Há noventa anos, a economia global enfrentava uma quinta-feira turbulenta. O dia 24 de outubro de 1929 foi marcado pela quebra da Bolsa de Nova York, que abalou os mercados financeiros de todo o mundo. Os ecos dessa crise também chegaram ao Brasil e mudaram – por completo – a economia e a política do país. Show Antes da quebra da bolsa, os Estados Unidos estavam embalados pela vitória na Primeira Guerra Mundial e por um crescimento industrial e urbano sem precedentes. Esse sonho de prosperidade levou muita gente a se endividar para comprar ações na bolsa de valores. Só que essa bolha especulativa cresceu e estourou. Logo na abertura dos negócios, naquele 24 de outubro de 1929, o índice Dow Jones recuou 11%. Era apenas um prenúncio do que estava por vir. Ao todo, o índice amargou quatro anos seguidos no vermelho, o que foi suficiente para anular os ganhos de quase uma década. E os prejuízos não ficaram restritos ao mercado financeiro. A economia dos Estados Unidos mergulhou na Grande Depressão: famílias inteiras ficaram na miséria, empresas e bancos faliram e fábricas fecharam. O vice-diretor da Escola Brasileira de Economia e Finanças, da Fundação Getulio Vargas, Aloisio Araujo, diz que a reação do governo americano acabou não sendo das melhores. "A reação foi muito ruim. Chegaram a aumentar os juros, os sindicatos ficaram mais fortes, com medo do desemprego, o que causava mais inflexibilidade do mercado de trabalho", afirma Araujo. "A taxa de juros alta subia mais do que a oferta de crédito. Os países entraram em guerras comerciais, cada um querendo proteger seu mercado de trabalho, mas, com todos fazendo o mesmo, piorava a economia." Impactos no BrasilOs impactos dessa crise acabaram alcançando o Brasil, que praticamente só exportava café. O país perdeu compradores e mergulhou junto na recessão. A queda nas vendas enfraqueceu a oligarquia cafeeira que sustentava a República velha. Exatamente um ano depois, em 24 de outubro de 1930, na esteira da crise, Getúlio Vargas dava um golpe e assumia o governo do país. Para tentar segurar o preço do café, Vargas adotou uma medida radical: queimou milhões de sacas, reduzindo a oferta. A medida, porém, teve pouco efeito. O rombo nas contas externas disparou e, em outubro de 1931, o Brasil era capa do New York Times, declarando a sua primeira moratória. Os efeitos da quebra de bolsa de Nova York persistiram até o fim da Segunda Guerra. Outras turbulências vieram depois, como a crise do petróleo na década de 60 e a bolha da internet nos anos 2000, mas outro crash de grande impacto ainda estava para acontecer. Em 2007, foi vez o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos levar pânico aos mercados financeiros. Desta vez, porém, os países se uniram, em uma reação global coordenada. Uma das soluções encontradas foi o aumento do endividamento de países e empresas. Em 2008, a dívida dos países somava US$ 37 trilhões. Dez anos depois, saltou para mais de US$ 65 trilhões, uma alta de 76%. Já a dívida das empresas (não financeiras) quase triplicou no mesmo período: passou de US$ 27 trilhões para US$ 72 trilhões. "O que os economistas aprenderam foi muito importante. Em outras crises, já houve uma preocupação muito grande de diminuir a taxa de juros, não houve guerras comerciais e os países se entenderam", afirma Araujo. "Isso ajudou bastante a ter uma recuperação rápida. Fui custosa, mas pelo menos não foi nada comparado à crise de 1929." 1 de 1 Endividamento — Foto: Arte/G1 Endividamento — Foto: Arte/G1 Futuro da economia mundialCom toda essa injeção de dinheiro, a economia mundial acelerou. Os Estados Unidos, por exemplo, vivem hoje o período mais longo de crescimento da história. Mas há quem diga que esta prosperidade esteja novamente ameaçada. Há uma semana, esse foi o recado do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. Ele falou em sinais leves de valorização exagerada nos mercados financeiro e imobiliário da zona do euro. Em outras palavras: uma bolha. Draghi deixa o cargo no fim desse mês com o mérito de ter ajudado a salvar a região de um naufrágio econômico, mas às custas de uma enxurrada de dinheiro barato. Não existe consenso, entre os especialistas, sobre a existência de uma bolha, mas, é fato que a economia mundial está desacelerando.O recado foi reforçado pela economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Gita Gopinath, na semana passada. Ela demonstrou preocupação com as guerras comerciais e disse que os países precisam pensar em alternativas além do corte de juros E o Brasil – que andou na contramão nos últimos anos e enfrentou uma recessão enquanto o mundo inteiro crescia – agora também tenta seguir na direção oposta. Queda dos juros, inflação sob controle e aprovação da reforma da previdência são alguns pontos favoráveis, mas certamente, o país não vai passar ileso pela desaceleração global. "Há uma certa estabilidade macroeconômica acontecendo na economia brasileira. A inflação baixa ajuda no processo de retomada de investimento, de consumo para 2020. O crescimento do ano que vem vai ser melhor do que este ano", afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. "A possível recessão nos EUA e no mundo tira um pouco desse ritmo de crescimento, então em vez de crescer 2%, a gente acaba crescendo um pouco menos, em torno de 1,5%." O que foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova York de 1929?Foi causada pela superprodução, falta de regulação da economia, excesso de crédito e pela bolha de especulação. Teve início com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Fez com que milhares de empresas falissem e milhões de trabalhadores ficassem desempregados.
O que levou à quebra da bolsa de valores?Aprovada pela comunidade. Olá, A bolsa de valores de Nova York quebrou, por causa dos bons investimentos que estavam ocorrendo no período. Como houve um tempo que as ações estavam sempre em alta, o preço das ações não correspondia à situação das empresas.
Qual foi a causa da crise de 1929?A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.
Quais foram as principais consequências da quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929?As principais consequências da Crise de 1929 foram o desemprego em massa, a falência de várias empresas, tanto do setor industrial quanto do setor agrícola, e a pobreza, que assolou grande parte da população americana.
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