Qual o principal foco do profissional de educação física na equipe multiprofissional do NASF?

O profissional de Educa��o F�sica e sua atua��o
na Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia

El profesional de la Educaci�n F�sica y su intervenci�n en la Estrategia de Salud de la Familia

 

*Graduado em Licenciatura Plena em Educa��o F�sica pela Universidade

do Estado da Bahia, UNEB, Campus IV. � membro do Grupo de Estudo, Pesquisa

e Extens�o em Educa��o F�sica, Esporte e Lazer (GEFEL)

**Mestre em Educa��o pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor

do Departamento de Ci�ncias Humanas - Campus IV da Universidade do Estado

da Bahia. L�der do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extens�o em Educa��o Especial

e Educa��o F�sica Adaptada (GEPEFA) e membro do Grupo de Estudo, Pesquisa

e Extens�o em Educa��o F�sica, Esporte e Lazer (GEFEL)

Francisco Silva Machado*

Osni Oliveira Noberto da Silva**

(Brasil)

 

Resumo

          O objetivo deste artigo foi discutir a import�ncia do profissional de Educa��o F�sica e sua atua��o na estrat�gia de sa�de da fam�lia. � clara a import�ncia deste profissional no �mbito dos servi�os de sa�de visto que ele pode contribuir na elabora��o e desenvolvimento de programas e atividades para a promo��o de estilo de vida saud�vel, atuando na sa�de preventiva, uma das maiores propostas do SUS, ajudando at� mesmo na economia dos cofres p�blicos, pois a pr�tica constante de atividade f�sica feita por pessoas com doen�as cr�nicas, pode diminuir os gastos com medicamentos e prevenir o aparecimento de outras doen�as.

          Unitermos

: Educa��o F�sica. ESF. Sa�de da Fam�lia.

Recep��o: 23/07/2014 � Aceita��o: 03/10/2014.

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 19, N� 199, Diciembre de 2014. //www.efdeportes.com/

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1.     Introdu��o

    Este artigo � parte de um estudo realizado no curso de Educa��o F�sica do Departamento de Ci�ncias Humanas, Campus IV da Universidade do Estado da Bahia e tem como objetivo discutir a import�ncia do profissional de Educa��o F�sica e sua atua��o na estrat�gia de sa�de da fam�lia.

    Nos �ltimos anos a Educa��o F�sica vem se consolidando como uma importante �rea de estudos e pesquisa no que diz respeito � atividade f�sica e promo��o da sa�de, se materializando na atua��o do profissional de Educa��o F�sica com os demais profissionais que comp�em a equipe multidisciplinar da Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia.

2.     Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia

    O sistema de sa�de brasileiro tradicionalmente funcionou como um modelo curativo tendo o hospital e o m�dico como �nico modo de se obter sa�de.

    �A partir de 1988 com a Reforma sanit�ria brasileira, algumas mudan�as s�lidas foram introduzidas no modo de atua��o do sistema, como o surgimento do Sistema �nico de Sa�de (SUS), que veio como um novo modelo de assist�ncia p�blica � sa�de�. (POZ e VIANNA, 2005, p. 226).

    Ainda segundo Poz e Vianna (2005), este novo modelo veio para determinar o princ�pio do universalismo para as a��es da sa�de, tirar a centraliza��o no munic�pio e trazer uma nova organiza��o para os servi�os, sob a l�gica da integralidade, da regionaliza��o e da hierarquiza��o, com defini��o de porta de entrada. E ainda, as a��es preventivas e curativas passaram a ser responsabilidade dos gestores p�blicos.

    Desde o princ�pio v�rios problemas surgiram para a atua��o do SUS, entre eles: o financiamento das a��es de sa�de; a defini��o clara de fun��es das esferas governamentais (federal, estadual e municipal); as formas de organiza��o dos servi�os entre p�blico/privado e a resist�ncia � mudan�a do antigo modelo assistencial, baseado na doen�a e em a��es curativas individuais.

