Qual a diferença entre a ultrassom e a morfológica?

Qual a diferença entre a ultrassom e a morfológica?

Um dos momentos mais aguardados dos pais 'grávidos' é conseguir ver o feto no útero e ouvir o coraçãozinho do bebê batendo. Mas o que é a ultrassonografia morfológica? Quais são as diferenças entre o ultrassom 3D e 4D? Os médicos Sebastião Zanforlin Filho eDomingos Mantelli Borges Filho listam para o site do GNT as principais dúvidas sobre o exame:
  • O que é a ultrassonografia morfológica?

Há dois tipos de ultrassonografia que a mulher pode fazer durante a gravidez. A obstetrícia, que avalia o crescimento fetal, a quantidade de líquido amniótico e a localização da placenta, por exemplo, e a morfológica. De acordo com o médico Sebastião Zanforlin Filho, é neste exame que a mãe consegue visualizar a anatomia do feto e o médico avalia sinais que se relacionam à probabilidade do feto ser portador de doenças graves ou possuir defeitos cardíacos.

  • Quando fazer a ultrassonografia?

A primeira ultrassonografia a mãe nunca esquece. E de acordo com Sebastião, O ideal é que o primeiro exame seja realizado bem no início da gravidez. "Mas para se identificar o embrião e seu batimento cardíaco seriam necessárias de 6,5 a 7 semanas, a contar da data da última menstruação", explica Sebastião. Isso significa que na 6ª semana, o embrião é ainda muito pequeno e pode não ser visto direito. "A atividade cardíaca do feto também, provavelmente, não será detectada", explica.

  • Em quais semanas devo fazer a ultrassonografia e quais doenças podem ser detectadas?

Entre a 12ª e a 14ª semanas, o médico consegue visualizar na ultrassonografia se o feto tem doeças graves, como a Síndrome de Down e doeças cardíacas. "É nesta fase também que são detectados os casos de maior risco para desenvolver hipertensões arteriais severas (pré-eclampsia). Com 20 a 22 semanas, repetimos o ultrassom morfológico para detectar quase 90% das anomalias fetais, além de se verificar o colo uterino para pesquisa de risco de parto prematuro", explica. Com 32 a 36 semanas, a ultrassonografia obstétrica pode revelar se o crescimento e a vitalidade do bebê estão normais. É neste exame que os médicos apontam se a gestação é de risco, com futuras complicações obstétricas, e se as mães precisarão de acompanhamento mais frequente.

  • Qual é a diferença entre o ultrassom 3D e o 4D?

De acordo com Sebastião Zanforlin Filho, o ultrassom 3D é diferente da ultrassonografia comum, que mostra uma fatia do feto. "O exame tridimensional usa o aparelho que capta várias fatias. Essas várias fatias, no computador, permitem ver a imagem por fora do bebê. Já com o ultrassom 4D, a imagem tridiomensional é feita em sequências muito rápidas. Se o bebê faz um movimento, dá para enxergar o movimento. Ou seja, é o 3D mais o tempo", explica. "Assim, os pais podem conhecer os traços do filho antes mesmo de ele nascer. Dá para ver os olhinhos, nariz, boca e até arriscar se ele se parece mais com o pai ou com a mãe. O que difere essas técnicas do ultrassom comum é a forma com que o parelho dividirá e mostrará as imagens obtidas, pois no tradicional conseguimos ver somente os ossinhos e órgãos internos do bebê. Nos demais, percebermos a camada de pele que cobre o feto", salienta Domingos Mantelli.

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Com o advento do ultrassom o acesso aos cuidados obstétricos teve um salto gigantesco. Antes do ultrassom a confirmação da apresentação fetal numa gestação gemelar por exemplo era possível com a realização de raio X de abdômen apenas, submetendo a gestante e seu feto a radiações desnecessárias.  

Entre as várias indicações e modelos de exames temos dois em especial que podem ser realizados durante a gravidez: o USG obstétrico e o USG obstétrico morfológico.

Qual a diferença entre a ultrassom e a morfológica?

O que é ultrassonografia morfológica e como é feita? ultrassonografia morfológica vs ultrassonografia obstétrica: qual a diferença?

USG morfológico é um exame de ultrassom realizado durante o período gestacional, por  médicos especializados e familiarizados com anatomia fetal. Os aparelhos para realização desse exame também são diferenciados.  

Profissionais para realizar o morfológico deveriam: 

  • Ser treinados no uso da ultrassonografia diagnóstica e questões de segurança relacionadas;  
  • Realizar regularmente exames de ultrassom fetal;  
  • Participar de atividades de educação médica continuada;
  • Ter já estabelecido padrões de referência apropriados para resultados suspeitos ou anormais;
  • Realizar rotineiramente medidas de garantia e de controle de qualidade.

Assim como algumas regras especiais valem para os profissionais, para os aparelhos também alguns requisitos mínimos para uma qualidade boa no exame e o resultado ser confiável e servir para fins terapêuticos também existem: 

  • Imagem em tempo real, recursos de ultrassom em escalas de cinza;  
  • Transdutores trans abdominais (com frequência entre 3-5 MHz);
  • Controles ajustáveis de saída de potência acústica com os padrões de exibição de saída (TI e MI); 
  • Capacidades de congelamento da imagem;
  • Cursores (calipers) eletrônicos; 
  • Capacidade para imprimir/armazenar imagens;  
  • Manutenção e reparos regulares, importante para o desempenho ideal do equipamento.

