Qual a medida básica mais importante a ser adotada para prevenção e controle das infecções hospitalares?

Empregabilidade e Aperfeiçoamento | 23 de julho de 2014

Associação norte-americana de enfermagem apresenta procedimentos 

Qual a medida básica mais importante a ser adotada para prevenção e controle das infecções hospitalares?

Infecções hospitalares – que ocorrem dentro da instituição – são a segunda maior causa de contágio associada aos cuidados de saúde. No entanto, cerca de metade dos casos poderiam ser evitados com medidas simples, destaca um artigo publicado no jornal AORN (Association of Perioperative Registered Nurses, dos EUA).

De acordo com a publicação especializada em enfermagem, cerca de metade das ocorrências poderiam ser evitadas com prevenção.


“As bactérias estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos, tornando a prevenção ainda mais importante hoje em dia”, ressalta Lisa Spruce, diretora da AORN e autora do artigo.


A especialista sugere 10 medidas simples que os profissionais de saúde devem seguir para evitar a proliferação de infecções hospitalares:

1) Limpar as mãos com frequência com álcool desinfetante, esfregando bem as mãos.


2) Utilizar os procedimentos de limpeza recomendados para a assepsia da pele do paciente antes da cirurgia.


3) Manter o jaleco sempre limpo.


4) Evitar “passeios” desnecessários pelo estabelecimento.


5) Seguir protocolos de limpeza do local.


6) Conversar com pacientes (e familiares) que já tiveram experiência de infecção, a fim de desenvolver estratégias de prevenção.


7) Seguir uma lista de verificação de segurança cirúrgica (checklist).


8) Desenvolver procedimento padrão para toda a equipe hospitalar sobre as medidas para evitar infecção.


9) Esterilizar os nebulizadores antes de cada uso.


10) Limpar os instrumentos antes da esterilização ou desinfecção.

Qual a medida básica mais importante a ser adotada para prevenção e controle das infecções hospitalares?
Comemorado em 15 de maio, o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares tem o objetivo de alertar para um problema que atinge milhares de pessoas no mundo e que pode ser prevenido com medidas simples.

A infecção hospitalar, segundo dados da Associação Médica Brasileira ,(AMB), nos Estados Unidos e Europa, cerca de 10% dos pacientes internados são atingidos por infecções hospitalares. A Organização Mundial de Saúde estima que, no Brasil, 14% dos pacientes internados em hospitais morrem devido a casos do gênero.

Ainda de acordo com as informações da AMB, acredita-se que a higienização das mãos ao visitar um paciente, ou antes qualquer procedimento invasivo, é a forma mais eficaz e barata contra as infecções hospitalares.

Segundo a OMS, se a medida fosse adotada corretamente os casos de infecção diminuiria em 70%.  O Ministério da Saúde, por meio da Anvisa, ainda destaca que para prevenir a infecção hospitalar, as principais recomendações envolvem hábitos e cuidados dos pacientes e dos profissionais de saúde, além dos protocolos internos dos serviços de saúde.

Segundo a Anvisa, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), do Ministério da Saúde, “criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional, é um dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem adquirido grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde, com a finalidade de oferecer uma assistência segura”.

O que infecção hospitalar

Infecção hospitalar é aquela adquirida dentro do serviço de saúde, principalmente em enfermarias e UTIs, e que pode ser transmitida de um paciente para outro, assim como para os acompanhantes, se não adotadas as devidas medidas de proteção. Estima-se que, no Brasil, a taxa de infecções hospitalares atinja 14% das internações.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 234 milhões de pacientes são operados por ano em todo o mundo. Destes, um milhão morre em decorrência de infecções hospitalares e sete milhões apresentam complicações no pós-operatório.

Como surgiu a data comemorativa do controle da infecção hospitalar

No dia 15 de maio do ano de 1847, na Hungria, o médico-obstetra Ignaz P. Semmelweis defendeu e incorporou a prática da lavagem de mãos como atitude obrigatória para enfermeiros e médicos que entravam nas enfermarias. Uma simples, mas efetiva iniciativa que conseguiu reduzir a taxa de mortalidade das pacientes.