    As mudan�as no modelo assistencial, operadas dentro do SUS aconteceram devido a dois novos programas. Primeiro com o Programa de Agentes Comunit�rios de Sa�de � PACS e depois com a Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia � ESF, que vieram provocar altera��es no modo de destinar os recursos e formas de remunera��o das a��es de sa�de e de servi�os. Dessa forma, esses programas e em especial o PSF constituem como uma estrat�gia de reforma do sistema de sa�de no Brasil, sendo que o programa trouxe mudan�as importantes nas a��es de sa�de, na organiza��o dos servi�os e nas pr�ticas assistenciais no plano local, e assim, no processo de descentraliza��o.

    A Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia (ESF), criada pelo Minist�rio da Sa�de em 1994, tem como objetivo reorganizar o modelo de sa�de em vigor. Anteriormente a sa�de era concebida como curativa, sendo o m�dico considerado como o �nico profissional de assist�ncia � sa�de. Neste contexto, h� ainda, o PSF que,

    [...] foi formulado como uma estrat�gia para transforma��o do modelo de aten��o � sa�de no Brasil na busca de provocar reflex�es e mudan�as nas institui��es, nos padr�es de pensamento e comportamento dos profissionais e cidad�os brasileiros. Trata-se, portanto, de uma estrat�gia que envolve a comunidade, por meio dos Agentes Comunit�rios de Sa�de (ACS) e coloca as equipes multiprofissionais mais perto dos domic�lios, das fam�lias e das comunidades. (COSTA et al, 2008, p. 114)

    Ent�o, esse programa veio com a finalidade de reeducar a popula��o, com profissionais lutando para mudar a forma de pensar e praticar sa�de, mostrando que para se ter sa�de n�o � necess�rio remediar, apenas se prevenir. Dessa forma,

    Na sua ess�ncia, o PSF prioriza as a��es de preven��o, promo��o, assist�ncia e recupera��o da sa�de das pessoas, de forma integral e continua, por meio de adstri��o de clientelas e atendimentos prestados por equipes multiprofissionais na Unidade B�sica de sa�de (UBS), no domicilio dos pacientes e atrav�s da mobiliza��o da comunidade. (BRASIL, 2005; 2010).

    Baseado nos princ�pios do SUS, o Programa de Sa�de da Fam�lia, que focaliza suas a��es na fam�lia, � composta por uma equipe de multiprofissionais (M�dico, Odont�logo, Enfermeiro, T�cnicos de Enfermagem, Agentes Comunit�rios de Sa�de, T�cnicos em Sa�de Bucal, entre outros). Cada um desses profissionais deve estar atento � comunidade na �rea em que est� inserida, considerando o cidad�o como um todo e tendo como proposta melhorar a qualidade de vida da popula��o.

    De acordo com a Portaria n� 2.488 de 21 de outubro de 2011

    A estrat�gia de Sa�de da Fam�lia visa � reorganiza��o da Aten��o B�sica no Pa�s, de acordo com os preceitos do Sistema �nico de Sa�de, e � tida pelo Minist�rio da Sa�de e gestores estaduais e municipais, representados respectivamente pelo CONASS e CONASEMS, como estrat�gia de expans�o, qualifica��o e consolida��o da Aten��o B�sica por favorecer uma re-orienta��o do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princ�pios, diretrizes e fundamentos da aten��o b�sica, de ampliar a resolutividade e impacto na situa��o de sa�de das pessoas e coletividades, al�m de propiciar uma importante rela��o custo-efetividade.

    Assim, a Sa�de da Fam�lia como estrat�gia estruturante dos sistemas municipais de sa�de tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de aten��o no SUS e tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de sa�de das popula��es assistidas pelas equipes de sa�de da fam�lia.

