Qual a diferença entre asteroides e cometas

  • WhatsApp
  • Facebook
  • Twitter
  • Pinterest
  • Linkedin
  • Copiar Link
Qual a diferença entre asteroides e cometas

Desenho de Ceres criado pela Nasa, que ilustra o vapor saindo do asteroide (Foto: Nasa - Divulgação)

Asteroides são formados por rocha e metal, enquanto cometas são feitos de uma mistura de gelo, rocha e poeira. Enquanto a maioria dos asteroides que conhecemos fica entre Marte e Júpiter, os cometas gostam de passear pelas bordas do Sistema Solar, além de Plutão, embora andem por regiões mais próximas de vez em quando. Essas são as diferenças entre os dois tipos de corpos celestes consideradas por cientistas.

Mas agora, um novo estudo publicado na Nature questiona essas definições. Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), encontraram evidências de vapor saindo de Ceres - o maior asteroide conhecido no Sistema Solar. E isso está sendo encarado como um sinal de que a enorme rocha de 933 km de comprimento tem uma subsuperfície similar à de cometas - cheia de gelo.

Não é a primeira vez que Ceres chama a atenção dos astrônomos. Pelos idos de 1970, telescópios mostraram que a luz do sol era refletida pelo asteroide, o que é uma evidência de minerais congelados. E, nos anos 1990, pesquisadores encontraram sinais de hidroxila, cuja forma é OH-, quase uma molécula de água (com um átomo de hidrogênio a menos).

Estudos recentes também mostraram que o asteroide seria muito esférico, o que é suspeito já que um corpo rochoso deveria assumir uma forma achatada por sua velocidade. No entanto, se o corpo tiver uma quantidade suficiente de gelo em seu interior, ele assume uma forma redonda.

E, agora, observadores testemunharam a emissão de vapor.  Cientistas criaram duas hipóteses para explicar o fenômeno: ou Ceres possui 'vulcões' de gelo, que expelem vapor por serem aquecidos por elementos radioativos em seu interior, ou ele é aquecido pelo Sol e o derretimento do gelo gera o vapor - fenômeno comum em cometas.

Então Ceres é um cometa gigante?

Provavelmente não. Apenas a nossa definição de cometas e asteroides não está tão clara. Por enquanto, astrônomos estão comparando suas descobertas sobre Ceres com o segundo maior asteroide que conhecemos - Vesta, que tem, claramente, um interior metálico. A explicação para a diferença entre os grandes asteroides é que, enquanto Ceres se formou nas partes mais distantes do Sistema Solar, onde é mais provável que se encontre gelo, Vesta teria sido formado em regiões interiores, próximas ao Sol.

Mais dados deverão ser reunidos quando a sonda Dawn tiver seu segundo encontro com Ceres - programado para fevereiro de 2015. Lá, cientistas esperam entender melhor o que se esconde por baixo do manto do maior asteroide conhecido.

Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes. 

publicidade

Para entender exatamente o que são esses objetos, é preciso voltar um pouco na história até o momento em que todos pertenciam à mesma coisa: o pó. Sim, no princípio do Sistema Solar, tudo que existia era uma enorme nuvem de gases e poeira cósmica em forma de disco, girando em torno de um centro de gravidade comum. 

Qual a diferença entre asteroides e cometas
Representação artística de um disco de poeira e gás, semelhante ao que era o Sistema Solar em formação. Créditos: ESO/L. Calçada

O hidrogênio e o hélio eram, e ainda são, os elementos mais abundantes do universo e, devido à ação da gravidade, eles começaram a se concentrar no centro dessa nuvem, formando uma enorme esfera de gases. 

Em algum momento, há cerca de 4,6 bilhões de anos, uma explosão de supernova ocorreu em nossa vizinhança, e o calor liberado por esse evento forneceu a energia que faltava para que aquela imensa esfera de gás iniciasse o processo de fusão nuclear em seu interior, dando origem ao nosso Sol.

Em torno do astro, as partículas de poeira cósmica derreteram com o calor e começaram a se aglutinar em pequenas gotículas de metal e rocha derretidos. Os ventos solares varreram os materiais mais voláteis, como gases e água, para as regiões mais distantes do Sistema Solar. Tanto esses gases quanto as gotículas de material derretido começaram a se solidificar à medida que a temperatura caía, continuando a se chocar e se fundir.