Foi por esse motivo que 15 de maio é o Dia Nacional de Controle das Infecções Hospitalares. A data chama a atenção de autoridades sanitárias, diretores de instituições e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções.

“Bactérias resistentes são desafio no combate à infeção hospitalar”

Em entrevista publicada no site do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a pesquisadora  Marisa Zenaide Ribeiro Giomes, alerta para os principais desafios do combate às infecções.

Para a especialista, “o combate aos micro-organismos resistentes, dentro e fora do ambiente hospitalar, depende de um esforço conjunto das autoridades, dos profissionais de saúde e da população em geral.

Confira a entrevista
Por que o problema das bactérias resistentes a antibióticos se tornou tão grave?

Esta situação vem se agravando por causa do uso abusivo de antibióticos, o que ocorre por vários motivos. Mesmo na situação de dúvida sobre a origem de uma infecção simples, como um resfriado, muitas vezes os antibióticos acabam sendo recomendados.

Nos hospitais, em função das dificuldades para o diagnóstico microbiológico rápido dos agentes causadores das infecções, se torna freqüente a realização de tratamento antibiótico empírico, ou seja, sem a identificação da bactéria que provoca a doença.

Com o uso indiscriminado, as bactérias apresentam resistência e há necessidade de usar ainda mais antibióticos nos tratamentos. O resultado é que precisamos voltar a utilizar drogas que já tinham saído do mercado.

Quais são os riscos se não houver avanços no combate à resistência a antibióticos?

Nos últimos 20 anos, o desenvolvimento de novos antibióticos não acompanhou a rapidez com que os micro-organismos desenvolveram resistência. Já existem bactérias contra as quais não há recursos terapêuticos disponíveis.

Qualquer pessoa pode ser atendida na emergência de um grande hospital, adquirir uma infecção com micro-organismo resistente e ter dificuldade de se recuperar ou até morrer. As bactérias resistentes também não estão restritas aos hospitais, podendo ser adquiridas no ambiente comunitário, ou seja, fora dos serviços de saúde.

Se não houver antibióticos para tratar as infecções, estaremos ameaçando a medicina como um todo. Tratamentos mais complexos – como a terapia contra o câncer, o transplante de órgãos e as cirurgias cardíacas, para citar os tratamentos mais caros – correm o risco de ser comprometidos se não for possível tratar as infecções que podem ocorrer após estes procedimentos.

Considerando que não se pode deixar de usar antibióticos, o que deve ser feito?

As medidas para minimizar o desenvolvimento de resistência antibiótica interessam a todas as especialidades médicas e, portanto, todos que participam da assistência à saúde devem estar atentos e contribuir para as ações de prevenção e controle.

Todo uso de antibióticos nos hospitais deve ser notificado, no momento da prescrição, às Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs). Assim, elas poderão adotar medidas para adequar o tratamento às políticas de uso de antibióticos recomendadas para suas unidades.

As CCIHs devem desenvolver e atualizar sistematicamente rotinas de tratamento para as infecções mais frequentes e de maior risco nas diferentes áreas do hospital, considerando o perfil microbiológico destas infecções e o histórico de consumo de antibióticos.

Como as bactérias desenvolvem resistência aos medicamentos?

As bactérias são organismos unicelulares, mas que têm uma capacidade de organização e comunicação muito grande. Tentando explicar de uma forma bem simplificada, quando uma delas adquire um gene de resistência a um determinado antibiótico, ela transmite essa característica para as gerações seguintes e também para as ‘amigas e vizinhas’ – as bactérias próximas, que podem ser até mesmo de outros gêneros e espécies.

Portanto, as bactérias podem se tornar resistentes por uma mutação genética ou pela aquisição de um gene de outro micro-organismo, pois são capazes de transmitir estes mecanismos de defesa entre elas.

