A Região Sul do Brasil é a menor das cinco regiões do país,[7] com área territorial de 576 774,31 km²,[4] sendo maior que a área da França metropolitana e menor que o estado brasileiro de Minas Gerais. Faz parte da Região Centro-Sul do Brasil.[8] Divide-se em três unidades federativas: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,[7] sendo limitada ao norte pelos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, ao sul pelo Uruguai, a oeste pelo Paraguai e pela Argentina, além de ser banhada a leste pelas águas do Oceano Atlântico.[7] É única região brasileira localizada na porção sul abaixo da zona tropical, com as estações do ano variando nitidamente; contudo, a parte norte situa-se acima do Trópico de Capricórnio.[7] No inverno, ocorrem geadas e, com maior raridade, há queda de neve.[7] O relevo da Região Sul tem uma pequena quantidade de acidentes geográficos, predominando um grande planalto, geralmente, de pequena elevação.[9] Sua maior característica é o modo de colonização e o tipo de colonizadores recebidos.[10] A Região Sul começou a ser colonizada durante os séculos XVII e XVIII.[10] Em 1648, os portugueses foram os fundadores da vila de Paranaguá, a mais antiga cidade da Região Sul e do Paraná.[10] As populações alóctones recebidas pela região foram uma pequena quantidade de escravos africanos, porém, uma grande quantidade de imigrantes vieram do Uruguai, da Argentina, dos Açores, da Espanha, da Alemanha, da Itália, da Polônia, da Ucrânia, dos Países Baixos, entre outros.[10] A característica populacional dada pelos europeus que contribuíram para o processo de formação da sociedade brasileira do século XIX foi a predominante etnia caucasiana,[10] sendo deixadas na paisagem características dos países de onde originaram (casas, transportes, uso do solo). Os europeus foram os introdutores do sistema de pequenas e médias fazendas.[10] A ciência agrícola trazida da Europa para o Sul do Brasil foi a viticultura, adaptada à Serra Gaúcha.[10] A população das cidades da Região Sul cresceu muito nos anos mais recentes.[11] As cidades mais populosas são, em ordem de quantidade de moradores, Curitiba e Porto Alegre.[12] O desenvolvimento industrial foi iniciado nas décadas mais recentes principalmente no Rio Grande do Sul, nordeste de Santa Catarina e Região Metropolitana de Curitiba.[13] Na região de Criciúma, em Santa Catarina, estão localizadas quase a totalidade das reservas de exploração de carvão no Brasil.[14] O potencial energético, que as inúmeras cachoeiras dos rios das bacias hidrográficas do Paraná e do Uruguai representam, hoje se aproveita muito nas usinas hidrelétricas como a de Machadinho, próximo a Piratuba.[15] A Região Sul propriamente dita é um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência europeia, principalmente de origem italiana[16] e germânica.[17] Apresenta índices sociais acima da média brasileira e das demais regiões em vários aspectos: possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, 0,798,[6] e o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país.[18] A região é também a mais alfabetizada, 95,2% da população, e a com menor incidência de pobreza.[19] Sua história é marcada pela grande imigração europeia,[20] pela Guerra dos Farrapos,[21] e pela Revolução Federalista,[22] com seu principal evento o Cerco da Lapa.[23] Outra revolta ocorrida na história da região foi a Guerra do Contestado,[24] entre os anos de 1912 e 1916. Visão geral
HistóriaPovos indígenas, chegada dos jesuítas e bandeirismoMonumento ao Tropeiro no município da Lapa (PR). O território da atual Região Sul do Brasil foi habitado originalmente pelos povos indígenas, principalmente os guaranis (mbyás),[39] os kaingangs[40] e os carijós.[41] Posteriormente, ocorreu a chegada dos padres espanhóis da Companhia de Jesus para a catequização dos indígenas.[42] Os padres jesuítas foram os fundadores de aldeias que chamavam-se missões ou reduções.[42] Os indígenas que passavam a sua vida nas missões eram criadores de gado, agricultores e aprendizes de ofícios.[42] Os bandeirantes da Capitania de São Paulo chegaram a atacar as missões jesuíticas para o aprisionamento dos indígenas.[42] Por essa razão, o local de residência dos jesuítas e dos indígenas foi abandonado.[42] Pouco a pouco, uma grande quantidade de paulistas foram se fixando à costa catarinense.[43] Os paulistas foram os fundadores dos municípios mais antigos do litoral, como Paranaguá, Florianópolis, Laguna e São Francisco do Sul.[43] Tropeirismo, conflitos territoriais e tratados internacionaisOs paulistas também estavam interessados no comércio do gado.[44] Durante a vinda dos tropeiros, ou seja, os que comercializavam gado, foi reunida a criação de gado livre pelos campos.[44] As mulas, os cavalos e o gado franqueiro foram levados para a venda nas feiras de gado em Sorocaba.[44] No trajeto de passagem dos tropeiros, ocorreu o surgimento de povoados.[44] Os tropeiros também foram os organizadores das primeiras estâncias, ou seja, propriedades onde se cria gado.[nota 1] Os tropeiros, que transportavam o gado muar para a Feira de Sorocaba, eram os primeiros devotos de Nossa Senhora das Brotas entre os séculos XVIII e XIX.[45] Para a defesa das estâncias que os tropeiros criaram, o rei de Portugal determinou a construção de fortes militares na região.[nota 2] Nos arredores dos fortes, ocorreu o surgimento de povoados.[46] Durante uma grande quantidade de anos, Portugal e Espanha guerrearam para se empossarem das terras do Sul.[47] As brigas foram continuadas e somente foram solucionadas com os tratados assinados.[48] Esses tratados foram os acordos determinantes dos limites das terras que localizam-se no sul do Brasil.[48] Chegada dos imigrantes, povoamento recente e desenvolvimento agropecuárioO crescimento populacional foi grande depois que os imigrantes chegaram, vindos principalmente da Europa.[49] Os primeiros imigrantes vieram dos Açores.[nota 3] Após a imigração açoriana em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, ocorreu a chegada de imigrantes da Alemanha (1824, São Leopoldo, Rio Grande do Sul)[nota 4] e da Itália.[nota 5] Demais agrupamentos buscavam a região para passar a sua vida.[50] Os imigrantes foram os fundadores de colônias transformadas em cidades de importância como, por exemplo, Caxias do Sul.[51] Os solos de terra roxa do norte do Paraná e do oeste de Santa Catarina foram as regiões de povoamento mais recente.[52][53] O povoamento do norte do Paraná apareceu depois que foram criadas colônias agrícolas.[54] Migrantes de demais unidades federativas e de mais de 40 nações estrangeiras chegaram na região para serem colonos trabalhadores no cultivo de café e de cereais.[55] No oeste de Santa Catarina, foi desenvolvida a pecuária, além de serem exploradas a erva-mate e a madeira.[56] GeografiaO planalto Meridional constitui-se de rochas de velhos sedimentos (arenitos) e extensas rochas de erupções de magmas (basaltos). Encontra-se subdividido em:[9]