3.     Atividade f�sica e sa�de

    Caspersen, Powel e Christenson (apud PITANGA, 2002) conceituam atividade f�sica como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura, que resulta em gasto energ�tico, j� aptid�o f�sica s�o alguns atributos adquiridos com a pr�tica regular de atividade f�sica; enquanto exerc�cio f�sico � determinado como atividade repetitiva, planejada e estruturada que objetiva a manuten��o e melhoria de um ou mais componentes da aptid�o f�sica.

    Estudos recentes de Assump��o, Morais e Fortuna (2002) t�m comprovado in�meros benef�cios que o exerc�cio f�sico proporciona aos praticantes. Ao mesmo tempo, observa-se um crescente n�mero de doen�as oriundas da baixa atividade f�sica como estresse, sobrepeso, hipertens�o e diabetes. Desse modo o exerc�cio orientado pode ser um grande contribuinte para amenizar tais problemas, como se v� no estudo abaixo:

    os principais benef�cios � sa�de advindos da pr�tica de atividade f�sica referem-se aos aspectos antropom�tricos, neuromusculares, metab�licos e psicol�gicos. Os efeitos metab�licos [...] s�o o aumento do volume sist�lico; o aumento da pot�ncia aer�bica; o aumento da ventila��o pulmonar; a melhora do perfil lip�dico; a diminui��o da press�o arterial; a melhora da sensibilidade � insulina e a diminui��o da freq��ncia card�aca em repouso e no trabalho subm�ximo. Com rela��o aos efeitos antropom�tricos e neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminui��o da gordura corporal, o incremento da for�a e da massa muscular, da densidade �ssea e da flexibilidade. (Matsudo e Matsudo, 2000 apud ASSUMP��O, MORAIS e FORTUNA, 2002, p.2)

    Al�m destes benef�cios fisiol�gicos os autores acima citam tamb�m os psicol�gicos, que tamb�m s�o de fundamental import�ncia para a vida das pessoas, pois a atividade f�sica atua na melhoria da autoestima, do autoconceito, da imagem corporal, das fun��es cognitivas e de socializa��o, na diminui��o do estresse, da ansiedade e do consumo de medicamentos.

    De acordo com Dias (apud PIRES, 2010) os benef�cios sociais advindos da ader�ncia em um programa de atividade f�sica s�o, a curto prazo, socializa��o e integra��o dos indiv�duos aos mais diversos grupos e, j� a longo per�odo, a forma��o de novas amizades e companheirismo com a amplia��o das rela��es sociais.

    O professor de Educa��o F�sica � um profissional formado para atuar em manifesta��es culturais, gin�stica, exerc�cio f�sico, jogos, desportos, lutas, dan�as e outros; o seu prop�sito � auxiliar no desenvolvimento da educa��o e sa�de, al�m disso, coordenar, planejar, supervisionar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos e programas, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares, entre outras coisas (PIRES et al, 2010).

    Kokubun (2007) cita a relev�ncia da implanta��o e oferecimento de programas de interven��o que oportunizem o acesso de grupos populacionais mais carentes ou com menos oportunidade de praticar atividades f�sicas como uma estrat�gia para minimizar os danos causados por doen�as degenerativas nesses indiv�duos que s�o tradicionalmente mais afetados. Desta maneira a Unidade B�sica de Sa�de (UBS) seria um �timo espa�o para a interven��o de pr�tica de atividades f�sicas. Assim,

    [...] as Unidades B�sicas de Sa�de (UBS) presentes em praticamente todos os munic�pios brasileiros seriam locais privilegiados para a implanta��o e promo��o da sa�de mediante a atividade f�sica, tendo em vista que atenderiam parte da popula��o que n�o possui acesso a programa de atividade f�sica de qualidade ou que pertence a minorias altamente suscet�veis a um estilo de vida inativo. (KOKUBUN, 2007)

    Da� a import�ncia da inser��o de professores de EF no sistema p�blico de sa�de, pois com ele, grande parte da popula��o de baixa renda ter� acesso a atividades f�sicas e/ou pr�ticas corporais orientadas, podendo atrav�s dessas melhorar sua sa�de.

