Analisando o texto, podemos concluir que se trata de um pensamento a do liberalismo

1 – O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente de pensamento.

“Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. ”

(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991)

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:

a) a existência do governo como um poder oriundo da natureza.
b) a origem do governo como uma propriedade do rei.
c) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
d) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
e) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.

Resposta: D.

2) Analisando o texto, podemos concluir que se trata de um pensamento:

a) do liberalismo.
b) do socialismo utópico.
c) do absolutismo monárquico.
d) do socialismo científico.
e) do anarquismo.

Resposta: A.

3- (UEM, 2015).  “Como qualquer sociedade política não pode existir nem subsistir, sem ter em si o poder de preservar a propriedade, e, para isso, castigar as ofensas de todos os membros dessa sociedade, haverá sociedade política somente quando cada um dos membros renunciar ao próprio poder natural, passando-o às mãos da comunidade em todos os casos que não lhe impeçam de recorrer à proteção da lei por ela estabelecida. […] Sempre que, portanto, qualquer número de homens se reúne em uma sociedade de tal sorte que cada um abandone o próprio poder executivo da lei de natureza, passando-o ao público, nesse caso e somente nele haverá uma sociedade civil ou política.”

(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 67).

A partir do texto citado, é correto afirmar:

01) Um dos fundamentos da sociedade política é a renúncia entre os membros contratantes do poder natural em nome do poder político.

02) A sociedade política é fundada para a preservação da propriedade.

04) A lei na sociedade civil é estabelecida com base na lei da natureza.

08) Para que haja sociedade política se faz necessário um número mínimo de cidadãos.

16) A sociedade política não anula ou suprime os direitos e garantias da lei natural, ao contrário, as protege de qualquer um que queira violá-las.

Resposta: 01 + 02 + 16 = 19.

4 – (UNICAMP, 2015). “A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato”

(LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13).

O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte,

a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência.   

b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos.   

c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas.   

d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento.   

Resposta: A.

5 – (UNIOSTE, 2013). “Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um poder limitado, de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado liberal”.

Considerando o texto citado e o pensamento político de Locke, seguem as afirmativas abaixo:

I. A passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil, segundo Locke, é realizada mediante um contrato social, através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais dão seu consentimento para ingressar no estado civil.

II. O livre consentimento dos indivíduos para formar a sociedade, a proteção dos direitos naturais pelo governo, a subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à resistência são princípios fundamentais do liberalismo político de Locke.

III. A violação deliberada e sistemática dos direitos naturais e o uso contínuo da força sem amparo legal, segundo Locke, não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de resistência, pois o exercício de tal direito causaria a dissolução do estado civil e, em consequência, o retorno ao estado de natureza.

IV. Os indivíduos consentem livremente, segundo Locke, em constituir a sociedade política com a finalidade de preservar e proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade.

V. Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no qual “se unem os membros de uma comunidade para formar um corpo vivo e coerente”, decorre, como consequência, a dissolução do estado de natureza.

Das afirmativas feitas acima

a) somente a afirmação I está correta.   

b) as afirmações I e III estão corretas.   

c) as afirmações III e IV estão corretas.   

d) as afirmação II e III estão corretas.   

e) as afirmações III e V estão incorretas.   

Resposta: E.

6 – (UFSJ, 2012). Ao investigar as origens das ideias, diversos filósofos fizeram interferências importantes no pensamento filosófico da humanidade. Dentre eles, destaca-se o pensamento de John Locke. Assinale a alternativa que expressa as origens das ideias para John Locke. 

a) “Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência […] mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele pode ser atribuído a esta, mas à imaginação e à ideia.” 

b) “O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e que sente, uma ideia em movimento. 

c) “Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior, calcado nas paixões.” 

d) “Afirmo que essas duas, a saber, as coisas materiais externas, como objeto da sensação, e as operações de nossas próprias mentes, como objeto da reflexão, são, a meu ver, os únicos dados originais dos quais as ideias derivam.” 

Resposta: D.

7 – (UNIOESTE, 2012).  “Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, porque abrirá ele mão dessa liberdade, porque abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade e da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da propriedade e dos bens a que chamo de ‘propriedade’”.

Sobre o pensamento político de Locke e o texto acima, seguem as seguintes afirmativas:

I. No estado de natureza, os homens usufruem plenamente, e com absoluta segurança, os direitos naturais. 

II. O objetivo principal da união dos homens em comunidade, colocando-se sob governo, é a preservação da “propriedade”. 

III. No estado de natureza, falta uma lei estabelecida, firmada, conhecida, recebida e aceita mediante consentimento, como padrão do justo e injusto e medida comum para resolver quaisquer controvérsias entre os homens. 

