O que você entende por improvisação teatral, jogo cênico, gestualidade

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Teatro de improviso, espontâneo ou de improvisação é um teatro todo, ou parcialmente, baseado na técnica de improvisar, ao invés de se basear na dramaturgia. A técnica consiste em o ator interpretar algo que não foi previamente pensado, escrito e/ou elaborado. Mas existem diversos níveis de improvisação no teatro. Podendo ser interpretado a partir de personagens previamente estudados e conhecidos, como é o caso da Commedia dell'arte, pode ser através de jogos dramáticos com temas escolhidos previamente até a improvisação total de movimento e voz, que seria a expressão corporal[1]

No teatro de improvisação, se é entregue um roteiro, que compõe somente as ações do personagem e a história da peça. Diferente do teatro que se vê normalmente, que se é entregue um texto que precisa ser decorado e falado.

O ator entra em cena com pouco, ou nenhum, material dramatúrgico previamente elaborado e vai aprofundar aquilo em cena. Mas toda ideia de improvisação no teatro pode entrar em contradição, já que para o ator improvisar ele precisa de um estudo e de um aprofundamento técnico grande. O ator só iria reorganizar elementos já estudados previamente, para dar a impressão de improviso.[1]

Então o teatro do improviso é a reorganização das vivencias e da evolução técnica do ator em cena, sem ter nada escrito, filmado ou documentado de alguma maneira, além da memória. São materiais interiorizados que são exteriorizados, reorganizados e aprofundados na hora da cena e essa interiorização não acontece apenas no passado, mas também no exato momento cênico de improvisação. E existe um ciclo de interiorização de estímulos, esses estímulos são codificados afetivamente e/ou racionalmente e voltam a se exteriorizar com novas organizações e expressões. Tudo acontecendo no presente, no momento da cena.[2]

A técnica de improviso é usada no teatro desde suas raízes mais remotas com teatro ritual, à Baco.[3]. Passando pela Commedia dell'arte em meados do século XVI (que era chamada de Commedia all improviso) e não teve nenhuma dramaturgia por séculos. Passando por severas modificações e estudos por Jerzy Grotowski do Living Theatre e consolidou bastante as tecnicas nos anos 1960 e 1970.[1].

Já o Improviso cômico, que se tornou muito popular tanto no Brasil quanto no resto do mundo, tem base em escolas como Second City, Loose Moose, Boom Chicago, Harold, Comedy Store, Theather Sports e no estudo comandando por nomes tais Del Close, Viola Spolin, Neva Boyd, Frank Totino e Keith Johnstone. No país esse estudo seguiu com os Doutores da Alegria, Jogando no Quintal, Z.É., Improvável e outros (vide grupos).

Grupos que utilizam a técnica no Brasil[editar | editar código-fonte]

  • Z.É. Zenas Emprovisadas
  • Cia. Barbixas de Humor
  • Doutores da Alegria
  • Companhia do Chapitô
  • Núcleo de Improvisação (Dança)

Programas de TV com improvisadores como base[editar | editar código-fonte]

  • É Tudo Improviso
  • Quinta Categoria
  • Tudo É Possível (Quadro)
  • TV Xuxa (Quadro)

Modalidades de Improviso[editar | editar código-fonte]

  • Jogos de Improviso (Jogos Curtos, de comédia)
  • Longform (improviso em formato longo, um espetáculo inteiro dentro do mesmo tema)
  • Match de improvisação
  • Catch de improvisação
  • Clowns
  • Commedia dell'arte
  • Psicodrama
  • Improvisação de contato (Dança)
  • Poesia oral improvisada

Principais improvisadores brasileiros[editar | editar código-fonte]

  • Anderson Bizzocchi
  • Bruno Motta
  • Daniel Nascimento
  • Elidio Sanna
  • Fernando Caruso
  • Gregório Duvivier
  • Marcelo Adnet
  • Márcio Ballas
  • Rafael Queiroga
  • Tatá Werneck

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Keith Johnstone, diretor inglês pioneiro e referência mundial no estilo.