Qual a diferença entre asteroides e cometas
Durante a formação do Sistema Solar, materiais mais voláteis foram ejetados para regiões mais distantes. Imagem: Sergey Nivens – Shutterstock

Após alguns milhões de anos, esse processo já havia formado todos os planetas do nosso sistema: os rochosos, mais próximos do Sol (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), e, um pouco mais afastados, os gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). 

Em torno de vários desses planetas, também se desenvolveram satélites, cada um com um processo de formação distinto. Alguns, juntos com o planeta, outros, capturados por sua gravidade. E, em alguns casos, como parece ser o da Lua, a partir do material ejetado de um grande impacto com o corpo planetário.

Enquanto uma boa parte do material presente naquela nuvem de gás e poeira foi destinado para formar o Sol, os planetas e os satélites, outra parcela também se aglutinou e formou corpos menores, os chamados planetas anões. No entanto, ainda assim, sobrou muito material de construção do Sistema Solar.

Ainda hoje, uma quantidade significativa de matéria remanescente do processo de formação orbita o Sol, e é justamente dessas sobras que surgem os meteoros, meteoritos, cometas e asteroides.

O colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da  Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil, explica abaixo o que é cada um desses fenômenos.

Asteroides têm formatos irregulares, pois, diferentemente dos planetas, não têm massa suficiente para assumir uma forma esférica. Eles são pequenos em sua maioria, com poucos metros de largura, mas alguns podem ter centenas de quilômetros.

Qual a diferença entre asteroides e cometas
Imagem aproximada do asteroide Ryugu. Imagem: JAXA/Reprodução

O Sistema Solar está repleto desses objetos, a maioria deles rodeando o Sol entre as órbitas de Marte e Júpiter, em uma região conhecida como Cinturão Principal de Asteroides. Entretanto, eles podem ser encontrados em toda a vizinhança, inclusive se aproximando perigosamente da Terra. Sempre que um asteroide se aproxima do nosso planeta causa um grande alvoroço nas redes sociais e várias previsões apocalípticas, que nunca se confirmam.

Pela definição da União Astronômica Internacional, para ser considerado um asteroide, o objeto deve ter, pelo menos, um metro de diâmetro médio. Objetos que orbitam o Sol e que sejam menores que um metro devem ser chamados de meteoroides.

As regiões mais distantes do Sistema Solar abrigam pequenos corpos gelados formados essencialmente de gelo e gases congelados. São parte daquele material que foi levado para longe pelos ventos solares no período de formação do nosso sistema.

A grande maioria desses objetos está além da órbita de Netuno, mas, eventualmente, alguns deles são arremessados para o interior do Sistema Solar e formam os cometas.

Qual a diferença entre asteroides e cometas
O cometa Hale-Bopp, que passou pelo nosso Sistema Solar interno em 1997. Imagem: ESO/E. Slawik

Quando se aproximam da órbita de Júpiter, o calor do Sol faz evaporar os materiais mais voláteis que compõem o cometa, formando uma tênue atmosfera em torno do núcleo chamada de coma. 

Ao atingirem o cometa, os ventos solares arrastam parte da coma na direção oposta ao Sol, formando uma enorme cauda. Tanto a coma quanto a cauda de um cometa brilham devido à ionização de seus gases pelo astro rei.

Cometas são, em sua maioria, relativamente pequenos, com apenas algumas dezenas de metros de largura. Alguns deles, no entanto, podem medir vários quilômetros e ter material volátil suficiente para formar uma coma maior que Júpiter e uma cauda que pode se estender por vários milhões de quilômetros, criando um espetáculo observável a olho nu por várias noites – algo raro mas que, quando ocorre, é o fenômeno astronômico mais bonito de ser observado.

Meteoros

Asteroides, meteoroides e cometas orbitam o Sol em uma velocidade altíssima. Algo entre 40 mil e 266 mil quilômetros por hora. Quando atingem a atmosfera da Terra nessa velocidade, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro. 

Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz. Popularmente, também é chamado de “estrela cadente”.