IV. Os homens entram em sociedade, abandonando a igualdade, a liberdade e o poder executivo que tinham no estado de natureza, apenas com a intenção de melhor preservar a propriedade. 

V. No estado de natureza, há um juiz conhecido e imparcial para resolver quaisquer controvérsias entre os homens, de acordo com a lei estabelecida.

Das afirmativas feitas acima 

a) somente a afirmação I está correta. 

b) as afirmações I e III estão corretas. 

c) as afirmações II e V estão corretas. 

d) as afirmações IV e V estão corretas. 

e) as afirmações II, III e IV estão corretas. 

Resposta: E. 

8 – (UFU, 2012). Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem.

(LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Abril Cultural, 1978).

A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento político do autor, assinale a alternativa correta. 

a) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de servidão. 

b) Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas independe da conveniência de cada um. 

c) Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado de natureza. 

d) Segundo Locke, a existência de permissão para agir é compatível com o estado de natureza. 

Resposta: C. 

9 – (UFF, 2012). O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é um dos fundadores da concepção liberal da vida política. Em sua defesa da liberdade como um atributo que o homem possui desde que nasce, ele diz: “Para compreender corretamente o que é o poder político e derivá-lo a partir de sua origem, devemos considerar qual é a condição em que todos os homens se encontram segundo a natureza. E esta condição é a de completa liberdade para poder decidir suas ações e dispor de seus bens e pessoas do modo que quiserem, respeitados os limites das leis naturais, sem precisar solicitar a permissão ou de depender da vontade de qualquer outro ser humano.”

Assinale o documento histórico que foi diretamente influenciado pelo pensamento de Locke. 

a) O livro “O que é a propriedade?”, de Proudhon (1840). 

b) O “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Frederico Engels (1848). 

c) A “Concordata” estabelecida entre Napoleão e o Vaticano (1801). 

d) A declaração da “Doutrina Monroe” (1823). 

e) A “Declaração de Independência” dos Estados Unidos (1776).

Resposta: E. 

10 – (UFSJ, 2011). John Locke é apontado como pioneiro do materialismo moderno. Sobre o “materialismo moderno”, é CORRETO afirmar que: 

a) “Deriva as ‘ideias’ de que se constitui o conhecimento diretamente das sensações que se marcaram na mente […] não cabendo assim ao pensamento nada mais, […] que combinar, comparar e analisar essas mesmas ideias”. 

b) “Todo o princípio do conhecimento material é sensorial, transponível, relativo e infinito”. 

c) “O valor da experiência sensível, como fator primário da elaboração cognitiva, está na possibilidade de conhecer a essência da natureza”. 

d) “O conhecimento deve ser introjetado a partir da experiência extrassensorial, peculiar a todo ser pensante”. 

Resposta: A.

11 – (UEL, 2011). Leia o texto a seguir.

Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é incluído o judiciário) e o federativo (que é o poder de declarar a guerra, concertar a paz e estabelecer alianças com outras comunidades). Enquanto o governo continuar sendo expressão da vontade livre dos membros da sociedade, a rebelião não é permitida: é injusta a rebelião contra um governo legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da sociedade e quando o governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania.

(LOCKE, John. In: MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p. 1770.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar:

I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da legalidade.

II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos cidadãos sem tomar partido em questões de matéria religiosa.

III. O poder legislativo ocupa papel preponderante.

IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e obrigar que sejam cumpridas.

Assinale a alternativa correta. 

a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 

b) Somente as afirmativas I e III são corretas. 

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 

d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 

Resposta: E.

12 – (UFU, 2011). Os filósofos contratualistas elaboraram suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder do Estado a partir de alguns conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado de natureza, o estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc. 

[…] O estado de guerra é um estado de inimizade e destruição […] nisto temos a clara diferença entre o estado de natureza e o estado de guerra, muito embora certas pessoas os tenham confundido, eles estão tão distantes um do outro […].

(LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Ed. Abril Cultural, 1978).

Leia o texto acima e assinale a alternativa correta. 

a) Para Locke, o estado de natureza é um estado de destruição, inimizade, enfim uma guerra “de todos os homens contra todos os homens”. 

b) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de guerra. 

c) Segundo Locke, para compreendermos o poder político, é necessário distinguir o estado de guerra do estado de natureza. 

d) Uma das semelhanças entre Locke e Hobbes está no fato de ambos utilizarem o conceito de estado de natureza exatamente com o mesmo significado. 

Resposta: C. 

