Quais são os desafios que as empresas encontram para se tornar sustentáveis?

1 INTRODUÇÃO

A partir da Revolução Industrial do século XVIII, o homem, de forma inconsequente, vem sendo o principal responsável pela degradação de todos os ecossistemas terrestres, prejudicando assim sua qualidade de vida e pondo em risco a sua própria existência.

O desenvolvimento sustentável é caracterizado a partir da análise, mensuração contínua e criteriosa dos modelos organizacionais e sua contribuição direta a integridade dos aspectos ambientais, econômicos, sociais e humanos.

Os planos e estratégias competitivas, no entanto, submetem-se a mutações, onde o sucesso dos negócios é sustentado na oferta de soluções capazes de atenuar os reflexos danosos e inconsequentes da ação humana ao longo dos anos.

O objetivo maior deste artigo é verificar se o modelo de gestão da organização estudada inclui práticas e ações sustentáveis.

Para tanto, buscou-se identificar a existência dessas práticas e ações, de que forma elas são adotadas (caso existam), averiguar suas vantagens e os possíveis problemas enfrentados pela organização para executá-las.

Optou-se, então, por uma pesquisa de finalidade exploratória e propositiva, realizada através do estudo de caso na Empresa Borborema Imperial Transporte LTDA e Rodoviária Borborema LTDA, onde foi entrevistado o Gestor de Qualidade Total e o Diretor da Empresa, prosseguindo-se com a análise de conteúdo de suas respostas e comparando-as aos conceitos de gestão sustentável externados por autores especialistas no assunto, tais como: Ansoff, Brito, Moura, Tachizawa, Leff, Oliveira, Carvalho e Viana, e aos conceitos de sustentabilidade definidos por autores como: Schweigert, Claro, Claro e Amâncio, Rodrigues, Miashiro, Cabestré e Graziade Polesel Filho, devidamente escolhidos através de uma pesquisa bibliográfica.

Acredita-se que são justamente a partir da identificação dessas ações e práticas, de suas potencialidades, bem como de suas limitações e deficiências, que poderão emergir possíveis melhorias de processos de gestão a serem implementadas na própria empresa estudada e que também poderão servir como exemplo para outras organizações, obviamente de acordo com suas características distintivas.

Por se tratar de uma pesquisa de cunho exploratório, espera-se que outros estudos surjam e tragam explicações mais detalhadas e robustas acerca das principais temáticas aqui abordadas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

As mudanças no panorama competitivo das últimas décadas têm influenciado profundamente o comportamento das empresas, diante da necessidade emergente de se investir em novas estratégias de produção e oferta de bens e serviços que estejam em perfeita integração com a sociedade, a economia e o meio ambiente (ações sustentáveis).

Sustentabilidade significa sobrevivência, perenidade dos empreendimentos humanos e do planeta (RODRIGUES, 2009). O ponto de partida da sustentabilidade, no entanto, parte do reconhecimento humano a sua vulnerabilidade diante dos reflexos danosos de suas ações e práticas ofensivas aos recursos naturais deste planeta.

Segundo Leff (2001), a busca por padrões de qualidade é complexa, pois é interdependente das variáveis que compõe os pilares da sociedade: culturais, sociais, organizacionais, políticas, ambientais e econômicas.

Ações de responsabilidade socioambiental devem considerar os pressupostos do paradigma de sustentabilidade. A responsabilidade social caracteriza-se pelas atitudes e atividades baseadas em valores éticos e morais minimizando os impactos negativos que as organizações causam ao ambiente (CABESTRÉ; GRAZIADE; POLESEL FILHO, 2008). Os modelos econômicos passam a reconhecer que a busca por metas e objetivos consiste na contribuição humana a construção de métodos e técnicas empreendedoras eficazes, fundamentadas no equilíbrio sustentável, oportunizando negócios, impulsionando crescimento e o desenvolvimento.

A questão ambiental problematiza as bases da produção, desconstrução do paradigma econômico moderno e construção de futuros possíveis, fundados nos limites, integridade e potencialidades das leis da natureza, nos sentidos sociais e na criatividade humana (LEFF, 2001). Inspiradas neste pressuposto surgem políticas visionárias contemporâneas que visam atenuar os impactos nocivos do homem através da história.

Sob esta perspectiva, é desafiador fazer com que o cliente, empresa, sociedade e a economia melhorem a qualidade do ambiente, por meio de padrões baseados no desempenho e uso criterioso de instrumentos econômicos, num quadro harmonioso de regulamentação. A gestão ambiental e a responsabilidade social tornam-se instrumentos gerenciais à captação e a criação de condições de competitividade, aumentando a longevidade e sobrevivência da organização no mercado (TACHIZAWA, 2005).

A competitividade e a participação de mercado devem ser empreendidas sob bases sustentáveis, onde os sistemas econômicos, sociais e ambientais interagem de forma indissociável sustentada nos padrões e requisitos de qualidade, nos novos modelos de gestão ambiental, no comportamento ético e no exercício à cidadania.