    Matsudo cita entidades ligadas � EF e �s ci�ncias do Esporte � Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), Conselho Internacional de Ci�ncias do Esporte e Educa��o F�sica (ICSSPE), Centro de Controle e Preven��o de Doen�as � USA (CDC), Col�gio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), Federa��o Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), Associa��o Americana de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laborat�rio de Aptid�o F�sica de S�o Caetano do Sul (CELAFISCS), toda elas recomendam �sess�es de trinta minutos de atividade f�sica por dia, na maior parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente ou mesmo em per�odos cumulativos de 10 a 15 minutos, em intensidade moderada, j� s�o suficientes para promo��o � sa�de�. (MATSUDO e MATSUDO, 2000)

    Do mesmo modo h� in�meros estudos que provam que a pr�tica de atividade f�sica est� diretamente relacionada � �redu��o de taxas de mortalidade e risco de desenvolvimento de doen�as degenerativas como as enfermidades cardiovasculares, hipertens�o, osteoporose, enfermidades respirat�rias, dentre outras.� E acrescentam ainda, �os efeitos positivos da atividade f�sica no processo de envelhecimento, aumento da longevidade, controle da obesidade e em alguns tipos de c�ncer�. (MATSUDO e MATSUDO, 2000)

    Assim, compreende-se que a pr�tica sistem�tica da atividade f�sica est� diretamente ligada a promo��o da sa�de e a melhore padr�es de qualidade de vida.

4.     A inser��o do profissional de educa��o f�sica na ESF

    A partir da resolu��o 218/97, o profissional de Educa��o F�sica passou a ser considerado um profissional da �rea da sa�de (CONSELHO NACIONAL DE SA�DE, 1997), tornando oficial a possibilidade deste profissional fazer parte de uma equipe multiprofissional de sa�de. A Lei n� 9.696/1998 que regulamenta a profiss�o de profissional de Educa��o F�sica, bem como, o Estatuto do Conselho Federal de Educa��o F�sica, cita alguns aspectos referentes a compet�ncias pr�prias do profissional de Educa��o F�sica para atuar junto ao sistema p�blico de sa�de:

    Art. 8� - Compete exclusivamente ao Profissional de Educa��o F�sica [...] participar de equipes multidisciplinares.

    Art. 9� - O Profissional de Educa��o F�sica � especialista em atividades f�sicas, nas suas diversas manifesta��es [...] lazer, recrea��o, reabilita��o, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exerc�cios compensat�rios � atividade laboral e do cotidiano e outras pr�ticas corporais, sendo da sua compet�ncia prestar servi�os que favore�am o desenvolvimento da educa��o e da sa�de, contribuindo para a capacita��o e/ou restabelecimento de n�veis adequados de desempenho e condicionamento f�sico corporal dos seus benefici�rios, visando � consecu��o do bem-estar e da qualidade de vida, [...] da preven��o de doen�as, de acidentes, de problemas posturais, da compensa��o de dist�rbios funcionais, contribuindo ainda, para consecu��o da autonomia, da autoestima, da coopera��o, da solidariedade, da integra��o, da cidadania, das rela��es sociais e a preserva��o do meio ambiente [...].

    Art. 10� - O Profissional de Educa��o F�sica interv�m segundo prop�sitos de promo��o, prote��o e reabilita��o da sa�de [...] (Conselho Federal de Educa��o F�sica apud COUTINHO, 2011 p.47).

    Criado pela Portaria GM n� 154, de 24 de janeiro de 2008 o N�cleo de Apoio a Sa�de da Fam�lia (NASF) tem como objetivo �ampliar a abrang�ncia e o escopo das a��es da aten��o b�sica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inser��o da Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia � ESF�. (BRASIL, 2008) A proposta maior do NASF consiste em dar apoio � ESF, visto que ele � formado por uma equipe m�vel que realiza visitas constantemente tantos nos PSF, quanto nas casas dos indiv�duos se houver necessidades maiores.

