Quais os tipos de máquinas mais utilizadas na Revolução Industrial?

O texto apresentado aqui � um resumo dos aspectos principais envolvendo o contexto s�cio-hist�rico da Revolu��o Industrial Inglesa. De forma alguma esse resumo demonstra a totalidade das complexas rela��es existentes durante esse per�odo hist�rico, mas ele serve para fomentar algumas discuss�es que podem surgir durante a aplica��o da din�mica.

  • O Cen�rio da Revolu��o Industrial

  • Segundo o historiador marxiano contempor�neo Hobsbawm, �nenhuma mudan�a na vida humana, desde a inven��o da agricultura, da metalurgia e do surgimento das cidades no Neol�tico, foi t�o profunda como o advento da industrializa��o�. Essa frase demonstra o quando a sociedade se modificou durante a Revolu��o Industrial. De fato, a sociedade se modificou tanto que novas classes e rela��es sociais surgiram.

    Uma classe que sofreu uma profunda mudan�a, sofrendo com o advento da industrializa��o, foi a dos trabalhadores assalariados. J� no per�odo pr�-industrial (por volta de 1750), os homens trabalhadores j� n�o conseguiam sustentar suas fam�lias com os seus sal�rios, sendo que tanto suas esposas quanto seus filhos precisavam trabalhar. Isso modificou profundamente a fam�lia como era conhecida at� ent�o. Essa mudan�a se deve ao fato de que o capitalista observou uma forma de conseguir mais m�o de obra para a sua ind�stria, sendo que o valor do trabalho pago por essa era muito menor.

    O primeiro produto a sofrer um processo de industrializa��o maci�a foi o algod�o, sendo que esse servia para a fabrica��o de tecidos. Os produtos de necessidade b�sica, como roupas e alimentos, tendem a ser os primeiros a sofrerem industrializa��o, pois existe um maior mercado. No entanto, produtos como o a�o e o carv�o acabam tendo suas industrializa��es estimuladas nesse processo, com o surgimento da m�quina a vapor na ind�stria.

    Com a industrializa��o, a m�o de obra dos trabalhadores industriais come�ava a ser substitu�da pelo maquin�rio. Uma �nica m�quina tinha o potencial de substituir a for�a de trabalho de 200 a 300 homens. Com a m�quina a vapor, o trabalho bruto era substitu�do por motricidade fina e, com isso, eram as mulheres e crian�as que conseguiam manter os seus empregos (m�o de obra mais barata), sendo que, em 1938, apenas 23% dos trabalhadores industriais eram homens. Al�m da modifica��o familiar, o surgimento das m�quinas na ind�stria trouxe uma nova classe social, a chamada elite t�cno-cient�fica.


    A elite t�cno-cient�fica, era respons�vel pela constru��o e manuten��o das m�quinas na ind�stria. Apesar de ser assalariada, essa classe gozava de maiores regalias sociais quando comparada � dos trabalhadores. A maior parte dessa elite t�cnocient�fica se originou daqueles que, antes da Revolu��o Industrial, constitu�am os artes�os.

    Outra classe que se beneficiou com a Revolu��o Industrial foi a dos empres�rios provincianos. Esses eram diferentes da aristocracia (sendo que essa classe foi a base da capitalista), pois n�o eram exatamente nobres. Muitos acabaram sendo agraciados com t�tulos de nobreza, mas faltavam t�tulos para essa nova classe, que futuramente seria conhecida como a classe m�dia. No entanto, a preocupa��o dessa classe n�o era pela nobreza. Ela preferia se voltar para a fam�lia e gozar das artes, viagens e, at� mesmo, da socializa��o com a aristocracia.

    A sociedade tamb�m se modificou durante a Revolu��o Industrial para atender �s horas do rel�gio. A jornada de trabalho demandava muito dos trabalhadores, sendo que essa jornada chegou a ser de 18 horas, com o advento da ilumina��o a g�s, que permitia o trabalho noturno. O trabalhador perdia a sua vida em busca do seu sustento, n�o possuindo apoio em leis que lhe dessem as m�nimas condi��es de sobreviv�ncia.

    Essas leis foram conquistadas com revoltas trabalhistas, como s�o os casos do ludismo e do cartismo. O ludismo foi um movimento de pura revolta contra o maquin�rio, que substitu�a os trabalhadores nas ind�strias deixando esses sem sustento. J� o cartismo foi um movimento por busca de leis trabalhistas que dessem melhores condi��es aos trabalhadores. O importante aqui � percebermos que esses movimentos foram constitu�dos pela uni�o e revolta dos trabalhadores, que formavam um mecanismo de press�o contra os capitalistas e contra o governo.

