Porque a redução do consumo de carne bovina contribui para a redução dos impactos das mudanças climáticas e para o aumento da sustentabilidade do planeta?

Grupo da Faculdade de Saúde Pública da USP traz dados e dicas sobre como assumir uma alimentação sustentável e acessível

 29/07/2019 - Publicado há 3 anos  Atualizado: 31/07/2019 as 15:58

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Porque a redução do consumo de carne bovina contribui para a redução dos impactos das mudanças climáticas e para o aumento da sustentabilidade do planeta?
O ideal é substituir a carne por leguminosas, ovos e comer mais cereais integrais no dia a dia – Foto: Reprodução Sustentarea

Porque a redução do consumo de carne bovina contribui para a redução dos impactos das mudanças climáticas e para o aumento da sustentabilidade do planeta?

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Porque a redução do consumo de carne bovina contribui para a redução dos impactos das mudanças climáticas e para o aumento da sustentabilidade do planeta?

Pelo bem do meio ambiente, você deveria reduzir seu consumo de carne. Pelo menos, é o que recomenda o Manifesto Sustentarea, documento produzido pelo Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão da USP (Nace) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em São Paulo.

O manifesto traz recomendações de hábitos saudáveis e sustentáveis, além de informações sobre o assunto. O grupo é formado por alunos de graduação, pós-graduação e profissionais da saúde que são responsáveis pela disseminação do conteúdo. 

Porque a redução do consumo de carne bovina contribui para a redução dos impactos das mudanças climáticas e para o aumento da sustentabilidade do planeta?
Capa do Manifesto Sustentarea – Foto: Reprodução

O documento é direto: o maior problema é um alimento comum à mesa. Estudos do grupo revelam que o brasileiro come mais carne vermelha e processada do que deveria – muito mais do que a média recomendada. Também deixa de lado verduras e legumes

O problema é que a produção de carne bovina tem impactos significativos para o meio ambiente. “Gera gases de efeito estufa, devastação de florestas e consome grande quantidade de água”, comenta a nutricionista Aline Carvalho, coordenadora do grupo. “É o ponto principal, porque representa 50% do impacto ambiental da dieta.”

Na saúde, o consumo exagerado aumenta o risco de câncer, como diz estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS). O ideal é substituir por leguminosas, ovos e comer mais cereais integrais no dia a dia, como pão ou arroz. Para quem não quer abandonar a carne vermelha, o Sustentarea aconselha o consumo de até 500 gramas por semana. 

Entretanto, o problema não é apenas a carne processada, mas a maneira que a produzimos e consumimos como um todo. “Se continuarmos consumindo do jeito que fazemos hoje, não haverá recursos suficientes para todos em 2050”, explica Aline, baseada em um artigo produzido em Harvard e publicado na Revista The Lancet.

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Equipe do projeto de extensão Sustentarea coordenando pela nutricionista Aline Martins de Carvalho – Fotos: Cedidas pela Equipe Sustentarea

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Como mudar o hábito e a alimentação?

O grupo reconhece que convencer as pessoas a mudar seus hábitos é um processo lento e difícil. Por isso, o manifesto traz  o capítulo “O que você pode fazer?” para aproximar o leitor de uma rotina mais sustentável. As recomendações são simples, como evitar desperdícios ou prestar atenção nos rótulos de alimentos. 

O Sustentarea também procura outras medidas práticas, como lançamento de revistas on-line de receitas sazonais, que priorizam pratos sem carne e com motivos para sua recomendação. Para Aline, essa é uma forma prática de disseminar informação de qualidade na mesa do brasileiro. 

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Livros de receita e revista ajudam público a mudar hábitos – Foto: Reprodução

Apesar de ser difícil abandonar todos os alimentos industrializados em rotinas cansativas, é possível avaliar o que se compra de uma forma mais crítica, avaliando como foi produzido e o número de químicos na composição. Quanto mais natural, melhor. A nutricionista também recomenda que se cozinhe mais – uma forma de se conectar com o alimento. 

“Quando a população se empodera desse conhecimento, tece o caminho para um futuro sustentável”, finaliza.

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Infográfico presente no Manifesto Sustentarea – Foto: Reprodução

Mais informações: http://www.fsp.usp.br/sustentarea/projeto/nossa-historia/

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Por que reduzir o consumo de carne ajuda o meio ambiente?

A produção de carne é responsável pela emissão de gases poluentes e acelera os efeitos do aquecimento global. Por isso, precisamos refletir sobre os limites dessa produção para a preservação de nossas florestas, o incentivo à agricultura familiar e a manutenção do clima global.

Como a redução no consumo de carne bovina impacto em nossa saúde?

A restrição no consumo de carne está baseada na hipótese de que a ingestão de colesterol e ácidos graxos saturados, presentes na carne, seja a principal causa do desenvolvimento de arterosclerose e doenças coronarianas.

Quais são os impactos ambientais causados pela produção de carne bovina?

Pecuária e desmatamento, pesca industrial e colapso de espécies oceânicas, aqüicultura e destruição de manguezais, suinocultura e poluição de lençóis freáticos, criação de animais para consumo humano e aquecimento global.

Por que o consumo de carne está relacionado com o aumento do efeito estufa?

Quando a área devastada é ocupada por gado, a sequência nociva ao meio ambiente se completa. O processo digestivo dos ruminantes, como bovinos, búfalos, cabras e ovelhas, e o manejo de seus dejetos produzem metano, outro gás causador do efeito estufa. Uma tonelada de metano equivale a 21 toneladas de CO2.