13 – (UEL,  2010). Leia o seguinte texto de Locke:

Aquele que se alimentou com bolotas que colheu sob um carvalho, ou das maçãs que retirou das árvores na floresta, certamente se apropriou deles para si. Ninguém pode negar que a alimentação é sua. Pergunto então: Quando começaram a lhe pertencer? Quando os digeriu? Quando os comeu? Quando os cozinhou?

Quando os levou para casa? Ou quando os apanhou?

(LOCKE, J. Segundo Tratado Sobre o Governo Civil. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 98)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de John Locke, é correto afirmar que a propriedade:

I. Tem no trabalho a sua origem e fundamento, uma vez que ao acrescentar algo que é seu aos objetos da natureza o homem os transforma em sua propriedade. 

II. A possibilidade que o homem tem de colher os frutos da terra, a exemplo das maçãs, confere a ele um direito sobre eles que gera a possibilidade de acúmulo ilimitado. 

III. Animais e frutos, quando disponíveis na natureza e sem a intervenção humana, pertencem a um direito comum de todos.

IV. Nasce da sociedade como consequência da ação coletiva e solidária das comunidades organizadas com o propósito de formar e dar sustentação ao Estado.

Assinale a alternativa correta. 

a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 

b) Somente as afirmativas I e III são corretas. 

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 

d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 

Resposta: B.

14 – (UNIOESTE, 2010).

Se os que nos querem persuadir que há princípios inatos não os tivessem compreendido em conjunto, mas considerado separadamente os elementos a partir dos quais estas proposições são formuladas, não estariam, talvez, tão dispostos a acreditar que elas eram inatas. Visto que, se as ideias das quais são formadas essas verdades não fossem inatas, seria impossível que as proposições formadas delas pudessem ser inatas, ou nosso conhecimento delas ter nascido conosco. Se, pois, as ideias não são inatas, houve um tempo quando a mente estava sem esses princípios e, desse modo, não seriam inatos, mas derivados de alguma outra origem. Pois, se as próprias ideias não o são, não pode haver conhecimento, assentimento, nem proposições mentais ou verbais a respeito delas. […] De onde apreende a mente todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os materiais do pensamento.”

Tendo presente o texto acima, é correto afirmar, segundo Locke, que 

a) há duas fontes de nossas ideias, a sensação e a reflexão, de modo que tudo o que é objeto de nossa mente, por ser ela como que um papel em branco, é adquirido por meio de uma ou de outra dessas duas fontes. 

b) contrariamente ao que afirma o texto, o autor admite excepcionalmente como inatos alguns princípios fundamentais e algumas ideias simples. 

c) chama-se experiência a forma de conhecimento que, produzido por meio das diferentes sensações, nos permite saber o que as coisas são em sua essência e na medida em que são independentes de nós. 

d) a ideia de substância é uma ideia simples formada diretamente a partir de nossa experiência das coisas e da capacidade que elas têm de subsistirem. 

e) todas as nossas percepções ou ideias provém das sensações externas e de nosso contato com o que existe fora de nós. 

Resposta: A.

15 – (UNIOESTE, 2010).

“Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as suas posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei da natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem. […] Estado também de igualdade, no qual é recíproco qualquer poder e jurisdição, ninguém tendo mais do que qualquer outro […]. Contudo, embora seja um estado de liberdade, não o é de licenciosidade; apesar de ter o homem naquele estado liberdade incontrolável de dispor da própria pessoa e posses, não tem a de destruir-se a si mesmo ou a qualquer criatura que esteja em sua posse, senão quando uso mais nobre do que a simples conservação o exija. O estado de natureza tem uma lei de natureza para governá-lo, que a todos obriga. […] E para impedir a todos os homens que invadam os direitos dos outros e que mutuamente se molestem, e para que se observe a lei da natureza, que importa na paz e na preservação de toda a Humanidade, põe-se, naquele estado, a execução da lei da natureza nas mãos de todos os homens, mediante a qual qualquer um tem o direito de castigar os transgressores dessa lei em tal grau que lhe impeça a violação, pois a lei da natureza seria vã, como quaisquer outras leis que digam respeito ao homem neste mundo, se não houvesse alguém nesse estado de natureza que não tivesse poder para pôr em execução aquela lei e, por esse modo, preservasse o inocente e restringisse os ofensores.”

