Por que não devemos consumir alimentos industrializados?

Falta de tempo, salada � sem gra�a, arroz integral � seco, produto org�nico � caro (e tem raz�o!), o cansa�o torna mais r�pido e pr�tico comer qualquer coisa do fast food do que preparar a pr�pria refei��o ou lanche, s� hoje... E voc�, qual a sua desculpa? Ahh, alimentos sugeridos por m�dicos e nutricionistas s�o caros, n�o t�m sabor, dif�ceis de ter no dia a dia... Ser�? A lista � mesmo enorme e cada um tem a sua, defende como pode.

Mas Aline Penedo, nutricionista consultora do supermercado Verdemar, p�s-graduada em nutri��o cl�nica funcional e em nutri��o esportiva funcional, faz uma provoca��o: “A primeira pergunta que me vem � cabe�a �: 'Voc� quer ter uma vida longa e saud�vel?'. Se a pessoa falar que sim, eu diria que a primeira atitude a tomar � estar aberta para novas experi�ncias. Ou seja, ter o desejo de se alimentar bem, ter curiosidade de provar novos sabores, testar diferentes formas de preparo daquele alimento que ela n�o gostava, utilizar ferramentas que temos na cozinha, como os temperos, que s�o capazes de trazer um sabor especial � comida”.

Outra quest�o a se pensar � se programar para se alimentar bem – preparar 'marmitas' para levar para a escola ou trabalho, evitando o consumo de alimentos indesejados para aquele momento. “Com rela��o aos produtos org�nicos, procure comprar alimentos da safra, j� que assim eles costumam ter o pre�o mais acess�vel. No caso das frutas, � poss�vel compr�-las quando estiverem com o pre�o melhor e congelar, para posteriormente preparar um suco. Em suma, quem quer mudar precisa de foco e disciplina, assim tudo fica mais f�cil e logo os novos h�bitos alimentares se tornam parte da rotina.”

Aline Penedo prop�e caminhos para que o brasileiro volte a comer comida de verdade, que ven�a a luta contra a obesidade e todas as consequ�ncias ruins de uma alimenta��o de baixa qualidade. “O governo deve atuar em m�dias de grande alcance, como a TV, r�dio e internet, e incentivar a popula��o a consumir alimentos saud�veis e com grande valor nutricional. A��es em creches, escolas e universidades contribuem para disseminar informa��es sobre a alimenta��o. Contratar nutricionistas e introduzir nas escolas uma mat�ria obrigat�ria sobre alimenta��o saud�vel e nutri��o � uma maneira de resgatar os bons h�bitos alimentares”, diz.

R�TULOS NUTRICIONAIS

Para a nutricionista, evitar o consumo de alimentos industrializados e priorizar os alimentos vindos do hortifr�ti ou colhidos na fazenda � uma das melhores alternativas para a popula��o reduzir os industrializados. “Alimentos embutidos, enlatados, sucos em p�, refrigerantes, biscoitos, p�es e bolos de maneira geral devem ser substitu�dos por alimentos saud�veis, como os integrais, frutas, oleaginosas, carnes magras, leguminosas e hortali�as. E se, mesmo assim, a pessoa procurar por um alimento industrializado, � importante se habituar a ler os r�tulos nutricionais, que v�o mostrar se aquele alimento � considerado saud�vel ou n�o - j� que atualmente � poss�vel encontrar alimentos saud�veis nas g�ndolas dos supermercados. Inclusive, esse � um setor que vem crescendo e tomando cada vez mais seu espa�o no mercado - o setor 'Bem-Estar' - onde voc� encontra alimentos nutricionalmente adequados para consumo.”

Dif�cil de acreditar (ou melhor, aceitar) que o brasileiro, vivendo num pa�s tropical, com variedade de frutas, simplesmente n�o consome o m�nimo suficiente para sua sa�de. “O acesso aos alimentos industrializados � muito simples. Al�m disso, as pessoas buscam por praticidade e acreditam que abrir uma embalagem � muito mais f�cil do que descascar uma fruta. A popula��o deve ser conscientizada de que cuidar da sa�de agora � muito melhor que tratar das doen�as cr�nicas no futuro e depender de medicamentos de uso cont�nuo. O 'agora' � um investimento para o futuro e agir na preven��o � a melhor forma de se ter uma longevidade saud�vel”, alerta a nutricionista.

Quanto ao compromisso assinado em maio pelo Brasil, o D�cada de A��o em Nutri��o da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), durante a Assembleia Mundial da Sa�de, realizada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), em Genebra (Su��a), traz esperan�a a Aline Toledo. Entre as metas buscadas (deter o crescimento da obesidade, aumentar o consumo de adultos de hortali�as e frutas, e diminuir a ingest�o de refrigerante e sucos artificiais), a nutricionista afirma que � preciso o governo ter foco e total aten��o na �rea da sa�de, fornecendo recursos para que essas metas sejam alcan�adas.

“Uma das a��es que considero mais importantes � o incentivo ao pequeno produtor agr�cola por meio da redu��o de impostos e subs�dios para a aquisi��o de ferramentas para o plantio e colheita dos alimentos. Dessa maneira, deve-se estimular as fam�lias a comprar esses produtos para que eles fa�am parte da rotina da casa - tais como frutas, legumes e hortali�as em geral. Essa � uma maneira f�cil de fazer com que todos tenham acesso a alimentos frescos e saud�veis, independentemente do local onde moram. Al�m disso, tem toda a quest�o da gera��o de empregos e renda para as fam�lias com menor condi��o financeira.”

MUDAN�A

Para Aline Penedo, um dos aspectos que devem ser trabalhados � o acesso � informa��o, j� que muitas vezes as pessoas consomem os alimentos industrializados de maneira exagerada, sem medir as consequ�ncias, e por achar que eles s�o mais baratos que os naturais. Palestras de nutri��o e alimenta��o saud�vel s�o importantes para que seja criada uma consci�ncia a respeito. “E quando falamos em atitudes para 'atacar' essas tr�s �reas, � necess�rio pensar na fonte da mudan�a que esperamos - as crian�as. Durante os primeiros anos de vida, a crian�a forma o seu paladar e � nesse momento que ela solidifica os h�bitos alimentares que levar� para o resto da vida. Os pais t�m papel fundamental, ent�o toda a fam�lia deve estar envolvida nesse processo. Aliado � fam�lia, o governo deve fornecer alimentos saud�veis e indicados para consumo nas creches, onde, muitas vezes, a crian�a fica em tempo integral e faz ali todas as suas refei��es. Os cozinheiros tamb�m devem ser treinados para o preparo desses alimentos, e os professores devem incentivar e acompanhar o momento da refei��o.”

Palavra de especialista
Yuji Ieiri, agr�nomo

Responsabilidade social e ambiental

Canal com o cidad�o

Est� � disposi��o da popula��o, no endere�o www.saude.gov.br/saudebrasil, um canal exclusivo de informa��o sobre promo��o � sa�de voltada ao cidad�o. Com foco em quatro pilares - “Eu quero parar de fumar”, “Eu quero ter um peso saud�vel”, “Eu quero me exercitar” e “Eu quero me alimentar melhor” -, a ferramenta re�ne conte�dos, servi�os e a voz de especialistas para apoiar a popula��o a mudar seus h�bitos em prol de uma vida mais saud�vel e com qualidade. A plataforma � din�mica e conta at� com as sugest�es da popula��o, que poder� usar um canal feito especialmente para se manifestar, narrar suas hist�rias de supera��o e mostrar que � poss�vel se tornar mais saud�vel.