Nem sempre o Real foi a moeda brasileira. Muitas outas já existiram, desde a época em que éramos uma colônia portuguesa
A moeda nacional muda por decisão dos governantes. Isso acontece quando ela se desvaloriza muito, ou seja, quando começa a valer menos. Na prática, as alterações ajudam na renovação da economia brasileira, simbolizando um recomeço.
Réis
Herança da colonização, o réis era a moeda de Portugal e passou a circular no Brasil no século 15. Mesmo após a Independência e a Proclamação da República, a moeda permaneceu em vigor até 1942.
Símbolo: Rs e $
Cruzeiro
Como forma de cortar alguns zeros da moeda anterior, o cruzeiro foi a moeda nacional por três vezes. Na primeira aparição, substituiu os réis em 1º de novembro de 1942. Mil réis passaram a valer 1 cruzeiro (Rs 1$000 = Cr$ 1).
Símbolo: Cr$
Cruzeiro novo
O cruzeiro perdeu o valor muito rápido e, por isso, em 13 de fevereiro de 1967, estreava o cruzeiro novo. Na época, mil Cruzeiros passaram a valer 1 cruzeiro novo.
Símbolo: NCr$
Cruzeiro
Foi em 14 de maio de 1970 que o cruzeiro voltou — a palavra “novo” saiu para conter a desvalorização da moeda naquele período, mas o valor permaneceu o mesmo.
Símbolo: Cr$
Cruzado
Para impedir que os preços continuassem subindo, um plano do governo lançou o cruzado em 28 de fevereiro de 1986. Mil cruzeiros passaram a valer 1 cruzado.
Símbolo: Cz$
Cruzado novo
O cruzado novo surgiu de mais um plano econômico, mas não deu muito certo. A moeda durou de 15 de janeiro de 1989 até março de 1990.
Símbolo: NCz$
Cruzeiro
Com o fracasso do cruzado novo, o cruzeiro fez a terceira e última aparição em 16 de março de 1990. Não houve corte de zeros: 1 cruzado novo passou a valer 1 cruzeiro.
Símbolo: Cr$
Cruzeiro Real
Em outra troca recorde, por causa da inflação (aumento generalizado e contínuo dos preços, causando grande desvalorização do dinheiro), é criado o cruzeiro real em 1º de agosto de 1993. A moeda ficou menos de um ano em circulação.
Símbolo: CR$
Unidade Real de Valor
Iniciada em 1994, a Unidade Real de Valor surgiu para controlar o aumento dos preços. Ela cumpriu a função e é considerada a antecessora do Plano Real.
Símbolo: URV
Real
O Real é a atual moeda. Criado em 1º de julho de 1994, melhorou a economia e está até hoje no mercado.
Símbolo: R$
Consultoria: Luiz F. de Freitas Tavares (doutor em História pela UFF e professor da FAETEC-RJ) e Marcelo Flório (professor de História e Geografia da Universidade Anhembi Morumbi)
Até chegar à forma que conhecemos hoje, o dinheiro passou por muitas modificações. No início da civilização, o comércio era na base do escambo, ou seja, na troca de mercadorias. Só no século VII a.C. que surgiram as primeiras moedas feitas de ouro e prata. A princípio, essas peças eram fabricadas em processos manuais e muito rudimentares, mas já refletiam a mentalidade e cultura do povo da época.
Durante a Idade Média, surgiu o costume de guardar as moedas com ourives e, como garantia, era entregue um recibo. Era bem parecido com o processo que acontece hoje quando depositamos o dinheiro no banco e, depois, usamos o cartão para resgatar. Aos poucos esses comprovantes passaram a ser usados para efetuar pagamentos, circulando no comércio e dando origem à moeda de papel.
Com o surgimento dos bancos, essas instituições assumiram para si a função de emitir as moedas de papel, que foram chamadas também de Bilhetes de Banco. No Brasil, os primeiros recibos foram emitidos pelo Banco do Brasil em 1810 e tinham seu valor preenchido à mão, como é feito com os cheques.