O planalto Cristalino forma-se de velhas rochas de cristais junto à costa e das montanhas da serra do Mar. Nas regiões de menor altitude e de maior ondulação no sul, são caracterizadas as serras, com suas numerosas coxilhas.[9] Na Planície Costeira ou Litorânea, são visíveis vales menores, que encaixam-se nos planaltos, e uma extensão de planície litorânea, que ora vai se estreitando, ora vai se alargando. Nesta planícies encontram-se presentes restingas, lagoas costeiras, balneários naturais e dunas.[9] A Região Sul do Brasil tem um clima subtropical. As temperaturas são variáveis de 16 °C até 20 °C, com muita amplitude térmica. As precipitações pluviométricas entre 1 200 mm e 2 000 mm, têm boa distribuição o ano inteiro.[57] Duas bacias hidrográficas representam basicamente a Região Sul do Brasil:[58]
Na Mata das Araucárias são encontradas espécies de grande utilidade, como o pinheiro-do-paraná e a imbuia. A Mata Atlântica localiza-se juntamente à costa.[59] Os campos do sul ou do planalto, que também chamam-se Pampa, no Rio Grande do Sul, são o bioma constituinte de paisagens naturais de excelência.[59] GeomorfologiaA região está em sua maior parte em zona temperada, enquanto sua parte norte, no norte do Paraná, está localizada em zona tropical.[7] O clima encontra-se apresentado com uniformidade, variando pouco. Suas paisagens de contraste são apresentadas quase sempre pelos demais elementos que pertencem à natureza sul-brasileira: relevo com extensão de planaltos e planícies de menor comprimento, hidrografia com bacias fluviais de maior tamanho (a do Paraná e a do Uruguai) e as demais de tamanho pequeno, e vegetação na qual há florestas alternadas com campos. Sendo continuamente considerados estes contrastes, será compreendido com maior facilidade o quadro natural da região.[9] O relevo sul-brasileiro encontra-se sob o domínio, na maioria do seu território, de ambas as divisões do planalto Brasileiro: o planalto Atlântico (ou Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste) e o planalto Meridional. Nesta região, o planalto Atlântico denomina-se planalto Cristalino, e o Meridional subdivide-se em ambas as porções: Arenito-basáltico e depressão Periférica. Na região aparecem ainda certas planícies.[9] O ponto mais elevado da região sul é o Pico Paraná, com 1922 metros de altitude. Porém o Morro da Igreja, em Santa Catarina, possui 1.822 metros de altitude, sendo o ponto habitado mais alto da região Sul e onde foi registrada, não oficialmente, a temperatura mais baixa do Brasil: -17,8 °C, em 29 de junho de 1996.[60] Mapa geomorfológico do Sul do Brasil As mais importantes unidades geomorfológicas da Região Sul do Brasil são:[9]
A região possui ainda vales menores, os quais encaixam-se em ambos os imensos planaltos (Cristalino e Meridional) e uma extensão de planície litorânea, juntamente à costa. No Paraná, a planície mais destacada é a Baixada Paranaense e, no Rio Grande do Sul, são salientadas as presentes restingas que servem de "fechamento" de enseadas e que são formações de lagoas litorâneas, como a lagoa dos Patos e a lagoa Mirim. Em Santa Catarina, a planície litorânea tem pouco comprimento, acima de tudo no norte, e dessa forma é continuada pelo litoral do Paraná, pelo no qual são formados balneários, dunas ou ainda restingas.[9] ClimaNo Brasil, país em que predomina o clima tropical, apenas a Região Sul encontra-se sob o domínio do clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as temperaturas variam de 16 °C a 20 °C ao ano, porém, o inverno é costumeiramente muito frio para os padrões brasileiros, com frequência de geadas na quase totalidade das áreas, e em lugares onde há altitudes de maior elevação, neve cadente. As estações do ano apresentadas possuem grande diferenciação e a amplitude térmica anual é relativamente muito grande. As chuvas, na quase totalidade do território regional, são distribuídas regularmente durante todo o ano, entretanto, no Norte do Paraná — transição para a zona intertropical — as chuvas são concentradas nos meses de verão.[57] Também podem ser encontradas características tropicais nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as temperaturas estão acima de 20 °C e, principalmente, há queda de chuvas no verão.[57] As temperaturas também são afetadas pelos ventos. No verão, as temperaturas aumentam por causa do calor e da umidade dos ventos alísios que vêm do sudeste, depois as chuvas caem com força. O inverno no Sul do Brasil é muito frio com geada e neve por causa das frentes frias que são massas de ar vindas do Pólo Sul. Esse vento frio é chamado de minuano ou pampeiro pelos paranaenses, catarinenses e gaúchos.[57] É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil, têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras regiões como a Amazônia, onde a mesma se enfraquecera.[57] HidrografiaDevido à localização da serra do Mar e da Serra Geral, nas proximidades do litoral, o relevo do Sul é inclinado para o interior, fazendo com que a maioria dos rios do Sul seja de planalto, seguindo no sentido leste-oeste. Esses rios são concentrados em duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Uruguai, ambas as subdivisões que fazem parte da Bacia Platina. Os rios de maior importância têm grande volume de água e são possuidores de grande potencial hidrelétrico, o que já está se explorando no rio Paraná, com o fato de ter sido construída a Usina Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a segunda maior do mundo). Essa exploração favorece ao Sul e ao Sudeste o crescimento do número de consumidores de energia elétrica, tanto para consumo doméstico como industrial, havendo a necessidade de continuar investindo nesse lugar.[58] Os rios sulistas que fazem seu percurso até desaguarem no mar integram um conjunto de bacias secundárias, como as do Atlântico Sul e do Atlântico Sudeste. Entre essas, a mais aproveitável para a hidreletricidade é a do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra, que os brasileiros conhecem muito pelas suas cheias que não podem ser previstas, é a do rio Itajaí, em Santa Catarina, que alcança uma região que se desenvolveu muito, onde a colonização alemã influenciou basicamente.