Considerando o texto citado, é correto afirmar, segundo a teoria política de Locke, que 

a) o estado de natureza é um estado de perfeita concórdia e absoluta paz, tendo cada indivíduo poder ilimitado para realizar suas ações como bem lhe convier, sem nenhuma restrição de qualquer lei, seja ela natural ou civil. 

b) concebido como um estado de perfeita liberdade e de igualdade, o estado de natureza é um estado de absoluta licenciosidade, dado que, nele, o homem tem a liberdade incontrolável para dispor, a seu bel-prazer, de sua própria pessoa e de suas posses. 

c) pela ausência de um juiz imparcial, no estado de natureza todos têm igual direito de serem executores, a seu modo, da lei da natureza, o que o caracteriza como um estado de guerra generalizada e de violência permanente. 

d) no estado de natureza, pela ausência de um juiz imparcial, todos e qualquer um, julgando em causa própria, têm o “direito de castigar os transgressores” da lei da natureza, de modo que este estado seja de relativa paz, concórdia e harmonia entre todos. 

e) no estado de natureza, todos os homens permanentemente se agridem e transgridem os direitos civis dos outros.

Resposta: D. 

16 –  (UEM, 2017). “O trabalho do seu corpo [do ser humano] e a obra das suas mãos, pode dizer-se, são prioritariamente dele. Seja o que for que ele [o ser humano] retire do estado que a natureza lhe forneceu e no qual o deixou, fica-lhe misturado ao próprio trabalho, juntando-se-lhe algo que lhe pertence, e, por isso mesmo, tornando-o propriedade dele. Retirando-o do estado comum em que a natureza o colocou, anexou-lhe por esse trabalho algo que o exclui do direito comum de outros homens. Desde que esse trabalho é propriedade exclusiva do trabalhador, nenhum outro homem pode ter direito ao que se juntou […].”

(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 45 e 46). A partir do texto citado, assinale o que for correto.

01) O direito ao trabalho é uma concessão daqueles que têm a propriedade para aqueles que não a têm.
02) A propriedade pode ser herdada independentemente de trabalharmos nela ou de adquiri-la.
04) O trabalho confere a propriedade de algo, ou seja, somente temos propriedade daquilo que adquirimos com o trabalho.
08) Somente haverá possibilidade de trabalho se houver propriedades sem donos, independentemente de estarem
ociosas ou não.
16) O trabalho se mistura à natureza da coisa, tornando essa coisa própria daquele que trabalhou, tornando-a sua propriedade.

Resposta: 4 + 16 = 17.

17 – (UPE). As ideias liberais refizeram reflexões e anunciaram novas perspectivas sociais. Um dos seus pensadores mais famosos, Locke, defendia o(a) 

a) fim da propriedade privada e da escravidão, com a queda da sociedade colonial e o fim do mercantilismo. 

b) consolidação da monarquia constitucional, destacando a universalidade do conhecimento e as possibilidades de massificação da cultura. 

c) pensamento de Descartes e o fim do idealismo, ressaltando o valor de democracia e da igualdade social na Europa do século XVII. 

d) liberdade natural dos humanos, afirmando a necessidade da propriedade privada e combatendo o absolutismo. 

e) crescimento do capitalismo, sem afetar a força política da nobreza e dos poderes dos monarcas absolutistas da época. 

Resposta: D.

18 – (UNESP, 2018). Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons.

(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado).

De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se

(A) da reminiscência de ideias originalmente transcendentes.
(B) da combinação de ideias metafísicas e empíricas.
(C) de categorias a priori existentes na mente humana.
(D) da experiência com os objetos reais e empíricos.
(E) de uma relação dialética do espírito humano com o
mundo.

Resposta: D.

19 – (UEM, 2019). O filósofo inglês John Locke (século XVII) propôs que a alma é como uma “tábula rasa”, ou seja, como um papel em branco que não possui ideias inatas, adquirindo conhecimento somente por meio da experiência. Segundo o empirismo de Locke, assinale o que for correto.

01) A sensação é a faculdade por meio da qual os estímulos externos produzem em nós qualidades primárias, como a percepção do movimento, e qualidades secundárias, como a percepção do calor.

02) As ideias simples são formadas a partir da percepção das qualidades universais, tais como “cor azul”, “círculo”, “solidez”, a partir das quais as ideias complexas são formadas.

04) No campo da moral, Locke defendeu uma ética baseada na reflexão acerca dos motivos de nossas ações a partir de seus resultados observáveis.

08) A linguagem é um sistema simbólico construído de maneira independente das sensações, as quais constituem as ideias.

16) Para Locke, embora o conhecimento de nós mesmos e de Deus seja certo, o conhecimento da existência das coisas fora de nós, que dependem do testemunho dos nossos sentidos, é somente provável.

Resposta: 1 + 16 = 17.

20 – (SEE-SP, 2013). Analise os fragmentos a seguir.

