A importância dos riosHoje em dia, vivendo em grandes centros urbanos, rodeados por carros, prédios e gigantescas avenidas, não conseguimos imaginar como um rio pode ser importante para o nosso desenvolvimento. Certamente ele deixa a cidade mais bela (quando não é poluído), talvez até possa ajudar a diminuir a poluição (quando suas margens são arborizadas), mas qual poderia ser sua utilidade?, podemos nos perguntar. Nossa ideia de rio muitas vezes se limita àquele caminho de água que corta a nossa cidade. E em nossa era contemporânea, em que a natureza parece estar cada dia mais distante de nossa vivência, pode ser difícil de pensar em uma resposta para essa pergunta. Mas os rios foram os responsáveis pela construção e pelo desenvolvimento das primeiras grandes civilizações. E como isso aconteceu? Show
Vamos voltar para todo o período que precede 4000 a.C., o Período Neolítico. O ser humano vivia de forma nômade, o que significa que para conseguir alimento ele precisava mudar constantemente de lugar: instalava-se em uma região, aproveitava o que ela podia oferecer (plantas, animais, abrigo) e, quando os recursos se esgotavam, buscava outro local. Era custoso, perigoso e demandava muita energia física, pois precisavam deslocar tribos inteiras. Mas imaginemos que encontrassem um local privilegiado, onde percebem que a terra é fértil, onde há um rio que permite ser desviado para nutrir as terras que o circundam e que oferece fartura de água para as necessidades físicas. Quando encontraram essa região, estabeleceram um marco definitivo para a história humana: o desenvolvimento da agricultura. Percebendo que poderiam plantar sua própria comida e criar seus próprios animais, passaram a se fixar em um local. O chamado Crescente Fértil foi esse local perfeito. Irrigado pelos rios Jordão, Eufrates, Tigre e Nilo, que compreende hoje os territórios de Palestina, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano e Chipre, além de partes da Síria, do Iraque, do Egito, do sudeste da Turquia e sudoeste do Irã, o Crescente Fértil foi onde as primeiras grandes civilizações se desenvolveram. A região recebeu esse nome por conta de seu formato de lua crescente, e também pela extrema fertilidade de seu solo, que rasga áreas desérticas completamente inóspitas e impróprias para povoamento constante e estável. Apesar da primazia da região, e de sua antiguidade com relação à ocupação humana, o termo “Crescente Fértil” é de criação bastante recente, tendo sido utilizado pela primeira vez pelo arqueólogo James Henry Breasted, na sua obra “Ancient Records of Egypt”, de 1906, e adotada a partir daí. Pequena faixa de terra fértil às margens do Nilo. Observe que ao fundo, o deserto toma conta da paisagem.Livre de todos os problemas acarretados por ter que se locomover, e agora conseguindo plantar seu próprio alimento, a população começou a aumentar, já que havia comida para todos. As primeiras cidades foram formadas nas regiões da Mesopotâmia e do Egito, locais onde os homens passaram a se organizar em sociedade. Entre regiões desérticas, o povo egípcio floresceu ao longo do Rio Nilo, e tinha nele o deus que tornava férteis as terras. Talvez você já tenha ouvido que o Egito é uma dádiva do Nilo. A frase do historiador Heródoto não carrega mentira: a construção e a existência da grande civilização egípcia só foi possível pela existência do Rio. No entanto, precisamos também destacar a habilidade da civilização egípcia em lidar com as cheias do Rio, em controlar a água e desenvolver técnicas de irrigação e de agricultura. Além dos conhecimentos diversos, desde a escrita, matemática, medicina, arquitetura, artes, criação do calendário e tantos outros, os egípcios deixaram um legado que sobrevive, intriga e encanta, como as grandes pirâmides, os templos e túmulos. A fertilidade das terras do entorno do Rio Jordão e seus afluentes também criou o ambiente para que se formasse na região uma série de aldeias de povos pastores (em sua maioria de origem semita), que logo desenvolveram a agricultura. Por sua vez, os Rios Tigres e Eufrates foram de extrema importância para o nascimento da civilização Suméria, que se desenvolveu na região da Mesopotâmia (cujo nome vem do grego, e significa “entre rios”). A região banhada por eles (hoje o Iraque) foi habitada por povos como os Acádios, Babilônios, Assírios e Caldeus. Escombros de cidades com milhares de anos à margem do rio EufratesPode ser que hoje, para nós, um rio não signifique muita coisa. Já passamos por milhares de anos de história humana, construímos cidades, desenvolvemos a Indústria, fomos para a Lua, criamos tecnologias que nos permitem ver, em tempo real, alguém que está do outro lado do mundo. Mas tudo isso foi possível graças à engenhosidade de civilizações que viram em um rio e suas margens a possibilidade de sobrevivência e desenvolvimento. E se voltássemos a ver um pouco mais dessa maneira? 😉 A economia na Mesopotâmia Antiga caracterizou-se, principalmente, pelo comércio e agricultura.Registros comerciais em placas de argila, utilizando a escrita cuneiforme As principais características da economia da
Mesopotâmia: - Os povos mesopotâmicos dedicavam-se principalmente ao comércio e agricultura. - Atividades complementares também eram desenvolvidas como, por exemplo, artesanato, fabricação de tecidos, metalurgia e confecção de joias. Podemos destacar também a fabricação de embarcações, que era uma atividade secundária, porém importante para os mesopotâmicos. - O comércio, uma das principais atividades econômicas, era praticado através das caravanas (expedições de comércio em grandes grupos). Os comerciantes nômades percorriam extensas áreas para vender suas mercadorias ou comprar matérias-primas que não eram encontradas na Mesopotâmia. - Os contatos comerciais eram feitos, principalmente, com sociedades do Oriente Médio e Índia. - A terra, na Mesopotâmia, era de propriedade estatal. - O controle comercial era feito através de registros em placas de argila, utilizando caracteres cuneiformes. - A Babilônia era o principal centro comercial do Oriente. - As cheias dos rios Tigre e Eufrates eram de fundamental importância para a economia mesopotâmica. Havia a necessidade da fertilização das margens desses rios, que ocorria com as cheias, para que houvesse a prática da agricultura. Curiosidade histórica: - Na Mesopotâmia não havia moeda, porém, as atividades comerciais eram estabelecidas utilizando barras de ouro e prata.
Última revisão: 17/09/2020. Por Jefferson Evandro Machado Ramos Você também pode gostar de:
Fontes de referência: - ARRUDA. José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Editora Ática, 1988. - GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013. Qual era a importância dos rios para a Mesopotâmia?A fertilidade do solo era garantida pelo ciclo de cheias dos dois rios que encharcavam o solo com material orgânico e permitia o desenvolvimento da agricultura e da criação de animais.
Quais foram as economia da Mesopotâmia?Sua principal fonte econômica era a agricultura, beneficiada pela irrigação dos rios Tigre e Eufrates. A economia girava de acordo com a troca de metais e cevada.
Qual é a principal atividade econômica da Mesopotâmia?Resumo sobre Mesopotâmia
Seu nome tem origem grega e significa “terra entre rios”. Os povos que a habitaram durante a Antiguidade Oriental foram os sumérios, assírios, babilônicos e acádios. Sua sociedade era dividida em castas e o poder estava nas mãos de um chefe soberano. Sua economia se baseava na agricultura.
Qual é a importância da agricultura para a Mesopotâmia?A agricultura, sem duvida nenhuma, tem um papel muito importante no desenvolvimento do estado mesopotamico. O sistema de servidão coletiva destinava sua atenção para administração da agricultura, além de organizar obras públicas objetivando a melhoria na produção agrícola.
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