    Existem duas modalidades de NASF: o NASF 1 composto, minimamente, por cinco profissionais com forma��o universit�ria, dentre as 13 op��es seguintes: assistente social, farmac�utico, fisioterapeuta, fonoaudi�logo, m�dico ginecologista, m�dico homeopata, m�dico acupunturista, m�dico pediatra, m�dico psiquiatra, nutricionista, profissional de educa��o f�sica, psic�logo e terapeuta ocupacional. O NASF 2, por sua vez, deve ser composto por, no m�nimo, tr�s profissionais, dentre as oito op��es: assistente social, farmac�utico, fisioterapeuta, fonoaudi�logo, nutricionista, profissional de educa��o f�sica, psic�logo e terapeuta ocupacional.

    A defini��o sobre qual profissional ir� compor cada tipo de NASF � de responsabilidade dos gestores municipal, que deve se pautar nas necessidades locais de sa�de e na disponibilidade de profissionais em cada uma das distintas profiss�es, da�, a necessidade destes disporem de conhecimentos sobre a realidade social local, bem como, a necessidade de estrat�gias de preven��o e controle das doen�as que acometem a popula��o de seu munic�pio.

    Segundo Coutinho (2011), o NASF foi criado no interior da Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia e, portanto, deve desenvolver suas a��es pautadas por alguns pressupostos, princ�pios e diretrizes relacionadas � ABS como: a��o interdisciplinar e inter-setorial; trabalho em equipe; educa��o permanente em sa�de; no��o de territ�rio; participa��o e controle social; promo��o da sa�de; humaniza��o; cl�nica ampliada; projeto terap�utico singular; projeto de sa�de do territ�rio, entre outras.

    O NASF surgiu com a proposta de discutir outras quest�es al�m da sa�de curativa, onde o professor de Educa��o F�sica atuar� como um agente capacitador, aquele que pensa em estrat�gias que fomentem a participa��o do p�blico atendido pelo PSF/NASF nos programas de educa��o e promo��o da sa�de.

    Pensando assim, Quint et all (apud COUTINHO, 2011), elencaram alguns princ�pios did�tico-pedag�gicos que poder�o ser �teis ao profissional de Educa��o F�sica no contexto da ABS, como: esclarecimento, desconstru��o, dialogicidade, cogest�o, coopera��o, organiza��o participativa e emancipa��o.

    Dessa forma, o professor de Educa��o F�sica, inserido junto � equipe multiprofissional do NASF, dever� prescrever a atividade f�sica, informar acerca da necessidade da mesma, o modo de realiz�-la, a intensidade ou trabalhar com esses indiv�duos em grupos com o objetivo de proporcionar a integra��o dos participantes, n�o somente para os idosos e portadores de doen�as cr�nicas, mas para toda popula��o como forma de promo��o � sa�de e para favorecer a ado��o de um estilo de vida saud�vel.

    Por isso � de fundamental import�ncia a inser��o do profissional de Educa��o F�sica nos programa de sa�de, pois este proporciona um aumento das possibilidades de oferta de servi�os de sa�de em quase todas as �reas estrat�gicas e envolve diferentes grupos de usu�rios.

    Desse modo, Lima (2013) analisou alguns exemplos apresentados por Monteiro e Gon�alves (apud COUTINHO, 2011). Dentre os grupos de usu�rios beneficiados com a promo��o da sa�de temos a crian�a, atrav�s de

    a��es na linha da preven��o, visando principalmente o combate � obesidade que representa um fator de risco para v�rias doen�as e, tamb�m, a��es de promo��o da sa�de, a partir do incentivo e da oportunidade de pr�ticas esportivas e recreativas de modo h� ocupar o tempo livre com formas ativas de lazer e conv�vio social, desenvolvendo valores relacionados � participa��o. (LIMA, 2013)

    Outro grupo beneficiado � o da mulher, atrav�s da oferta de pr�ticas corporais/atividades f�sicas visando � preven��o do c�ncer de mama e outras doen�as. (LIMA, 2013). O terceiro exemplo � o dos idosos, pois as �pr�ticas corporais/ atividades f�sicas poder�o auxiliar na manuten��o da for�a muscular e do equil�brio, dando-lhes maior mobilidade e autonomia para a realiza��o de suas tarefas di�rias, minimizando as possibilidades de quedas e, tamb�m, criando espa�os para o conv�vio comunit�rio, diminuindo o isolamento muito comum nessa fase da vida�.