Segundo Moura (2004), as empresas que priorizam por meio de ações sustentáveis, as necessidades e expectativas de seus consumidores, geram demanda e lucro. A sustentabilidade surge em pleno século XXI como tripé econômico, ambiental e social, disseminando a responsabilidade e a conscientização social e humana, estreitando as relações sustentáveis entre empresa e sociedade.

A sustentabilidade é considerada como nova ordem de eficiência econômica que beneficia todos os cidadãos, em vez de beneficiar poucos em detrimento de muitos (SCHWEIGERT, 2007). O sucesso e a sustentabilidade nos negócios envolvem a promoção da diversidade entre empresa e a sociedade, pois representa um dever, onde a participação e o envolvimento de ambas são necessários, oportunizando a igualdade e seus benefícios, sem distinção ou preconceito.

É impossível pensar em sustentabilidade sem refletir sobre a criação de políticas nos quais serviços essenciais à sociedade, como educação, saúde, moradia e segurança são assegurados (OLIVEIRA, 2009). A melhoria da qualidade de vida compreende o bem estar físico, mental, psicológico e emocional do homem ou da sociedade em relação ao ambiente no qual ele está inserido.

A implementação e operação de um Sistema de Gestão Ambiental consistem, na aplicação da Administração, particularizados para os assuntos de meio ambiente. (MOURA, 2008). Desde o planejamento, implantação e seu exercício, métodos e técnicas de controle e monitoramento contínuo, auxiliam desvios e possíveis intervenções corretivas, no intuito de se obter um resultado satisfatório, eficiente e sustentável.

Princípios como foco no cliente, melhoria contínua, envolvimento e comprometimento são valorizados e desenvolvidos nas empresas que são referência em termos de gestão de desempenho (CARPINETTI, p.25). Sendo assim, é essencial que os empresários, executivos, empreendedores e futuros empreendedores estabeleçam planos estratégicos inovadores, diferenciadores e participativos (qualidade total), fortalecendo sua representatividade no ambiente mercadológico e sua influência na mente e na vida de indivíduos e sociedade.

Pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria - CNI e do Ibope, revela que 68% dos consumidores brasileiros estariam dispostos a pagar mais por um produto que não agredisse o meio ambiente.

O consumidor não é mais o mesmo. "Está cada vez mais exigente em relação à atuação das empresas e aos reflexos de suas políticas, contribuindo diretamente no fortalecimento das ações de ecoeficiência, incentivando avanços em relação à transparência" (OLIVEIRA, 2009). A consciência humana evoluiu diante do crítico e atual cenário global, e, portanto, não apenas analisa o resultado e benefícios oriundos de produtos e serviços de forma antropocêntrica, mas amplia seus critérios qualificadores e a qualidade percebida (ética, valores e a responsabilidade) ao bem comum, onde todos são beneficiados passando essa consciência subliminar a novas gerações.

A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são equivalentes, pois ambos deixam claro um dos princípios básicos de sustentabilidade, a visão de longo prazo, uma vez que os interesses das futuras gerações devem ser analisados (CLARO, CLARO e AMÂNCIO, 2008). É prudente refletir sobre desenvolvimento e politização dos problemas tornando público a relevância participativa da sociedade na criação emergencial de alternativas e soluções que sanem os problemas gerados no contexto global, pois é sob estas bases que futuras gerações fundamentarão o equilíbrio entre seus anseios e realizações, economia, cidadania e ambientalismo.

A responsabilidade social é uma das condições de garantia, sucesso e sustentabilidade das organizações. Os conceitos de governança coorporativa e responsabilidade social estão integrados na medida em que se procura estabelecer padrões de conduta entre a empresa e seus stakeholders (MIASHIRO, 2007).

A sustentabilidade e a responsabilidade social fomentam o estabelecimento criterioso de novos padrões de conduta, hábitos e costumes, pois a perspectiva de futuros possíveis é fundamentada no potencial e na capacidade humana de fazer acontecer, recriando métodos eficazes de se gerir resultados uma vez constituídos sobre alicerce de cunho sustentável.

É fundamental que o desenvolvimento globalizado a curto, médio e longo prazo seja empreendido em bases sustentáveis, pois o meio ambiente ecologicamente sustentado é fundamental para a sobrevivência das espécies, inclusive a espécie humana (BRITO, p. 49). A produção de bens e serviços em larga escala, assim como o consumo compulsivo e predatório causam impactos e efeitos irreversíveis ao meio ambiente.

As organizações contemporâneas (independente do porte ou classificação mercadológica) mobilizam-se de forma global na busca por participação de mercado, reconhecimento e credibilidade, ao equalizar o custo benefício aos reflexos benéficos resultantes das práticas e ações de natureza sustentável.

O desenvolvimento sustentável apresenta três grandes dimensões principais (tríade): crescimento econômico, eqüidade social e equilíbrio ecológico, em outras palavras o desenvolvimento sustentável equilibra as dimensões econômicas, sociais e ambientais. (CARVALHO e VIANA, 1998).