De que forma as bactérias resistentes são transmitidas nos hospitais?

As bactérias tendem a ser mais resistentes dentro dos hospitais porque nestes locais há um uso maior de antibióticos. A transmissão pode ocorrer de um paciente para outro, a partir de uma superfície contaminada ou até mesmo entre partes diferentes do corpo da mesma pessoa.

O importante é que estes micro-organismos são transmitidos sobretudo pelo contato, por isso higienizar as mãos é a principal medida de prevenção. Em infecções hospitalares, dizemos que as mãos participam ativamente da transmissão dos micro-organismos, porque elas tocam o maior número de superfícies e pacientes.

No entanto, outros tipos de contato, como, por exemplo, o toque entre superfícies de equipamentos e pacientes, também podem ser responsáveis pela disseminação das bactérias. Daí a importância da higiene de superfícies clínicas e da desinfecção e esterilização de equipamentos médico-hospitalares.

O que mais pode ser feito para prevenir a disseminação das bactérias resistentes?

A higiene das mãos é uma medida que precisa ser adotada sistematicamente por profissionais de saúde, acompanhantes e visitantes sempre antes e após o contato com pacientes e superfícies hospitalares. Além disso, em casos específicos, é recomendado uso de luvas, capotes e máscaras, conforme a situação de cada paciente.

As informações sobre como prevenir infecções hospitalares devem ser conhecidas não apenas pelo pessoal da área de saúde, mas também por recepcionistas, profissionais de limpeza, cozinheiros, enfim, todos que trabalham ou frequentam o hospital.

O que as pessoas podem fazer para contribuir neste processo?

A automedicação é uma questão crítica: é preciso ir ao médico para saber se realmente é necessário tomar antibióticos. Nas doenças provocadas por infecções virais, por exemplo, estes medicamentos não têm nenhuma efetividade.

Quando há indicação de usar antibióticos, é importante tomar os remédios na hora certa e fazer o tratamento durante todo o período recomendado, sem interrupção. Antibióticos também não devem ser jogados no lixo comum, para não contaminar o meio ambiente.

Além de tudo isso, deve haver cuidados especiais quando as pessoas vão a um hospital. O ideal é evitar o excesso de visitantes e acompanhantes e não manter contato com outros pacientes. Em caso de dúvidas, os profissionais de saúde devem ser consultados.

FONTE: ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRAS | MINISTÉRIO DA SAÚDE/ANVISA | INSTITUTO OSWALDO CRUZ/IOC/FIOCRUZ.

Leia também...

O que são medidas básicas para prevenção e controle de infecção hospitalar?

Entre as ações de prevenção e controle, destacam-se a higienização das mãos, a elaboração e a aplicação de uma série de protocolos de prevenção, a aplicação de medidas de precaução e isolamento, o gerenciamento do uso de antimicrobianos, protocolos de limpeza e desinfecção de superfícies.

Qual a principal medida para prevenção de infecção?

Várias medidas ajudam a proteger as pessoas contra infecções. Lavar as mãos é um modo eficaz de prevenir a transmissão de micro-organismos infecciosos de uma pessoa a outra. Lavar as mãos é particularmente importante para pessoas que manipulam alimentos ou que têm contatos físicos frequentes com outras pessoas.

Quais são os métodos de controle de infecção hospitalar?

Quais medidas adotar para evitar contaminações em hospitais?.
Utilize equipamentos de proteção. ... .
Use materiais descartáveis nos procedimentos. ... .
Realize a higienização das mãos com frequência. ... .
Mantenha o jaleco sempre limpo. ... .
Esterilize os equipamentos antes de utilizar. ... .
Estabeleça medidas de higiene para o hospital..

Qual é a ferramenta mais eficaz no controle das infecções hospitalares atualmente?

A educação constitui a principal ferramenta para o controle e prevenção das infecções hospitalares.