    Lima, ainda analisando os exemplos de Monteiro e Gon�alves (apud COUTINHO, 2011) ao mencionarem a �preven��o de doen�as por meio de iniciativas de pr�ticas corporais/atividades f�sicas diversas, ressalta que conforme demonstram os estudos, esse tipo de a��o, realizada de forma regular e bem orientada, reduz o risco de doen�as cr�nicas, podendo tamb�m conferir um efeito de prote��o ao sistema imunol�gico, no caso das doen�as infectocontagiosas�.

    Considerando as a��es do Professor de Educa��o F�sica junto ao NASF, o Minist�rio da Sa�de afirma ser de responsabilidade desse profissional:

    Desenvolver atividades f�sicas e pr�ticas corporais junto � comunidade; veicular informa��es que visam � preven��o, a minimiza��o dos riscos e � prote��o � vulnerabilidade, buscando a produ��o do autocuidado; incentivar a cria��o de espa�os de inclus�o social, com a��es que ampliem o sentimento de pertin�ncia social nas comunidades por meio da atividade f�sica regular, do esporte e lazer, das pr�ticas corporais; proporcionar Educa��o Permanente em Atividade F�sica/Pr�ticas Corporais, nutri��o e sa�de juntamente com as ESF, sob a forma de coparticipa��o, acompanhamento supervisionado, discuss�o de caso e demais metodologias da aprendizagem em servi�o, dentro de um processo de Educa��o Permanente; articular a��es, de forma integrada �s ESF, sobre o conjunto de prioridades locais em sa�de que incluam os diversos setores da administra��o p�blica; contribuir para a amplia��o e a valoriza��o da utiliza��o dos espa�os p�blicos de conviv�ncia como proposta de inclus�o social e combate � viol�ncia; identificar profissionais e/ou membros da comunidade com potencial para o desenvolvimento do trabalho em pr�ticas corporais, em conjunto com as ESF; capacitar os profissionais, inclusive os Agentes Comunit�rios de Sa�de - ACS para atuarem como facilitadores/monitores no desenvolvimento de Atividades F�sicas/Pr�ticas Corporais; supervisionar, de forma compartilhada e participativa, as atividades desenvolvidas pelas ESF na comunidade; promover a��es ligadas � Atividade F�sica/Pr�ticas Corporais junto aos demais equipamentos p�blicos presentes no territ�rio escolas, creches etc.; articular parcerias com outros setores da �rea adstrita, junto com as ESF e a popula��o, visando ao melhor uso dos espa�os p�blicos existentes e a amplia��o das �reas dispon�veis para as pr�ticas corporais e promover eventos que estimulem a��es que valorizem Atividade F�sica/Praticas Corporais e sua import�ncia para a sa�de da popula��o (DI�RIO OFICIAL DA UNI�O � SE��O 1, N�. 18, 2008).

    A partir desta an�lise, Rocha e Centuri�o (apud COUTINHO, 2011) discutem a necessidade de reformula��o na forma��o dos profissionais de Educa��o F�sica para atuarem em espa�os de aten��o � sa�de da popula��o e, tomando por base discuss�es relacionadas �s diretrizes curriculares nacionais para os profissionais da �rea da sa�de, esses autores encaminham algumas orienta��es se referindo �s compet�ncias gerais que dever�o ser exigidas para se pensar um novo perfil deste profissional, dando como exemplo a capacidade para desenvolver a��es de promo��o, prote��o e reabilita��o, em n�veis individual e coletivo, por meio de uma pr�tica integrada e cont�nua; a capacidade de tomar decis�es; a comunica��o; a lideran�a e a educa��o permanente.