Referências

  1. a b c PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro, 3° Ed. São Paulo: Perspectiva, 2008. ISBN 978-85-273-0205-0
  2. [1]
  3. ROSENFELD, Anatol. A Arte do Teatro. São Paulo: PubliFolha, 2009. ISBN 978-85-7914-079-2

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Com o propósito de atingir uma criação com maior espontaneidade no teatro, as peças que utilizam este artifício simulam uma improvisação. Assim como, na música, os instrumentistas e cantores podem improvisar com liberdade em suas apresentações, no teatro de improvisação, os atores e atrizes agem de forma a inventar uma história.

Na história mundial do teatro, uma das peças de improvisação mais famosas chama-se L' Improm de Versalles, em português, O Improviso de Versalhes. De autoria de Moilère, a peça foi uma das pioneiras a utilizar o artifício da improvisação. A obra é citada como influência de autores contemporâneos e seu modelo é bastante utilizado como base para peças de improviso. Em meados do século XX, o gênero reaparece em uma obra de Pirandello, Esta Noite se Representa do Improviso, feita em 1920.

Por se tratar de um gênero que se refere a si mesmo, o improviso tem como características principais: aprofundamento nos limites da criação e maior envolvimento ao ator na ação. Além destes elementos, o improviso é considerado um recurso de interpretação que demonstra a espontaneidade do ator nas ações dramáticas. Um exemplo geralmente apontado para se referir ao teatro improvisado é a Commedia Dell’Arte. Porém, nesta obra, há um personagem fixo que encena com improvisações. Desta forma, a improvisação é apenas aparente.

Apesar de a improvisação ser considerada uma das bases do psicodrama, *terapia de grupo em que pacientes improvisam cenas dramáticas que serão analisadas em conjunto (*iDicionário Aulete), em uma ferramenta de extrema importância para a educação artística, as experiência mais significativas feitas com tal artifício foram criadas na vanguarda teatral dos EUA durante os anos 60.

Um dos aspectos mais interessantes na improvisação está na invenção de algo inesperado, que se manifesta no calor da ação. Existem vários graus de improviso, que englobam o jogo dramático, feito a partir de uma senha ou tema, a desconstrução verbal e a invenção gestual.

De acordo com Sandra Chacra, no livro Natureza e Sentido da Improvisação Teatral (Perspectiva, 1991), “a improvisação tem uma história longa, tão antiga como a do homem. Ela vem desde as épocas primitivas perdurando como manifestação até o presente. Todas as formas de arte tiveram uma de suas origens na improvisação. O canto, a dança e os rituais primitivos assumiam formas dramáticas num jogo em que um dos pólos é a atualidade improvisada”.

Fontes:
Chacra, Sandra. Natureza e Sentido da Improvisação Teatral. São Paulo, Perspectiva, 1991
PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.
VASCONCELOS, Luís Paulo. Dicionário de Teatro, Porto Alegre: L&PM, 1987.
http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=psicodrama

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/teatro/teatro-de-improvisacao/

O que você entende por improvisação teatral jogo cênico?

A improvisação no teatro significa organizar, compor uma cena ou material cênico, sem preparo ou combinação prévia, no instante da ação.

O que é improvisação teatral jogo cênico gestualidade construção corporal e vocal de personagens?

Resposta verificada por especialistas A improvisação teatral é descrita como as habilidades que os atores possuem de improvisar, que pode ser durante um curto período de tempo ou durante quase toda apresentação teatral, de forma espontânea. Como por exemplo o grupo teatral "Os improváveis".

O que você entende por improvisação teatral?

O teatro de improviso, assim como o nome já se refere, é uma modalidade teatral baseada na improvisação. Ao invés de partir de uma dramaturgia pré-estabelecida, os artistas interpretam algo não pensado ou articulado anteriormente.

O que é improvisação teatral jogo cênico cena performance e esquete de exemplos?

Improvisação teatral: compor uma cena, sem preparo ou combinação anterior. Jogo cênico: jogo teatral em forma de jogo, normalmente usado no teatro. Pode ser dramático ou lúdico (com brincadeiras). Esquete: pequena cena, normalmente comédia, que pode ou não ser de improviso.