Em meio à competitividade e as formas tradicionais de se buscar participação de mercado, práticas e ações sustentáveis mostram-se fortes aliadas na busca por desenvolvimento organizacional contínuo (desenvolvimento sustentável).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCUS DA PESQUISA

Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso executado na Empresa Borborema Imperial Transporte LTDA e Rodoviária Borborema LTDA, uma das mais tradicionais empresas do ramo de transporte urbano e interestadual do nordeste, fundada na década de 50. É uma empresa de grande porte, localizada na Rua Almirante Saldanha Gama, n°127, Boa Viagem, Recife/PE, local no qual se deu a execução da pesquisa.

Optou-se pela realização de uma pesquisa de finalidade exploratória e propositiva, sendo a coleta dos dados realizada por meio de uma entrevista, composta por questões semiabertas, dispostas em um formulário, respondidas pelo Gestor de Qualidade (Total Quality Management), objetivando a identificação de práticas e ações sustentáveis, averiguando suas vantagens e os desafios superados durante sua implementação, submetendo os depoimentos à análise de conteúdo, caracterizando-a, portanto, como uma abordagem qualitativa.

Ressalta-se que os pesquisadores estiveram no local de pesquisa em duas situações: A primeira visita formalizou o contato inicial com o Diretor da empresa e que viabilizou a realização do estudo. Já na segunda visita, o Gestor de Qualidade Total da organização foi entrevistado.

Os posicionamentos conceituais complementares baseiam-se nos elementos coletados de acordo com os parâmetros impostos pelo entrevistado e observados no ambiente de pesquisa.

A pesquisa de estudo de caso caracteriza-se pela análise em profundidade de um objeto ou grupo de objetos, que podem ser indivíduos ou organizações. O estudo de caso como estratégia de pesquisa é um método que compreende o planejamento, as técnicas de coleta de dados e as abordagens de análise dos dados. É delineamento que se preocupa com questões de tipo "como" e "por que", que focaliza acontecimentos contemporâneos e não exige controle sobre eventos comportamentais, ou seja, não se manipulam as variáveis independes como na pesquisa experimental (ACEVEDO e NOHARA, 2007).

Para auxiliar a execução do presente estudo e a consequente formulação de suas principais conclusões, utilizaram-se conceitos e considerações de renomados autores e teóricos da seara da ciência da Administração, especialistas em Estratégia e Gestão Ambiental, compilados através de uma revisão bibliográfica.

3.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO

Após a entrevista, os elementos coletados na presente pesquisa se submeteram a análise de Conteúdo, considerando com a devida atenção os "tipos", "qualidades" e "distinções", (depoimentos) antes que qualquer posicionamento tenha sido manifesto.

A análise de conteúdo é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema (VERGARA, 2005, p. 15).

Na análise de conteúdo, o ponto de partida é a mensagem, mas devem ser consideradas as condições contextuais de seus produtores e assenta-se na concepção crítica e dinâmica da linguagem (PUGLISI; FRANCO, 2005, p. 13, 24).

Sendo assim, conclui-se que fidelidade investigativa deve ser considerada como um dos principais requisitos, no sentido de garantir a vitalidade dos resultados a serem divulgados, objetivando sua socialização.

Este método é base reflexiva facilitando a compreensão, interpretação e a correlação entre: dimensões de análise ou fenômenos e processos que se articulam (cognitivas, afetivas e de ação); unidades de fala (processamento de dados) e as categorias de análise (fronteiras entre as áreas do conhecimento) (BARDIN, 2002).

A análise de conteúdo mostrou-se uma excelente ferramenta de processamento das informações coletadas, pois se confrontam as dimensões de análise: políticas (identificação/características), políticas (execuções/vantagem), políticas (implementação/desafios); as categorias de análise: cultura organizacional, responsabilidade social, gestão da qualidade, desenvolvimento sustentável, diferencial competitivo e estratégia organizacional aos conceitos definidos por: Schweigert; Claro, Claro e Amâncio e Miashiro sobre sustentabilidade, interrelacionando-as às ocorrências e incidências na fala do investigado sobre o referido assunto.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise concisa e objetiva dos elementos coletados fomenta a motivação e o desenvolvimento do presente artigo. Utilizou-se com a proposta de vitalizar a pesquisa técnicas de investigação tais como: Analise de fontes primárias ou secundárias; coleta de informação testemunhal e a análise de conteúdo com categorias.

A tabela 1. apresenta um resumo das principais concepções de sustentabilidade, facilitando a correlação entre os resultados da coleta ao entendimento, abrangência e a aplicabilidade das práticas e ações sustentáveis no cenário corporativo da atualidade.

SUSTENTABILIDADE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Schweigert (2007)

A sustentabilidade se vincula a efeitos sociais desejados, vista como algo bom, desejável, consensual. A sustentabilidade é considerada como nova ordem de eficiência econômica que beneficia todos os cidadãos, em vez de beneficiar poucos em detrimento de muitos.

Claro, Claro e Amâncio (2008)

Para os autores sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são equivalentes, pois essa definição deixa claro um dos princípios básicos de sustentabilidade, a visão de longo prazo, uma vez que os interesses das futuras gerações devem ser analisados.

Rodrigues, (2009)

Sustentabilidade significa sobrevivência, perenidade dos empreendimentos humanos e do planeta.

