Quais as principais realizações do Período Joanino?

Quais as principais realizações do Período Joanino?

IMPRENSA NO PERÍODO JOANINO

O Brasil colônia conheceu, no Rio de Janeiro, no século XVIII, um movimento associativista científico-literário expressivo. Compunham-no intelectuais que apresentavam uma visão pragmática, bem próxima da ilustração, concebendo a utilidade das ciências para o enfrentamento dos problemas e busca das soluções. Para divulgar seu ideário, promoveram os primeiros ensaios da imprensa local, que foram fortemente reprimidos, por meio da supressão e apreensão do material técnico e da queima de oficinas por ordem da Coroa. Na verdade, resguardava-se o monopólio real para que a ideologia da metrópole permanecesse hegemônica na colônia.

Com a transferência da família real, impôs-se, naturalmente, um conjunto de medidas necessárias à acomodação da Corte e à satisfação das novas demandas administrativas. Entre elas, destacou-se a criação da Impressão Régia, através do decreto de 13 de maio de 1808.

A oficina foi constituída, originalmente, por um pesado material tipográfico, destinado à Secretaria de Estrangeiros e da Guerra, recém-chegado da Inglaterra, junto com Antônio de Araújo e Azevedo, titular da mesma Secretaria e futuro conde da Barca, em cuja residência, na Rua do Passeio, foi instalada de início.

A Impressão Régia, única tipografia existente no Rio de Janeiro até a independência, além de imprimir a legislação produzida, fabricar livros em branco para escrituração, encadernar impressos e prover todas as necessidades do ofício de livreiro, também editava livros. Era administrada por uma junta diretora, à qual competia, além de gerenciar, examinar o conteúdo de todos os textos para publicação, vetando temas que atentassem contra a religião, o governo e os costumes da época. Os livros impressos por ordem de sua alteza real eram distribuídos gratuitamente e os que não tinham a chancela da Coroa recorriam à subscrição para enfrentar os custos.

Data de 10 de setembro de 1808 o número um da Gazeta do Rio de Janeiro, jornal redigido por frei Tibúrcio José da Rocha, considerado o primeiro periódico brasileiro. A Gazeta limitava-se a coligir e divulgar as notícias publicadas em outros periódicos, sobretudo ingleses e franceses, enfatizando os principais acontecimentos da guerra peninsular, o estado de saúde dos príncipes europeus, e mantendo o público informado sobre as comemorações e as festas na Corte. Em ocasiões especiais, como o aniversário do monarca, gazetas extraordinárias eram impressas.

A publicação veiculava também alguns documentos oficiais, publicando, principalmente, aqueles emitidos pela Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, à qual pertencia por privilégio. Da mesma forma, sistematizava as notícias das entradas e saídas de embarcações no porto, informando a procedência, o número de dias da viagem e, eventualmente, as mercadorias transportadas.

Vários outros documentos eram repassados ao redator para que se divulgasse a atividade do governo, como as medidas para o desenvolvimento da agricultura, melhoria dos meios de comunicação entre as capitanias, colonização e outros. Na verdade, ainda que implicitamente fossem divulgadas as realizações oficiais, as matérias suscitavam interesse real. Prova disso, é que a Gazeta influenciou na formação de um público leitor, de maneira proporcional às modificações socioeconômicas que a instalação da Corte provocara. Nesse sentido, vale notar que o periódico – que inicialmente saía aos sábados pela manhã – pouco tempo depois de lançado, tornou-se bissemanal, com tiragens às quartas e aos sábados, e chegou a ser publicado três vezes por semana, às terças, quintas e aos sábados.

Já o Correio Braziliense, fundado, dirigido e redigido por Hipólito da Costa, teve seu número inicial lançado em junho de 1808, três meses antes do surgimento da Gazeta. Era impresso em Londres, devido à impossibilidade de se manter um periódico no Brasil imune à censura da época. O Correio, que circulava clandestinamente na Corte, defendia a independência política do Brasil, deixando de circular logo após a proclamação.