    Assim, um bom projeto de Educa��o F�sica no contexto do sistema p�blico de sa�de deve levar em conta:

    privilegiar o sujeito (doente ou n�o) em vez da doen�a; lidar com os diferentes conte�dos da cultura corporal de movimento e n�o apenas aqueles tradicionalmente reconhecidos como �eficazes� para promover sa�de; tratar de maneira pedag�gica e dar espa�o para discuss�o de temas de interesse do grupo; envolver e co-responsabilizar os sujeitos nas atividades, por meio de um trabalho coletivo, que considerasse o conhecimento das pessoas e a troca de experi�ncias; favorecer a autonomia e trabalhar com a promo��o da sa�de e a cl�nica, de forma complementar e n�o excludente (FREITAS; BRASIL; SILVA, 2006 apud COUTINHO, 2011 p.68).

5.     Conclus�es

    Assim sendo, Silva & Barros (2010), demonstram a import�ncia da inser��o do professor de Educa��o F�sica no PSF e NASF para coordenar e implantar programas de incentivo � pr�tica de atividades f�sicas observando que existe um fator agravador, o sedentarismo. Eles recomendam aos gestores p�blicos a reestrutura��o da Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia (ESF) com a inser��o de outros profissionais, como o professor de Educa��o F�sica, visando o desenvolvimento de a��es de promo��o, prote��o e recupera��o da sa�de, que possibilite a toda a popula��o assistida uma melhor qualidade de vida. Portanto, as pr�ticas corporais/atividades f�sicas (elementos da cultura corporal do movimento) s�o ferramentas indispens�veis para se pensar na promo��o da sa�de das pessoas.

    Logo, ao discutirmos a atua��o do profissional de Educa��o F�sica na ESF, temos o pleno entendimento de que este deve pautar suas a��es nos princ�pios doutrin�rios do SUS, para uma pr�tica que garanta a universalidade, a equidade, a integralidade da aten��o e a emancipa��o dos sujeitos.

    � clara a import�ncia deste profissional no �mbito dos servi�os de sa�de visto que ele pode contribuir na elabora��o e desenvolvimento de programas e atividades para a promo��o de estilo de vida saud�vel, atuando na sa�de preventiva, uma das maiores propostas do SUS, ajudando at� mesmo na economia dos cofres p�blicos, pois a pr�tica constante de atividade f�sica feita por pessoas com doen�as cr�nicas, pode diminuir os gastos com medicamentos e prevenir o aparecimento de outras doen�as.

Refer�ncias bibliogr�ficas

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  • PITANGA, Francisco Jos� Gondim. Epidemiologia, atividade f�sica e sa�de. Revista Brasileira Ci�ncia e Movimento, v. 10, n. 3, p. 49-54. Bras�lia: jul/2002.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 19 � N� 199 | Buenos Aires,Diciembre de 2014
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Qual o papel do Profissional de Educação Física no NASF?

Segundo Carvalho et. al. 7, o papel do PEF no NASF é coordenar, planejar, rea- lizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e in- terdisciplinares, entre outros.

Quais são as competências de atuação do Profissional de Educação Física dentro da equipe do NASF?

Dessa forma, o professor de Educação Física, inserido junto à equipe multiprofissional do NASF, deverá prescrever a atividade física, informar acerca da necessidade da mesma, o modo de realizá-la, a intensidade ou trabalhar com esses indivíduos em grupos com o objetivo de proporcionar a integração dos participantes, ...

Qual a importância do educador físico na equipe de apoio da estratégia de Saúde da Família?

O principal objetivo, de implantar o Nasf, foi o de apoiar a inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços, além de ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica, e aumentar a resolutividade dela, reforçando os processos de territorialização e regionalização em saúde (BRASIL, 2009).

Qual é o foco de atenção do NASF?

Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS, principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários e ambientais dentro dos ...

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