Cravos (1974).
Diversas foram as formas de conquista de emancipação por parte das colônias africanas. Seja por meio de luta armada ou da resistência pacífica foi somente no século XX que o continente africano garantiu a formação de suas nações e se viu livre dos colonizadores europeus.
Referência:
MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.
Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/historia/descolonizacao-da-africa/