Em maio de 1811, a província da Bahia passou também a produzir seu periódico, o Idade D'Ouro do Brazil, impresso na Tipografia de Manoel Antônio da Silva Serva. Tendo apenas quatro páginas, o jornal, publicado em Salvador, circulava às terças e sextas. Sua linha editorial defendia o absolutismo monárquico português. A partir da derrota e expulsão das forças portuguesas do Brasil, a publicação perdeu sua finalidade e, em junho de 1823, saiu de circulação.

Após o início da imprensa periódica no Brasil, cujos jornais caracterizados anteriormente foram os pioneiros, muitos outros títulos começaram a surgir. A imprensa brasileira multiplicou-se, apesar de grande parte das publicações ter apresentado uma circulação efêmera.

Muitos desses periódicos encontram-se preservados no acervo da Biblioteca Nacional, entre os quais se destacam exemplos como O Patriota: Jornal Literário, Político e Mercantil e o Reverbero Constitucional Fluminense, além de títulos internacionais que tratavam da conjuntura do império português durante o período joanino, como o Investigador Portuguez em Inglaterra e a Gazeta de Lisboa.

O Patriota, redigido por Manuel Ferreira Araújo Guimarães na capital, foi o primeiro periódico brasileiro a publicar artigos literários, políticos e mercantis. No período joanino, chamado redescobrimento do Brasil, o afluxo de estrangeiros, o conhecimento da natureza, dos vegetais úteis à medicina, dos métodos para o desenvolvimento de novas culturas, entre outros temas, criaram oportunidades para a publicação de textos produzidos em meio ao desenvolvimento associativista científico-literário do século anterior. Das memórias produzidas nessa época, por conta das restrições impostas pela Coroa portuguesa com relação à implantação da imprensa na colônia, apenas umas poucas conseguiram publicação junto à Oficina do Arco do Cego, em Lisboa, como a obra do famoso botânico frei Velloso. Assim, O Patriota trouxe ao império luso-brasileiro uma proposta de cunho iluminista, tendo circulado de fevereiro de 1813 a dezembro de 1814.

Já o Reverbero Constitucional Fluminense, também publicado no Rio de Janeiro, começou a ser editado em setembro de 1821, após o retorno da família real a Portugal, e a suspensão da censura prévia no Brasil. Apesar de ter circulado até outubro de 1822, teve grande importância no processo de independência do Brasil. Seus proprietários, Joaquim Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, pregavam a independência, porém sem grandes rupturas com Portugal. Quando o fato ocorreu, o jornal parou de ser veiculado.

O Investigador Portuguez em Inglaterra era publicado em Londres, patrocinado pela Coroa portuguesa, ainda no Rio de Janeiro, com a intenção de enfraquecer as ideias propagadas pelo Correio Braziliense. Circulou mensalmente de julho de 1811 a fevereiro de 1819, tendo como um dos seus redatores o embaixador de Portugal em Londres, o médico Bernardo José de Abrantes e Castro.

Por fim, a Gazeta de Lisboa, lançada em 1715, foi o primeiro jornal oficial português. Suspensa pelo marquês de Pombal, em 1762, voltou a circular em 1778, no reinado de D. Maria I. Entre suas diversas edições se destaca o exemplar que noticia a morte de D. João VI, em 10 de março de 1826.

Rafaella Bettamio


Quais foram as principais realizações do período joanino?

A Casa da Moeda, Banco do Brasil, a Academia Real Militar e o Jardim Botânico foram algumas das obras públicas do período joanino. Nas questões externas, Dom João VI empreendeu duas campanhas militares nas fronteiras do país.

Quais foram as maiores realizações do período joanino no Brasil?

Criações do Período Joanino É nesse contexto que se deu a criação do Banco do Brasil, do Teatro Nacional, Biblioteca Nacional e Jardim Botânico. Dom João também investiu na criação deestradas e aboliu a lei que proibia a criação de fábricas no Brasil.

Quais foram as consequências do período joanino?

Durante o Período Joanino, medidas modernizadoras foram implantadas no Brasil. Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de Reino Unido e, assim, o Brasil deixou de ser colônia. Em 1820, a Revolução Liberal do Porto foi iniciada em Portugal e reivindicava o retorno do rei português.