Qual a importância do Banco Mundial para os organismos internacionais de educação?

São instituições  formadas por  um conjunto de países-membros com personalidade jurídica no campo do Direito Internacional Público e atuam no âmbito das relações econômicas, políticas e sociais, ambientais por meio de regras, medidas e normas comuns  e finalidades específicas. Podem ser divididos em instituições intergovernamentais: a) globais: ONU,  OMC, OIT, OMS, FMI,  FAO, BID, Banco Mundial e UNESCO, UNICEF, UNIDO; b) regionais: OEA, OTAN, OCDE, Cepal, Mercosul e União Europeia. No geral, sua estrutura de funcionamento compreende os principais órgãos: Assembleia Geral, Diretoria de Governadores e Secretariado Permanente. Para alcançar e monitorar os objetivos, conta, além da Sede, com escritórios regionais ou agências em outros países; e  aquelas não-governamentais: Greenpeace, Cruz Vermelha,  Internacional Human Rights, Aldeias Infantis e outras.

Em 1919, em decorrência da 1ª Guerra  Mundial (1914-1918), o presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1856-1924),  propôs a criação de uma instituição universal e permanente com a finalidade de negociar os conflitos territoriais  e  encarregada de garantir a paz entre os Estados. Nessas circunstâncias históricas, criou-se, em Paris, uma  organização internacional, a Liga das Nações.  Essa instituição com muitas limitações e insucessos nas negociações comerciais e territoriais foi extinta em 1942, em meio às divergências comerciais, financeiras e econômicas emparelhadas com as hierarquias geopolíticas que reordenavam os Estados nacionais.

Os organismos internacionais se tornaram mais presentes nas relações internacionais a partir da 2ª Guerra Mundial,  em decorrência do aumento dos conflitos  entre os países por disputas territoriais, das divergências comerciais nas relações nacionais e internacionais,  além das exigências de cooperação e de aproximação dos governos para tratar das questões que ultrapassam fronteiras, o que gerou a criação de instituições de abrangência internacional  acima dos Estados para regular as relações de cooperação econômica, financeira, tecnológica entre países-membros. Diante dos conflitos e desacordos políticos e econômicos e das divergências entre os governos nacionais, as empresas transnacionais e a diplomacia, os Estados Unidos criaram, em outubro de 1945, na Conferência de San Francisco, a Organização das Nações Unidas – ONU com o objetivo de arbitrar os conflitos e assegurar a paz entre os estados-membros.

No Estatuto de cada instituição, estão inscritos alguns objetivos basilares, entre os quais, propiciar o diálogo com seus aliados, assegurar e manter  a paz  entre países-membros; mediar a  resolução de conflitos comerciais; aplicar punições e sanções;  adotar  regras e medidas de interesses comuns entre  si; impor  e regulamentar os acordos comerciais e financeiros; interceder e mediar os conflitos, contendas comerciais e belicosas; estabelecer cooperação financeira e ajuda técnica; regular as relações políticas, econômicas, diplomáticas e ecológicas  entre os estados-membros, além de atenuar os riscos ou desequilíbrios no setor financeiro, bélicos e ambientais.

Os Estatutos dessas instituições definem regras; medidas e ações;  conduta diplomática; competências jurídicas; formas de mediar os  contenciosos; processos sucessórios da instituição; quórum para aprovação de  decisões; percentuais de votos  dos membros para decisões; cota orçamentária  a ser paga pelos países e instrumentos para aplicação de punições e sanções.  As instituições governamentais globais e regionais, ao longo da história, passaram a relacionar-se com os governos nacionais com a finalidade de obter  seu consentimento para adotar políticas macroeconômicas, projetos, programas e medidas aprovadas na Assembleia Geral e subscritas pelos governos dos Estados, de tal modo que as decisões tomadas  nas instâncias da instituição  devem ser  seguidas por todos os seus membros.