Miashiro (2007)

A responsabilidade social é uma das condições para garantir sustentabilidade das instituições. Os conceitos de governança coorporativa e responsabilidade social estão integrados na medida em que se procura estabelecer padrões de conduta da empresa com seus stakeholders.

Cabestré; Graziade Polesel Filho (2008)

Ações de responsabilidade sócio-ambiental devem considerar os pressupostos do paradigma de sustentabilidade. A responsabilidade social caracteriza-se pelas atitudes e atividades baseadas em valores éticos e morais minimizando os impactos negativos que as organizações causam ao ambiente.

Tabela: 1 – Principais concepções sobre sustentabilidade

Fonte: Adaptado de BACHA; SANTOS e SCHAUN (2010)

As tabelas 1.1 a 1.7, no entanto, discorrem sobre cada elemento passivo de análise, solidificando o processo de pesquisa com base no objetivo geral deste artigo: verificar se o modelo de gestão da organização estudada inclui práticas e ações sustentáveis. E nos seus objetivos específicos, a saber: identificar a existência dessas práticas e ações, de que forma elas são adotadas, averiguar suas vantagens e os possíveis problemas enfrentados pela organização para executá-las.

As análises das falas dos entrevistados foram subdividas nas dimensões de análise e categorias dispostas nos tópicos a seguir:

4.1 Cultura Organizacional

A cultura organizacional deve ser considerada como o conjunto de traços distintos espirituais e materiais, intelectuais e efetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que abrange os modos de vida, as maneiras de viver juntos, os sistemas de valores, as tradições e as crenças (ALMEIDA, 2006).

Identificou-se um desvio ou falha no processo de comunicação entre a empresa [...] e a sociedade (discrição), comum em modelos de gestão conservadores.

Percebeu-se que a socialização dos benefícios para a sociedade oriunda das ações que a empresa executa representa um relevante mecanismo de interação sustentável, não apreciado devidamente pela gestão. A socialização de práticas e ações sustentáveis emerge através da comunidade como um todo se difundindo como um processo cíclico e articulado de conscientização social, promoção de valores e princípios éticos, o que remete ao conceito de marketing social, o qual, segundo cobra (1986), é o intercâmbio de valores, não necessariamente físicos, nem econômicos, mas que podem ser sociais, morais ou políticos; sendo utilizado para vender idéias ou propósitos que proporcionem bem-estar à comunidade.

Os pesquisadores tiveram acesso a um dos diretores da organização, ao qual externaram a proposta do artigo e as pretensões do estudo. Sustentados em pesquisas preliminares, expuseram a qualidade do serviço de transporte prestado pela empresa na Região Metropolitana do Recife. Os prêmios e reconhecimentos foram citados. O assunto discorreu sobre o modelo de gestão executado e suas principais características, além de como potencializar a marca diante do diferencial competitivo identificado na pesquisa, sujeito a uma abordagem acurada.

O diretor expôs o seguinte posicionamento:

Confesso que pecamos um pouco na comunicação e politização das estratégias adotadas, além da representatividade de seus reflexos perante a sociedade. Temos que considerar esse aspecto com carinho. A gestão da Imperial Borborema é conservadora. Assim foi fundada, preservada e hoje representa uma grande empresa.

Em virtude no novo comportamento identificado no consumidor contemporâneo, as organizações passam a interagir com a sociedade identificando na promoção de políticas sustentáveis oportunidades de negócio, fundamentado suas estratégias nos instrumentos pelos quais atraem esse novo e potencial nicho de mercado.

A analogia entre as políticas executadas pela gestão, os reflexos diretos e indiretos externados ao meio ambiente e em especial a sociedade, segundo o posicionamento construído pelos pesquisadores merecem uma nova abordagem configurada na construção de novos modelos de estratégia competitiva potencializando o que de melhor ofertam (Qualidade).

DIMENSÕES DE ANÁLISE

UNIDADES DE FALA OU DISCURSO

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Políticas (Identificação)

Características

A gestão da [...] é sólida. Consiste numa gestão familiar, conservadora. Seu fundador é ativo, possui poder de decisão. Sua posição não é figurativa e sim consideravelmente participativa. Filhos e netos compõem a gestão, diz o gestor.

Sustentabilidade

Cultura Organizacional

Tabela 1.1 - Análise das políticas executadas e suas características

Segundo o diretor, "mesmo se tratando de um modelo de gestão conservador, nada os impede nem compromete as estratégias da empresa de reagir às pressões do ambiente competitivo".

Segundo os pesquisadores, a necessidade de uma comunicação diferenciada com a sociedade, no entanto, reforça a importância de identificar as pessoas como valor da organização. Tratando-se de negócios, clientes, necessidades e expectativas, a flexibilidade ao sistema e a manifestação explícita de ações e práticas sustentáveis, se torna importante meio de subsistência. As empresas que assim atuam, conhece o cliente, entende seus anseios e necessidades, estabelecendo longevidade do produto ou serviço, sustentando a chamada relação social entre empresa e consumidor.