Qual a diferença entre asteroides e cometas
Rastro luminoso de maior duração observado em 2022, durante a chuva de meteoros Tau Herculídeas. Imagem: Observatório Espacial Heller & Jung

Como a maioria dos meteoros é gerada por minúsculos fragmentos de rocha, não é possível prever quando e onde poderemos vê-los. No entanto, há algumas épocas do ano em que as nossas chances de observá-los aumenta consideravelmente. 

São as chamadas chuvas de meteoros, que ocorrem quando a Terra passa por uma região do Sistema Solar repleta de fragmentos deixados por algum cometa ou asteroide. Quando a Terra atravessa essa trilha, eles atingem a atmosfera, gerando dezenas ou até centenas de meteoros em uma única noite – um espetáculo de encher os olhos.

Leia mais:

  • Evidências do asteroide que matou os dinossauros são encontradas na Lua
  • Cometa descoberto por brasileiro é o maior já observado na história
  • Quantos meteoritos atingem a Terra todo ano?

O que acontece quando um objeto maior atinge a Terra?

De maneira geral, quanto maior o objeto, mais luminoso será o meteoro. E quando sua luminosidade supera o brilho de Vênus, o meteoro é comumente chamado de fireball – ou bola de fogo. 

Algumas vezes, dependendo também da velocidade e do ângulo de entrada, o meteoroide ou asteroide é grande o suficiente para atingir as camadas mais densas da atmosfera. Nesses casos, além de formar uma bola de fogo mais espetacular, o meteoro geralmente termina com um evento explosivo. 

Esse tipo de meteoro também é chamado de bólido, e popularmente, também é associado ao “fim  dos tempos”, “Jesus voltando” e outras profecias apocalípticas.

Se o objeto (meteoroide ou asteroide) for realmente grande, além de gerar um bólido, ele pode resistir à passagem atmosférica e chegar ao solo. Esses pedaços são chamados de meteoritos. 

Os meteoritos são uma importante fonte de pesquisa científica, pois nos trazem fragmentos de asteroides, cometas e, em alguns casos raros, até de outros planetas ou da Lua.

Análises de meteoritos são a forma mais barata de se estudar esses objetos distantes e ajudar a contar a história da formação do Sistema Solar.

Qual a diferença entre asteroides e cometas
Côndrulos no interior de um meteorito. Créditos: AMS/André Moutinho-BRAMON

A principal característica dos meteoritos mais comuns – os chamados condritos – é a presença de côndrulos em seu interior, que são minúsculas esferas de minerais e metais. A formação de condritos se dá a partir do resfriamento e aglutinação das gotículas de material derretido pelo calor da supernova que deu origem ao Sistema Solar. 

Isso quer dizer que quando um meteorito chega ao solo ele poderá trazer consigo 4,6 bilhões de anos da nossa história.

Qual a diferença entre asteroides e cometas
Créditos: AMS/André Moutinho-BRAMON

Para facilitar ainda mais o entendimento das diferenças entre asteroides, meteoros, cometas e meteoritos, o infográfico acima traz um resumo do que foi abordado aqui. 

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Qual a diferença entre asteroide é cometa?

De maneira simples, podemos dizer que a diferença entre um asteroide e um cometa é que os asteroides são rochosos e compostos por metais e minerais, enquanto os cometas são compostos de gelo e poeira e produzem uma característica única: uma cauda de gases à medida que se aproximam do Sol.

O que é maior asteroide ou cometa?

Com formato irregular, a maioria dos asteróides tem cerca de 1 km de diâmetro – mas alguns podem chegar a centenas de quilômetros! Rastro gigante Nuvem gasosa em volta do núcleo do cometa tem diâmetro 15 vezes maior que a Terra! O núcleo sólido é uma parte insignificante do cometa.

Qual é a diferença entre asteroides?

A diferença entre eles está em seu tamanho e na distância que estão da superfície do nosso planeta. Um asteroide é definido pelos astrônomos como um pequeno pedaço de rocha orbitando o sol. Em geral, eles estão no cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter, mas podem ser achados em outras regiões do Sistema Solar.

O que são cometas asteroides e meteoros?

Os asteroides, cometas e centauros, na sua maioria, são sobras remanescentes da formação do Sistema Solar. Eles possuem órbitas que variam desde muito próximo do Sol e da Terra, até tão distantes quanto 1 ano luz.