Resumo O ano em que meus pais saíram de férias

O filme se passa no ano de 1970. Mauro é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir por formarem um casal militante de esquerda e serem perseguidos pela ditadura militar no Brasil, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém, o avô enfrenta problemas e algo inesperado ocorre com ele, o que faz com que Mauro tenha que ficar com Shlomo, um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade, vivendo momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo do México. A paixão pelo futebol, o desenvolvimento de sua sexualidade, novas amizades e a vivência em um mundo completamente diferente do qual até então vivia são algumas pautas abordadas no enredo. Toda a história se desenvolve com as inesperadas férias que os pais do garoto “usurfruem”, sendo o encrudescimento da ditadura e os jogos do Brasil no México, rumo ao título de 1970, o pano de fundo para a narração dos conflitos vividos por Mauro.


Em O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, a Copa do Mundo de 1970 monta o cenário e a ditadura militar no Brasil é o ponto de partida pelo qual o enredo discorrerá. A história do filme é toda baseada nas transformações que ocorrem na vida do protagonista, Mauro, de apenas 11 anos. Essas transformações são decorrentes da mudança que Mauro é obrigado a passar já que quando seus pais saem de férias sem data certa para voltar, o garoto (de Belo Horizonte) é obrigado a conviver com seu avô em São Paulo.

A história que se passa em 1970 narra as aventuras e descobertas do jovem protagonista, todas elas diretamente relacionadas com a fuga que seus pais são obrigados a realizar para se livrarem da perseguição do governo militar. O jovem casal militante da esquerda política deixa o filho no Bairro do Bom Retiro em São Paulo para que procurasse o avô buscando moradia e cuidados durante as forçadas férias dos pais. Pelo oportunismo do destino, o avô de Mauro morre e o menino acaba acolhido por um vizinho, um judeu solitário e ranzinza com quem o garoto pouco a pouco vai desenvolvendo uma relação de amizade e confiança.

Durante todo o filme, boa parte das atuações referentes à ditadura militar no Brasil é amenizada pelo forte relacionamento que o menino tem com o futebol. A Copa do Mundo de 1970, e os jogos do Brasil a todo o tempo permeiam os fatos narrados no filme, desviando bastante a atenção das perseguições realizadas pelos militares. Mesmo com grande crítica por tratar a ditadura militar no Brasil apenas como pano de fundo, para um espectador mais atento é possível pensar a obra como uma ficção criada em cima de uma das inúmeras conseqüências que o regime militar provocou na vida dos brasileiros.

Em meio ao desaparecimento de pessoas, mortes, prisões, deposições, condenações e vários exilamentos, a fuga dos pais de Mauro das perseguições que sofreram é mais uma conseqüência. O pequeno trecho de vida de Mauro, narrado na obra, o sofrimento de seu personagem e as aventuras e desavenças pelas quais o menino passa são todas ocasionadas pelas inesperadas férias de seus pais, ou seja, frutos da intransigência política vigente na década de 70, quando sob o governo do general Ernesto Garrastazu Médici o Brasil conheceu um dos momentos mais obscuros da ditadura.

O drama de Mauro é, segundo o diretor Cao Hamburguer, o drama de muitas pessoas que sofreram com a ditadura militar, mas acima de tudo o drama de um garoto em fase de transição da infância para a adolescência, que se vê obrigado a se virar sozinho no mundo sem a presença dos pais. Com as palavras do diretor pode-se entender o filme como um drama leve, produzido para toda a família, longe de qualquer intenção de denunciar a ação militar no Brasil, mas passível de aproximá-la a muitos jovens da mesma faixa etária de Mauro, proporcionando uma reflexão sobre o tema.

Com diálogos curtos, excelente caracterização indumentária e um cenário muito bem construído e apresentado, o filme peca ao priorizar algumas brincadeiras pueris, quando poderia dar seqüência a atuação das organizações de militantes de esquerda, alcançando, no mínimo, a mesma dinâmica conquistada com as cenas cômicas sem, no entanto, perder o elo original pretendido pelo diretor.

O filme mistura momentos de tensão, ocasionados pela ação dos militares na vida dos personagens, à momentos de alegria proporcionados por exemplo pelas vitórias alcançadas pela seleção brasileira de futebol, na Copa do Mundo do México. Devido ao enredo, fica difícil compreender a finalidade pela qual o filme foi produzido, mas sem dúvida sua história é elaborada para abarcar diferentes nichos da sociedade.

É interessante perceber que o roteiro é trabalhado a partir do elemento mais lembrado por pessoas que passaram pela ditadura militar no Brasil sem, no entanto, carregar marcas expositivas. O tricampeonato do Brasil no México é lembrado por todos os jovens que viveram a década de 70 como um “possível” bom momento da ditadura no país.

A tomada de ângulos ao longo das cenas varia muito pouco, fato que pode ser conjugado, no enredo, com a inércia que o pequeno Mauro vive. Apesar dos novos sentimentos que a vida lhe apresenta através das novas amizades e momentos de descontração vivenciados com os colegas de bairro, o protagonista está sempre a espera do retorno de seus pais.

Título Original: O ano em que meus pais saíram de férias (Brasil)
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Site Oficial: www.oano.com.br
Estúdio: Gullane Filmes / Caos Produções Cinematográficas / Miravista / Globo Filmes
Distribuição: Buena Vista International
Direção: Cao Hamburger
Roteiro: Cláudio Galperin, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e Cao Hamburger, baseado em história original de Cláudio Galperin e Cao Hamburger
Produção: Caio Gullane, Cao Hamburger e Fabiano Gullane
Música: Beto Villares
Fotografia: Adriano Goldman
Direção de Arte: Cássio Amarante
Figurino: Cristina Camargo
Edição: Daniel Rezende

Quando meus pais saíram de férias resumo?

Em 1970, Mauro (Michel Joelsas) é um garoto de doze anos que adora futebol e jogo de botão. Um dia sua vida muda completamente, quando que seus pais saem de férias de forma inesperada, deixando-o aos cuidados do avô, e prometendo voltar antes do fim da Copa do Mundo.

Onde e quando se passa a cena O ano em que meus pais saíram de férias?

O enredo se passa no bairro do Bom Retiro1, em São Paulo, em 1970, marcado pela disputa da Copa do Mundo de Futebol, no México e, pela repressão política oriunda do governo civil-militar instalado no país2.

Como era a relação de Mauro com Shlomo?

Mauro acaba no apartamento de Shlomo (Germano Haiut) e o primeiro contato dos dois não é dos melhores - mesmo porque o garoto é um gói, um não-judeu. Ao choque cultural se soma o de gerações. E Mauro não está interessado em interagir.

O que aconteceu com os pais de Mauro?

Os pais de Mauro estavam sendo perseguidos pela ditadura militar, especialmente o seu pai Daniel Stein, por conta das suas posições políticas de esquerda, o que os levou a "saírem de férias" na visão de Mauro e, por essa razão, deixá-lo com o seu avô paterno em um bairro judeu.

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