4.2 Responsabilidade Social:

DIMENSÕES DE ANÁLISE

UNIDADES DE FALA OU DISCURSO

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Políticas (Identificação)

Características

A empresa [...] não possui departamentos ou políticas sustentáveis específicas. As estratégias adotadas contemplam a análise dos reflexos e impactos nocivos a sociedade como um todo. As decisões que tomamos são sustentadas na perícia no qual as executamos e analisamos as possíveis externalidades, diz o gestor.

Sustentabilidade

Responsabilidade Social

Tabela 1.2 – Análise das políticas executadas e suas características

Outro enfoque correlacionado as características das políticas adotadas pela empresa é a responsabilidade social, identificada no resultado da pesquisa, contextualizada e disposta por distintas linhas de raciocino e formas de entendimento.

Se existisse com base nesse pressuposto ações integradas sérias e efetivas entre poder público, sociedade e as empresas, necessidades básicas como: saúde, educação, transporte e moradia estariam garantidos, atendendo por sua vez necessidades e expectativas à esfera econômica, social e ambiental, diz o gestor.

A responsabilidade social é conceituada como obrigação da empresa: potencializar os impactos positivos sobre os stakeholders (clientes, acionistas, fornecedores, funcionários, comunidade e governo) minimizando os negativos (SIQUEIRA, 2004). A sustentabilidade nos negócios é fundamentada em três aspectos: social, ambiental e econômico. As empresas precisam estar focadas no equilíbrio deste tripé, ratificando a conscientização social como um dever incorporado as estratégias competitivas minimizando os reflexos inconseqüentes impulsionados pelo capitalismo feroz e impiedoso.

O gestor demonstrou excitação ao identificar no processo de comunicação motivos para se fazer uma analogia do passado e do presente, além de nos contemplar com uma interessante visão crítica sobre o conceito e significado agregado do que venha a ser responsabilidade social e seu exercício. Segundo ele, "há décadas atrás as pessoas iam à procura do transporte. Hoje, o transporte transita na porta de suas casas, onde e aonde desejarem ir".

"Enfatiza-se também a qualidade do transporte, um mix que se propõe ofertar mobilidade com qualidade, desde os jovens, idosos aos de necessidades especiais", conclui o gestor.

Notadamente, empresas que ofertam qualidade com foco no cliente, identificando-o como um ser humano dotado de necessidades físicas e psicológicas, melhor e de maneira mais responsável se atende suas necessidades, manifestando o comprometimento ético, buscando concretizar objetivos de mudança na crença de que elas contribuirão para o interesse de todos, tornando o relacionamento natural, verdadeiro e duradouro.

4.3 Gestão da Qualidade

PRÊMIOS – RECONHECIMENTOS – CONQUISTAS

MÊS

ANO

1° Lugar – Recal de Marcas

X

2005 - 2010

1° Lugar – Projeto Despoluidor Fetronor

Janeiro

2011

10 c Colocado no ranking das maiores contribuintes de ISS do Recife

X

2007

Certificação ISO 9001:2008

Janeiro

2011

Tabela 1.3 – Prêmios, reconhecimentos e conquistas

O modelo de gestão estabelecido pela ISO 9001:2008 requer que a organização estabeleça uma visão sistêmica de processos e atividades objetivando o gerenciamento de critérios e requisitos qualificadores; cliente, produto e seu ciclo de vida (CARPINETTI, 2010). Qualidade, produtividade e competitividade só serão factíveis se pessoas ou grupos estiverem comprometidos a realizá-los.

DIMENSÕES DE ANÁLISE

UNIDADES DE FALA OU DISCURSO

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Políticas (Identificação)

Características

Implatamos a norma ISO 9001:2008, motivados pela necessidade de mobilidade e agilidade nos processos, estudo do tempo e movimentos, baratear custos, mensurar e prevenir gastos, alocação e melhor visualização do nosso capital humano, estimular o comprometimento profissional e o desenvolvimento de competências, oferecer condições de trabalho dignas e satisfatórias, além da equiparação e adaptação as exigências do mercado competitivo, diz o gestor.

Sustentabilidade

Gestão da Qualidade

Tabela 1.4 – Análise das políticas executadas e suas características

Notadamente o enfoque desta vez enveredou sobre os aspectos sociais no qual estabelecem um grau influenciador significante entre a empresa, cadeia de valores, políticas, sociedade, reflexos e sua representatividade no cenário global.

Mercado dinâmico exige profissionais dinâmicos. O cliente está cada vez mais exigente, portanto, as estratégias de qualidade necessitam da participação efetiva do capital humano para se fazer eficiente. Caso o contrário, todo o investimento de nada vale, pois empresas, metas e objetivos dependem de pessoas dispostas a buscarem interesses em comum, diz o gestor.

A otimização de processos organizacionais é constituída por um complexo composto de variáveis: forma de pensar, sentir e agir. Uma vez compreendido: motivo, motivação e benefícios, a manifestação individual ou coletiva torna-se indicador do grau de comprometimento observado por meio de hábitos, costumes e atitudes.

Segundo o gestor, "desde a implantação da ISO 9001:2008, fluidez, comunicação, transparência e comprometimento, são elementos identificados como resultado do planejamento prévio estabelecido e devidamente documentado entre empresa e seus colaboradores".

