Por que para Kant não podemos conhecer o mundo como ele é em si o que é que podemos conhecer?

Um dos principais temas da filosofia de Kant é o conhecimento, quais as possibilidades que temos de conhecer, onde começa e onde termina a nossa capacidade de conhecimento e como podemos utilizar esse conhecimento.

Kant também se preocupou em analisar as razões das ações humanas e a relação dessas ações com a moral. Ele se questionou sobre as formas como devemos agir, porque devemos fazer e o que devemos fazer, como devemos comportar-nos em nossas relações com outras pessoas, qual a forma de se alcançar a felicidade, o que é e como podemos atingir o bem supremo.

Em seu livro Crítica da Razão Pura Kant diferencia os conhecimentos que adquirimos por experiência, os conhecimentos a posteriori, dos conhecimentos que ele classifica como puros, ou a priori.

Nossos conhecimentos experimentais, a posteriori, são os que nos fornecem as sensações, por exemplo: para que tenhamos o conhecimento de que o fogo queima, temos que experimentar o seu calor. Esse conhecimento não pode ser separado das nossas impressões sensoriais.

O conhecimento a priori ou puro, não necessita da experiência sensorial para acontecer, além disso o conhecimento a priori é essencial e aplicado a tudo e a todos, por exemplo: a afirmação de que o triângulo tem três lados é uma afirmação que serve para qualquer tipo de triângulo em qualquer situação e em qualquer tempo. Eles são gerais e deles se originam discernimentos fundamentais.

Já os conhecimentos dados pela experiência, a posteriori, não produzem juízos essenciais e que possam ser aplicados em todas as situações.

Além da diferenciação entre os conhecimentos a posteriori e a priori, Kant considera ainda que existem juízos analíticos e sintéticos. Os juízos analíticos são aqueles em que os atributos fazem parte do termo sobre o qual se afirma algo. As conclusões dos juízos analíticos são o resultado do exame dos elementos contidos nos termos. Por exemplo, na afirmação “os corpos são extensos” a qualidade “extenso” já está contida de forma subentendia no termo “corpo”, ou seja, não temos condição de elabora ideias ou raciocínios sobre o termo “corpo” se não aceitarmos que eles são “extensos”.

Já os juízos sintéticos são os que associam o conceito do predicado ao conceito do sujeito e geram novos conhecimentos, por exemplo “alguns corpos se movimentam em relação a outros”. Na formulação desse juízo, os termos se complementam e desenvolvem um novo saber.

Através da diferenciação entre os juízos a priori, a posteriori, analíticos e sintéticos, Kant classifica os juízos em analíticos, sintéticos a posteriori e sintéticos a priori. Desses três o único que tem a possibilidade de criar novos conhecimentos são os juízos sintéticos a priori pois são ao mesmo tempo universais e necessários e fazem o conhecimento evoluir. Os juízos sintéticos a priori são os juízos da matemática e da física e Kant se pergunta se eles são possíveis também na metafísica.

Para responde essa questão o filósofo diz que a proporção do conhecimento dos objetos é definida pela capacidade de conhecer do sujeito, ou seja, o conhecimento vai depender da competência de experimentar e da competência de entender de cada sujeito.

Existem duas competências experimentais e de entendimento básicas que são o espaço e o tempo. O espaço é algo intrínseco à sensibilidade do sujeito que conhece e por isso ele pode perceber os objetos e relacioná-los. Nós podemos conceber um espaço sem nada, mas não podemos conceber a ausência do espaço, portanto ele é algo inerente a nós enquanto sujeitos do conhecimento. O entendimento de Kant sobre o tempo segue as mesmas argumentações. Assim, o espaço e o tempo são condições necessárias para o conhecimento.

Como consequência dessas formulações sobre o conhecimento, Kant afirma que não temos a capacidade de conhecer as coisas em si mesmas, mas somente os fenômenos decorrentes delas. Da mesma forma, não temos a propriedade de conhecer o mundo da metafísica, mas somente a capacidade de pensar um mundo no âmbito da metafísica.

Mas nossa razão não é somente teoria e conhecimento, mas também prática.  A razão vai analisar nossas ações através da moral. Para Kant uma vida moral é possível se a razão estabelecer de forma racional a forma como devemos nos conduzir. A razão tem que criar leis morais objetivas, ou seja, que valham para ser aplicadas por qualquer ser racional. Seguindo esses argumentos Kant desenvolveu o Imperativo Categórico: “Age de tal maneira que o motivo da tua ação possa ser universal”, ou seja, minha ação vai ser moral se todas as pessoas puderem agir da mesma forma.

Sentenças:

- Atreva-se a pensar.

- Com as pedras das críticas que recebes, erga um monumento.

- Com o poder vem a responsabilidade.

- Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar.

- É na da educação que se estrutura o aperfeiçoamento da humanidade.

- Conceitos sem intuição são vazios; intuições sem conceitos são cegas.

- Todos sabem de onde vem o ser humano, mas poucos sabem para onde vai.

- O direito deve permitir que a liberdade de cada um deixe espaço para a liberdade de todos.

- O sábio muda de opinião. O ignorante, nunca.

- A felicidade não é um objetivo da razão, mas da imaginação.

- A liberdade é a capacidade que aumenta a utilidade das outras capacidades.

- É inútil fazer pelo outro o que ele pode fazer por ele mesmo.

- Para toda tese existe uma antítese igualmente válida.

- Vemos as coisas não como elas são, mas como somos.

- Somente pela educação o homem pode ser homem.

- Somos o que a educação fez de nós.

- Sonho é poesia involuntária.

- Nos atormentamos com questões que não podemos recusar, nem resolver.

- O homem é o único animal que trabalha.

Por que para Kant não podemos conhecer o mundo como ele é em si o que é que podemos conhecer?

Immanuel Kant

Arildo Luiz Marconatto

Por que para Kant não podemos conhecer o mundo como ele é em si o que é que podemos conhecer?

Por que para Kant não podemos conhecer o mundo como ele é em si o que é que podemos conhecer?

Por que para Kant não podemos conhecer o mundo como ele é em si o que é que podemos conhecer?

Como referenciar: "Immanuel Kant (1724 - 1804)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 24/12/2022 às 22:48. Disponível na Internet em http://filosofia.com.br/historia_show.php?id=102

O que pretende Kant quando afirma que não é possível conhecer a coisa em si?

A “coisa em si” é, segundo Kant, incognoscível e não podemos conhecer mais do que os “fenômenos”, porque o que está na base desses fenômenos escapa à nossa experiencia (Anschaung): Dessa maneira, Kant considerava que o espaço, o tempo, a causalidade, as leis da natureza, não são propriedades da própria natureza, mas ...

Como Kant entende o que é o conhecer?

Kant mostra que “todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele derive da experiência” (KANT, 1997, p. 36), ou seja, para conhecer é preciso tanto a razão com seus instrumentos, como a experiência com os fatos da realidade empírica.

Por que Kant diz que o conhecimento é possível?

Kant mostrou que apesar de o conhecimento se fundamentar na experiência, esta nunca se dá de maneira neutra, pois a ela são impostas as formas a priori da sensibilidade e do entendimento, características da cognição humana.

Qual a teoria de Kant sobre o conhecimento?

A partir da teoria de Kant, os objetos são alvo de sensações que geram impressões. Contudo, os objetos precisam existir de forma reconhecível no campo físico para que essas impressões tenham sentido. Por isso, o conhecimento das coisas do mundo é influenciado pela sensibilidade e o entendimento.