[58] VegetaçãoQuando as pessoas dizem respeito ao sul do Brasil, é frequente ter na memória a Mata de Araucárias ou floresta dos pinhais e o grande pampa gaúcho, formações vegetais típicas da região, apesar de não existirem somente nesta parte do Brasil.[59] A Mata de Araucárias, que praticamente se extinguiu, é o bioma visível nas partes de maior elevação dos planaltos do Paraná e Santa Catarina, no formato de manchas que existem entre as demais formações vegetais. A Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) é mais facilmente adaptada às menores temperaturas, frequentemente nas partes da maior altitude do relevo, e ao solo rochoso que mistura arenito com basalto, com uma grande concentração no planalto Arenito-basáltico, no interior da região.[59] A erva-mate é um dos principais produtos agrícolas da região Sul. Nessa mata se extraem principalmente o pinheiro-do-paraná e a imbuia, que se utilizam em marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas se utilizam para preparar o chimarrão.[59] A devastação desta floresta, que foi o bioma típico da região na qual hoje há poucos remanescentes dessa paisagem, teve início no final do Império, porque o governo fazia concessões com o objetivo de abrir estradas de ferro, e a situação tornou-se grave devido à indústria madeireira.[59] Além da Mata de Araucárias, propriamente dita, a serra do Mar, com grande umidade por estar mais próxima do oceano Atlântico, faz com que se desenvolva a mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica, com grande densidade e várias espécies. A Mata Atlântica é iniciada no Nordeste sendo continuada pelo Sudeste até a sua chegada ao Sul.[59] No Norte do Paraná, a floresta tropical praticamente extinguiu-se, porque a agricultura foi expandida. Ultimamente, o governo está procurando novas tentativas de implantação de uma política de reflorestamento.[59] As vastas extensões de campos limpos também ocupam a Região Sul do Brasil. Estas vastas extensões de campos limpos chamam-se pelo nome de campos meridionais. Os campos meridionais dividem-se em duas áreas distintas. A primeira é correspondente aos campos dos planaltos, que são manchas ocorrentes a partir do Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha — é de maior extensão e está localizada inteiramente no Rio Grande do Sul, em uma região que chama-se Campanha Gaúcha ou pampa. É a vegetação natural das coxilhas e uma camada visível de ervas rasteiras pela qual é constituída a melhor pastagem natural do Brasil.[59] Finalmente, juntamente ao litoral, destaca-se a vegetação costeira de mangues, praias e restingas, que se assemelham às de outras regiões do Brasil.[59] DemografiaSegundo o censo demográfico de 2010, a Região Sul do Brasil contava 27 384 815 habitantes, sendo a terceira região mais populosa do país (depois do Sudeste e do Nordeste),[61] concentrando 14,3% da população brasileira.[62] A densidade demográfica na região, que é uma divisão entre sua população e sua área, é de 47,59 hab./km², mais de duas vezes maior que a do Brasil como um todo.[63] A Região Sul do Brasil se desenvolveu com grande força tanto no campo como nas cidades.[64][64] Composição da populaçãoOs jesuítas deram início à colonização das áreas que se localizam nos campos do sul. Objetivando a catequização dos indígenas, os jesuítas espanhóis foram os fundadores de diversas missões no território que é hoje o Rio Grande do Sul.[65] Essas missões, cujas atividades econômicas eram a pecuária e a agricultura,[nota 6] foram mais tarde invadidas por bandeirantes paulistas, que foram responsáveis pelo aprisionamento de indígenas para serem vendidos como escravos.[nota 7] As missões jesuíticas no Pampa foram destruídas, fazendo com que fossem espalhados os animais que os missionários criavam.[66] Desde o século XVIII, os portugueses e espanhóis que eram habitantes da bacia do rio Paraná.[67] Essa luta fez com que Portugal e Espanha disputassem a posse territorial, o que ajudou a formar grandes latifúndios, ainda hoje com muita frequência na extremidade meridional.[68] As terras que se localizam nos planaltos foram ocupadas pelos imigrantes vindos da Europa. A Região Sul do Brasil seria completamente ocupada com a colonização, que se
divide em ambas as fases. A primeira fase foi a dos colonizadores vindos do Açores (portugueses) no decorrer do litoral, inclusive se destacando para a ilha de Santa Catarina, onde está localizada
Florianópolis, e para a Região Metropolitana de Porto
Alegre.[69] A segunda teve início nas primeiras décadas do século XIX, com os imigrantes vindos da
Alemanha[nota 8] e Itália[nota
9] que chegaram ao Brasil e, em número pequeno, da Rússia,[70] da
Polônia,[71] da
Ucrânia,[72] do Oriente Médio e de outros lugares do mundo. Eles foram os colonizadores dos planaltos, marcando seus costumes no
estilo arquitetônico das residências, no idioma e na
culinária.[nota 10] Introduziram também a policultura e o sistema de pequenas
propriedades.[67] É por isso que o Sul é a região brasileira que mais tem pequenas propriedades no
campo.[67] Composição étnica
A maior parte dos habitantes que habitam a região Sul se autodeclara "branca", 73,9% da população.[78] Alguns fatores deram sua contribuição para que a imigração europeia se concentrasse no Sul do Brasil[carece de fontes], tendo começo pela natureza, em especial porque o clima é subtropical.[nota 12][nota 13][nota 14] Além disso, razões históricas também deram estímulo a essa concentração: no período imperial, era necessária a garantia de posse das terras do Sul, porque era uma região de povoamento escasso;[nota 15] Depois de abolida a escravidão, a entrada de mão de obra imigrante foi incentivada pelo governo brasileiro;[nota 16] já no século XX, as duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945), trouxeram milhares de europeus que fugiam dos conflitos e da perseguição nazista.[79][80] Como no restante do Brasil, contudo, e de fato, a população no geral apresenta ancestralidades europeia, indígena e africana. "Brancos", "pardos" e "negros", conforme revela a genética.[81] Esse estudo genético de 2011 também constatou que do ponto de vista da ancestralidade as diferenças entre as regiões do Brasil são menores do que muitos pensavam.