Quais foram as principais consequências do imperialismo no século XIX?

O Imperialismo do século XIX constituiu um processo complexo de expansão territorial e disputa entre as nações europeias.

Quais foram as principais consequências do imperialismo no século XIX?
O encontro entre o jornalista Henry M. Stanley e o explorador inglês David Livingstone, na época do Imperialismo, tornou-se famoso

Por Me. Cláudio Fernandes

Quando o assunto é Imperialismo, alguns aspectos devem sempre ser analisados em conjunto. Os principais são: Nacionalismo, Neocolonialismo e junção entre o Capitalismo financeiro e o Capitalismo industrial. Esses aspectos resumem o panorama político, econômico e cultural de um período que vai desde a década de 1870 até o ano de 1914, ano em que teve início a Primeira Guerra Mundial.

O termo “Imperialismo” sugere, obviamente, uma “Era de Impérios”; em grande parte trata-se disso mesmo. Mas, conceitualmente falando, o Imperialismo do século XIX consistiu num tipo de política expansionista das principais nações europeias, que tinha por objetivo a busca de mercado consumidor, de mão de obra barata e de matérias-primas para o desenvolvimento das indústrias.

Esse fenômeno de expansão dos países europeus teve início a partir do momento em que, após as Revoluções Burguesas dos séculos XVII e XVIII e da formação das nações modernas na Europa (como Alemanha, Itália e França), houve um intenso processo de industrialização desses países. A industrialização gerou, por conseguinte, uma forte concorrência entre as nações, que passaram a disputar territórios e estabelecer as suas fronteiras com exércitos modernizados e uma sofisticada diplomacia. Esse processo acentuou gradualmente o caráter nacionalista dos países europeus.

Ao mesmo tempo, a industrialização também exigia uma integração econômica nunca antes vista. O capital gerado pela indústria, isto é, toda a riqueza do processo de produção – desde maquinários até produtos para consumo –, precisava de crédito e de sustentação financeira. Os setores do capital financeiro (bancos e bolsas de valores) passaram a se integrar com o setor das indústrias, criando assim maneiras de estruturar a complexidade da economia mundial integrada.

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E, assim como nos séculos XV, XVI e XVII, nos quais nações europeias como Portugal e Espanha promoveram a colonização do continente americano (e dessas colônias extraíram matérias-primas e nelas desenvolveram sistemas de organização política e administrativa), as nações imperialistas industrializadas do século XIX promoveram a colonização de regiões da África, da Ásia e da Oceania.

O processo de expansão para essas regiões foi marcado por várias tensões e guerras. A África, por exemplo, teve seu território divido nesta época entre as nações europeias, num evento denominado Conferência de Berlim, ocorrido em novembro de 1884. Essa divisão caracterizou-se pela completa arbitrariedade, tribos africanas inteiras foram desagregadas com a divisão, enquanto que algumas se mesclaram com outras que eram suas rivais históricas. A Inglaterra, nessa época, ficou conhecida como o grande Império “onde o Sol não se põe”, exatamente por conta de sua vasta expansão, que integrava grandes países, como a Índia e a Austrália.

O Imperialismo chegou ao seu ponto de saturação no início do século XX, quando as tensões nacionalistas se tornaram mais veementes. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é fruto direto dessa saturação.

Aproveite para conferir nossa videoaula sobre o assunto:

Por Cláudio Fernandes

História

O imperialismo resultou na submissão política e econômica de grande parte do planeta a alguns poucos países. Foram profundas as consequências desse fenômeno para o futuro das colônias e das metrópoles.

Consequências para os povos colonizados

No plano político, a colonização introduziu elementos da civilização europeia, como as bases de uma administração moderna e um modelo de organização política. Na África houve segregação, pois os nativos eram proibidos de participar como cidadãos da vida colonial. As fronteiras dos impérios foram traçadas sem levar em conta as diferenças étnicas, linguísticas ou religiosas das populações autóctones, o que ainda provoca conflitos no continente africano.

