O que a transição da economia planificada para a capitalista provocou?

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Recebe o nome de economia planificada o sistema no qual a organização econômica, as decisões econômicas em geral de uma nação são determinadas por um plano e não pelo mercado. Tal plano é elaborado pelo Estado, isto é, por autoridades e técnicos que trabalham em setores estatais. O resultado é um programa, válido por um determinado período, geralmente de cinco anos, a prática usual dos países que adotaram tal modelo de economia (plano quinquenal). Para que exista uma economia planificada é preciso que todos os meios de produção sejam estatizados. Assim, o Estado passa a ser o proprietario de todas as empresas importantes: bancos, indústrias. meios de transporte, etc.

A partir daí, as autoridades governamentais serão responsáveis pela centralização e controle todas as decisões de aspecto econômico e financeiro. Os preços na economia planificada não obedecem à lei da oferta e da procura, fundamental numa economia de mercado (o sistema inversamente proporcional à economia planificada) mas sim às decisões estatais. A consequencia disso é que, caso falte um produto no mercado, seu produto não irá aumentar, e ao mesmo tempo, outro produto que tenha procura em demasia nao sofrerá aumento de preço algum.

Os planos econômicos governamentais são responsáveis ainda por decidir como, quando e onde serão vendidos os produtos e a mão de obra no país inteiro. Na economia planificada também não existe mercado de capitais (bolsa de valores, compra e venda de ações), símbolo dos países que adotam economia de mercado, ou seja, capitalistas, porque todas as empresas são estatais. Mesmo que fosse possível a introdução de mercado de capitais neste sistema, isso seria uma experiência confusa, pois toda troca realizada em bolsa de valores é bastante influenciada pela consolidação da marca e pelo status da empresa no mercado, ou fatores similares, que são, por sua natureza, de iniciativa particular. As experiências de economia planificada até hoje nunca assimilaram tais conceitos, ou seja, não existiam marcas de produtos, ou logotipos, ou algo parecido, sendo os produtos diferenciados apenas pela registro da fábrica estatal onde o produto foi manufaturado.

Outro aspecto de destaque deste sistema é que não existe mercado de trabalho (oferta e procura de empregos). O plano leva em conta o número de trabalhadores e o aumento de empregos. Quando o trabalhador fica sem emprego, este recebe o pleno emprego, que é um pagamento enquanto procura nova colocação.

A União Soviética e demais países comunistas foram responsáveis pelas experiências de economia planificada que presenciamos até agora na história. Hoje, praticamente nenhum país adota tal sistema em seus pressupostos vitais, mesmo os regimes que se autodenominam socialistas, como Coreia do Norte, Vietnã e Cuba. Tal forma de condução da economia falhou em grande parte pelo que se acredita ser a grande corrupção e burocracia que acaba por se instalar em tal sistema, entregue quase que totalmente a funcionários com empregos estáveis, que vêem pouca vantagem em mudar as variáveis do sistema, em busca de um maior ganho e incremento da produtividade. Isso se refletia claramente nas famosas imagens que chegavam dos países europeus de economia planificada, onde a população fazia enormes filas para comprar itens essenciais de consumo, como carne ou pães.

Bibliografia:
Economia de mercado e conomia planificada. Disponível em <http://www.urbanocultural.com.br/geografia/geografia-humana/327-economia-de-mercado-e-economia-planificada.html>. Acesso em: 12 dez. 2011.

Problemas da economia planificada na U.R.S.S. Disponível em <http://www.angelfire.com/pro/economiaplanificada/>. Acesso em: 12 dez. 2011.

Economia de Mercado X Economia Planificada. Disponível em <http://pt.shvoong.com/social-sciences/sociology/1917188-economia-mercado-economia-planificada/>. Acesso em:12 dez. 2011.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/economia/economia-planificada/

Chamam-se de "Economias de Transição" os antigos países socialistas que adotavam a economia planificada e hoje estão implementando a "Economia de Mercado". Essa transição tem sido problemática e cheia de crises: aumento do desemprego, da inflação, multiplicação de máfias ou grupos criminosos organizados, surgimento de movimentos políticos exageradamente nacionalistas, alguns até racistas, como na Iugoslávia, por exemplo.

O grave problema do desemprego surgiu devido ao "pleno emprego" da economia planificada ter sido posto a pique pelo mercado que, com um parque fabril obsoleto não pôde suprir a demanda de emprego. A ordem geral nesses países, até os anos 80, era empregar todo mundo, mesmo sem vagas nas empresas ou repartições públicas. Na economia privatizada, o lucro e a rentabilidade é o que conta, ocasionando evidentemente um grande desemprego nesses países de "Economia de Transição".

Os habitantes dessas nações não demoraram a perceber que o capitalismo também traz inúmeros problemas, resultando em descontentamentos, que por sua vez fazem surgir grupos políticos nacionalistas e até os antigos socialistas (agora com discurso de oposição), culpando o exterior e os estrangeiros pelos problemas do país.

As Diferenças na Transição

A consolidação do antigo "Segundo Mundo" e sua inserção definitiva no Primeiro Mundo poderá levar décadas. O padrão de vida em geral na Rússia, nos anos 90, é inferior ao de muitos países do Sul, como a Argentina, a Coréia do Sul ou até mesmo o Chile.