1. Deus deu o mundo em comum aos homens; mas como o fez para o benefício deles e as maiores conveniências da vida que fossem capazes de retirar dele, não é possível supor que tivesse em mente que devesse ficar em comum e inculto.

2. Ainda que a terra e todas as criaturas inferiores pertençam em comum a todos os homens, cada um guarda a propriedade de sua própria pessoa; sobre esta ninguém tem qualquer direito, exceto ela. Podemos dizer que o trabalho de seu corpo e a obra produzida por suas mãos são propriedade sua.

(Traduzido de LOCKE, John. Two Treatises of government. Londres: Cambridge Univ. Press, 1970, V, 34, p. 309;V, 27, pp. 305-6.)

A partir dos fragmentos acima, assinale a alternativa que caracteriza corretamente o conceito de propriedade em Locke.

a) O direito à propriedade privada dos bens materiais está baseado no princípio moral de que a sua utilização é necessária à reprodução social e biológica do homem.

b) Locke considera que a propriedade privada se originou da superação do estado natural, com a implantação da sociedade civil, cujo fim é a preservação da propriedade.

c) Locke se preocupa com a divisão do trabalho e, portanto, questiona a legitimidade da propriedade dos bens que são produzidos por muitas mãos.

d) Locke define a apropriação de bens, criados por Deus, como propriedade em comum, incorporando o ideal comunitário calvinista.

e) O direito à propriedade privada deturpa a doação divina dos bens concedidos em comum aos homens, por meio de Adão e Eva, para o natural sustento de todas as suas criaturas.

Resposta: A.

21 – (UEG) Um novo modo de agir, pensar e produzir surge simultaneamente com o liberalismo no séc. XVIII, com repercussões na economia, na política e na sociedade. O liberalismo propõe uma teoria contratualista para explicar a origem do poder e do Estado de forma racional e laica. O poder passa a ser legitimado pelo contrato social, reafirmando o valor do indivíduo e do cidadão. Nesse sentido, para o liberalismo:

a) a liberdade não é um atributo individual, mas coletivo. Livre é o todo, ou seja, a sociedade, à qual pertence o indivíduo.

b) o Estado deve intervir na economia para assegurar que o mercado não limite os direitos naturais, tal como o direito à propriedade.

c) a vida, a liberdade e a propriedade são direitos naturais que devem ser garantidos pelo Estado, que surgiria de um pacto social.

d) deve haver a propriedade privada dos meios de produção, mas nega que o princípio do lucro e da livre iniciativa devam prevalecer.

e) não existiria um equilíbrio natural decorrente da lei da oferta e da procura, o que exigiria a intervenção do Estado na economia.

Resposta: C.

22 – Todas as ideias derivam da sensação ou reflexão. Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem nenhuma ideia; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra: da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento.

O texto acima refere-se ao seguinte pensador do mundo e da sociedade:

a) Thomas Hobbes.

b) John Locke.

c) Barão de Montesquieu.

d) Jean Jacques Rousseau.

e) Augusto Comte.

Resposta: B.

23 – Para John Locke, os homens têm direitos naturais à vida, à liberdade e aos bens necessários para a conservação de ambas. Esses bens são conseguidos pelo trabalho. Ao defender esse discurso, o filósofo inglês entendia que:

a) O homem nasce bom, mas a sociedade capitalista o corrompe.

b) A sociedade ideal é aquela em que o poder econômico deve estar centralizado no Estado.

c) Um contrato social é necessário para que haja o poder absolutista monárquico.

d) A propriedade privada é um direito natural.

e) O feudalismo é o melhor regime de governo.

Resposta: D.

24 – Uma contribuição importante para a criação da sociologia foi dada pelo filósofo John Locke, que postulou a ideia de que a busca pelo conhecimento deveria se dar através de experiências e não por meio de deduções ou especulações. Isto implica que todas as experiências, segundo o autor, deveriam acontecer com base na observação do mundo. A este tipo de conhecimento chamamos de:

a) Relativismo.

b) Subjetivismo.

c) Narcisismo.

d) Empirismo.

e) Inatismo.

Resposta: D.

25 – O pensamento de John Locke influenciou eventos importantes da História ocidental, como a Revolução Inglesa, a Revolução Americana e o início da Revolução Francesa. Sobre o pensamento desse importante iluminista, é correto afirmar que:

a) os direitos coletivos são mais importantes que os individuais.

b) Locke apoiava a forma de governo republicana.

c) Para Locke, a propriedade privada era um direito natural.

d) o Estado tem função importante, principalmente no que se refere à distribuição de riquezas.

e) Ficou famosa a frase de John Locke: “O homem é o lobo do homem”.

Resposta: C.