Qual é para Durkheim o efeito da divisão do trabalho para o desenvolvimento da consciência coletiva individual e para as diferentes formas de solidariedade social?

O pensamento de Durkheim marcou decisivamente a Sociologia contempor�nea. Em 1893�publicou sua tese de doutoramento, intitulada De la Division du Travail Social, estudo em que aborda a intera��o social entre os indiv�duos que integram uma coletividade maior: a sociedade.

Destacamos, neste espa�o, algumas contribui��es de Durkheim.


Solidariedade Social


Educa��o

Fatos sociais

Institui��o social
e Anomia

Fatos sociais

O fato social, segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir que exercem determinada for�a sobre os indiv�duos, obrigando-os a se adaptar �s regras da sociedade onde vivem. No entanto, nem tudo o que uma pessoa faz pode ser considerado um fato social, pois, para ser identificado como tal, tem de atender a tr�s caracter�sticas: generalidade, exterioridade e coercitividade.

Coercitividade � caracter�stica relacionada com o poder, ou a for�a, com a qual os padr�es culturais de uma sociedade se imp�em aos indiv�duos que a integram, obrigando esses indiv�duos a cumpri-los.
Exterioridade � quando o indiv�duo nasce, a sociedade j� est� organizada, com suas leis, seus padr�es, seu sistema financeiro, etc.; cabe ao indiv�duo aprender, por interm�dio da educa��o, por exemplo.
Generalidade � os fatos sociais s�o coletivos, ou seja, eles n�o existem para um �nico indiv�duo, mas para todo um grupo, ou sociedade.

O que � fato social?

O que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, � um comportamento estabelecido pela sociedade. N�o � algo que seja imposto especificamente a algu�m, � algo que j� estava l� antes e que continua depois e que n�o d� margem a escolhas.

Institui��o social e Anomia

A institui��o social � um mecanismo de organiza��o da sociedade, � o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja import�ncia estrat�gica � manter a organiza��o do grupo e satisfazer as necessidades dos indiv�duos que dele participam.

As institui��es s�o, portanto, conservadoras por ess�ncia, quer seja fam�lia, escola, governo, religi�o, pol�cia ou qualquer outra, elas agem contra as mudan�as, pela manuten��o da ordem vigente. Durkheim registra, em sua obra, o quanto acredita que essas institui��es s�o valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com uma certa reputa��o de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra.

Mas Durkheim n�o pode ser meramente tachado de conservador, sua defesa das institui��es se baseia num ponto fundamental, o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras ("em estado de anomia"), sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suic�dio e da religi�o.

Uma r�pida observa��o do contexto hist�rico do s�culo XIX nos permite perceber que as institui��es sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivia em condi��es miser�veis, desempregados, doentes e marginalizados.

Ora, numa sociedade integrada, essa gente n�o podia ser ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as consequ�ncias. Aos problemas que ele observou,�considerou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de "Anomana". A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do soci�logo seria, portanto, estudar, entender e ajudar a sociedade.

Em seus estudos Durkheim concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que s� � poss�vel se admitirmos que a sociedade � um todo integrado. Se tudo na sociedade est� interligado, qualquer altera��o afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo n�o vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentir� o efeito. Partindo deste racioc�nio,�desenvolve dois dos seus principais conceitos: Institui��o social e Anomia.

Solidariedade Social

A solidariedade segundo Durkheim � oriunda de dois tipos de consi�ncia: a consci�ncia coletiva (ou comum) e consci�ncia individual. Cada indiv�duo possui uma consci�ncia individual que sofre influ�ncia da consci�ncia coletiva, que nada mais � que a combina��o das consci�ncias individuais de todos os homens ao mesmo tempo. A consci�ncia coletiva seria respons�vel pela forma��o de nossos valores morais, e exerce uma press�o externa aos indiv�duos no momento de suas escolhas. A soma da consci�ncia individual com a consci�ncia coletiva forma o ser social.

Dentro da perspectiva sociol�gica durkheiminiana, a exist�ncia de uma sociedade s� � poss�vel a partir de um determinado grau de consenso entre seus membros constituintes: os indiv�duos. Esse consenso se assenta, basicamente no processo de adequa��o da consci�ncia individual � consci�ncia coletiva. Dependendo do grau de consenso temos dois tipos de solidariedade.

Solidariedade mec�nica

A sociedade em sua fase primitiva se organizava socialmente a partir das semelhan�as ps�quicas e sociais entre os membros individuais. Nessas sociedades, os indiv�duos que a integravam compartilhavam dos mesmos valores sociais, tanto no que se refere �s cren�as religiosas como em rela��o aos interesses materiais necess�rios � subsist�ncia do grupo, essa correspond�ncia de valores � que assegurava a coes�o social.

Solidariedade org�nica

J� nas sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferencia��o individual e social, existe a solidariedade org�nica.

Neste modelo, cada indiv�duo tem uma fun��o e depende dos outros para sobreviver. A Solidariedade Org�nica � fruto das diferen�as sociais, j� que s�o essas diferen�as que unem os indiv�duos pela necessidade de troca de servi�os e pela sua interdepend�ncia.

O indiv�duo � socializado porque, embora tenha sua individualidade, depende dos demais e, por isso, se sente parte de um todo. Os membros da sociedade onde predomina a Solidariedade Org�nica est�o unidos pelo la�o oriundo da divis�o do trabalho social.

Recomendar esta p�gina via e-mail:

Qual é a relação que Durkheim estabelece entre consciência coletiva e divisão do trabalho social?

A soma da consciência individual com a consciência coletiva formaria o ser social, o qual teria uma vida social entre os membros do grupo. Assim, podemos afirmar que a solidariedade social para Durkheim se daria pela consciência coletiva, pois essa seria responsável pela coesão (ligação) entre as pessoas.

Como Durkheim entende a relação entre consciência individual e consciência coletiva?

A consciência coletiva é o conjunto de sentimentos e crenças comuns aos membros de uma mesma sociedade (Durkheim, 1995), enquanto que a consciência individual é o lado Page 3 peculiar dos indivíduos que marca a sua subjetividade de maneira específica, no sentido da singularidade que marca.

Qual era o pensamento de Durkheim sobre o trabalho?

O trabalho em Durkheim. Em Durkheim, a divisão social do trabalho é a fonte principal da solidariedade. Essa ideia aparece com força em sua obra Da divisão do trabalho social (1893), época marcada por intensas mudanças sociais, que afetam inevitavelmente as relações de trabalho.

Qual é a função da separação dos dois tipos de solidariedade para Durkheim?

1 resposta(s) Segundo Durkheim, esse consenso se assenta em diferentes tipos de solidariedade social. Em De la Division du Travail Social, Durkheim esclarece que a existência de uma sociedade, bem como a própria coesão social, está baseada num grau de consenso entre os indivíduos e que ele designa de solidariedade.

Toplist

Última postagem

Tag