Causas da revoluçõesCom Carlos X a França restabeleceu o Antigo Regime, com o apoio da facção mais conservadora, os seguidores da “legitimidade”, reimplantando o absolutismo e restaurando os privilégios do clero e da nobreza. Show
Carlos X sofreu crescente oposição dos liberais (liderados pelo duque Luís Felipe) e da imprensa (especialmente do jornal “O Nacional”), que mobilizaram a sociedade, criando condições revolucionárias que explodiriam em 1830. A Revolução Liberal de 1830O ativismo político dos liberais contra a reação absolutista culminou, em julho de 1830 com as “Jornadas Gloriosas”, barricadas levantadas nas ruas de Paris, que derrubaram os Bourbons do trono francês. A Revolução, estimulada e liderada pela alta burguesia francesa, resultou na fuga de Carlos X, temeroso de desdobramentos revolucionários semelhantes aos de 1789, que haviam resultado na decapitação de seu irmão Luís XVI. A Revolução Liberal de 1830, também chamada de Jornadas de Julho, estancou o avanço reacionário iniciado com o Congresso de Viena de 1815. A repercussão foi intensa na Europa e atingiu de certa maneira também o Brasil. Aqui, desde 1824, D. Pedro I impusera um governo absolutista com base na Constituição outorgada de 1824. A retomada liberal europeia, que culminou na Revolução de 1830, tinha no Brasil como representante o jornalista Libero Badaró, assassinado em novembro de 1830 por partidários de D. Pedro I. Esse acontecimento, somado aos ventos liberais da Europa, levaram à “Noite das Garrafadas” de 1831, enfrentamento de brasileiros contra partidários do Imperador, que levaram à abdicação de D. Pedro, a 7 de abril de 1831. O poder foi ocupado por Luís Felipe, conhecido como o “Rei burguês” ou “Rei das barricadas”, representante de um avanço liberal que repercutiu por toda a Europa, pois impulsionava o entusiasmo de nações prejudicadas pelas medidas do Congresso de Viena: a Bélgica proclamou sua independência da Holanda, e a Alemanha, a Itália e a Polônia iniciaram as lutas nacionais contra a dominação estrangeira. A Revolução de 1830 sepultou definitivamente a reação restauradora do Congresso de Viena, motivando uma vaga de progressismo e ímpeto revolucionário, que culminaria na Revolução de 1848 e em diversos movimentos nacionalistas do período. Na França, Luís Felipe revisou a Constituição dos Bourbons, reforçando pontos liberais, como a sua submissão à Constituição, que fortaleceu o legislativo; aboliu a censura e o caráter oficial da religião católica, apesar de manter a exigência censitária para eleger ou ser eleito a um cargo legislativo. Luís Felipe atendeu exclusivamente os interesses da burguesia, ignorando os do operariado, o que ativou a agitação político-social, a oposição generalizada. Os opositores a Luís Felipe organizaram reuniões populares de manifestações contrárias ao “rei burguês”, apelidadas de política dos banquetes — referência às reuniões de políticos em restaurantes condenando o regime. Após mais de 60 dessas reuniões, quando o ministro Guizot decidiu proibi-las, em fevereiro de 1848, o descontentamento generalizado explodiu, dando início à Revolução de 1848. Os adversários do governo — socialistas, bonapartistas e republicanos — uniram-se contra Luís Felipe, reclamando uma reforma eleitoral e parlamentar. Reivindicavam a queda da exigência censitária, permitindo o voto para todos os que pagassem até 100 francos de imposto anual. O rei e seu ministro Guizot não cederam às pressões reformistas. As manifestações populares, os confrontos e a rebeldia da Guarda Nacional levaram à demissão de Guizot e à fuga de Luís Felipe para a Inglaterra. Era a Revolução de fevereiro de 1848 na França, o epicentro de explosões por todo o mundo, refletindo o ânimo apaixonado das massas por mudanças profundas. A Revolução de 1848 e a Segunda República FrancesaCom a derrubada de Luís Felipe, foi proclamada a Segunda República na França (a primeira foi a de 1792 a 1804), e as massas populares, com suas várias correntes políticas, organizaram um governo provisório, com a função de convocar uma Assembleia Constituinte que elaboraria uma nova constituição para o país. O liberal Lamartine ficou com a presidência do governo provisório, de que participavam também o jornalista moderado Ledru-Rollin, o escritor socialista Louis Blanc e o operário Albert. Dentre as primeiras medidas do novo governo, destacaram-se o fim da pena de morte e o estabelecimento do sufrágio universal nas eleições, ao mesmo tempo que afloraram conflitos entre as lideranças trabalhistas e as burguesas. Os socialistas pressionavam por medidas governamentais que garantissem trabalho, direito de greve e limitação das horas de trabalho. Obtiveram a criação das “Oficinas Nacionais“, trabalhos para os desempregados em aterros, fábricas e construções do governo, imprimindo como meta política a criação de uma república social. Ao contrário, os liberais-moderados, representantes dos grandes proprietários e burgueses da França, buscavam barrar as medidas de cunho popular, temendo que desembocassem num governo radical como o montanhês de 1793. Em abril de 1848, nas eleições da Assembleia Constituinte, os moderados saíram-se vitoriosos, obtendo a maioria das cadeiras, graças, principalmente, à atuação dos proprietários rurais, radicalizando a polarização política entre socialistas e burgueses. Os populares multiplicaram suas manifestações de rua, tumultuando Paris. Sob o comando do general Carvaignac, o governo massacrou os revoltosos (Massacre de Carvaignac), suspendeu os direitos individuais, fechou as “Oficinas Nacionais”, transformando a Revolução em guerra civil: mais de 3.000 pessoas foram fuziladas, e 15.000 foram deportadas para as colônias. Carvaignac, conhecido como “o carniceiro”, garantiu a vitória da burguesia, assumindo o governo até novembro, quando foi aprovada a nova Constituição republicana. Segundo essa Constituição, o poder legislativo caberia a uma assembleia eleita por sufrágio universal por 3 anos, e o poder executivo ficaria a cargo de um presidente eleito por 4 anos. A 10 de dezembro de 1848, os franceses elegeram seu presidente — Luís Bonaparte, sobrinho do imperador Napoleão I e, portanto, figura carismática, em que se via a possibilidade de restauração da glória vivida pelo país na época de Napoleão. Por: Renan Bardine Veja também:
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Nesse sentido, buscou a ampliação do Poder Legislativo, anulou qualquer ato de censura aos meios de comunicação e realizou a separação entre Igreja e Estado. Contudo, mesmo com tais avanços, vários grupos políticos se voltaram com seu governo assim que o voto censitário fora preservado.
Quais as ideologias que nortearam o movimento revolucionário de 1848 denominado Primavera dos Povos na Europa?A ideologia predominante, e que de certo modo unia todos os movimentos era a de um socialismo utópico (tanto que naquele mesmo ano temos a concepção do famoso "Manifesto Comunista" de Karl Marx e Friedrich Engels).
Quais as três ideologias que influenciaram as revoluções de 1848?A Revolução de 1848, também chamada de Primavera dos Povos, foi uma série de conflitos que aconteceram em alguns países da Europa. Teve início da França, posteriormente se propagou pelos grandes centros urbanos. Tinha cunho liberal, nacional e socialista.
Quais eram os principais objetivos da Revolução de 1848?Os objetivos principais das manifestações eram o fim do Antigo Regime (absolutismo) e melhores condições de vida para a população.
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