Qual a relação entre o exercício físico e a sensibilidade a insulina?

10 de junho de 2018/em Insulina/

Os benefícios do exercício físico para o Diabetes tipo 2 são conhecidos e divulgados em todo o mundo, a American Heart Association classifica, em nível máximo de evidência, que a prática dos exercícios físicos regularmente melhora a sensibilidade à insulina, a glicemia de jejum e é capaz de diminuir os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c). Além disso, diversos estudos ainda relacionam a prática dos exercícios físicos com melhora da composição corporal e diminuição dos fatores de risco cardiovasculares nos pacientes com resistência à insulina.

Primeiro precisamos entender como o exercício físico é capaz de melhorar a sensibilidade à insulina. Um artigo de revisão do International Journal of Endocrinology publicado em 2013 mostra que a contração muscular desempenhada no exercício é capaz de translocar os receptores GLUT-4 sem a necessidade da ação da insulina.

Uma das ações fundamentais da Insulina é a manutenção da euglicemia no nosso sangue, ou seja, efetuar o transporte da glicose sanguínea para o interior das células do nosso corpo como, por exemplo, as células musculares quando necessário. Para isso, a insulina possui um receptor específico de membrana celular que “ativa“ os transportadores de glicose (GLUT-4) que fazem o transporte das moléculas de glicose da corrente sanguínea para o meio intracelular.

Outro mecanismo também estudado, apenas em camundongos, é a relação do exercício físico com a diminuição do clearance de insulina o que poderia favorecer a sensibilidade celular e a diminuição da secreção pancreática de insulina como mostra interessante e recente estudo de Costa-Junior J. (PLOS One, 2015)

Indivíduos diabéticos ou com síndrome metabólica (sobrepeso, resistência à insulina, e hipertensão arterial) podem ter um enorme benefício quando praticam exercícios físicos. Esses indivíduos passam a secretar menos insulina até 72h após uma sessão de treinamento devido a translocação de GLUT-4 causada pela contração muscular. Outro detalhe importante é que quanto maior for a intensidade do exercício maiores são os benefícios como mostram os estudos de Stephen R. (Mauritas, 2012) e Little J. (J Appl Physiol, 2011). É o que também afirma a diretriz de 2014 da Sociedade Brasileira de Diabetes que já coloca o treino de alta intensidade intervalado, do inglês HIIT (High Intensity Interval Training), como recomendação para melhora de pacientes diabéticos.

O HIIT parece ainda facilitar uma maior biogênese mitocondrial que favorece o maior consumo de glicose pelas células e a maior capacidade oxidativa celular.

Uma outra novidade além do o HIIT é a recente recomendação do treinamento de força e resistência para o tratamento do Diabetes 2. Um enorme estudo controlado e randomizado de SoJung L. (American Diabetes Association, 2012) mostrou que a musculação foi mais efetiva do que o exercício aeróbico na melhora da resistência à insulina e na diminuição da gordura visceral. Outra novidade é a relação entre o aumento de até 18% na densidade capilar muscular levando a melhora da resistência à insulina como demonstra o estudo recente de Prior S. (American Diabetes Association, 2015). Esse estudo levanta a hipótese de que, além da translocação independente de insulina do GLUT-4, exista um segundo mecanismo relacionando uma melhor resposta a sensibilidade à insulina com a melhora da densidade dos capilares musculares.

Não existem dúvidas de que prática regular de exercícios físicos é uma das chaves principais para a prevenção e para o tratamento da resistência à insulina e para o diabetes tipo 2. É muito importante enfatizar que pacientes com Diabetes 2 devem realizar treinamento supervisionado com profissional de educação física, monitorar eventuais hipoglicemias esforço induzidas e devem evitar iniciar um exercício físico com glicemia >250mg/dl. Por isso, consulte sempre seu médico endocrinologista.

Referências:

1 – YoonMyung K. and Hanui Park. Review Article – Does Regular Exercise without Weight Loss Reduce Insulin Resistance in Children and Adolescents? International Journal of Endocrinology 2013. 402592 pg. 10

2 – SoJung L. et al. Effects of Aerobic Versus Resistance Exercise Without Caloric Restrition on Abdominal Fat, Intrahepatic Lipid, and Insulin Sensitivity in Obese Adolescent Boys a Randomized, Controlled Trial. Diabetes – 2012 no. 10.2337/db12-0214.

https://renke.com.br/wp-content/uploads/2018/06/image-2.jpeg 453 793 renke https://renke.com.br/wp-content/uploads/2016/01/brand-guilherme.pngrenke2018-06-10 07:48:572018-06-10 07:48:57Exercício reduz necessidade de ação da insulina, diz estudo sobre diabetes

Qual a relação entre o exercício físico e a sensibilidade a insulina?

O exercício físico reduz a expressão e/ou atividade de proteínas intracelulares de efeito negativo sobre a via de sinalização da insulina, por exemplo, PTP1B, JNK, IKK e iNOS, e com isso aumenta a sensibilidade à insulina e melhora a captação de glicose na obesidade (A).

O que acontece com a insulina durante o exercício físico?

Em resumo, o treinamento físico aumenta o fluxo sanguíneo muscular, o que facilita a ação da insulina e a captação da glicose, a agregação da insulina ao seu receptor e aumenta a atividade da enzima glicogênio sintase, o que aumenta a captação da glicose. Melhor que qualquer remédio para controle glicêmico.

Qual a função da insulina e qual a sua relação com o exercício?

A insulina exerce um papel central na regulação da homeostase da glicose¹, ou seja, no controle do nível de glicose no sangue. Além disso, ela reduz a produção de glicose pelo fígado e aumenta a captação desse hormônio nos tecidos adiposo e muscular².

Porque a insulina diminui no exercício?

Esses indivíduos passam a secretar menos insulina até 72h após uma sessão de treinamento, devido à translocação de GLUT-4 causada pela contração muscular. Outro detalhe importante é que quanto maior for a intensidade do exercício maiores são os benefícios, como mostram os estudos de Stephen R.