A longitude de onda dos raios X se encontra entre a radiação ultravioleta e os raios gama. Os raios X são uma radiação ionizante, uma vez que ao interagir com a matéria produz a ionização dos átomos, ou seja, origina partículas com carga.
Os 3 pilares que formam um equipamento de Raio X
Um equipamento de Raios X é composto de três elementos fundamentais: o gerador de raios X, o tubo e a mesa radiográfica. O gerador está composto por um comando que permite selecionar uma série de valores (a kilovoltagem ou o tempo de exposição à radiação), por um transformador que atua como fonte de energia (a voltagem utilizada oscila entre os 40 kv e os 120 kv). O tubo está formado por eletrodos e um filamento de incandescência, os raios X são produzidos assim que os elétrons de alta velocidade impactem e criem um feixe de raios X dirigindo-se a um lugar do organismo do paciente e tornando-se uma imagem radiográfica.
Um pouco de história
A história dos raios X teve seu início através dos experimentos do britânico William Crookes, que no século XIX pesquisou sobre os efeitos de determinados gases ao aplicá-los em descargas de energia.
Estes experimentos foram desenvolvidos em um tubo vazio e em eletrodos para gerar correntes de alta voltagem. Quando este tubo estava próximo das placas fotográficas gerava algum tipo de imagem. Este descobrimento foi utilizado por Nikola Tesla, que começou a estudar este efeito e observou que havia perigo ao expor estas radiações ao organismo. Por este motivo, foi considerado que estes raios não tinham utilidade prática.
Apesar desta recusa inicial, alguns médicos franceses começaram a utilizar as radiografias para observar o corpo humano em seu interior. A partir desse momento surgiu a radiologia como disciplina médica.
No início do século XX, a ilustre Madame Curie descobriu o rádio e o polônio, substâncias químicas que influenciaram na radiação dos raios X.
Foto: vuk8691 I iStock
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (set., 2015). Conceito de Raios X. Em //conceitos.com/raios-x/. São Paulo, Brasil.
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Segundo o Health Direct, serviço vinculado ao governo australiano, o equipamento de raio-x usa radiação para criar imagens internas do corpo. Ao fazer o exame, popularmente conhecido como radiografia, os tecidos do organismo absorvem de forma diferente a radiação. Os ossos, por exemplo, se destacam na formação das imagens devido à absorção mais alta em relação a tecidos moles, como o muscular.
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Entenda melhor o que é o raio-x, como é o seu funcionamento em exames médicos, quais os perigos relacionados à exposição e qual é o local correto para o descarte.
Raio-x: o que é e como funciona?
Antes de explicar o seu funcionamento, alguns conceitos são importantes para entender melhor o que é o raio-x. Sendo assim, de acordo com o National Institute of Biomedical Imaging and Bioengineering (NIBIB), instituição governamental dos Estados Unidos, o raio-X é uma forma de radiação eletromagnética que tem alto nível de energia.
O NIBIB também explica que radiação é a emissão de energia como ondas eletromagnéticas ou como partículas subatômicas em movimento — especialmente partículas de alta energia que causam ionização.
No exame médico, a parte do corpo analisada é posicionada entre a fonte e o detector de raios-x. Quando a máquina é ligada, essa radiação pode “atravessar” o corpo ou ser absorvida, em maior ou menor grau, pelos diferentes tecidos do organismo.
Nos ossos, por exemplo, há cálcio: elemento químico com número atômico mais alto que componentes de outros tecidos. Essa propriedade colabora para um nível mais alto de absorção dos raios-x. Como resultado, estruturas ósseas aparecem mais brancas do que outros tecidos contra o fundo escuro da radiografia.
Tipos de exame de raio-X e indicação
De acordo com o Health Direct, há vários tipos de exames de raio-x, entre eles:
- Radiografia plana;
- Angiografia — produz imagens dos vasos sanguíneos;
- Fluoroscopia — produz imagens em movimento das estruturas internas do corpo;
- Mamografia — examina o tecido mamário e pode detectar precocemente o câncer de mama;
- Tomografia Computadorizada — uma combinação da tecnologia tradicional de raios-x com processamento de computador para gerar imagens tridimensionais de seções do corpo.
Exames de raio-x podem ser feitos para identificar problemas nos ossos como fraturas, deslocamentos e infecções. Além de doenças e outras condições como, por exemplo, pneumonia, insuficiência cardíaca e tumores. Outra utilidade é detectar a presença de objetos estranhos no interior do corpo.
Quais os perigos da exposição ao raio-x?
Exames de raio-x usam pequenas quantidades de radiação para gerar as imagens. Segundo o Health Direct, isso pode aumentar — bem pouco — o risco de desenvolvimento de câncer alguns anos depois. Em complemento, de acordo com o NIBIB, como o exame faz uso de radiação ionizante, o número de exposições ao método de diagnóstico pode aumentar esse risco.
Além disso, em circunstâncias não emergenciais, é contraindicado que mulheres grávidas sejam expostas a raios-x. Principalmente quando imagens do abdome ou da pelve são requeridas, outros tipos de exames podem ser pedidos, como a ressonância magnética ou a ultrassonografia. Nessa questão, a precisão oferecida por cada tipo de exame influencia na decisão do médico.
Onde descartar as imagens do exame?
É importante destacar que há metais pesados, principalmente a prata, na composição das chapas (películas) de raio-x. Sendo assim, não é indicado o descarte em lixos comuns, pois isso pode contribuir para a contaminação do solo e da água.
Postos de saúde e hospitais, comumente, também funcionam como ponto de recolhimento desse tipo de material — que posteriormente é enviado para reciclagem. Vale conferir no site da prefeitura da sua cidade se há um local indicado para o descarte adequado.
Outro ponto relevante: os exames não devem ser descartados rapidamente, pois podem ser úteis para, posteriormente, apresentar condições preexistentes ao seu médico. Entretanto, para deixar as chapas guardadas em casa, é importante mantê-las dentro de envelopes e embalagens de papel ou plástico. Além disso, evite locais de armazenamento expostos à umidade ou calor excessivo.
Quem inventou o raio-x?
Por fim, uma curiosidade: quem inventou o raio-x? A invenção é atribuída ao fisicista Wilhelm Conrad Röntgen — vencedor do primeiro Prêmio Nobel de Física, em 1901.
Para criar as primeiras imagens de raio-x, Röntgen pediu ajuda à sua esposa. Ele posicionou a mão da mulher entre uma fonte de radiação e uma placa fotográfica especial. Ao ativar o mecanismo em um ambiente escuro, percebeu que os ossos da mão e a aliança da esposa deixavam uma sombra mais intensa na placa fotográfica, enquanto outras estruturas formavam um sombreamento leve.
Com informações de: Health Direct, NIBIB, How Stuff Works, The Nobel Prize, SPDM e Framaq
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