    Uma constata��o importante � a do papel da m�quina a vapor durante a Revolu��o. Ao contr�rio do que podemos pensar, ela teve um papel secund�rio para o desenvolvimento da Inglaterra enquanto pot�ncia de primeira ordem mundial, a chamada Oficina Mec�nica do Mundo. A Inglaterra criou uma pot�ncia considerando os conhecimentos sobre Ci�ncia e Tecnologia (C&T) como secund�rio, sendo que m�todos antigos, o �ver se d� certo�, eram mais utilizados. Em 1838, um quarto das necessidades energ�ticas nas f�bricas ingleses ainda eram hidr�ulica, apesar da grande evolu��o dos motores a vapor at� esse per�odo.

    No entanto, o fato da Inglaterra n�o dar a import�ncia adequada para a m�quina a vapor foi o fator fundamental para o seu decl�nio. Pa�ses como a Alemanha e os Estados Unidos tomaram a dianteira econ�mica, pois investiram pesado no conhecimento de C&T.

  • As M�quinas a Vapor de Newcomen e de Watt

  • Baseada no motor a vapor desenvolvido por Thomas Savery, a m�quina de Newcomen j� era aplicada em pequena escala para a remo��o de �gua das minas de carv�o j� no in�cio do s�culo XVIII. No entanto, o chamado mecanismo enrolador, que permitiu transformar o movimento linear em rotacional s� surgiu mais adiante. Esses mecanismos enroladores permitiram a aplica��o na ind�stria das m�quinas t�rmicas.

    Provavelmente, a m�quina de Newcomen nunca tenha chegado a ind�stria, pelo menos n�o como concebida pelo seu criador. O engenheiro escoc�s James Watt estudou e aprimorou a m�quina de Newcomen, permitindo a aplica��o na ind�stria desse motor. O maior feito de Watt foi colocar um condensador na m�quina de Newcomen, aumentando a efici�ncia desse motor atrav�s diferencia��o entre as temperaturas da fonte quente e fonte fria, embora os conhecimentos cient�ficos sobre a efici�ncia da m�quina t�rmica n�o eram conhecidos na �poca.

    Nesse contexto de desenvolvimento das m�quinas t�rmicas os conhecimentos cient�ficos ainda correspondiam a teoria do cal�rico (fluido que continha e transportava a temperatura entre os corpos), sendo que o pr�prio Sadi Carnot acreditava nessa concep��o. As leis da termodin�mica estavam em desenvolvimento, sendo a 2a lei anterior at� mesmo que a primeira. Em 1824, Carnot publicou em seu livro a m�xima efici�ncia que uma m�quina t�rmica poderia atingir, sendo que essa � a 2a lei da termodin�mica do ponto de vista das m�quinas t�rmicas. Antes do trabalho de Carnot, as tentativas de melhorias nas m�quinas a vapor eram em termos da tentativa e erro. A 1a lei da termodin�mica s� seria formulada posteriormente.

    A tecnologia envolvida nas caldeiras a vapor era extremamente prec�ria, sendo que n�o era incomum a ocorr�ncia de explos�es de caldeiras nas f�bricas. Muitos trabalhadores acabavam mortos nessas explos�es. Al�m disso, o sistema mec�nico que levava o movimento gerado na caldeira para os teares era imenso e se espalhava por todo o local, sendo que a f�brica t�xtil parecia um automato monstruoso.

  • Leituras Adicionais sobre a Revolu��o Industrial Inglesa
    • HOBSBAWM, E. J. Da Revolu��o Industrial Inglesa ao Imperialismo. 6� Ed. Rio de Janeiro: Forense Universit�ria, 2013. 349 p.

    • MARX, K. O Capital. Vol. 1. 1a Ed. S�o Paulo: Boitempo Editorial. 2013. 894 p.

    Quais eram os tipos de máquina mais utilizados na Revolução Industrial?

    máquinas movidas a vapor – locomotivas, máquinas de tecer; usinas termoelétricas; refrigeradores e ar-condicionado – máquinas térmicas invertidas, chamadas de refrigeradores ou bombas de calor.

    Qual foi a máquina que se tornou um marco da Revolução Industrial?

    O início da Revolução Industrial ocorreu pelo desenvolvimento da máquina a vapor, que aproveita o vapor da água aquecida pelo carvão para produzir energia e revertê-la em força para mover as máquinas.

    Quais são as primeiras máquinas?

    Em 1698, mais de mil anos após a máquina de Heron, surgiu a primeira máquina a vapor de interesse industrial, elaborada por Thomas Savery, um engenheiro militar inglês. Essa máquina tinha por objetivo retirar água dos poços de minas de carvão, porém poderia explodir devido à utilização de vapor a alta pressão.

    Quais são os tipos de máquinas térmicas usadas na indústria?

    Tanto as máquinas térmicas a vapor, que operam com o vapor d'água produzido em uma caldeira, quanto as máquinas térmicas de combustão interna que operam devido aos gases gerados pela queima de combustíveis, têm seu funcionamento baseado no aumento da energia interna das substâncias envolvidas e no trabalho realizado, e ...

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