Qual a importância da datação por carbono 14?

Fóssil de um peixe

A arqueologia conta com um elemento químico para datar fósseis, esse elemento permite decifrar de qual época é um achado dos arqueólogos, e o valor do objeto se relaciona com a data, ou seja, quanto mais antigo é um fóssil maior será sua importância.

A datação de um fóssil pode ser feita com base no percentual já conhecido do Carbono-14 (C14) em relação ao Carbono-12 (C12) da matéria viva (sem decomposição). O carbono 14 é um isótopo radioativo natural do elemento carbono, recebendo esta numeração porque apresenta massa atômica 14. O isótopo estável é o carbono 12, sendo que o Carbono 14 possui dois nêutrons a mais no seu núcleo.

O C14 é formado continuamente na atmosfera e entra no processo de fotossíntese e por isso todos os seres vivos possuem em sua composição geral certa porcentagem de C14, mas porque quando morremos ainda possuímos carbono 14 no corpo?

Quando os seres vivos morrem inicia-se uma diminuição da quantidade de carbono-14 em razão da sua desintegração radiativa. Sabe-se que a meia-vida do C14 é de 5.740 anos, este é o tempo que o C14 leva para transformar metade dos seus átomos em C12. A idade do fóssil é descoberta se baseando no cálculo comparativo entre a quantidade habitual encontrada na matéria viva, e aquela que foi descoberta no fóssil.

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Por: Líria Alves

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Carbono 14 é um isótopo radioativo que a qualquer momento pode se desintegrar, liberando energia e antimatéria, e ele está neste momento dentro de você, mas não tema o clickbait, não é um mau elemento, e você vai entender direitinho como ele é extremamente útil para a Ciência!

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  • A terrível e perigosa fonte de radiação na sua gaveta

Carbono 14 foi fundamental para determinar a idade do Sudário de Turin, mas o Vaticano não gostou do resultado.

O que é radioatividade

Para entender a técnica de datação por Carbono 14, primeiro precisamos entender o conceito de radiação. Basicamente átomos, ao contrário do meu cheque especial gostam de viver equilibrados, vide o átomo mais simples de todos, o de Hidrogênio. Ele se resume a um elétron orbitando um próton. Só que há outro tipo, Deutério, onde o núcleo é composto de um próton e um nêutron. Ainda é hidrogênio, mas é mais pesado.

Um terceiro tipo, Trítio, têm um próton e dois nêutrons. Aqui algo interessante acontece: o átomo não está em equilíbrio, e as forças instáveis são suficientes para fazer com que eventualmente um dos nêutrons emita um elétron. Com isso ele se transforma em um próton, e o átomo deixa de ser Hidrogênio e vira um átomo de Hélio 3, com dois prótons e um nêutron, Um tipo de Hélio bem mais leve e muito melhor que hidrogênio para o Hindenburg mas agora é tarde.

Essa emissão de elétrons e outras partículas é o que chamamos de radiação, é algo totalmente aleatório, pode ocorrer a qualquer momento mas estatisticamente cada isótopo de um elemento tem seu próprio tempo. No caso do Trítio, se você deixar uma amostra em uma gaveta, em 12.3 anos metade dela terá se transformado em Hélio 3. O nome desse período de tempo é meia-vida, há elementos com meia-vida de pentelhonésimos de segundo, outros com meia-vida muito maior. Telúrio 128 tem uma meia-vida de 7.7×1024 anos, mais ou menos o tempo pra sair o Half-Life 3.

O que é carbono 14

Carbono tem isótopos estáveis e instáveis. Um instável é o Carbono 14, ele tem 6 prótons mas 8 nêutrons. O mais comum, formando 98.9% de todo o Carbono do mundo é o Carbono 12, com 6 prótons e 6 nêutrons.

Descoberto em 1939 por cientistas que estavam literalmente procurando por algum elemento como ele, nosso amigo C14 tem uma meia-vida de 5730 anos. Ele está presente em todas as coisas vivas. Ele é formato na atmosfera, quando raios cósmicos atingem átomos de Nitrogênio e os transformam em Carbono. (Nitrogênio tem número atômico 7,  Carbono 6). Na reação o átomo absorve o nêutron vindo do espaço e ao mesmo tempo expele um próton.