[81] Outro genético de 2013, que analisou todas as regiões do Brasil, também revelou que em todas elas existem contribuições europeia, indígena e africana, somente variando o grau de cada, em cada uma delas. Em todas as regiões do Brasil, a ancestralidade europeia foi a principal, com importantes contribuições africana e indígena. No sul, também foram encontradas contribuições africana e indígena, com ancestralidade predominante europeia.[82] O litoral é a parte da Região Sul que apresenta as mais elevadas densidades demográficas, e a Campanha Gaúcha, devido à predominante atividade pecuária, apresenta baixas densidades, mas não há áreas despovoadas na região. Distribuição da populaçãoA população é distribuída de maneira desigual. Apesar de o contraste entre as áreas aglomeradas e vazias, no Sul, não se acentuar como nas demais regiões, os centros urbanos, acima de tudo Curitiba, Porto Alegre e cidades localizadas no vale do Itajaí, são apresentadoras de altas densidades demográficas.[83] Os trechos de maior despovoamento do Sul do Brasil estão localizadas na Campanha Gaúcha, onde sua economia é baseada na pecuária extensiva, em que há pouca mão de obra empregada.[80][84] Indicadores sociaisComo em qualquer lugar do mundo, na região Sul há pobreza, problemas sociais e urbanos, mas, em grau menor em comparação ao restante do Brasil. O Sul merece destaque por ter apresentado a maior taxa de alfabetização, o mais alto nível de consumo alimentar, a mais elevada expectativa de vida,[85] a menor desigualdade de renda, a melhor educação e saúde pública, o mais alto nível de bem estar social[86] e a menor taxa de corrupção do Brasil. Em números absolutos, a Região Sudeste possui o maior PIB, o maior PIB per capita, a maior quantidade de estabelecimentos escolares, as melhores universidades, os melhores estabelecimentos hospitalares, e outros, concentradas sobretudo nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. De acordo com uma pesquisa recente, a Região Sul, apesar de apresentar um número menor de escolas, hospitais, estabelecimentos governamentais e etc, teriam eles melhor distribuídos pelo seu respectivo território e atendendo de forma bem mais eficiente sua população.[87] Urbanização
Áreas metropolitanasA Grande Porto Alegre é a maior área metropolitana da Região Sul, e a quarta mais populosa do Brasil. A Grande Porto Alegre é a maior área metropolitana da Região Sul e a quarta mais populosa do Brasil – superada no país apenas pelas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente – tendo o quarto maior PIB do Brasil e a 82ª maior aglomeração urbana do mundo.[89] A Grande Curitiba é a segunda área metropolitana mais populosa do sul do país e a oitava do Brasil. É também a 118ª maior aglomeração urbana do mundo.[90] Santa Catarina era, até então, o estado com o maior número de Regiões Metropolitanas do Brasil. Sendo oito no total.[91] Segundo o governo estadual, as regiões metropolitanas ajudam numa melhor e mais eficiente administração do estado. Com a criação de novas regiões metropolitanas no Paraná, o estado igualou o número de regiões metropolitanas de Santa Catarina. Em 1998, através de lei complementar estadual, foram instituídas as RMs de Londrina[92] e Maringá.[93] A de Umuarama, a quarta do estado, foi criada em 2012[94] e, em 2015, foram criadas mais outras quatro: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel e Toledo, passando para oito atuais.[95]
Existem ainda as aglomerações urbanas, que são consideradas "um passo a menos" para se chegar a uma região metropolitana. No Rio Grande do Sul existem três: A Aglomeração urbana do Sul, com sede em Pelotas mas com vida econômica voltada para o superporto de Rio Grande, abrangendo outras três cidades, esta tem pouco mais de 580 000 habitantes, mas a mais populosa é a Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul, localizada na região serrana do Rio Grande do Sul, com sede em Caxias do Sul e outras 9 cidades a compondo, a aglomeração tem aproximadamente 720 000 habitantes. Ainda há a Aglomeração urbana do Litoral Norte, com sede em Osório abrangendo metade do litoral gaúcho, também em números aproximados, a aglomeração, em 20 cidades, tem 285 000 habitantes. A mecanização da agricultura e a agroindústria favorecem a mudança de famílias do campo para a cidade. Na Região Sul, que apresenta os menores percentuais nas migrações internas do Brasil, 82% da população vive em centros urbanos. A consequência imediata desse alto índice de urbanização é a formação de bolsões de miséria nas principais cidades da região. A grande pobreza atinge até mesmo parte da região de Curitiba e Porto Alegre, capitais do Paraná e do Rio Grande do Sul, respectivamente.[96] Problemas atuaisOs maiores problemas da Região Sul do Brasil são comuns a todo o país: a acentuada desigualdade na distribuição de renda reflete em todas as regiões, no contraste entre a riqueza de poucos e a pobreza de muitos. Na Região Sul do Brasil, esse contraste não tão marcante quanto no Sudeste ou Nordeste, mas evidencia-se na existência de favelas nos grandes centros urbanos e na assistência médico-hospitalar insatisfatória em algumas localidades. Além desses problemas, a Região Sul do Brasil enfrenta:
Para os problemas decorrentes de condições naturais há perspectivas de solução: técnicas para combater o efeito das geadas e obras para conter as enchentes começam a serem desenvolvidas em todas as áreas críticas. No caso dos problemas de caráter social, com raízes históricas, as soluções exigem mais tempo, porém não são impossíveis; atualmente, o progresso dos meios de transportes e a ampliação de comunicações viabilizam projetos de alfabetização e amparo médico-sanitário às populações isoladas. A Sudesul (Superintendência para o Desenvolvimento da Região Sul), extinta em 1990, coordenava e supervisionava boa parte desses projetos e executava programas bastante significativos, aumentando a cada ano a participação da Região Sul no conjunto da economia brasileira. Governo e políticaOs estados da região Sul, assim como os demais estados da república, são governados por três poderes, todos com sedes em suas capitais: Curitiba; Florianópolis; Porto Alegre. Os executivos são representados pelos governadores, os legislativos, pelas assembleias legislativas, e os judiciários pelo tribunais de justiça. Cada estado possui símbolos estaduais, como a bandeira, o brasão e o hino. Os poderes legislativos estaduais são unicamerais. Na Assembleia Legislativa do Paraná são 54 deputados estaduais,[97] na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul são 55 deputados,[98] na Assembleia Legislativa de Santa Catarina são 40 deputados.[99] Os governadores dos três estados da Região Sul do Brasil, com mandato até 2022, são os seguintes:
