Qual a diferença entre a filosofia de Tomás de Aquino e de Santo Agostinho?

Qual a diferença entre a filosofia de Tomás de Aquino e de Santo Agostinho?

Santo Agostinho (354-430) e S�o Tom�s de Aquino (1227-1274) foram, respectivamente, os maiores pensadores da Patr�stica e da Escol�stica. Santo Agostinho valeu-se da filosofia de Plat�o, enquanto Santo Tom�s de Aquino da de Arist�teles. Com isso, cada qual, em sua �poca, pode influenciar n�o s� a religi�o cat�lica como muitos pensadores crist�os que lhes sucederam.

Tanto Santo Agostinho como Santo Tom�s de Aquino afirmam que Deus, sendo eterno, transcendente, todo bondade e todo sabedoria, criou a mat�ria do nada e, depois, tudo o que existe no universo. Para Santo Agostinho, as id�ias ou formas estavam no Esp�rito de Deus. Santo Tom�s de Aquino acrescenta a no��o dos universais em seus racioc�nios. Dizia que Deus � a causa da mat�ria e dos universais. Al�m disso, Deus est� continuamente criando o mundo ao unir universais e mat�ria para produzir novos objetos.

Nenhum deles colocava em d�vida a imortalidade da alma. Santo Agostinho dizia que alma e corpo s�o distintos, mas n�o soube explicar como a alma se liga ao corpo. De acordo com Santo Tom�s, a alma humana � princ�pio imaterial, espiritual e vital do corpo � foi criada por Deus. Acreditava que a alma espiritual � agregada ao corpo por ocasi�o do nascimento, e continua a existir depois da morte do corpo, formando, pois, por si mesma, um novo corpo, um corpo espiritual, por meio do qual atua por toda a eternidade.

Em suas teorias, reportam ao "desprezo do mundo". Contudo, Santo Agostinho mostra-se incapaz de decidir entre o mundo e desprezo por ele. A despeito dessa d�vida, apega-se firmemente � id�ia de que a Igreja, como a encarna��o mundana da cidade de Deus, deve ter supremacia sobre o Estado. Santo Tom�s de Aquino, da mesma forma que Arist�teles, doutrinava que o homem � naturalmente um ser pol�tico e procura estar em sociedade. Este homem deve tributar lealdade � Igreja e a Deus, mas tem, tamb�m, que obedecer ao Estado porquanto este, por sua vez, recebeu o seu poder da Igreja.

F�, Raz�o e Revela��o s�o os pontos fundamentais de suas teorias. Santo Agostinho demonstra claramente sua voca��o filos�fica na medida em que, ao lado da f� na revela��o, deseja ardentemente penetrar e compreender com a raz�o o conte�do da mesma. Santo Tom�s consegue, por seu turno, estabelecer o perfeito equil�brio nas rela��es entre a F� e a Raz�o, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas n�o as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da raz�o natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da raz�o divina manifestada na revela��o.

Fiquemos com o lado bom de seus racioc�nios, ou seja, a cren�a num Deus �nico, causa prim�ria todas as coisas. Refutemos, por�m, a supremacia que deram � Igreja, considerando-a como a monopolizadora da revela��o de Deus. 

Fonte de Consulta

FROST JR., S. E. Ensinamentos B�sicos dos Grandes Fil�sofos. S�o Paulo, Cultrix.

S�o Paulo, 09/03/2001

Duração: 24 min - R$ 9,90 - Disponível por 7 dias

Embora Santo Agostinho se vincule à tradição platônica, de caráter idealista, e Santo Tomás de Aquino retome a tradição aristotélica, de caráter realista, suas concepções de educação convergem quanto a sua finalidade, que é aquela de formar o cristão. 
Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino constituem os pilares da escolástica, essencialmente uma pedagogia fundada na teologia cristã e que se constituiu ao longo da Idade Média. Ambos os filósofos estão na base doutrinária da pedagogia do cristianismo e ainda têm profunda influência na pedagogia laica contemporânea.
Conteúdos:

- Cristianização do Platonismo e do Aristotelismo

- Escolástica

- Relação entre fé e razão

- As teorias de conhecimento de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino

- O agir em conformidade com a essência

- Educação como purificação

- Educação como ação de levar o homem à plenitude de sua essência

- A formação do homem espiritual

Qual a diferença entre a filosofia de Tomás de Aquino e de Santo Agostinho?
Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1227-1274) foram, respectivamente, os maiores pensadores da Patrística e da Escolástica. Santo Agostinho valeu-se da filosofia de Platão, enquanto Santo Tomás de Aquino da de Aristóteles. Com isso, cada qual, em sua época, pode influenciar não só a religião católica como muitos pensadores cristãos que lhes sucederam.