No plano econômico impôs-se uma economia baseada na agricultura extensiva e na exploração das minas, além da utilização do papel-moeda. Os camponeses nativos foram expropriados de suas terras por empresas privadas, e os artesãos não aguentaram a concorrência dos produtos europeus.

No plano social, a colonização levou à perda da identidade das culturas locais. Uma burguesia europeia instalou-se nos níveis mais altos da escala social e os nativos, considerados seres inferiores, foram marginalizados, sendo obrigados a viver em bairros separados e proibidos de entrar em determinados lugares. Um dado positivo em meio a isso tudo foi a queda da mortalidade após a introdução de práticas sanitárias europeias.

No plano cultural, a imposição da civilização ocidental nas colônias causou uma crise profunda nas culturas autóctones. As elites nativas estudaram em universidades europeias e se ocidentalizaram, curiosamente dando origem aos líderes do movimento de descolonização.

Consequências para os povos colonizadores

No plano econômico, a expansão imperialista permitiu às potências continuar crescendo. As metrópoles se abasteceram de matérias-primas nas colônias, para as quais venderam suas manufaturas. Além disso, obtiveram enormes lucros com a construção de estradas de ferro, rodovias e portos na Ásia e na África, e com a exploração agrícola.

No plano cultural, a expansão colonial estendeu a cultura ocidental por todos os continentes e permitiu o conhecimento de outras civilizações. Contudo, nem sempre as culturas dos povos colonizados foram valorizadas como deveriam, e essa ignorância contribuiu para confirmar um sentimento de superioridade nos ocidentais, segundo os quais as populações dominadas eram inferiores” e “atrasadas”.

Consequências internacionais

Os interesses coloniais desempenharam um papel cada vez maior nas relações entre as grandes potências, gerando confrontos que contribuíram para a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914.

O equilíbrio internacional modificou-se após a unificação da Alemanha, em 1871. Além disso, a política externa do kaiser Guilherme II se preocupava em conseguir um império colonial.

A Inglaterra, entendendo a atitude alemã como uma ameaça à sua hegemonia mundial, aproximou-se da França.

Na década de 1890, estabeleceram-se pactos que dividiram o continente em dois blocos:

  • a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, pela Itália e pelo Império Austro-Húngaro,
  • a Tríplice Entente (isto é, “entendimento”), constituída pela Inglaterra França e Rússia.

Os países pareciam preparar-se para a guerra: aumentaram os gastos militares e a duração do serviço militar, fomentando o espírito bélico e a exacerbação do patriotismo nacionalista na imprensa e nas escolas.

Por: Paulo Magno da Costa Torres

Veja também:

  • Imperialismo
  • Formas de Colonização – povoamento e exploração
  • Descolonização da África e da Ásia
  • Colonização Inglesa na América
  • Colonização Espanhola na América
  • Colonização do Brasil

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Quais as principais consequências do imperialismo do século XIX?

Além dos conflitos que ocorreram entre os povos dominados e os colonizadores, a expansão imperialista do século XIX trouxe outras sérias consequências. A maioria delas trágicas para os colonizados: empobrecimento, subdesenvolvimento e perda da identidade cultural.

Quais são as principais consequências do imperialismo?

Consequências do Imperialismo Essa partilha criou territórios artificiais, aglomerou povos que não tinham contato e desestabilizou a ordem política do continente. O resultado dessa divisão artificial do continente foi os conflitos étnicos que resultaram disso.

Quais foram as causas e consequências do imperialismo?

O Imperialismo foi muito intenso entre 1884 e 1914, mas até a segunda metade do século XX existiam colônias europeias nos continentes mencionados. Entre as consequências deixadas pelo Imperialismo, destacam-se: Demarcação de fronteiras artificiais que atualmente é motivo de tensão entre diversos países.

Quais as principais causas do imperialismo no século XIX?

Uma causa que explica, em grande parte, a expansão colonial da segunda metade do século XIX é a busca por novos mercados consumidores, segundo aponta Eric Hobsbawm|3|. Isso porque acreditava-se que a grande quantidade de mercadorias produzidas seria absorvida com a expansão dos mercados consumidores.