Trabalhar o tema da condutividade elétrica em sala de aula pode não ser uma tarefa fácil, pois exige uma alta capacidade de abstração por parte dos alunos, já que falamos em cargas elétricas que são impossíveis de serem vistas por qualquer um. Para facilitar a explicação do conteúdo, o professor de física pode realizar uma aula prática sobre condutividade elétrica, utilizando uma atividade experimental de baixo custo. Show A condutividade elétrica é uma propriedade que caracteriza a facilidade que os materiais possuem de transportar cargas elétricas. Quanto maior o número de elétrons livres em um material, maior a sua capacidade de transportar eletricidade. Quando um determinado material conduz eletricidade com facilidade, ele é denominado condutor; caso ele não conduza eletricidade, é chamado isolante. Embora sejam simples os conceitos envolvidos na condutividade elétrica, existe certa dificuldade para saber quais são os bons e os maus condutores. É comum que os alunos já saibam que os condutores de eletricidade utilizados nas residências sejam feitos de metais, ou que, para se obter um isolamento elétrico, devemos usar luvas ou botas de borracha. Mas para alguns materiais, como os líquidos, ainda existem algumas dúvidas. A aula prática sobre condutividade elétrica é uma sugestão que tem como objetivo testar a diferentes substâncias para definir, a partir da observação, quais são os bons e os maus condutores de eletricidade. Veja abaixo como realizar o experimento: Os materiais utilizados são:
O que se espera nesse experimento é que a lâmpada acenda ao entrar em contato com a água e o sal, bem como com a solução aquosa de vinagre. As demais substâncias não conduzirão eletricidade o suficiente para que a lâmpada acenda. A partir desse experimento, você pode explorar o caso particular da água, pois é o que mais está presente no dia a dia dos alunos. Muito se diz sobre acender a luz ou ligar aparelhos elétricos com as mãos molhadas. Mas você poderá mostrar, com esse experimento, que a água não conduz eletricidade. Por que, então, todo esse medo de um choque ao tocar em aparelhos elétricos? O que acontece é que, por mais que a água pura não seja boa condutora, raramente encontramos a água tão pura assim. A nossa pele, por exemplo, tem sal, resultado da transpiração Quando ela entra em contato com a água, passa a conduzir eletricidade. A água que consumimos pode possuir sais minerais e também pode conduzir eletricidade. Peça também aos alunos que eles anotem o que foi observado durante a aula experimental para que, em seguida, possa ser construído um relatório. Observações Alguns cuidados devem ser tomados ao realizar essa atividade: utilize baixas fontes de tensão, como pilhas ou baterias, para evitar choque elétrico; não toque nos fios se estiverem desencapados. Por Mariane Mendes Essa atividade experimental foi desenhada para abrir o estudo da eletricidade. Seu objetivo principal é o de introduzir o problema - Por que a lâmpada acende?
- o que sai da pilha e como sai; - como chega à lâmpada; - como percorre o fio condutor; - por que os elementos devem ser metálicos Portanto, essa atividade é fundamental, pois os conceitos construídos através dela (átomo, portador de carga, elétron livre, estrutura cristalina metálica, corrente elétrica, condutores e isolantes elétricos, etc.) embasarão todo o trabalho posterior em eletromagnetismo. Embora simples, a atividade é muito rica e poderia discutir uma série de conceitos, como o de produção da energia luminosa (mais tarde os alunos saberão que se trata de uma transformação) ou o da transformação da energia química em elétrica. As questões de energia seriam particularmente interessantes, pois o meu tema geral para este ano foi o de produção de energia. No entanto, os alunos não têm ainda elementos para aprofundar essa questão (e eu correria o risco de uma discussão "vazia" de significados físicos consistentes), de modo que esse experimento poderá ser retomado para esse fim mais adiante; e neste momento inicial, então, estudaremos um problema mais específico, que dará origem aos conceitos de estrutura atômica da matéria (modelo atômico) e corrente elétrica. Materiais: Para cada grupo de alunos: Duração desta atividade: 2 aulas Conteúdos trabalhados: Objetivos específicos: Expectativas conceituais: Procedimento (e relação com o conhecimento do aluno)
Essa aula é essencialmente experimental. Os alunos vão explorar os materiais dados e conseguir montar um circuito, depois achar uma forma de representá-lo no papel. Ao fim da aula, ensaiarão um modelo físico que explique o fenômeno. 1. Distribuir o material para os alunos com a seguinte tarefa: "usar esse material e acender a lâmpada. O primeiro objetivo a que o professor deve estar atento é: com a manipulação experimental e para conseguir acender a lâmpada, os alunos devem perceber que os fios são conectados a partes diferentes da lâmpada (fig. 1), e não ambos na base (fig. 2).
