É certo que quase todo carro faz um barulhinho ou outro quando dirigimos por aí. Alguns, inclusive, fazem um barulhão. Mas nem todo som que um veículo emite é normal e alguns podem indicar necessidade de manutenção.
Para evitar o desgaste de várias peças, gastos maiores e até acidentes, fique atento aos ruídos listados abaixo:
Assovio ao frear
O sistema de freios deve ser silencioso. Assim, se você ouve um assovio ao pisar no freio a causa mais provável é o desgaste excessivo das pastilhas, que são equipadas com alarmes sonoros para “gritar” quando devem ser trocadas.
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Se as pastilhas quase novas estiverem assoviando, elas podem ser de má qualidade e estar vitrificando. Neste caso, vale conferir o que está acontecendo e trocá-las se for necessário.
“Canto” dos pneus
Não é só por arrancadas intensas ou curvas em alta velocidade que os pneus cantam: se o carro estiver desalinhado, isso também pode ocorrer. Para resolver o problema, basta fazer o alinhamento.
Estalos ao fazer curvas
Estalos repetitivos que vêm das rodas e são ouvidos não apenas nas curvas, mas também ao manobrar o carro, significam deterioração da coifa de borracha.
Esta parte protege a junta homocinética, que é um dos componentes responsáveis pela transmissão da rotação das rodas para o motor. Para evitar acidentes, é recomendada a troca da peça.
Estalos do motor
Ruídos vindos do motor no momento da partida, quando o carro entra em movimento, ou da troca de marchas, podem ser provocados pelo desgaste do coxim do motor ou do câmbio, que precisam ser verificados imediatamente para que o motor ou o câmbio não sejam danificados.
Rangidos e batidas secas na suspensão
Sem uma análise detalhada de todo o sistema de suspensão do veículo é difícil determinar a causa desses rangidos e batidas secas. Por isso, se o seu veículo começar a emitir esses sons, é importante levá-lo ao mecânico e avaliar amortecedores, caixa de direção, pivôs, barras, bandejas e buchas.
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Ronco do rolamento
Ruído que lembra o de um ventilador, mas mais grave e abafado, é ouvido quando o carro está em movimento. A razão para isso é o desgaste dos rolamentos das rodas, o qual pode gerar problemas mais graves, como travamento ou avarias na ponta de eixo.
Motor
Publicado em 06/05/2022 por Marcellus Leitão
Poucos sabem, mas o sistema de escapamento de um automóvel é fruto de uma conta que envolve distribuição de pesos, distância do solo, controle de poluição do ar e, pasme, consumo de combustível. O escape tem até elementos de suspensão de borracha que visam a amortecer o movimento de sua massa e deixá-lo livre para que não toque na estrutura do carro, nem rache durante o funcionamento do motor.
Inicialmente, o sistema de exaustão de um veículo é composto por um coletor de escapamento de plástico, ou ferro fundido. É aquela peça acoplada ao bloco do motor, feita sob cálculo exato para receber os primeiros gases da queima em alta temperatura e os encaminhar para o resto do sistema de escape.
Nos carros com turbocompressor, os gases vão para a turbina e auxiliam a compressão da mistura ar-combustível nos cilindros. Nos carros sem turbo, os gases seguem seu caminho para o catalisador, responsável pela filtragem dos poluentes por meio de reação química. O catalisador tem ainda um sensor, chamado sonda lambda, que administra, eletronicamente, a queima de combustível e promove ajustes no funcionamento do motor.
Esses ajustes são vinculados à injeção eletrônica do carro, sendo influenciados pelo uso de gasolina ou etanol. Ou seja, o padrão de queima informa quais ajustes a central de injeção deve fazer. Como os combustíveis têm características térmicas diferentes, a sonda lambda “avisa” que a gasolina ou o etanol podem ser consumidos puros, ou misturados em qualquer proporção pelo motor flex.
Redução de emissão e ruído
Voltando ao funcionamento do escape, depois da passagem dos gases pelo catalisador, eles são impulsionados para o abafador, que tem a missão de reduzir os ruídos a níveis aceitáveis em decibéis, definidos por lei pelos institutos que controlam questões ligadas ao meio ambiente, incluindo, também, os níveis de CO2 emitidos.
Em seguida, um outro cano segue até o silenciador, última seção do sistema, antes de os gases queimados deixarem, propriamente, o veículo rumo à atmosfera. Este silenciador busca reduzir os sons do propulsor emitidos pelo motor do carro.
O curioso é que, muitas vezes, o mesmo motor em modelos diferentes de carros recebe sistemas de escapamento também diferentes por questões de espaço, o que promove mudanças, até mesmo, na distribuição de massas do veículo e, também, no rendimento de potência e torque do motor. Assim, o projeto tem que considerar um sem-número de dados para chegar à melhor fórmula, que pode gerar mais economia com menos emissões.
Manutenção do escapamento X consumo de combustível
Por tudo isso, o sistema de escapamento merece atenção especial, primeiro por estar exposto a pancadas e quebras, que podem comprometer seu funcionamento. Segundo porque o veículo não será aprovado na vistoria oficial dos órgãos de trânsito. Rachaduras e furos impossibilitam a leitura correta dos gases pelos equipamentos de aferição.
E o mais importante: um escapamento com problemas pode, sim, afetar o consumo de combustível. Se lembra da sonda lambda que citei aqui neste artigo? Pois bem, caso o escapamento tenha um furo, ou rachadura, dependendo da localização do problema, a sonda lambda, responsável por gerenciar eletronicamente a queima de combustível, passa a não funcionar corretamente.
Se a avaria no sistema de escape for próxima ao motor, esse tipo de defeito se torna ainda mais evidente, e o carro pode apresentar alterações significativas em seu rendimento. Consequentemente, o consumo de combustível também é afetado.
Bons hábitos de abastecimento para economia de combustível
Já sabemos que para consumir menos combustível, a manutenção do escapamento do seu veículo deve estar em dia. Somado a isso, outros pontos, não menos importantes, devem ser considerados pelo consumidor quando o assunto é economia, sendo um deles ter bons hábitos ao abastecer. Para isso, indico oito dicas para fugir do combustível batizado e dez erros a serem evitados que aumentam o consumo do seu veículo.
E não se esqueça, ao abastecer, utilize sempre postos de confiança!
Até a próxima!
Marcellus Leitão é jornalista especializado em automóveis, já tendo atuado em importantes veículos de imprensa.
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