SubdivisõesA região Sul do Brasil é composta por três estados:[100] ParanáAbriga o que restou da mata de araucárias,[101] uma das mais importantes florestas subtropicais do mundo.[102] Na fronteira com a Argentina fica o Parque Nacional do Iguaçu, declarado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).[103] A 40 quilômetros dali, na fronteira com o Paraguai, está a Usina Hidrelétrica de Itaipu,[104] a segunda maior do planeta, atrás apenas da hidrelétrica chinesa de Três Gargantas.[105] O estado possui forte colonização polonesa, ucraniana e alemã, como também italiana, neerlandesa e japonesa.[106]Santa CatarinaMenor e menos populoso estado da região,[107][108] Santa Catarina aprecia enseadas e muitas ilhas no litoral e planaltos a leste e a oeste, com mata de araucárias e campos.[109] De clima subtropical, o estado tem as quatro estações bem marcadas ao longo do ano, com verões quentes e invernos rigorosos no planalto.[109]Santa Catarina tem grande influência de imigrantes portugueses, alemães e italianos.[110] Florianópolis e a faixa litorânea do estado foram colonizados por açorianos.[110] O estado, aliás, mantém uma posição de liderança na maricultura, com grande produção e exportação de camarão e ostras em cativeiro.[111]Rio Grande do SulNo maior e mais populoso estado da região fica um dos pontos extremos do País, o Arroio Chuí.[nota 17] O clima do Rio Grande do Sul é temperado, e o relevo apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro.[112] A vegetação é variada: campos (os pampas gaúchos), mata de araucárias e restingas.[112] Os principais colonizadores foram os italianos, que se fixaram principalmente na região serrana,[113] no nordeste do estado, e os alemães, que ocuparam a região do vale do rio dos Sinos, ao norte de Porto Alegre.[114] Os portugueses, entre eles os açorianos, permaneceram no litoral.[115] Além da influência europeia, o gaúcho cultiva as tradições dos pampas, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições destacam-se o chimarrão,[116] o churrasco[116] e o uso de trajes típicos, compostos de bombacha[117] (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho[117] e lenço no pescoço.[117] EconomiaAlguns dos principais cultivos agrícolas da Região Sul do Brasil.[118][119][120] No que se refere aos aspectos econômicos da região Sul, a melhor maneira de explicar a distribuição das atividades primárias, secundárias e terciárias é elaborando análises desses três setores econômicos por partes e separadamente, observando cada uma delas. A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte na região Sul. Há o predomínio da grande propriedade e o regime de exploração direta, já que a criação é extensiva, exigindo poucos trabalhadores, o que explica o fato de haver uma população rural muito pouco numerosa na região. Devido à ampliação do mercado consumidor local e extra-regional e ao surgimento de frigoríficos na região, em certas áreas já ocorre uma criação mais aprimorada, pecuária leiteira e lavouras comerciais com técnicas modernas, destacando-se o cultivo do arroz, do trigo e da batata. A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais, com predomínio da pequena propriedade e do trabalho familiar, foi iniciada pelo europeus, sobretudo alemães, que predominaram na colonização do Sul. A policultura é a prática comum na região, às vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados. Em algumas áreas, a produção rural está voltada para a indústria, como a cultura da uva para a fabricação de vinhos, a de tabaco para a indústria de cigarros, a de soja para a fabricação de óleos vegetais, à criação de porcos (associada à produção de milho) para abastecer os frigoríficos e o leite para abastecer as usinas de leite e fábricas de laticínios. Diferente das regiões agrícolas "coloniais" é o norte do Paraná, que está relacionado com a economia do Sudeste, sendo uma área de transição entre São Paulo e o Sul. Seu povoamento está ligada à expansão da economia paulista. O extrativismo vegetal é uma atividade de grande importância no Sul do Brasil e o fato de a mata das araucárias ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a sua exploração. As espécies preferidas são o pinheiro-do-paraná, a imbuia e o cedro, aproveitados em serrarias ou fábricas de papel e celulose. A erva-mate é outro produto importante do extrativismo vegetal no Sul, e já é cultivada em certas áreas. A região Sul é pobre em recursos minerais, devido à sua estrutura geológica. Há ocorrência de cobre no Rio Grande do Sul e chumbo no Paraná, mas o principal produto é o carvão de pedra, cuja exploração concentra-se em Santa Catarina. É utilizado em usinas termelétricas locais e na siderurgia. A região Sul é a segunda mais industrializada do país, vindo logo após o Sudeste. A principal característica da industrialização no Sul é o fato de as atividades comandarem a atividade industrial, onde se localizam indústrias siderúrgicas, químicas, de couros, de bebidas, de produtos alimentícios e têxteis. Já a industrialização de Curitiba, o maior parque industrial, é mais recente, destacando-se suas metalúrgicas, madeireiras, indústrias automobilísticas, peças, químicas, e fábricas de alimentos. As demais cidades industriais da região são geralmente mono-industriais ou então abrigam dois gêneros de indústrias, como Caxias do Sul (bebidas e metalurgia), Pelotas (frigoríficos), Lages (madeiras), Londrina (alimentos) e Blumenau (têxtil). A exceção é Joinville (setores metal mecânico, químico, plástico, e de desenvolvimento de software), situada no Norte catarinense, e Chapecó no Oeste Catarinense (Seu parque industrial é diversificado, sendo que os setores que mais se destacam são: 8 Frigoríficos é a capital brasileira da agroindústria, o metalmecânico, produção de equipamentos para frigoríficos, plásticos e embalagens, transportes, móveis, bebidas, softwares e biotecnologia). Produto Interno BrutoEm 2003, o PIB do Sul chegou em 386 758 428 000,00 de reais ou quase 20% do nacional, ou seja, a 2ª região em riquezas finais produzidas do país. A tabela a seguir exibe como é distribuído o PIB regionalmente e nacionalmente entre os estados da região: Produto Interno Bruto da região Sul (IBGE/2006)
O extrativismo na região Sul, apesar de ser uma atividade econômica complementar, é bastante desenvolvido em suas três modalidades:
AgriculturaPrincipais cultivos, 2005[121]