Como a lâmpada é pequena, pode acontecer de haver contato duplo do mesmo fio (Com a rosca e com a base simultaneamente), como na ilustração 3 a seguir. Fig. 3 Para que isso não aconteça, uma dica é fornecer aos alunos cabos condutores formados por um fio único (e não compostos de vários fiozinhos de cobre unidos pela mesma capa plástica). A desvantagem desse tipo de fio, por outro lado, é que diminui a maleabilidade do cabo. Dica: Com o fio encostando no contato errado da lâmpada, é possível que a lâmpada acenda mesmo se o aluno fizer a conexão incorreta incorreta - por exemplo, se os dois fios estiverem na base, mas um dos fios estiver com as cerdas abertas - como na figura 3 mostrada anteriormente. Então o professor deve estar atento para indicar, oportunamente, ao aluno que acendeu a lâmpada deste modo, que procure identificar exatamente em que região da lâmpada deve ser feito o contato, e procurar encostar o fio nesta região somente. 2. Quando todos os alunos conseguem acender a lâmpada, pedir para que eles desenhem a sua montagem. O objetivo desse desenho é chamar a atenção para o fato: a lâmpada acende quando um fio está conectado à base e outro à rosca. Nota: Alguns alunos, apesar de conseguirem acender a lâmpada corretamente, na hora de fazer o esquema, desenham ambos os fios na base (ou ambos na rosca). Por isso é legal manter a montagem por perto, para tirar essas dúvidas. Se o professor percebe que o grupo está desenhando errado, pergunta: desse jeito acende? Então me mostra. Após completados os esquemas por todos os alunos (é bom que cada aluno tenha esse esquema anotado em seu caderno), passa-se à segunda parte, que é a busca por uma explicação para o fenômeno. Por que a lâmpada acende? Pedir aos alunos que desenhem no esquema do circuito a sua hipótese sobre o que acontece no esquema do circuito para que a lâmpada acenda. Os alunos falarão em energia, eletricidade, em cargas... em muitas palavras que não saberão exatamente o significado. Algumas explicações que costumam aparecer poder ser resumidas nesses esquemas:
O esquema (a) explica que, como a pilha tem dois pólos que devem ser ligados para que a lâmpada acenda, devem existir dois tipos de cargas, o "elétron positivo" e o "negativo", que saem desses pólos e se encontram na lâmpada. No esquema (c) a explicação é semelhante, mas fala somente de energias positivas e negativas. O mais comum é que os alunos se concentrem na passagem da energia somente da pilha para o fio condutor. Por isso, dentre as respostas mais comuns dos alunos, um esquema parecido com o (d) acima (em que o filamento da lâmpada faz parte do circuito) é o menos comum. Dica: Ligar uma lâmpada de 3V em uma pilha de 1,5V (para que o brilho da lâmpada fique fraco), e perceber que o que acende na lâmpada é realmente o filamento. Essas explicações dos alunos serão tratadas como hipóteses. Devemos achar um meio de testar as hipóteses e saber qual a mais plausível. (Daqui, pode-se partir para outras atividades que testem as hipóteses. Por exemplo, colocar lâmpadas em série pode ser um indício de que as hipóteses (a) e (c) não são boas. Essa parte é muito bacana, especialmente em turmas criativas, que encontram vários meios de testar as explicações. Observar o que acontece dentro da lâmpada também é uma boa idéia. Alguns alunos inclusive sugerem abrir uma lâmpada - essa atividade funciona, pois eles vêem os fios de contato da rosca e da base com o filamento. Eles podem pensar sobre isso em casa, e inclusive conversar com a família e trazer novas informações ou novas hipóteses. Propor esse desafio aos alunos: Como testar essas (5) hipóteses? 3. Pedir para os alunos registrarem no caderno um relatório da atividade: materiais, procedimento, desenho do circuito, hipóteses da passagem da eletricidade. A expectativa é de que os alunos levem essa dúvida para casa e que na próxima aula tragam novas idéias para discussão. Essa é uma das maneiras de continuar a aula anterior. Existem várias, e a escolha pode depender (e muito!) do que os alunos propõem e de que hipóteses eles trazem sobre o acendimento da lâmpada. A Shizue contou, uma vez, que fez a atividade de abrir a lâmpada com os alunos. A Mônica uma vez passou para uma análise do que ocorre na pilha, e para a atividade de fazer