O que o exame pode indicar e como proceder clinicamente com os achados

Durante o primeiro trimestre a indicação para sua realização deve ser entre 11 e 14 semanas (quando o CCN 45 e 84 mm). Segundo a Fetal Medicine Foundation (FMF) o uso de variáveis como Idade Materna, Transluscência Nucal, presença de Osso Nasal e marcadores bioquímicos como PAPP-A e fração livre de βHCG são capazes de rastrear 95% das malformações. Importante aqui lembrar da diferença entre rastreamento e diagnóstico, o morfológico do primeiro trimestre ajuda muito no rastreamento (suspeita) de malformações, já que o diagnóstico definitivo se dará ao nascimento com o exame completo do concepto. 

Algumas anomalias estruturais diagnosticadas durante o primeiro trimestre: 

  • Acrania;
  • Encefalocele; 
  • Onfalocele; 
  • Gastrosquise; 
  • Megabexiga; 
  • Holoprosencefalia lobar;
  • Alterações de membros.

É durante o primeiro trimestre também que, com o uso de alguns algoritmos (da FMF bastante usado ao redor do mundo) podemos predizer a evolução gestacional da pré-eclampsia. No intervalo de 11 a 14 semanas pode-se utilizar verificação da PA média, com IP médio das artérias uterinas e PLGF sérico. Esses dados são adicionados ao algoritmo com resultado em porcentagem para desenvolvimento de pré-eclampsia naquela gestante.  

Já durante o segundo trimestre, temos outros objetivos a serem avaliados. Trata-se de um exame bastante complexo, sistemático e ordenado com objetivo de avaliar durante sua realização:

  • Avaliação completa da morfologia fetal;
  • Rastreamento de aneuploidias; 
  • Avaliação de placenta e líquido amniótico; 
  • Acompanhamento do crescimento fetal;  
  • Rastreamento de parto prematuro através da medida do comprimento do colo uterino.

Durante a realização desse exame é possível usar seu resultado para aconselhar o casal e planejamento do parto. Ainda tem como benefícios a possibilidade de ajuizamento de causas onde, através do USG, estima-se a interrupção de gravidezes onde o feto tem anomalias incompatíveis com a vida ou que ofereçam risco de morte materna.  

Mesmo tendo excelentes possibilidades diagnósticas, o USG morfológico tem algumas limitações capazes de restringir sua aplicabilidade. Como por exemplo:

  • Período ideal de realização: de 20 a 24 semanas.  
  • Experiencia do examinador: fundamental para que o exame seja de resultado confiável.  
  • Feto em posição adequada para visualização das possíveis malformações.  
  • Alterações do líquido amniótico (oligodramnia por exemplo) podem restringir a facilidade para visualização adequada do feto.
  • Obesidade materna ou presença de cicatrizes: atenuam o feixe sonoro prejudicando a imagem final.
  • Limitação do exame em patologias de manifestação tardia.
  • Necessidade de exames complementares séricos para complementação do rastreamento com uso dos marcadores ultrassonográficos.

Leia também: É necessário realizar ultrassom obstétrico de rotina no terceiro trimestre de gestação?

Set points do USG morfológico: 

  • US morfológico de primeiro e segundo trimestres são fundamentais durante o pré-natal. 
  • Auxiliam no correto aconselhamento dos casais durante o pré-natal. 
  • Seu resultado permite o planejamento adequado do restante do pré-natal e até das adequações devidas para o parto. 
  • Permite estruturar estratégias adequadas para atendimento do binômio materno fetal. Possibilita inclusive em centros avançados de medicina fetal resolução de algumas patologias cirúrgicas durante a vida intrauterina.US morfológico não é diagnóstico final de malformações fetais, ele apenas serve para rastreamento e ferramenta para aconselhamento no pré-natal.  
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Qual a diferença entre a ultrassom e a morfológica?

Médico Ginecologista e Obstetra formado pela Universidade Estadual de Londrina • Mestrado em Fisiopatologia pela Unoeste (Universidade Oeste Paulista) • Docente da Unoeste (Presidente Prudente) - departamento materno infantil • Preceptor Residência Médica Hospital Regional Presidente Prudente - SP • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Regional Presidente Prudente • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Estadual Dr. Odilo Antunes Siqueira (Presidente Prudente - SP) • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Santa Casa de Misericórdia de Adamantina Plantonista Socorrista Santa Casa de Misericórdia Presidente Prudente • Médico Regulador ambulatorial município de Dracena - SP • Médico Preceptor ambulatorial UNIFADRA (Dracena - SP) • Ginecologista do serviço ambulatorial de Narandiba (SP) • Ginecologista e Obstetra do serviço ambulatorial de Pirapozinho (SP).

Qual a diferença entre o ultrassom normal e o morfológico?

Enquanto o obstétrico pode levar até 20 minutos, o ultrassom morfológico dura de 20 até 40 minutos, fazendo também mais imagens do bebê. O ultrassom morfológico tem imagem com melhor definição. Quando realizado a partir da 20ª semana, o exame identifica o sexo do bebê com 70% de precisão.

Qual ultrassom substitui a morfológica?

Assim como o ultrassom morfológico, outro exame desse tipo que pode ser realizado durante a gravidez é a ultrassonografia obstétrica, por meio da qual o médico avalia o crescimento fetal, a localização da placenta, dentre outros pontos. Os dois exames são realizados de forma parecida.

O que a ultra morfológica mostra?

O que é ultrassom morfológico (ecografia morfológica)? Permite identificar possíveis malformações e também descobrir o sexo do bebê. Além disso, o ultrassom morfológico analisa o tamanho do bebê, verifica os batimentos cardíacos e confirma a idade gestacional.

Qual ultrassom morfológica e mais importante?

Na primeira morfológica, realizada entre a 11ª e a 14ª semana de gestação, o índice mais importante a ser visto é a translucência nucal (TN), parâmetro que mede o acúmulo de líquido na nuca. Se a medida estiver além do esperado, maior é o risco de a criança apresentar malformações ou síndromes, como a de Down.