A plantação de maçãs e a fabricação de sidras no Brasil são características economicamente marcantes da colonização alemã nos estados de SC e RS. A maior parte do espaço territorial sulista é ocupado pela pecuária, porém a atividade econômica de maior rendimento e que emprega o maior número de trabalhadores é a agricultura. A atividade agrícola no Sul distribui-se em dois amplos e diversificados setores:
Para compreender mais claramente a distribuição das atividades agrícolas pela região, analise a tabela acima com os respectivos dados sobre os produtos agrícolas. Também é no sul do Brasil que está localizada a maior cooperativa agroindustrial da América Latina, a Cooperativa Agroindustrial Morãoense, com sede em Campo Mourão, no estado do Paraná. Os principais produtos agrícolas cultivados em 2018 foram:
além de produzir quantidades relevantes de:
PecuáriaOvinos no extremo sul do RS Os campos do Sul constituem excelente pastagem natural para a criação de gado bovino, principalmente na Campanha Gaúcha ou pampa, no Estado do Rio Grande do Sul. Desenvolve-se ali uma pecuária extensiva, criando-se, além de bovinos, também ovinos. Em 2017, a região Sul reunia cerca de 12% dos bovinos do Brasil (27 milhões de cabeças de gado).[123][124] Já na criação de ovinos, em 2017 a Região Sul era a 2ª maior do país, com 4,2 milhões de cabeças. A atividade de tosquia de ovinos permaneceu predominante na região Sul, que é responsável por 99% da produção de lã no país. O Rio Grande do Sul continuou sendo o estado com maior participação nacional, representando 94,1% do total. Os municípios de Santana do Livramento, Alegrete e Quaraí lideraram a atividade.[124] Atualmente, a produção de carne tornou-se o principal objetivo da ovinocultura no Estado, em função da elevação dos preços pagos ao produtor que tornaram a atividade mais atraente e rentável. Lá, usam-se raças de ovinos mais adaptadas ao clima subtropical.[125] A pecuária intensiva também é bastante desenvolvida na região Sul, que detém o primeiro lugar no ranking na produção brasileira de leite. Parte do leite produzido no Sul é beneficiado por indústrias de laticínio. O Sul tem 35,7% da produção brasileira de leite, disputando com o Sudeste (que foi o maior produtor até 2014), que tem 34,2%. O Sudeste tem o maior rebanho de vacas ordenhadas: 30,4% do total de 17,1 milhões existentes no Brasil. A maior produtividade, porém, é a da Região Sul, com uma média de 3.284 litros por vaca ao ano, por isso lidera o ranking de produção de leite desde 2015. O município de Castro, no Paraná, foi o maior produtor em 2017, com 264 milhões de litros de leite. O Paraná já é o segundo maior produtor nacional com 4,7 bilhões de litros, perdendo apenas para Minas Gerais.[123][126] Na carne suína, os 3 estados do Sul são os maiores produtores do país. Santa Catarina é o maior produtor no Brasil. O Estado é responsável por 28,38% dos abates do país e por 40,28% das exportações de carne suína brasileira. Já o Paraná detém um plantel de 667 mil matrizes alojadas, com um rebanho representativo de 17,85% do total brasileiro. O Paraná ocupa a segunda posição no ranking produtivo do país, com 21,01%, e a terceira colocação entre os Estados exportadores, com 14,22%.[123] Em 3º lugar no Brasil vem o Rio Grande do Sul, com quase 15% de participação.[127] Avicultura em Santa Catarina A criação de aves (avicultura) é forte no Sul. Em 2018, a região Sul, com destaque na criação de frangos/as para o abate, foi responsável por quase metade do total brasileiro (46,9%). Só o Paraná respondeu por 26,2%. O Paraná ocupa a liderança brasileira no ranking de Estados produtores e exportadores de carne de frango.[128] O Rio Grande do Sul é o 3º lugar na produção nacional, com 11%.[127] Na produção de ovos, a Região Sul é a 2ª maior do Brasil, com 24,1% da produção do país.[124] O Paraná está em 2º lugar no ranking brasileiro, com 9,6% da participação nacional.[127] Na piscicultura, o oeste paranaense, em municípios próximos a Toledo e Cascavel, se transformou na maior região produtora de peixes do país, tendo a tilápia como principal espécie cultivada. O oeste representa 69% de toda a produção do Paraná, maior produtor nacional, com 112 mil toneladas. Desse montante, 91% se referem a criações de tilápias.[123] A região Sul foi a principal produtora de mel do país em 2017, respondendo por 39,7% do total nacional. Rio Grande do Sul foi o 1º com 15,2%, Paraná em 2º com 14,3%, Santa Catarina em 5º com 10,2%.[124] MineraçãoSanta Catarina é o maior produtor de carvão do Brasil, principalmente na cidade de Criciúma e arredores. A produção de carvão mineral bruto no Brasil foi de 13,6 milhões de toneladas em 2007. Santa Catarina produziu 8,7 Mt (milhões de toneladas); Rio Grande do Sul, 4,5 Mt; e Paraná, 0,4 Mt. Apesar da extração de carvão mineral no Brasil, o país ainda precisa importar cerca de 50% do carvão consumido, uma vez que o carvão produzido no país é de baixa qualidade, por apresentar menor concentração de carbono. Os países que fornecem carvão mineral ao Brasil incluem África do Sul, Estados Unidos e Austrália. O carvão mineral no Brasil abastece, em especial, termelétricas que consomem cerca de 85% da produção. A indústria cimenteira do país, por sua vez, é abastecida com cerca de 6% desse carvão, restando 4% para a produção de papel celulose e apenas 5% para as indústrias de alimentos, cerâmica e grãos. O Brasil possui reservas de turfa, linhita e carvão mineral. O carvão totaliza 32 bilhões de toneladas de reservas e está localizado principalmente no Rio Grande do Sul (89,25% do total), seguido por Santa Catarina (10,41%). A jazida de Candiota (RS) possui apenas 38% de todo o carvão nacional. Por ser um carvão de qualidade inferior, é utilizado apenas na geração termelétrica e no local do depósito. A crise do petróleo nos anos 1970 levou o governo brasileiro a criar o Plano de Mobilização de Energia, com intensas pesquisas para descobrir novas reservas de carvão. O Geological Survey of Brazil, por meio de trabalhos realizados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, aumentou muito as reservas de carvão anteriormente conhecidas entre 1970 e 1986 (principalmente entre 1978 e 1983). Em seguida, carvão de boa qualidade, próprio para uso em metalurgia e em grandes volumes (sete bilhões de toneladas), foi descoberto em várias jazidas do Rio Grande do Sul (Morungava, Chico Lomã, Santa Teresinha), mas em profundidades relativamente grandes (até 1.200 m ), o que impediu seu uso até agora. Em 2011, o carvão representava apenas 5,6% da energia consumida no Brasil, mas é uma importante fonte estratégica, que pode ser acionada quando, por exemplo, os níveis de água nas barragens são muito baixos, reduzindo o excesso de oferta de água. energia hidroelétrica. Isso aconteceu em 2013, quando várias termelétricas foram fechadas, mantendo o abastecimento necessário, embora a um custo mais elevado.