A maldição estava mesmo em ser normal

A maldição estava mesmo em ser normal


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eu nasci, com a maldição de ser feliz
eu só queria ser normal, sorrir só quando dizem “xis”
procurei, alguma cura desse mal

mas percebi que a maldição, estava mesmo em ser normal

logo no nascimento já era visível que pra um pai tão sério aquilo era horrível (era horrível)
um filho nascer palhaço (palhaço), não foi razão pra festa (pra festa)
mas que cabelo estranho, que nariz é esse? (é esse)
depois de adolescente mandaram que escondesse
como espinha falsa, bem no meio da testa (no meio da testa)
e ele fez o seu papel foi sério o tempo inteiro (o tempo inteiro)
só dava risada trancado no banheiro (no banheiro)
ganhou uma maleta e partiu atrás de emprego (atrás de emprego
lá foi nosso palhaço vestido de adulto
com cara emburrada e linguajar tão culto (tão culto)
mas falar em alegria p’ra ele (p’ra ele) era grego (era grego, era grego)

com diplomas e um currículo em seu repertório (repertório)
chega o circo de horrores chamado “o escritório” (“o escritório”)
lá sua fantasia (fantasia) é mais uma entre tantas (entre tantas)
o domador enjaulado que mata um leão por dia (por dia)
o malabarista desequilibrado fazendo acrobacia (acrobacia)
a engolidora de sapos com o nó na garganta (nó na garganta)
a atiradora de facas com a língua afiada (afiada) explica a regra do jogo (a regra do jogo)

ninguém contraria o chefe porque ele gospe fogo (cospe fogo)
mas aparece o ilusionista anunciando a s+xta+feira (a s+xta+feira)
e o palhaço que perdeu a alegria procurando se encontrar
leva no peito um sorriso estampado no crachá (no crachá)

eu nasci, com a maldição de ser feliz
eu só queria ser normal, sorrir só quando dizem “xis”
procurei, alguma cura desse mal
mas percebi que a maldição, estava mesmo em ser normal

debaixo dessa careca (dessa careca)
eu sei que existe uma peruca, já aquela ideia maluca (maluca)
de quem sabe um dia ser feliz
debaixo da maquiagem (‘agem), eu sei que existe um palhaço (um palhaço)
que vai entender que o fracasso (o fracasso), é não assumir o seu nariz

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A maldição estava mesmo em ser normal

Música pra inspirar! A Maldição de Ser Feliz, Reverb Poesia

Música pra inspirar a sua mudança de vida!     No Spotify No Deezer   A Maldição de Ser Feliz, Reverb Poesia Eu nasci, com a maldição de ser feliz Eu só queria ser normal, sorrir só quando dizer xis Procurei, alguma cura desse mal Mas percebi que a maldição, estava mesmo em ser normal…

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Ouvi a poesia que dizia:

[…] ‘Eu nasci, com a maldição de ser feliz
Eu só queria ser normal, sorrir só quando dizer xis
Procurei, alguma cura desse mal
Mas percebi que a maldição, estava mesmo em ser normal[…]’.

Assim inicia a poesia de um conjunto chamado REVERB- poesia e música. Somos assim, nascemos já imersos num mundo onde a felicidade parece uma maldição que nos abraça logo em nosso nascimento. Somos levados e ensinados, passamos a viver de tal maneira que onde o ter e conquistar coisas nos levarão a felicidade plena e real. Mas a cada conquista e cada passo dado à distopia é real.  Muitos não percebem, mas acabam se tornando reféns do desejo. Desejar e correr passam a significar sentido para uma vida feliz.

Jesus no Evangelho de Mateus 6: 33, nos convida a refletirmos sobre as preocupações com essa vida. E de como os cristãos correm o risco de se aparentarem aos pagãos vivendo de tal maneira. É perspicaz as conquistas e crescimento profissional e patrimonial, mas não é capital.

Essa maldição de ser feliz traz consigo a ilusão do sucesso, nos coloca diante de uma ‘pseudo-eudaimonia’ e nos faz como que escravos de uma maldição. Assim como Jesus ensinou, escrevo com objetivo de trazer uma perspectiva do Reino. Ele mesmo diz, no mesmo capítulo 5 que a VIDA é mais importante que a comida e o corpo mais importantes que roupa. Pois bem, se assim ele ensinou, precisamos como cristãos ouvi-lo. Na poesia encontrei ecos do Evangelho de Jesus, vejamos tais lições.

Guimarães Rosa, escreveu que a felicidade é encontrada nos raros momentos de distração. Eu pensei sobre, e esbocei que a felicidade mora nos interstícios, nos
lapsos de espaços onde ficamos absortos e sem a tentação de ceder a tal maldição de ser feliz. A felicidade não pode ser programada, nem pode ser comprada para ser
dada de presente. Acontece nas distrações e vulnerabilidades da nossa alma.

Encontrei ecos das palavras de Jesus também no livro O Pequeno Príncipe. Lá o personagem principal, em seu asteroide minúsculo, junto com sua rosa e sua raposa, encontra vários tipos de pessoas e diz que os adultos não conseguem ser felizes porque são adultos. Tem uma passagem no livro em que o pequeno príncipe narra a descrição de uma casa, com paredes brancas e janelas vermelhas, com telhado laranja, onde os pássaros cantam. Um adulto não consegue entender que
linda é uma casa como essa. Mas se alguém disser sobre uma casa de 300
mil reais o adulto logo exclamara: Que bela casa!!!

Talvez seja por isso que Jesus nos convida a ser como criança, ver a felicidade nas coisas em que o dinheiro não pode comprar. Assim como ele também ilustra no texto em destaque nesse tema de hoje. Assim podemos entrepor suas palavras: ‘Não é a vida mais importante que as coisas?’.

Fato é que enquanto você não buscar o reino de Deus em primeiro lugar,
não será quebrada tal maldição de ser feliz. Isaias 53 diz que o castigo que nos traz a paz estava sobre. E ele foi amaldiçoado por conta dos nossos pecados. Quando encontramos e buscamos o Reino e a sua justiça, encontramos uma nova e leve forma de ver e viver a vida. Aprendemos a discernir as cores, a ouvir o canto dos passarões, a ouvir o som da chuva, a brincar e abraçar nossos filhos de fato somos encontrados nos lapsos de felicidade. Seremos com discípulo amado, João, reclinaremos a cabeça no colo de Jesus e Ele nos convidará a apontar os pássaros no céu, a brincar com as formas das nuvens, a soprar bolhas de sabão. Talvez você vá perguntar a ele sobre a agenda, sobre como orar para agradecer, como fazer um curso para ser um funcionário-patrão-empresário-coach etc. melhor e ganhar mais dinheiro (na tentativa meritocrática e amaldiçoada de ser feliz) e ele vai te dizer: Vamos brincar!

Renato Ruiz Lopes