Existem grupos de países bem mais adiantados nessa transição e outros bastante atrasados. O mais adiantado é a antiga Alemanha Oriental, hoje uma província da nova Alemanha, uma das grandes potências mundiais. Só que a atual parte oriental da Alemanha, menos desenvolvida, se ressente da exist6encia de uma espécie de "Muro Psicológico" perante a ex-Alemanha Ocidental: os habitantes da parte leste seriam uma espécie de "cidadãos de segunda categoria", sofrendo discriminações por parte dos "verdadeiros alemães".

Contudo, o conjunto que mais vem avançando nessa transição é formado pela República Tcheca e Eslovênia, em primeiro lugar, seguidas da Hungria, Polônia e Croácia, além de outros. Um país de sucesso acentuado desse grupo é a República Tcheca: vem crescendo a cada ano sem muitos problemas de desemprego ou inflação. Em seguida, vem a Eslovênia, que era a mais rica região da antiga Iugoslávia.

Nesse grupo, não podemos esquecer as três nações bálticas (Letônia, Lituânia e Estônia), que conseguiram se libertar do jugo soviético e voltaram-se hoje para a Europa Ocidental. Ainda nesse grupo, embora num patamar inferior, inclui-se a Romênia e a Bulgária, embora bem menos industrializadas.

Intermediariamente, situam-se a Rússia, a Eslováquia, a Iugoslávia (o que restou da antiga) e os países que resultaram do esfacelamento da ex-URSS (Casaquistão, Ucrânia, Moldávia, Bielo-Rússia e outros). Esses países enfrentam problemas de desemprego e inflação elevados, além de ameaças de retrocesso devido a descontentamentos populares e formação de grupos políticos conservadores, com boa base de apoio.

No outro extremo, estão países que pouco avançaram nessa transição, como a Coréia do Norte, Cuba e Albânia, que continuam no socialismo de economia planificada, embora Cuba apresente alguma mudança para se adaptar à nova realidade mundial.

Um caso especial é o da China, único país socialista que vem se desenvolvendo em ritmo acelerado desde o final dos anos 70. Apesar do velho e anacrônico Partido-Estado, a China tem se aberto para a economia de mercado de forma particular e sistemática, provocando um surto de crescimento econômico.

Por fim, temos os países paupérrimos do mundo socialista: Mongólia, Vietnã, Laos, Camboja, Moçambique, Angola e algumas nações agrícolas da ex-URSS (Usbequistão, Quirguízia, Turcomenistão, etc.). Nesses países o padrão de vida é baixo e são escassas as perspectivas de desenvolvimento, em virtude de só possuírem matérias-primas ou mão-de-obra barata para oferecer.

Avanços e Recuos do Socialismo Real

Para entendermos o mundo atual, temos que estudar o socialismo real, pois foi principalmente a sua crise que deu margem ao surgimento da chamada nova ordem mundial. Quase 1/3 da população da Terra vivia, nos anos 80 nesses países socialistas, que diziam seguir a teoria do socialismo científico e que adotavam uma economia planificada. A primeira nação a enveredar por esse caminho foi a Rússia, em 1917. Logo a seguir o domínio Russo se estendeu sobre várias outras Repúblicas: Geórgia, Moldávia, Armênia, Ucrânia, entre outras. Em 1922, o país adotou o nome de União Soviética.

A Mongólia, em 1924, também adotou tal regime e os demais países, só a partir da segunda guerra mundial: Iugoslávia, Albânia, Alemanha Oriental e Bulgária em 1945-1946; Polônia e Romênia, em 1947; Tchecoslováquia e Coréia do Norte, em 1948; China e Hungria, em 1949; Cuba, em 1959-1960; Vietnã, em 1945, e Vietnã do Norte, em 1975 (fim da guerra do Vietnã do Norte com o do Sul); Laos, Camboja, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, em 1975.

Durante décadas, pareceu que o mundo socialista progredia, sobretudo do ponto de vista social, com o capitalismo envolto em crises econômicas frequentes e a pobreza se alastrando cada vez mais nos países subdesenvolvidos. Por volta de 1989, uma profunda crise surgiu no "modelo soviético" de economia e vida política, fazendo crer-se que o socialismo havia chegado ao final.

    O que ocorreu com a transição da economia planificada para a capitalista?

    Resposta: A privatização das antigas empresas estatais; a introdução da concorrência e da competição; a busca do lucro como meta política e econômica; a liberação de preços; a abertura ao capital estrangeiro; a ênfase na modernização da economia em detrimento do desenvolvimento social.

    Como foi a transição da economia planificada para a economia de mercado?

    A economia de transição ou economia em transição é uma economia que está mudando de centralmente planificada para a de mercado livre. Estas submetem-se ao Liberalismo, onde as forças de mercado são os preços, em vez de uma organização de planejamento central.

    Quais os principais problemas da economia planificada?

    A economia planificada, como o nome sugere, está baseada no planejamento e costuma estar diretamente ligada a um plano de governo bem específico em seus objetivos. Essa lógica, porém, apresenta problemas de sustentabilidade no longo prazo e é incompatível com o mercado financeiro.

    Quais foram as consequências da Planificação econômica para a URSS a partir dos anos 1970?

    A extinta União Soviética usou o sistema de economia planificada por mais de 70 anos e foi pioneira nesse planejamento. Com o controle do líder comunista Stalin, a URSS conseguiu progredir em determinadas áreas já estabelecidas pelo Estado: as indústrias de grande porte e produção de aço.