[129][130] O Paraná é o maior produtor de xisto betuminoso do Brasil. Na cidade de São Mateus do Sul, existe uma usina da Petrobras especializada na produção do material. Aproximadamente 7.800 toneladas são processadas diariamente.[131] O Rio Grande do Sul é um importante produtor de pedras preciosas. O Brasil é o maior produtor mundial de ametista e ágata, e o Rio Grande do Sul é o maior produtor do país. A ágata tem extração local desde 1830. O maior produtor de ametista do Brasil é a cidade de Ametista do Sul. Essa pedra era muito rara e cara em todo o mundo, até a descoberta de grandes depósitos no Brasil, o que causou uma queda considerável em seu valor.[132][133][134][135][136] IndústriaFábrica da BRF em Santa Catarina. Indústria têxtil Hering em Santa Catarina. Vinícola Salton no Rio Grande do Sul Fábrica de papel e celulose Klabin no Paraná Calçados Beira Rio no Rio Grande do Sul Fábrica de chocolate Neugebauer no Rio Grande do Sul Marcopolo SA é uma multinacional fabricante de ônibus do Rio Grande do Sul A Região Sul concentra 20% do PIB industrial do país.[137][138][139] O sul é a segunda região do Brasil em número de trabalhadores e em valor e volume da produção industrial.[137][138][139] Esse avanço deve-se a uma boa rede de transportes rodoviários e ferroviários, grande potencial hidrelétrico, fácil aproveitamento de energia térmica, grande volume e variedade de matérias-primas e mercado consumidor com elevado poder aquisitivo.[carece de fontes] A distribuição das indústrias do sul é bastante diferente da que ocorre na região Sudeste. Nesta região predominam grandes complexos industriais com atividades diversificadas, enquanto o sul apresenta as seguintes características:
As maiores concentrações industriais situam-se nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Curitiba, no Paraná, merecendo destaque também:
Além dessas concentrações industriais, merecem destaque Ponta Grossa, Guarapuava e Paranaguá, no Paraná; Florianópolis, Joinville, Lages, Blumenau e Chapecó em Santa Catarina; e Santa Maria, no Rio Grande do Sul. TurismoLago Negro em Gramado, uma das cidades turísticas da Serra Gaúcha (RS). O Parque Nacional do Iguaçu, onde se localizam as Cataratas do Iguaçu, é uma Unidade de Conservação brasileira. Está localizado no extremo-oeste do estado do Paraná, tendo sido criado em 10 de janeiro de 1939, através do decreto lei nº 1.035. Sua área total é de 185 262,2 hectares. Em 1986 recebeu o título, concedido pela UNESCO, de Patrimônio Mundial. Durante os dias quentes de verão, as praias catarinenses são procuradas e frequentadas por turistas do Brasil inteiro e de outros países estrangeiros. Florianópolis, atrás apenas das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), é uma das capitais brasileiras mais visitadas. Com o fim da crise econômica nos países do Mercosul, parte do movimento de argentinos, uruguaios e paraguaios voltou ao proveito do turismo de verão, em cidades balneárias tais como Balneário Camboriú e Barra Velha. São pontos turísticos os patrimônios da humanidade: Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná e as Ruínas Jesuítico-Guaranis de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. As serras gaúcha e catarinense atraem turistas no inverno rigoroso, que aproveitam as temperaturas mais baixas e a neve, em cidades como Gramado (RS), a cidade turística mais representativa do gênero no país, Canela (RS) e Urubici (SC). Em Cambará do Sul (RS), localiza-se o Parque Nacional de Aparados da Serra, onde fica o cânion do Itaimbezinho. InfraestruturaEducaçãoA Região Sul do Brasil possui a maior taxa de alfabetização do país, com 92,2% e também a menor em número de analfabetos (7,8%). Conta com 587 853 alunos matriculados no ensino infantil, 4 380 912 no ensino fundamental, 1 202 301 no ensino médio e 473 583 no ensino superior. Suas melhores universidades são[140] a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná (a mais antiga do Brasil), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a Universidade de Caxias do Sul, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a Universidade Federal de Santa Maria, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, a Universidade Estadual de Maringá, a Universidade Estadual de Londrina, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná,a Universidade Estadual do Centro-Oeste, a Universidade do Estado de Santa Catarina, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal da Fronteira, Universidade Estadual do Paraná (com 7 campus). SaúdeO índice de mortalidade infantil é de 20,3 por mil nascidos vivos. Evoluiu o número de estabelecimentos de saúde entre 8 mil e 10 mil, já no ano de 1999. O Paraná é o estado que possui o maior número de estabelecimentos da rede SUS com internação, com 469 lugares, ao mesmo tempo que Santa Catarina é detentora do menor índice (207); o Rio Grande do Sul tem um índice equilibrado de estabelecimentos de SUS com internação (379). EnergiaA região Sul é muito rica em xisto betuminoso e carvão mineral. O carvão mineral é utilizado para produzir energia elétrica nas usinas termelétricas, como a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Além desses minérios, a região possui também energia hidrelétrica em abundância, graças às características de sua hidrografia — os rios caudalosos e os rios de planalto. A maior usina hidrelétrica do Brasil situa-se na região. Inaugurada em 1983, Itaipu, que aproveita os recursos hídricos do rio Paraná, mais precisamente nas imediações das cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), na margem esquerda e Ciudad del Este, antiga Puerto Presidente Stroessner (Paraguai), na margem direita. Como é considerada a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, sendo a primeira a de Três Gargantas na China,[141][142][143] sua energia é utilizada em partes iguais por ambos países a que pertencem, Brasil e Paraguai. Além de abastecer a região Sul, a energia da Usina hidrelétrica de Itaipu é imensamente utilizada em outras regiões brasileiras, inclusive na região Sudeste. A distribuição de energia elétrica na região Sul é controlada