Tanto Santo Agostinho como Santo Tomás de Aquino afirmam que Deus, sendo eterno, transcendente, todo bondade e todo sabedoria, criou a matéria do nada e, depois, tudo o que existe no universo. Para Santo Agostinho, as ideias ou formas estavam no Espírito de Deus. Santo Tomás de Aquino acrescenta a noção dos universais em seus raciocínios. Dizia que Deus é a causa da matéria e dos universais. Além disso, Deus está continuamente criando o mundo ao unir universais e matéria para produzir novos objetos.

Nenhum deles colocava em dúvida a imortalidade da alma. Santo Agostinho dizia que alma e corpo são distintos, mas não soube explicar como a alma se liga ao corpo. De acordo com Santo Tomás, a alma humana — princípio imaterial, espiritual e vital do corpo — foi criada por Deus. Acreditava que a alma espiritual é agregada ao corpo por ocasião do nascimento, e continua a existir depois da morte do corpo, formando, pois, por si mesma, um novo corpo, um corpo espiritual, por meio do qual atua por toda a eternidade.

Em suas teorias, reportam ao "desprezo do mundo". Contudo, Santo Agostinho mostra-se incapaz de decidir entre o mundo e desprezo por ele. A despeito dessa dúvida, apega-se firmemente à ideia de que a Igreja, como a encarnação mundana da cidade de Deus, deve ter supremacia sobre o Estado. Santo Tomás de Aquino, da mesma forma que Aristóteles, doutrinava que o homem é naturalmente um ser político e procura estar em sociedade. Este homem deve tributar lealdade à Igreja e a Deus, mas tem, também, que obedecer ao Estado porquanto este, por sua vez, recebeu o seu poder da Igreja.

Fé, Razão e Revelação são os pontos fundamentais de suas teorias. Santo Agostinho demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Santo Tomás consegue, por seu turno, estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.

Fiquemos com o lado bom de seus raciocínios, ou seja, a crença num Deus único, causa primária todas as coisas. Refutemos, porém, a supremacia que deram à Igreja, considerando-a como a monopolizadora da revelação de Deus.

Fonte de Consulta

FROST JR., S. E. Ensinamentos Básicos dos Grandes Filósofos. São Paulo, Cultrix.

São Paulo, 09/03/2001

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Quais os conceitos filosóficos apresentados por Agostinho e Tomás de Aquino?

Também estudioso do pensamento de Santo Agostinho, Tomás de Aquino acreditava que o direito pode ser descoberto e criado precipuamente pela razão (o que foi inovador na época, na qual se acreditava que as leis vinham, antes, da revelação divina).

O que Tomás de Aquino e Santo Agostinho tem em comum?

Até o início do século XX, a escola trabalhava com a mesma dualidade de Santo Agostinho, menosprezando o corpo e valorizando apenas a mente. São Tomás de Aquino também deixou sua contribuição ao instaurar a razão como uma das principais bases da filosofia.

Qual a diferença mais significativa entre a ideia de belo para Santo Agostinho e para São Tomás de Aquino?

RESPOSTA CERTA para Santo Agostinho a beleza é o sinal da presença de Deus no mundo, da natureza à arte e produto da mão humana, para São Tomás de Aquino apenas Deus é a fonte de toda verdade, toda bondade e toda beleza, nas suas manifestações nos seres criados, e não exatamente na arte.

Como Agostinho e Tomás de Aquino explica a relação entre fé e razão?

São Tomás de Aquino afirma que não pode haver contradição entre fé e razão, estas são distantes não opostas, assim como filosofia e teologia não se opõem, pelo contrário se aperfeiçoam e se qualificam em busca da verdade.