O sentido trivial da expressão “má-fé” pode ser, como encontramos nos dicionários da língua portuguesa, algo como intenção dolosa ou falsidade. O Houaiss – que deve mesmo ser o melhor dicionário da língua portuguesa – define-a como “disposição de espírito que inspira e alimenta a intenção maldosa, conscientemente praticada”. Normalmente, dizemos que age de má-fé quem mente, dissimula, conduz-se de maneira hipócrita e esconde segundas intenções por
detrás de seus atos. A má-fé é uma propriedade do hipócrita, do canalha, do covarde. É uma espécie de nuance da mentira. É o que poderíamos chamar de cinismo. A expressão, contudo, assume um sentido específico e filosófico na obra do filósofo francês Jean-Paul Sartre. No entanto, é possível que o sujeito esteja realmente convencido de que é rancoroso porque foi pobre, ou porque teve uma família desestruturada (ou, quiçá, porque é geneticamente/astrologicamente determinado a ser rancoroso, e tem assim uma índole rancorosa, etc.). Nesse caso, o sujeito terá escolhido uma crença errada, uma crença que não ilustra o sentido radical de sua liberdade de auto-determinação. E é essa crença errada que é a má-fé. Show O que é a má-fé? Por que ocorre a má-fé? Má-Fé e Mentira Há uma conseqüência moral nesse conceito de má-fé: se as minhas crenças erradas são assim, tão transparentes, eu só as mantenho por um ato de decisão que já tomei e não submeti à crítica. E se eu não fiz isso, foi porque não quis. Foi porque decidi manter-me na condição confortável, sem angústia e, assim, absoluamente irresponsável de minhas próprias escolhas. A Boa-Fé e a liberdade vazia. A má-fé, assim, é um tema central não apenas para a Psicanálise Existencial, bem como para uma possível filosofia moral – que Sartre nunca chegou propriamente a publicar. Ao fim e ao cabo, aparentemente, a única possibilidade de escapar à má-fé é assumir a própria responsabilidade pelos atos, mesmo que isso implique em uma angústia. Assumir a própria angústia é agir de forma autêntica e realizar a própria liberdade. O que é a ma fé para Sartre?A má-fé para Sartre é caracterizada como uma conduta de fuga, uma válvula de escape que o indivíduo utiliza para fugir da sua angústia, isto é, o sentimento de horror que aparece quando o sujeito toma consciência de sua liberdade.
Qual o conceito de ma fé?A expressão "má-fé" deriva do latim malefatius (mau destino, ou má-sorte), e é utilizada pelos juristas para exprimir tudo que se faz com maldade, com o total conhecimento do mal contido no ato executado ou do vício que pretende esconder.
Qual a relação que Sartre estabelece entre angústia e ma fé?Resposta verificada por especialistas
Sartre observa que a ma fé acontece quando o indivíduo engana a si próprio, e, a angústia parte da escolha, que mesmo não escolhendo algo, o indivíduo já escolhe.
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