Qual a diferença do linfoma hodgkin e não hodgkin

O que são linfomas?

Os linfomas são um conjunto de cânceres, ou também conhecido como doenças linfoproliferativas malignas (condições em que os linfócitos se proliferam em quantidades excessivas), que apresentam heterogeneidade clínica e biológica. Nessa doença há um ataque ao sistema linfático, o qual é responsável por combater infecções.

Os linfomas originam-se nas células do sistema linfoide (linfócitos e seus precursores). Nessa doença as células linfáticas como linfócitos B, T ou Natural Killer (NK), em seus diferentes estágios de maturação, podem sofrer transformação maligna.

Há dois tipos principais de Linfomas: linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin. Além disso dentro de cada grupo existem outros subtipos. Eles diferem entre si pelos tipos de células encontradas à microscopia, pelo comportamento biológico e pela resposta à terapia.

LINFOMA DE HODGKIN

É uma neoplasia hematológica incomum, visto que representa apenas 12% dos casos de linfoma

• Há presença de células grandes e facilmente identificáveis no linfonodo acometido, denominadas células de Reed-Sternberg. Essas células são as únicas verdadeiramente neoplásicas no linfoma de Hodgkin, são clonais e normalmente se apresentam em número reduzido, em meio a uma mistura de células inflamatórias e estromais no tecido tumoral.

• As células de Reed-Sternberg derivam de linfócitos B maduros que sofreram transformação maligna.

• Atinge mais comumente adultos jovens, mas pode ocorrer em qualquer idade. Muito raro em crianças.

• Pacientes tem apresentação homogênea da doença: linfonodos aumentados, geralmente na região cervical, de origem unicêntrica e sem doença extranodal, ou seja, sem apresentar a doença em órgão que não faz parte do sistema imunológico.

• Padrão de progressão previsível, disseminando-se por invasão contígua de cadeias ganglionares adjacentes, ou seja, se espalha de forma ordenada, de um grupo de linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos

• Prognóstico: bom, principalmente quando respondem à primeira linha de tratamento, entretanto é uma neoplasia muito disseminada. O índice de cura médio é superior a 85%.

Sintomas:

Dependem da localização do linfoma, o qual pode ser em qualquer parte do corpo. Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha, formam-se ínguas (linfonodos inchados) indolores nesses locais. Se a doença ocorre na região do tórax podem surgir tosse, falta de ar e dor torácica. Quando se apresenta na pelve ou no abdômen, os sintomas são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta: febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo.

Tratamento:

É uma doença curável, na maioria dos casos, quando tratada adequadamente. O tratamento clássico é a quimioterapia podendo-se associar radioterapia de acordo com o estágio clínico inicial. Medicações geralmente utilizadas em primeira linha no tratamento: Adriamicina, Bleomicina, Vimblastina e Dacarbazina (protocolo ABVD). A quantidade de ciclos de quimioterapia dependerá da avaliação do estádio inicial do tumor.

Para os pacientes que sofrem recaídas indica-se tratamento com quimioterapia, seguido de transplante de medula óssea autólogo. O transplante de medula óssea alogênico pode ser indicado quando há falha as demais opções de tratamento.

LINFOMA NÃO HODGKIN

Os linfomas não Hodgkin são muito mais comuns. Além disso, é o tipo mais incidente na infância e os homens são mais predispostos do que as mulheres.

• Maioria das células neoplásicas derivam de linfócitos B, apenas 10% dos casos originam-se de linfócitos T ou NK.

• Não têm um tipo celular característico, apresentando grande heterogeneidade morfológica, imunofenotípica e genética.

• Há menor quantidade de células inflamatórias e estromais no tecido tumoral do que o Linfoma de Hodgkin, e a maioria das células são clonais.

• Quadro clínico é heterogêneo. Pode acometer qualquer órgão, incluindo sistema nervoso central.

• Prognóstico: depende do subtipo diagnosticado. Existem subtipos considerados indolentes como o linfoma folicular e aqueles mais agressivos como linfoma de Burkitt e o linfoma difuso de grandes células B.

Sintomas: Aumento dos linfonodos (gânglios) do pescoço, axilas e/ou virilha, suor noturno excessivo, febre coceira na pele e perda de peso sem causa aparente.

O linfoma não-Hodgkin se espalha de maneira não ordenada. Além disso, há mais de 20 subtipos diferentes desse linfoma. Os quatro principais são:

• Linfoma difuso de grandes células B (subtipo mais comum)

• Linfoma folicular (segundo subtipo mais comum)

• Linfoma esplênico da zona marginal

• Linfoma de Burkitt (subtipo raro que apresenta o maior índice de proliferação celular dentre os cânceres encontrados em humanos).

Tratamento:

A estratégia de tratamento dependerá do tipo específico de linfoma não-Hodgkin. Normalmente usa-se:

Quimioterapia: combinação de duas ou mais drogas, administradas por via oral ou intravenosa e Imunoterapia: uso de medicamentos que têm um alvo específico para um componente que há nas células do linfoma. Usada para erradicar ou reduzir a carga tumoral em locais específicos, para aliviar sintomas ou também para reforçar o tratamento quimioterápico.

Nos linfomas indolentes os tratamentos variam desde observação clínica à tratamentos bastante intensivos, dependendo da indicação médica.

Referências:

Rizzatti, G. Linfoma de Hodgkin versus linfoma não Hodgkin: qual é a diferença?. Disponível em: <http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pages/linfoma-de-hodgkin-versus-linfoma-nao-hodgkin-qual-e-a-diferenca.aspx>. Acesso em: 10 set. 2019.

Diretrizes de práticas clínicas em Oncologia da NCCN. Linfoma de Hodgkin. Disponível em: <https://www.nccn.org/about/hodgkins-portuguese.pdf>. Acesso em: 11 set. 2019.

LINFOMA. Disponível em: <https://www.hcancerbarretos.com.br/linfoma#targetText=Linfoma%20%C3%A9%20um%20c%C3%A2ncer%20que,e%20pela%20resposta%20%C3%A0%20terapia.>. Acesso em: 14 set. 2019

Instituto Nacional do Câncer (INCA). Linfoma Não Hodgkin. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/linfoma-nao-hodgkin>. Acesso em: 18 set. 2019

Hoffbrand, A. Victor. Fundamentos em hematologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

Qual é mais grave linfoma de Hodgkin ou não Hodgkin?

O linfoma de Hodgkin é frequentemente diagnosticado em um estágio inicial e, portanto, é considerado um dos cânceres mais tratáveis e curáveis. O linfoma não-Hodgkin geralmente não é diagnosticado até que tenha atingido um estágio mais avançado.

Quais as diferenças entre linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin?

Assim como a leucemia, o linfoma também é classificado em subgrupos: os Linfomas de Hodgkin, que se espalha de forma ordenada de um grupo de linfonodos para outro grupo, e o Linfoma não Hodgkin, que se espalha de maneira não ordenada e pode começar em qualquer lugar do corpo.

Qual tipo de linfoma é o mais grave?

O linfoma de Burkitt e linfoblástico são considerados agressivos, pois apresentam um rápido crescimento. Dessa forma, necessitam de tratamentos bastante intensivos e normalmente são administrados com o paciente internado.

Qual a chance de cura de um linfoma não Hodgkin?

Dessa forma, um linfoma não-Hodgkin agressivo em estágio inicial apresenta 80% de chance de cura. Por outro lado o mesmo tipo de câncer, se diagnosticado em estágio avançado, tem chance de cura em cerca de 40% a 70% dos casos.