Aos poucos, como já acontecia com as moedas, os governos passaram a controlar a emissão de cédulas de dinheiro para evitar as falsificações e garantir o poder de pagamento. Atualmente, quase todos os países possuem seus bancos centrais, que são encarregados de emitir cédulas e moedas.
A confecção das moedas contemporâneas obedece a um rigoroso padrão de impressão, dando ao produto final grande margem de segurança e condições de durabilidade. As principais unidades monetárias usam a base centesimal, isto é, a moeda divisionária da unidade equivale a um centésimo de seu valor. No caso do Brasil, temos o Centavo de Real.
No mundo moderno, além do dinheiro vivo, impresso em cédulas reguladas pelo Governo, o comércio também usa outros mecanismos financeiros de intenção de pagamento, como o cheque e o cartão de crédito/débito. Essas tecnologias foram criadas para dar mais praticidade e segurança para as transações.
Brasil
A Casa da Moeda, instituição brasileira responsável pela impressão do dinheiro, foi criada em 1694 por Dom Pedro II, rei de Portugal, para atender a demanda de fabricação de moedas no Brasil Colônia. Além do dinheiro, a estatal produz hoje outros produtos de segurança, como passaportes com chips e selos fiscais.
No entanto, a fabricação de novas cédulas é regulada pelo Ministério da Fazenda por meio do Banco Central do Brasil, visto que a quantidade de dinheiro em circulação dentro de um país deve ter como base a quantidade de serviços e produtos oferecidos pela economia nacional. Por esse motivo, um país não pode tentar contornar uma crise colocando mais dinheiro em circulação. Se isso acontece, o mercado tende a aumentar o preço das mercadorias, gerando inflação.
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Dessa maneira, a fabricação de cédulas deve-se, principalmente, à substituição de notas velhas e não para aumentar a quantidade de dinheiro que circula dentro do país. Mesmo assim, a tiragem anual de moedas impressiona. Em 2013, foram R$ 3,1 bi em cédulas e R$ 2,3 bi em moedas.
Real
Vários foram os nomes dados à moeda brasileira: Reis, Cruzeiro, Cruzeiro Novo, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro Real e, em 1994, foi implantada a atual moeda: o Real. Vários foram os modelos, tamanhos e dispositivos de segurança usados na fabricação das cédulas.
Antes da atual moeda, diversas personalidades foram homenageadas. Pedro Álvares Cabral, Marechal Deodoro da Fonseca, Tiradentes, Santos Dumont e o ex-presidente Juscelino Kubitschek foram algumas das personalidades que estamparam as notas.
O design atual das cédulas brasileiras não homenageia pessoas. Em um dos lados da nota, consta a efígie simbólica da República; do outro lado, animais da fauna brasileira – cada nota com um animal diferente. Veja:
- 2 reais – Tartaruga-de-pente
- 5 reais – Garça
- 10 reais – Arara
- 20 reais – Mico-leão-dourado
- 50 reais – Onça-pintada
- 100 reais – Peixe garoupa
Já as moedas de metal apresentam ilustrações de personalidades importantes para a cultura brasileira.
- 1 centavo – Pedro Álvares Cabral
- 5 centavos – Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)
- 10 centavos – Dom Pedro I
- 25 centavos – Manuel Deodoro da Fonseca
- 50 centavos – José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco)
- 1 real – Efígie da República
Cada moeda, de metal ou de papel, tem hoje tamanhos e cores diferentes. Entre os itens de segurança usados, estão marcas d'água, impressão em alto-relevo e microimpressões.
Curiosidades
Até o ano de 2005, o Banco Central produziu cédula de R$ 1. Apesar de não ser mais produzida, a nota ainda não saiu de circulação e pode ser aceita no comércio. No entanto, é raro encontrá-las, a não ser com colecionadores.
Por ocasião os
500 anos do Brasil, comemorado no ano 2000, o Banco Central do Brasil criou uma nova cédula de R$ 10, fabricada em plástico, com predominância laranja e azul. Esta também não é mais fabricada, mas não saiu oficialmente de circulação e podem custar caro nas mãos dos colecionadores.