Anjos caidos musica

Morcego
Todos me traíram, sigo alérgico
Queimando páginas do livro da vida
Tragédias são normais
Entre chuvas de ar condicionado
Um corpo sem água não aguenta chuva fina

Maria
Ela dança no Salão
Cabelos longos e vestido azul
Sorrindo para um velho amigo
Que acaba de voltar do sul

Ela me chama, com olhos tristes
Lamentando meu arrependimento
Segundos cairam como moedas
Sem saber o significado do vento

Tudo é uma farsa, somos anjos caídos
Nos matando por dinheiro
Pedindo respostas ao céu
Sonhando com um paraíso
Que pra quem vive ja é real
É real, é real

(Morcego e Maria)
Eu não vou ser o ser que nos forçaram
Em acreditar que é pra ser
Nem pagar minha vida
Morrendo todos os dias por eles, por eles

Tudo é uma farsa, somos anjos caídos
Nos matando por dinheiro
Pedindo respostas ao céu
Sonhando com um paraíso
Que pra quem vive ja é real
É real, é real

Bastava uma palavra
para dizer
o quanto ele a amava
e não a queria perder

Mas tudo o que ele fez foi
enlouquecer
Porque que a boca não falou
o que coração queria dizer

São dois anjos caídos
Do paraíso, do paraíso
São dois anjos perdidos
a um passo do céu

Bastava uma palavra
pra não deixar
tudo o que eles tinham
desaparecer no ar

Mas tudo o que ela fez foi
ficar ali
a pensar que tudo o que queria
era tê-lo junto a si

São dois anjos caídos
Do paraíso, do paraíso
São dois anjos perdidos
a um passo do céu

São dois anjos caídos
Do paraíso, do paraíso
São dois anjos perdidos
a um passo do céu...


Os homens são anjos caídos que Deus mandou para Terra porque
botaram defeito na criação do mundo. Aqui, começaram a
inventar coisas, a imitar Deus. E Deus ficou zangado, mandou muita chuva e muito
fogo, eu vi de perto a sua raiva sacra, pois foram sete dias de trabalho intenso,
eu vi de perto, quando chegava uma noite escura
Só meu candeeiro é quem velava o Seu sono santo
Santo que é Seu nome e Seu sorriso raro
Eu voava alto porque tinha um grande par de asas
Até que um dia caí
E aqui estou nesse terreiro de samba
Ouvindo o trabalho do Céu
E aqui estou nesse terreiro de guerra
Ouvindo o batalha do Céu
Nesse terreiro de anjos caídos
Cá na Terra trabalho é todo dia
Levantar quebrar parede
Matar fome matar a sede
Carregar na cabeça uma bacia
E esse fogo que a Sua boca envia
Pra nossa criação
Deus
Esse terreiro de anjos
Esse errar que é sem fim
Essa paixão tão gigante
Esse amor que é só Seu
Esperando Você chegar
Os Homens aprenderam com Deus a criar e foi com os Homens que Deus aprendeu
a amar


Por: Wesley Brasil

Qual é o sentido da vida? A pergunta que persegue a humanidade fica no ar para quem assiste ‘Anjos Caídos’ pela primeira vez. Longe de encontrar uma resposta fechada para isso, Morcego e Maria lançam uma track que explora toda a poesia e beleza que há na tristeza, ou, na contemplação da vida – e consequentemente na tristeza que os dias mal aproveitados trazem.

Ainda na ressaca de ‘Imortais e Fatais’ de Baco Exu do Blues, que me deu um soco na cara com frases como ‘você aproveita a vida mas quer a imortalidade’ ou ainda a rima ‘Ser humano não se contenta com nada/É tipo ter a mulher perfeita e sonhar com outra pelada’, Morcego nos joga de uma vez por todas na lona apresentando a estética suburbana e a beleza dos pequenos momentos da vida que não têm nada a ver com dinheiro.

Para os menos informados, Morcego é um dos nomes mais respeitados na cena das batalhas de rima pelo país e foi três vezes campeão da famosa Batalha do Conhecimento que acontecia no Museu de Arte do Rio. Seu trabalho já passou de 7 milhões de visualizações no YouTube e trabalhou com nomes de peso na cena do rap como Oriente, Braza e Sant.

Queimando páginas do livro da vida, o outrora ‘pássaro negro’ Mateus Costa encarna de uma vez por todas seu vulgo Morcego e parece buscar sua liberdade abordando temas ainda mais profundos e universais, que atormentam a raça humana ao redor do planeta. “Tudo é uma farsa, somos anjos caídos”, ele repete ao lado de Maria, escancarando a fragilidade da vida e ao mesmo tempo a divindade que há em cada um de nós.

Se a igualdade é o passo fundamental para a liberdade, Morcego explora isso mesclando imagens de pessoas diferentes convivendo alegremente no mesmo lugar. “No mundo atual tá todo mundo se matando por dinheiro procurando um paraíso que já se encontra dentro de si”, explica Morcego.

O clipe de ‘Anjos Caídos’ foi gravado na Cidade Alta, favela onde Maria residiu uma parte da sua vida. Junto do cenário, a favela trouxe as amigas que ajudaram nos bastidores e até seus parentes foram parar na frente das câmeras: avó e tio fazem participações especiais.

Por trás das câmeras, o diretor Sandiego Fernandes assina não só a direção, mas também capitaneia o barco da Blakkstar Entretenimento que assina todos os aspectos visuais do clipe. A produção musical é assinada por Pedro Breder, que já trabalhou com artistas como Anitta, Kevinho, Lexa e outros.

‘Anjos Caídos’ já está disponível nas principais plataformas virtuais de música e o clipe pode ser assistido em:

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