pela Eletrosul, com sede em Florianópolis (SC), que estende a atuação ao estado de Mato Grosso do Sul e também a outras áreas do Brasil, devido a interligações com a rede de energia da região Sudeste. Em relação às usinas hidrelétricas que ainda existem em atividade desde o século XX, entraram em funcionamento entre as décadas de 1990 e 2000, tais como Usina Hidrelétrica de Ilha Grande, no rio Paraná, Usina Hidrelétrica de Machadinho, no rio Pelotas, e Usina Hidrelétrica de Itá, no rio Uruguai. TransportesO Sul é bem servido no setor de transportes, dispondo de condições naturais que facilitam a implantação de uma boa malha rodoviária e ferroviária. Além disso, o fato de sua população distribuir-se uniformemente, sem grandes vazios populacionais, permite que sua rede de transportes seja mais eficiente e lucrativa. Sistema rodoviário brasileiro, com as rodovias duplicadas destacadas em vermelho - dezembro de 2020 Embora quase todas as principais cidades da região sejam servidas por linhas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), o transporte rodoviário é mais desenvolvido. A região conta com várias estradas, tais como a Rodovia Régis Bittencourt, ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul, e a Rodovia do Café, alcançando o norte do Paraná até o porto de Paranaguá. Como as demais regiões do Brasil, os transportes ferroviários e rodoviários necessitam de investimentos que permitam a manutenção das vias já existentes e a abertura de outras novas. Também os mais movimentados aeroportos do Brasil, depois dos aeroportos da região Sudeste e de Brasília, estão localizados no Sul. Os principais aeroportos do Sul em movimentos de passageiros em 2013 são; (Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre 7 993 164), (Aeroporto Internacional Afonso Pena de Curitiba 6 740 024), (Aeroporto Internacional Hercílio Luz de Florianópolis 3 872 637), (Aeroporto Internacional Cataratas 1 677 460, Aeroporto Internacional de Navegantes 1 202 625) e (Aeroporto Governador José Richa 1 051 211). Esta região possui ainda portos marítimos em atividade: o porto de Paranaguá, que exporta principalmente café e soja; os portos de Imbituba e Laguna, em Santa Catarina, exportadores de carvão mineral; os portos de São Francisco do Sul, Itajaí, Navegantes e Itapoá (o primeiro porto privado do Brasil) também em Santa Catarina, exportadores de produtos da indústria metal-mecânica e frigorífica, além de móveis e madeira beneficiada; e finalmente os portos de Rio Grande e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, pelos quais passam mercadorias diversificadas. SegurançaSegurança nacionalAs principais unidades militares da Região Sul do Brasil são:
Segurança públicaAs principais corporações que proveem a Região Sul do Brasil são: ParanáPolícia Militar do ParanáCorpo de Bombeiros do ParanáPolícia Civil do ParanáPolícia CientíficaSanta CatarinaPolícia Militar de Santa CatarinaCorpo de Bombeiros Militar de Santa CatarinaPolícia Civil de Santa CatarinaInstituto Geral de PeríciasRio Grande do SulBrigada Militar do Rio Grande do SulCorpo de Bombeiros do Rio Grande do SulPolícia Civil do Rio Grande do SulInstituto Geral de PeríciasCulturaA cultura artística da região Sul do Brasil é muito rica, justamente por ter recebido influência de diversas colônias de imigrantes, como os alemães, os italianos, os poloneses e os ucranianos. Os colonizadores foram os primeiros a chegar na região anteriormente habitada pelos povos ameríndios. As missões jesuíticas foram fundadas no oeste do Paraná no século XVI antes dos bandeirantes expulsarem para a região do Rio Grande do Sul e Argentina, levando a cultura do chimarrão para estas regiões. Se chamava República Real del Guairá e sua capital era Ontiveros (atual Guaíra - PR), a terceira maior cidade da América do Sul na época depois de Assunção e Buenos Aires. A cultura gaúcha é muito forte e influencia toda a região. As principais manifestações estão na culinária, na literatura e na dança. Curitiba foi eleita em 2003 a "Capital da Cultura das Américas" pela entidade CAC-ACC e sediou o evento COP 8 MOP 3 da ONU de 20 a 31 de março de 2006. CulináriaO barreado é o prato caboclo típico do litoral paranaense,[144] preparado com carne bovina, toucinho e temperos.[145][146][147][148] A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça.[149] Muitos restaurantes de Morretes oferecem este delicioso prato gastronômico. O Boi no Rolete, o Porco no Rolete e o Carneiro no Buraco também são pratos típicos do Oeste Paranaense, e contam com grandes festivais durante o ano todo. Na culinária catarinense são tradicionais o pirão de peixe no sul e a marrecada no norte. Na capital, o destaque é a sequência de camarão, uma série de vários pratos preparados com o crustáceo.[150] Na gaúcha o churrasco com sal grosso e o chimarrão são os mais comuns. O churrasco pode ser feito no forno de chão, na churrasqueira e em diversos lugares, é consumido com muita frequência pelos gaúchos mesmo em dias de semana, e geralmente nos fins de semana pelas pessoas da região sudeste. Já o chimarrão não tem hora para ser consumido, e o seu sabor é semelhante a um chá, porém mais forte e de sabor menos adocicado. Ver também
Notas
Referências
Bibliografia
Ligações externas
Onde foi fundado Os primeiros municípios do Brasil?Destarte, os primeiros municípios fundados no Brasil com o nome de vila foram: São Vicente, instalada em janeiro de 1532 por Martim Afonso de Sousa; Olinda (1537); Santos (1545); Salvador (1549); Santo André da Borda do Campo (1553); São Paulo do Campo do Piratininga e Rio de Janeiro (1567).
Qual é o nome da primeira cidade fundada no Brasil?São Vicente é a primeira cidade do Brasil, marco de nossa colonização, ponto de partida dos bandeirantes que desbravaram os sertões e aumentaram o território do Brasil.
Qual o nome das primeiras cidades?As primeiras cidades como Ur e Babilônia, surgiram na Mesopotâmia, nos vales dos rios Tigres e Eufrates, no atual Iraque. Por volta de 2500 a.C, acredita-se que Ur chegou a ter 50 mil habitantes, enquanto Babilônia, 80 mil.
Qual é a localização das primeiras vilas e cidades brasileiras?Enquanto na maioria das regiões do Brasil as primeiras vilas e cidades surgiram no litoral (Igaraçu e Olinda, em Pernambuco; Vila do Pereira, Ilhéus, Santa Cruz e Porto Seguro, na Bahia, e São Vicente, Cananeia e Santos, em São Paulo), no Ceará, os povoados e as primeiras vilas surgiram tanto no litoral (Aquiraz em ...
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