Será que você já parou para observar como são utilizadas determinadas expressões na fala? Nós já sabemos que a linguagem é mais livre e informal na fala, o problema surge quando transferimos para a escrita alguns vícios de linguagem que, na norma-padrão, não são bem-vindos.
Entre os erros mais recorrentes está o uso do pronome oblíquo “mim”. Muitas pessoas acabam se confundindo, empregando o “mim” no lugar do pronome pessoal do caso reto “eu”. Para eu ou para mim? Quando e como usar cada um dos termos? Para responder a essa dúvida de muitos falantes da língua portuguesa, fique atento à explicação e saiba mais sobre colocação pronominal:
Uso correto do “para eu”:
Minha mãe comprou novos brinquedos para eu brincar.
Façam silêncio para eu falar!
Nos dois exemplos acima, o pronome pessoal do caso reto “eu” foi empregado antes dos verbos “brincar” e “falar”, que estão na forma nominal infinitivo. A dica é: antes de um verbo que expresse uma ação, o sujeito será o “eu”, não o “mim”, mesmo porque eu faço e não mim faz.
Uso correto do “para mim”:
Para mim, jogar bola é mais divertido do que jogar videogame.
Será que você pode comprar um chocolate para mim?
Nos dois exemplos acima, o pronome oblíquo tônico “mim” está precedido por uma preposição, no caso, “para”. Lembre-se de que o “mim” não pode ser empregado antes de um verbo que indique ação, mesmo porque o “mim” não pode ser sujeito nessa situação. Existe uma construção em que o “mim” aparece antes de um verbo, por exemplo: “Para mim, jogar futebol é uma terapia”. Mas você deve ter observado que existe uma pausa, provocada pelo uso da vírgula, antes do verbo “jogar”, situação em que o “mim” é permitido.
Viu só? Nem é tão complicado assim! Agora que você já sabe, fique atento ao uso correto dos termos estudados e bons estudos!
Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:
A gente ou nós? Clique agora e descubra a resposta para mais essa dúvida da língua portuguesa.
Por trás da pergunta a gente ou nós existem alguns fatores que devem ser considerados. A questão deve ser analisada do ponto de vista gramatical e também do ponto de vista da Sociolinguística, ciência que estuda a relação entre a língua e a sociedade. Quer entender melhor essa história? O Escola Kids vai explicar agora para você.
As duas expressões, a gente e nós, estão corretas, existem na língua portuguesa e são utilizadas com frequência pelos falantes. A palavra nós, como você já deve saber, é um pronome pessoal reto que indica ideia de grupo. A palavra gente é um substantivo que também pode desempenhar a função de locução pronominal e, ao exercer essa função na frase, adquire o mesmo valor semântico do nós. O que isso quer dizer? Quer dizer que as expressões a gente e nós são sinônimas. Veja um exemplo:
Nós fomos ao cinema.
A gente foi ao cinema.
Você deve ter percebido que o sentido não foi alterado quando substituímos o pronome pessoal reto pela locução pronominal, não é mesmo? O que mudou foi a conjugação verbal. O pronome nós deverá ser utilizado com o verbo conjugado na primeira pessoa do plural, enquanto a locução a gentedeverá vir acompanhada do verbo conjugado na terceira pessoa do singular, pois equivale ao pronome pessoal ela. Veja só:
Eu Tu Ele/ela Nós = fomos/brincamos/falamos Vós Eles/elas | Eu Tu Ele/ela = a gente foi/a gente brinca /a gente fala Nós Vós Eles/elas |
Muitos estudiosos da língua consideram a forma a gente incorreta, dizendo que o melhor mesmo é optar pelo pronome nós. Mas a verdade é que boa parte dos falantes prefere o a gente ao nós, Como sabemos que os falantes são os verdadeiros donos da língua, fica difícil controlar o uso da expressão, afirmar de maneira autoritária que está errado e impedir o povo de exercer o direito de escolher como falar. Esse é o ponto de vista da Sociolinguística. Se você ficar na dúvida sobre qual dos termos empregar no seu texto escrito (na oralidade, você é quem decide), principalmente se esse texto for do estilo não literário, opte pelo pronome pessoal nós, pois ele está de acordo com a norma culta da língua, enquanto o a gente é mais coloquial, podendo ser livremente adotado na fala. Bons estudos!
Por Luana Castro
Graduada em Letras