4.4 Desenvolvimento Sustentável:

DIMENSÕES DE ANÁLISE

UNIDADES DE FALA OU DISCURSO

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Políticas (Identificação)

Características

A certificação ISO é um sucesso! Não é a toa que cobiçamos a ISO 14000 para os próximos anos. As metas e objetivos planejados beneficiarão a todos. "Esse é o nosso compromisso, diz o gestor.

Sustentabilidade

Desenvolvimento Sustentável

Tabela 1.5 – Análise das políticas executadas e suas características

Dados recentes evidenciam que a tendência da preservação ambiental e ecológica por parte das organizações deve continuar de forma permanente e definitiva, e que os resultados econômicos passam a dependerem cada vez mais de decisões empresariais que levem em conta que:

a) Não há conflito entre lucratividade e a questão ambiental;

b) O movimento ambiental cresce em escala mundial;

c) Clientes e comunidades em geral passam a valorizar cada vez mais a proteção do meio ambiente;

d) A demanda e, portanto, o faturamento das empresas passam a sofrer cada vez mais pressões e a dependerem diretamente do comportamento de consumidores que enfatizarão suas preferências por produtos e organizações ecologicamente corretas (ANDRADE; TACHIZAWA; BARREIROS, p. 63)

Com a iminente perspectiva do fim de recursos naturais essenciais ao equilíbrio do ambiente, da economia globalizada e da sociedade humana (água, petróleo, florestas, seres vivos...), surge um novo cenário, onde a participação dos conglomerados organizacionais torna-se essenciais.

Enveredando pelos aspectos ambientais, o gestor posiciona-se: "O prêmio Despoluidor Fetronor, por exemplo, mostra nosso comprometimento em atender as exigências e normas ambientais".

Ações, práticas, políticas, costumes e hábitos outrora devastadores dão lugar ao senso comum, a conscientização social e a responsabilidade sócio-ambiental manifestadas pelo homem, onde a participação e o cooperativismo moderno se tornam alternativas eficientes à longevidade dos negócios e da vida como um todo. As empresas, portanto, compreendem o que é gestão da qualidade, seu conceito e dimensões, incorporando-a a sua realidade.

Com base no discurso exposto pelo gestor, correlacionando sua unidade de fala ao pressuposto do desenvolvimento sustentável definido por Leff (2001), outro aspecto digno de nota e passivo de reconhecimento, é a notória preocupação da empresa em desenvolver novos métodos, critérios, modelos de avaliação e auto-análise (ISO 14000).

Sendo assim, é prospectivo e motivador refletir sobre as mutações organizacionais em longo prazo, manifestadas por organismos complexos (empresas), confirmando a importância participativa do homem na busca por soluções sustentáveis, vitalizando a inter-relação entre os interesses e objetivos econômicos, sociais e ambientais, estreitando ainda mais a relação entre empresa, a sociedade e o meio ambiente.

DIMENSÕES DE ANÁLISE

UNIDADES DE FALA OU DISCURSO

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Políticas (Execução)

Vantagens

Práticas e ações sustentáveis criam um elo, identidade entre empresa e sociedade, diz o gestor.

Sustentabilidade

Diferencial Competitivo

Tabela: 1.6 – Análises das vantagens identificadas na pesquisa

Outro relevante enfoque é a positividade e a canalização de iniciativas sustentáveis resultado das políticas no qual a empresa executa e que caracteriza vantagens. O modelo de gestão ético e sustentável não se limita ao exercício, e sim a manifestação explícita desse comportamento.

Atualmente, proteção ambiental e ações de cidadania, representam o principal diferencial competitivo do século XXI, estratégias administrativas que contemplam a sociedade, a economia e meio ambiente.

É digno de nota, ressaltar o pensamento paradoxal de que ações, práticas e políticas sustentáveis são sinônimas de custos e despesas. A sustentabilidade é uma tendência cada vez mais dissipada entre a sociedade, tema permanente na agenda de organizações que oportunizam seus negócios na satisfação dos clientes e na perspectiva de futuros possíveis.

A interação entre processos globalizados: economia, políticas, relações sociais e pessoais, mentalidades e conceitos, forjam novos padrões de sociabilidade. As organizações que abrem as portas e os ouvidos ao mundo compreendem melhor os reflexos e os benefícios que as ações e praticas sustentável representam a sociedade.

Ancorado numa visão prospectiva, reiteramos os objetivos do estudo aos elementos de coleta. A linha de conduta no qual a empresa vem assumindo torna-se sob a óptica sustentável uma relevante ferramenta de negócio. As categorias nas quais foram correlacionadas as políticas adotadas: cultura organizacional, responsabilidade social, gestão da qualidade e o desenvolvimento sustentável representam diferenciais a serem exploradas com devida atenção levando-se em conta as dimensões no qual seus benefícios se refletem.

Quando questionado sobre as políticas executadas e as vantagens perceptíveis no ambiente organizacional, o gestor expôs o seguinte posicionamento:

Estamos surpresos, pois hoje, nos deparamos com colaboradores sugerindo a criação de comitês de melhorias e otimização de processos. Estamos felizes, pois desenvolvemos competências! A transparência do trabalho tornou-se mais consistente. Um sucesso!.