uma pilha. A Paula fez circuitos em série. A Regina partiu para uma análise do que são os materiais condutores... Enfim, há várias possibilidades, todas muito interessantes e instrutivas. Essa é uma delas, que eu realizei com uma turma de Ensino Fundamental: Ouvir o que os alunos pesquisaram / pensaram / descobriram sobre o circuito elétrico. Eles podem trazer as expressões "circuito elétrico", "corrente elétrica", "carga elétrica", "circuito fechado" etc. Cuidado: o fato de um aluno mencionar uma dessas expressões não implica que ele compreende o fenômeno ou mesmo o significado daquela expressão para a física. O professor deve investigar qual a compreensão da expressão que o aluno possui, para não correr o risco de achar que um conteúdo está "dominado", quando na verdade não está. Existe uma partícula chamada "elétron", que sai da pilha por um pólo (-), percorre o circuito passando pelo filamento da lâmpada, e retorna à pilha pelo outro pólo (+). Circuito fechado: o elétron dispõe de um caminho desde o um pólo da pilha ao outro. Circuito aberto: Caminho do elétron interrompido em algum ponto.
Questões surgirão, uma vez que qualquer explicação sobre corrente elétrica nessa fase inicial do estudo será incompleta, pois existem invariavelmente lacunas importantes no conhecimento do aluno: não se falou ainda sobre ddp, não se sabe que tipo de fenômeno ocorre na pilha para que ela produza esses elétrons, a estrutura atômica de
um condutor elétrico é também desconhecida, ignora-se a constituição interna de uma lâmpada etc. Ver avaliação...
Algum professor poderia estranhar o fato de não iniciarmos o estudo da eletricidade através dos fenômenos eletrostáticos e da conceituação de campo elétrico, força elétrica etc. Esclarecemos aqui, mais uma vez, que essa atividade está inserida em um tema amplo que trata de produção de energia. Essa atividade inicial, de circuitos elétricos, é muito oportuna dentro desse tema, porque introduz o conceito de
corrente elétrica. É um conceito crucial nesse momento, uma vez que visamos especificamente chegar ao eletromagnetismo, que nos possibilita o estudo da produção de energia elétrica em usinas hidrelétricas, a partir de reações químicas, etc. Ver avaliação O que acontece se encostar em um fio desencapado?Mas ao contrário se encostarmos-nos no outro fio, o fase desencapado, podemos levar um grande choque e as conseqüências podem se maiores ou menores dependendo do cenário.
Por que não se deve deixar os fios elétricos desencapados?Não deixe instalações elétricas com fios desencapados ou estragados, além de tomadas sem espelhos. Essa condição representa uma ameaça constante de choques a você e principalmente às crianças da casa. Fios desencapados podem se tocar e com isto ocasionar curtos-circuitos e faíscas, que podem gerar incêndios.
O que pode causar um fio desencapado?Fios desencapados e mal isolados, bem como as emendas malfeitas, podem gerar fuga de corrente, aumentando o risco de choques. Isso também pode aumentar o consumo de energia e, em função dos choques, colocar em risco a vida dos moradores da casa.
Por que não tomamos choque elétrico quando ligamos uma chave teste no fio fase da rede elétrica?Portanto, a corrente que vem da rede elétrica pelo fio fase passa pelo aparelho e retorna pelo neutro. Isso quer dizer que: quando não está ligado a um aparelho, o fio neutro não deve conduzir corrente e, por isso, não dá choque.
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