As interfaces dos Organismos Internacionais com a EducaçãoA criação do Banco Mundial  (1944) e do Fundo Monetário Internacional (1944) na Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, em Breton Woods, New Hampshire, sob a liderança do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt,  tinha como objetivo servir-se dessas instituições para  defender os interesses dos  credores internacionais, além de promover o desenvolvimento econômico e fornecer empréstimos destinados à reconstrução dos países europeus destruídos pela guerra. Posteriormente, estruturou-se como um Banco de Desenvolvimento e de Empréstimo aos países que apresentassem riscos econômicos e sociais. A partir de 1980, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, ao firmarem acordos, passaram a agir de forma cruzada e sob condicionalidades para coibir riscos, desequilíbrios e manter o sistema financeiro ordenado e em segurança. Para alcançar as metas de cobrança da dívida externa, obter empréstimos lucrativos e monitorar moedas, exigiram dos governos a árdua tarefa de fazer ajustes estruturais e reformas socioeducacionais, condicionando, ainda, os seus empréstimos ao cumprimento desses ajustes. Isso significa que essas instituições prescrevem  e impõem condicionalidades aos governos locais, de maneira a  estreitar as suas opções políticas, econômicas e a pressioná-los a adquirir comportamento adequado e merecedor de empréstimos (SILVA, 2002, p. 13).

Também após a 2ª Guerra Mundial, em 1947, em meio a muitas divergências comerciais, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha criaram o Acordo Geral sobre Tarifas  Aduaneiras e Comércio – GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) que funcionava como um tratado multilateral para negociações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O GATT propunha tratamento homogêneo para todos os países, desconsiderando as suas diferenças sociais, econômicas e históricas. Seus objetivos visavam à liberalização do comércio mundial, à redução de tarifas, adoção de medidas para quebrar os sistemas coloniais e auxiliar o desenvolvimento econômico dos estados.    Em 1964, criou-se, no âmbito das Nações Unidas, um setor específico para se ocupar das questões do comércio internacional de produtos: a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD. Os países participantes dessa Conferência aprovaram, em 1974, um documento intitulado Nova ordem Econômica Internacional, que incentivava a cooperação e as trocas entre os países; o respeito à soberania e às diferenças sociais, religiosas, culturais e políticas, o fim do aparteid e outras formas de neocolonialismo (SIQUEIRA, 2004, p. 146). 

Nos anos 1980, a atuação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional foi decisiva para a cobrança da dívida externa e a execução de uma política de empréstimos para ajustes estruturais e setoriais e reformas como condição prévia para a concessão de créditos aos países. Ainda em 1986, realizou-se a Rodada do Uruguai, que se estendeu até 1995, quando se definiram medidas  para  derrubar barreiras comerciais, abrir os mercados e estabelecer  na  legislação dos países os preceitos internacionais de mercado livre. De fato, como resultado da Rodada do Uruguai, criou-se a Organização Mundial do Comércio – OMC ou WTO, que incorporou o  GATT; o Acordo geral para tratar do comércio de bens materiais; o Trade-related Aspects of Intellectual Property Rights (TRIPS); o Trade-related Investment Measures (TRIMS) e o General Agreement on Trade in Services  (GATS). Desse modo, prevaleceu a posição de liberalização comercial de bens, produtos e serviços e a OMC tornou-se o fórum internacional para contendas e resoluções de conflitos, por meio da Conferência Ministerial (Assembleia Geral) composta por todos os membros; do Conselho Geral (Conselho Permanente) e da Secretaria Geral. Assim, o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços – GATS incorporou a educação no âmbito dos serviços e agrupa a educação primária, secundária, superior, de adultos e outros serviços educacionais ou atividades correlatas como lucrativo campo de negócios (PRONER, 2006, p. 66).

Qual a importância do Banco Mundial para o mundo?

O principal objetivo do Banco Mundial é contribuir com o desenvolvimento econômico e social das nações do globo. Para tal, essa instituição fornece empréstimos financeiros para a implementação de políticas públicas e realização de projetos estruturais que auxiliem na promoção do desenvolvimento dos países.

Qual foi a proposta do Banco Mundial para a educação?

A proposta de educação para promover a melhoria do acesso, a equidade e a qualidade dos sistemas de ensino está direcionada, fundamentalmente para a formação básica e, se constitui em pacotes de medidas formulados para os países em vias de desenvolvimento, abrangendo um amplo conjunto de aspectos macro para micro- ...

Como o Banco Mundial interfere nas políticas educacionais?

Os interesses do capital internacional também permeiam as propostas educacionais propagadas pelo Banco Mundial por meio de acordos intitulados de "cooperação internacional", mais precisamente empréstimos por meio dos quais o banco impõe modelos de políticas e projetos educacionais e normas e regras que condicionam o ...

Qual a influência dos organismos internacionais na educação?

As políticas que estes organismos internacionais determinam para os países emergentes defendem uma análise economicista, além da privatização e da responsabilização da escola e professores enfraquecendo e eximindo o Estado de sua responsabilidade.