Ações e práticas sustentáveis enfim, é uma das maneiras mais eficazes de concretizar vantagem competitiva, lucratividade, imagem positiva, além da promoção de valores e princípios, estimulando a disseminação dessas ações por parte de outras organizações, colaborando com o equilíbrio do meio ambiente e com a qualidade de vida da sociedade.

Uma vez questionado sobre sustentabilidade como diferencial competitivo, o gestor comentou: "Evidência disso são os prêmios e reconhecimentos que recebemos da mídia e de órgãos especializados na área, onde nos posiciona como uma das empresas brasileiras que mais controlam a emissão de gases na atmosfera.

Segundo a URBANAPE - sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de Pernambuco, a Borborema Imperial Transporte LTDA é a única empresa do sistema (GRCT) Grande Recife Consórcio de transportes, a oferecer um serviço diferenciado (qualidade, mobilidade e satisfação).

No percurso constituído na pesquisa contextualizam-se as vantagens identificadas pelo gestor em relação às políticas executadas pela empresa, dimensionando os resultados ao pressuposto da sustentabilidade:

"A Borborema Imperial Transporte LTDA investe no capital humano e na inclusão social, recrutamos jovens aprendizes, estagiários, investimos em planos de carreira, em fim, um composto de ações organizacional que credibiliza nossa marca tornando-a focada e matura", diz o gestor.

Enveredando os rumos da pesquisa aos aspectos econômicos a procura, citou-se o biodiesel e sua representatividade econômica: "Alguns estudos reforçam a crença que o biodiesel representa menor custo (economia), outros estudos, discordam. Como sua utilização ainda é embrionária, é cedo afirmar que sua adoção é economicamente vantajosa", argumenta o gestor.

"O transito metropolitano é caótico. Cito como principais causas e gargalos: os múltiplos semáforos e a incapacidade viária. Diferentemente de Curitiba e Brasília, onde a arquitetura e a engenharia favorecem a fluidez do transporte. Um exemplo!", conclui o gestor.

Após os posicionamentos o gestor conclui: "A utilização do biodiesel no meu parecer não alterou o desempenho dos motores nem representa custos maiores em manutenção ao contrário de sua vital eficácia ao meio ambiente".

Na sustentabilidade, ações ou atitudes inovadoras afloram novos modelos de empreendimentos sustentados nos benefícios no qual representam a economia, ao meio ambiente e sociedade. Independente do estágio em que as empresas se encontram a competitividade não mais suplanta excessos e sim novos modelos de gestão parametrizados na conscientização do homem em relação à perenidade do planeta e dos recursos naturais.

DIMENSÕES DE ANÁLISE

UNIDADES DE FALA OU DISCURSO

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Políticas (Implementação)

Desafios Superados

Os maiores desafios para qualquer gestão é gerir a carga tributária do ponto de vista econômico e os colaboradores resistentes a mudanças do ponto de vista organizacional, diz o gestor.

Sustentabilidade

Estratégia Organizacional

Tabela: 1.7 – Análises dos desafios superados

No tocante, considera-se relevante explicitar os aspectos desafiadores (econômicos e humanos) no qual a empresa superou e espera superar.

O sistema de gestão é um ingrediente crucial da capacidade de resposta a mudanças do ambiente, determina o modo pelo qual a administração percebe os desafios, diagnostica seus impactos, decide o que fazer e põe em prática suas decisões (ANSOFF, 1993). É desafiador quando se lida com variáveis instáveis: pessoas, incertezas, situações sem respostas, limitações e riscos econômicos tornam sob a óptica sustentável o processo de mudança ainda mais complexo.

Fortalecendo o aprofundamento sobre o assunto, a pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apontou que a tributação é considerada pelos empresários paulistas a principal barreira para o crescimento da indústria. Dentre outros seguimentos de mercado: comércio exterior, energia e o transporte também foram citados na pesquisa.

Segundo o gestor: "a carga tributária constitui um fator limitante, pois tanto as empresas quanto o consumidor final são penalizados. Não contamos com parcerias. Se almejarmos algo, a conquistamos com nossos próprios recursos".

Ainda de acordo com o gestor,

no quesito transporte, a gratuidade, por exemplo, além de ser um direito adquirido pela sociedade, em especial aos idosos e deficientes, é uma importante demonstração de que a empresa está disposta a cumprir com seu papel perante todos, mesmo ciente dos custos assumidos. Portanto, onde estão as políticas de incentivo e o reconhecimento do governo? Alguém sempre paga a conta, argumenta o gestor.

O discurso reflexivo do gestor evidencia a influência direta das políticas econômicas na oferta de bens e serviços.

O cliente está cada vez mais exigente, portanto, as estratégias de qualidade necessitam da participação efetiva do capital humano para se fazer eficiente. Caso o contrário, todo o investimento de nada vale, pois empresas, metas e objetivos dependem de pessoas dispostas a buscarem interesses em comum.