Esse Carbono eventualmente se torna parte de uma molécula de CO2, é absorvida por uma planta, e transformada em uma goiaba, alface ou whatever. Como a planta está constantemente absorvendo Carbono, o nivel de Carbono 14 se mantém estável, novo carbono ocupa o lugar do Carbono que eventualmente decaiu em Nitrogênio 14.

Carbono 14 é muito usado para datar múmias, elas estão bem dentro da faixa de tempo onde se consegue uma ótima precisão

Essa presença de Carbono 14 vale pra planta e pra todos os organismos na cadeia alimentar, por mais indigesto que soe, caro carnívoro, sua picanha já foi um pé de capim.

Quando o organismo morre, seja uma árvore ou um comedor de picanha, ele normalmente cessa de ingerir novo carbono, e o carbono 14 em seu corpo continua a decair, a um ritmo bem previsível.

Como o Carbono 14 funciona pra datação arqueológica

Digamos que eu pegue um tomate e meça a emissão radioativa do Carbono 14 dele. Deu 100 unidades. Aí eu acho um tomate em uma tumba no Egito, meço a radioatividade e o resultado foram 50 unidades. Dá pra afirmar com razoável certeza que o segundo tomate tem 5730 anos. Aí em acho outro tomate, com 25 unidades de radiação. Pode botar no paper, ele tem 11460 anos, pois a meia-vida é o tempo para a quantidade de um isótopo em uma amostra cair pela metade.

Claro, estou simplificando muito, existem vários outros fatores que complicam a vida da datação por Carbono 14, mas em essência é isso, e antes que perguntem, o Santo Sudário foi testado em 1988 por três laboratórios, e os resultados colocaram sua criação entre 1260 e 1390 DC. Pouco mais de 100 anos parece ser muito tempo mas é uma margem de erro bem pequena.

Essa margem de erro se torna maior à medida em que a amostra é mais antiga, mas mesmo as modernas, não dá pra ser 100% preciso, muitos fatores afetam a quantidade de Carbono 14 na atmosfera, até mesmo tempestades solares.

As desvantagens do Carbono 14 é que ele só serve para datar material orgânico e abaixo de 50 mil anos de idade, a presença de Carbono 14 se torna pequena demais pra ser medida nas amostras.

Existem vários outros métodos de datação de artefatos e fósseis, vários usam isótopos radioativos, como Nitrogênio, Potássio, Urânio, Samário, Argônio e outros, cada um com vantagens e desvantagens, e são bem mais utilizados quando a amostra tem cara de ser bem antiga ou não é orgânica.

Qual a importância do método de datação por carbono 14 para ciência?

A datação com carbono-14 é uma técnica que permite aos cientistas de diversas áreas do conhecimento determinar a idade de sedimentos, fósseis humanos ou vegetais, desde que contenha átomos de carbono em sua composição.

Qual é a importância do carbono 14?

Como comentamos, o carbono 14 é extremamente funcional na datação de fósseis, auxiliando os profissionais da área de Paleontologia a identificarem antigas relíquias. Isso acontece porque a meia vida de um radioisótopo é justamente o tempo necessário para que ocorra a desintegração da metade da sua massa.

Qual a importância da datação de carbono?

Isso equivale a dizer que o carbono-14 morre junto com o ser vivo e é a partir desta datação que ele vai diminuindo de quantidade com o passar dos anos. Isso possibilita entendermos em que época esses seres viveram. Hoje este é o método mais eficiente para estimar a idade de espécimes arqueológicas de origem biológica.

Qual é a importância da datação?

A datação radiométrica, também conhecida como datação radioativa, permite que se calcule a idade de objetos antigos, tais como fósseis, múmias, relíquias etc. A datação parte da análise do carbono-14 (C-14) presente em compostos orgânicos.

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