Os imigrantes portugueses, alemães e italianos tiveram participação importante para o fortalecimento da economia estadual. Eles desenvolveram técnicas de cultivo na região, além de terem promovido o desenvolvimento econômico em solo gaúcho. A evolução da economia estadual ocorreu de forma satisfatória e, atualmente, o estado possui a quarta maior economia do país, inferior apenas aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Acompanhe a progressão do Produto Interno Bruto (PIB) estadual no período de 2002 a 2009:
2002: 105,4 milhões de reais
2003: 124,5 milhões de reais
2004: 137,8 milhões de reais
2005: 144,2 milhões de reais
2006: 156,8 milhões de reais
2007: 176,6 milhões de reais
2008: 192,8 milhões de reais
2009: 202,9 milhões de reais
O PIB gaúcho tem apresentado significativas evoluções a cada ano. Atualmente, representa 6,4% do PIB nacional, e no âmbito regional esta participação é de aproximadamente 40%. Sua composição é a seguinte:
Composição do PIB do Rio Grande do Sul
Portanto, o setor de serviços é o principal segmento da economia estadual (61,2%), destacando-se, principalmente, em Porto Alegre, capital do estado.
A indústria, responsável por 27,5% do PIB estadual, é bem diversificada e se desenvolveu a partir das agroindústrias e de outros segmentos ligados ao setor primário. Destacam-se as indústrias de transformação, alimentos, petroquímicas, máquinas, automobilísticas (General Motors), implementos agrícolas, fertilizantes e de calçados.
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A agropecuária, apesar de contribuir diretamente com apenas 11,2% para o PIB gaúcho, é uma atividade de fundamental importância para a economia estadual, pois é por meio dela que derivam vários segmentos da indústria e dos serviços.
O estado destaca-se por ser o terceiro maior produtor nacional de grãos, apresentando-se inferior apenas aos estados do Mato Grosso e Paraná, com expressiva colheita de arroz, soja, milho, trigo, mandioca e uva. Possui também um dos maiores rebanhos bovinos do país e a segunda maior criação de aves.
Dados da economia do Rio Grande do Sul:
- Produto Interno Bruto (PIB): 176,6 bilhões de reais
- PIB per capita: 18.777 reais
- Exportações – 18,3 bilhões de dólares:
Soja e derivados: 16%
Carnes: 12%
Fumo: 10%
Veículos automotores: 8%
Máquinas e equipamentos: 8%.
Calçados: 7%
Plataformas de perfuração e exploração: 5%
Plástico e seus produtos: 4%
Outros: 30%
- Importação – 14,5 bilhões de dólares:
Petróleo: 30%
Veículos automotores e peças: 13%
Adubos e fertilizantes: 12%
Máquinas e equipamentos: 10%
Derivados do petróleo: 9%
Produtos das indústrias químicas:
7%
Alimentos: 3%
Outros: 16%
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Agricultura A importância do RS para a oferta nacional de alimentos é historicamente reconhecida. O Estado ocupa posição estratégica para a oferta nacional de diversos produtos agrícolas (arroz, trigo, aveia) e está entre os principais exportadores de fumo, soja e arroz. A agricultura está presente em praticamente todas as regiões do território gaúcho, porém é possível identificar algumas concentrações regionais.
Atualmente, as lavouras temporárias ocupam mais de nove milhões de hectares no RS. Cerca de 90% dessa área é voltada à produção de grãos (cereais e oleaginosas), que configura a principal atividade agrícola do Estado.
A soja, o arroz, o milho e o trigo constituem as principais culturas agrícolas praticadas no RS em termos de área plantada e quantidade produzida. Em se tratando de valor da produção, a esse conjunto de produtos se somam em importância o fumo, a uva e a maçã.
A produção de soja foi a que mais avançou no Estado nos últimos 15 anos, incentivada pelo crescimento da demanda externa e pela alta nos preços recebidos pelos agricultores. Se considerado o período entre 2006 e 2014, a soja foi responsável por mais de 40% do crescimento do Valor Bruto da Produção agropecuária do RS.
No RS, a produção de soja é voltada, sobretudo, à exportação. Em 2000, a quantidade exportada pelo complexo soja do RS equivalia a 58% da safra, e o principal destino era a União Europeia (42% do total). Em 2014, o RS exportou o equivalente a 80% da sua produção de soja, e a China foi responsável por 68% do total das compras externas de grão, farelo e óleo.
Pecuária
Dos 20,3 milhões de hectares de área ocupados pelos 440 mil estabelecimentos agropecuários do RS, aproximadamente 46% são constituídos de pastagens. As pastagens naturais, concentradas no Bioma Pampa, ocupam aproximadamente 8,3 milhões de hectares (89,4% do total) e representam o principal ativo a partir do qual a bovinocultura de corte gaúcha se desenvolveu.
Segundo o IBGE, o RS é detentor do sexto maior rebanho de bovinos, do segundo maior rebanho de equinos e do maior rebanho de ovinos do território nacional. Em 2014, o Valor Bruto da Produção pecuária do RS totalizou R$ 15,8 bilhões. Além da bovinocultura de corte, contribuem efetivamente para a composição desse valor a atividade leiteira, a avicultura e a suinocultura.
Uma parcela expressiva da produção gaúcha de carnes é destinada para o mercado internacional. Em 2014, a carne de frango produzida em território gaúcho foi vendida para 178 países; a carne de gado, para 159 países; e a carne suína, para 122 países. As exportações de carne de frango são responsáveis por mais de 60% das exportações totais do complexo carnes do RS, sendo o Brasil o maior exportador mundial desse produto. Em 2014, o principal cliente externo da carne de frango do RS foi a Venezuela. Rússia e Reino Unido destacaram-se, respectivamente, como principais destinos da carne suína e bovina exportada pelo RS.
No primeiro semestre de 2015, as exportações do complexo carnes somaram US$ 924 milhões, apresentando uma queda de 8% em valor e 0,5% em volume em relação a igual período do ano anterior (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Agricultura familiar e cooperativismo
A maior parte dos estabelecimentos agropecuários do RS enquadra-se nos critérios definidores da agricultura familiar. O IBGE identificou mais de 378.000 unidades familiares em 2006, em cerca de 6 milhões de hectares. Apesar de utilizar somente 30% da área, a agricultura familiar é responsável por uma parcela expressiva do pessoal ocupado e do valor da produção agropecuária no RS.
O RS é o terceiro estado brasileiro com maior número de pessoas ocupadas na agricultura familiar. Em 2006, eram mais de 991 mil pessoas, o que representava 9,4% da população total estimada e 17,3% do total da população estadual ocupada naquele ano. A agricultura familiar está presente em todo o território gaúcho, porém é possível identificar algumas concentrações.
No Estado, a agricultura familiar é fundamental para a produção de alimentos básicos para a população brasileira, tais como leite, aves, suínos, milho, feijão e mandioca. Mesmo entre as atividades em que tradicionalmente a agricultura empresarial prevalece, tais como a bovinocultura de corte, a sojicultura e a triticultura, a produção dos estabelecimentos familiares é relevante.
Outro traço característico da atividade agropecuária no RS é a cooperação. Uma parcela expressiva dos agricultores gaúchos está organizada em cooperativas. Segundo o Sindicato e Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Ocergs), em 2014 havia 138 cooperativas agropecuárias no Estado, que contavam com mais de 290.000 associados e empregavam 32,5 mil pessoas.