O gestor complementou seu posicionamento sobre o referido assunto:

As empresas sujeitam-se a essas limitações e desafios. "Imaginem: carga tributária flexível, precificação justa e acessível (usuário), conseqüentemente, melhor prestação de serviço". "Se nossos representantes políticos bem soubessem, a flexibilidade tributária mobilizaria muito mais ações desta natureza por parte de organizações de distintos ramos, amenizando o caos social.

Sistemicamente a oferta de produtos e serviços, dependem da interação entre interesses e objetivos em comum. Entende-se como problemática, a aversão a mudanças: comportamento reativo, manifesto por indivíduos ou grupos de indivíduos diretamente inseridos no processo de fluidez e busca por objetivos ("Total Quality Management").

Segundo o gestor,

o fator humano representou outro grande desafio. Foi necessário um criterioso plano de implantação, prezamos e respeitamos nossos colaboradores. Incutir a necessidade de mudança requer transparência, promoção de valores e princípios, comunicação eficaz e perspectivas promissoras de crescimento organizacional e profissional como um todo.

Os enveredamentos manifestados pelo gestor através das mensagens evidenciam uma das pretensões que a análise de conteúdo vislumbra: a codificação precisa da verdade. É importante ressaltar a veemência no qual as unidades de fala espontaneamente são compreendidas, conscientizando-nos da complexidade no qual o assunto representa.

Os depoimentos ou unidades de fala manifestados pelo gestor são intimamente relacionadas à categoria de análise, pois independente das externalidades que norteiam o mercado, as estratégias competitivas da empresa mostram-se dispostas a atenderem as necessidades e expectativas (sociedade, economia e meio ambiente), em meio a turbulência do ambiente econômico.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na análise dos elementos dispostos na pesquisa, constatou-se a ausência de ações sustentáveis incorporadas às estratégias de negócio e, portanto, ao modelo de gestão implementado pela empresa Borborema Imperial Transporte LTDA, de acordo com as concepções acerca de sustentabilidade defendidas por autores como: Schweigert, Claro, Claro e Amâncio, Rodrigues, Miashiro, Cabestré e Graziade Polesel.

No entanto, percebeu-se a existência de algumas boas práticas de gestão, as quais necessitam serem mais bem divulgadas pela organização, tanto interna quanto externamente, quais sejam:

- disposição e comprometimento ético em atender as leis tributáveis, com destaque a 10ª Colocação no ranking das maiores contribuintes de ISS do Recife;

- atendimento às normas e exigências ambientais, com destaque ao prêmio Despoluidor Fetronor e a pretensão a longo prazo da certificação ISO 14000.

- estratégias competitivas diferenciadoras com foco principal no bem-estar do consumidor, mobilidade, conforto e a qualidade do transporte;

- além do desenvolvimento organizacional promovido pela empresa, contemplando em toda sua totalidade os clientes diretos e indiretos sustentada nas diretrizes e normativas da Qualidade Total (ISO 9001:2008).

Também merecem destaque, os seguintes pontos positivos da empresa:

- a qualidade dos 420 veículos em circulação adaptados a atender as necessidades e expectativas dos usuários em toda sua totalidade;

- profissionais capacitados, além de um ambiente organizacional estruturado e satisfatório;

- a hegemonia e o respeito da marca perante o mercado e a sociedade, reflexo do esforço e disposição da organização em promover qualidade e a ética organizacional com foco no cliente;

- os reflexos das ações dispostas no estudo relacionadas com as áreas do conhecimento social contextualizadas nas categorias de análise (responsabilidade social e a gestão da qualidade) em especial representam administrativamente relativo potencial competitivo.

Objetivando auxiliar a organização a incorporar a sustentabilidade enquanto uma ferramenta estratégica a ser sempre considerada em suas ações, sugere-se:

- estreitar sua relação com a sociedade, tornando público a disposição da gestão em atender suas necessidades e expectativas através das políticas de qualidade;

- considerando a posição da empresa no mercado ao longo de sua fundação, atendendo diariamente 300.000 usuários propõe-se a alta direção da Borborema Imperial Transporte LTDA a priori incorporar a sustentabilidade às suas estratégias de negócio.

Dessa forma, esta pesquisa evidenciou a necessidade de uma reflexão mais ampla, por parte da direção da Borborema Imperial Transporte LTDA, em relação à necessidade de incorporar a sustentabilidade em suas estratégias de negócio e não apenas valer-se de ações pontuais, que apesar de importantes, não atendem plenamente aos propósitos de um modelo de gestão sustentável, considerando suas esferas ambiental, social, e econômica.

Por fim, espera-se que este estudo auxilie à supracitada organização a melhorar seu modelo de gestão, o qual poderá, inclusive, servir como referência para outras empresas que pretendam aliar a sustentabilidade às suas estratégias competitivas.

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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São

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Quais os desafios que as empresas encontram para se tornar sustentáveis?

Principais desafios.
Fazer um investimento inicial. ... .
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São considerados os 3 principais desafios para a sustentabilidade?

Os 3 pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental.

O que as empresas devem fazer para se tornarem sustentáveis?

8 dicas para deixar a empresa mais sustentável.
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