Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

METODOLOGIAS UTILIZADAS NO DESENVOLVIMENTO DO� �ATLAS DIGITAL DAS �GUAS DE MINAS�  (E CONSIDERA��ES GERAIS SOBRE OS RESULTADOS)

SUM�RIO:

A) METODOLOGIAS UTILIZADAS

1) Metodologias de regionaliza��o hidrol�gica

    1.1) Metodologia de regionaliza��o da vaz�o m�nima, m�xima e m�dia de longo per�odo

    1.2) Metodologia de regionaliza��o da curva de perman�ncia

    1.3) Metodologia de regionaliza��o de curvas de regulariza��o

2) Metodologia de mapeamento de vari�veis e fun��es hidrol�gicas

3) Sistema Simplificado de Apoio a Gest�o das �guas � SAGA

    3.1) Consulta espacial georreferenciada

  • Informa��es hidrol�gicas na rede hidrogr�fica

  • Informa��es em qualquer se��o fluvial

  • Modelos hidrol�gicos ajustados por cursos d��gua

  • Nascentes com informa��es hidrol�gicas

  • Imagens de sat�lite

  • Balan�o demanda/disponibilidade por bacia

  • Regi�es hidrologicamente homog�neas

  • Rede hidrol�gica georreferenciada com informa��es de vaz�o e precipita��o pluvial

    3.2) Consulta informativa

  • Balan�o h�drico nas sub-bacias

  • Contribui��o dos afluentes principais

  • Comportamento hidrol�gico no rio principal

  • Comportamento hidrol�gico da vaz�o m�xima

  • Disponibilidade h�drica nas sub-bacias

  • Disponibilidade h�drica per capita

  • �ndice de vaz�es m�nimas

  • Impacto ambiental relevante

  • Modelos de vaz�es ajustados nas regi�es hidrologicamente homog�neas

  • Mapas de vaz�es espec�ficas

  • Mapas de precipita��o pluvial

  • Rios com baixa capacidade de regulariza��o natural

  • Resumo expandido

4) Valida��o das metodologias desenvolvidas no ATLAS
 


B) CONSIDERA��ES GERAIS SOBRE OS RESULTADOS



A) METODOLOGIAS UTILIZADAS

As metodologias, ora apresentadas, correspondem � experi�ncia adquirida nos estudos de regionaliza��o hidrol�gica no �mbito do Programa HIDROTEC, realizados nas regi�es hidrogr�ficas mineiras e partes das regi�es dos Estados do Esp�rito Santo, Bahia, Goi�s e Distrito Federal  abrangendo uma �rea de 1.986.000 km�, al�m de outras, fora do Estado, como a bacia do rio Purus, na regi�o Amaz�nica.

No decorrer desta experi�ncia, foi desenvolvido um programa computacional de regionaliza��o hidrol�gica, RH, o qual sintetiza a metodologia de regionaliza��o, atualmente, na vers�o RH4.0. Trata-se de ferramenta eficiente em estudos de quantifica��o de recursos h�dricos, possibilitando obter as vari�veis e fun��es hidrol�gicas, de forma simples e r�pida, em base cient�fico-tecnol�gica, consoante com a agilidade que as decis�es, no �mbito da administra��o dos recursos h�dricos, requerem.

As disponibilidades e potencialidades h�dricas est�o representadas pelas vari�veis e fun��es hidrol�gicas: vaz�o m�nima de sete dias de dura��o e per�odo de retorno de 2, 5 e 10 anos com intervalo anual; vaz�o m�nima de sete dias de dura��o e per�odo de retorno de 10 anos com intervalo sazonal (per�odo seco � abril/setembro e per�odo chuvoso � outubro/mar�o), vaz�o m�nima com perman�ncia de 50, 75, 85, 90 e 95%, vaz�o m�dia de longo per�odo, vaz�o m�xima di�ria anual para os per�odos de retorno de 2, 10, 20 50, 100 e 500 anos, vaz�o m�xima poss�vel de ser regularizada atrav�s de barramentos, vaz�o m�xima poss�vel de ser regularizada e disponibilizada para outorga � jusante do barramento, volume de armazenamento necess�rio a regulariza��o da vaz�o m�xima poss�vel de ser regularizada, volume de armazenamento necess�rio a regulariza��o da vaz�o m�nima residual (70% da Q7,10) e volumes de regulariza��o em reservat�rios em fun��o da vaz�o de interesse a ser regularizada.

As vaz�es m�nimas, como a de sete dias de dura��o e per�odo de retorno de 10 anos (Q7,10), e as obtidas da curva de perman�ncia para 90 e 95 % de probabilidade (Q90 e Q95) s�o valores caracter�sticos do comportamento da estiagem em uma bacia hidrogr�fica, enquanto a vaz�o m�dia de longo per�odo (Qmlp), corresponde a s�ntese de todas as vaz�es ao longo do tempo. A vaz�o Q7,10   apresenta um enfoque estat�stico pois � considerada como vari�vel aleat�ria � qual se aplica t�cnicas estat�sticas para avaliar  sua probabilidade de ocorr�ncia. Corresponde a um valor que, em m�dia, a cada 10 anos, ser� igualado ou inferiorizado pelo escoamento m�dio de estiagem do rio em quaisquer 7 dias consecutivos. A  curva de perman�ncia de vaz�es  � uma tradicional fun��o hidrol�gica  e por isso as vaz�es Q90 e Q95 dela extra�das t�m enfoque hidrol�gico. A curva de perman�ncia fornece a porcentagem de tempo que uma dada vaz�o � igualada num per�odo hist�rico definido.

Estas tr�s modalidades de vaz�es s�o utilizadas em v�rios Estados brasileiros como "vaz�o de refer�ncia", para defini��o de crit�rios de outorga de direito de uso de �gua . Por exemplo, nos Estados de Minas Gerais, S�o Paulo, Rio de Janeiro, Esp�rito Santo e Paran�  utilizam  a vaz�o Q7,10. J� v�rios Estados situados no nordeste como: Bahia, Pernanbuco, Para�ba, Rio Grande do Norte, Cear� e o Estado de Goi�s adotaram as vaz�es Q90 e Q95.  Em Minas Gerais, de acordo com a portaria  010/98 do Instituto Mineiro de Gest�o da �gua-IGAM � fixado o percentual de 30% da Q7,10 como limite m�ximo de deriva��es consuntivas a serem outorgadas, em cada se��o da bacia hidrogr�fica considerada, garantindo, assim, vaz�es residuais m�nimas, a jusante, equivalentes a 70% da Q7,10. Informa��es mais detalhadas sobre os procedimentos estat�sticos de estimativa da vaz�o Q7,10 encontram-se no t�pico 1.1 (

Metodologia de regionaliza��o da vaz�o m�nima, m�xima e m�dia de longo per�odo). J� para as vaz�es Q90 e Q95 os procedimentos hidrol�gicos encontram-se no t�pico1.2 (Metodologia de regionaliza��o da curva de perman�ncia). � oportuno mencionar que a  vaz�o  Q95 � freq�entemente utilizada no dimensionamento de pequenas centrais hidr�letricas - PCHs.  

Considerando a significativa diversidade hidrol�gica que ocorre em territ�rio mineiro, e certamente a necessidade de se aperfei�oar, num futuro pr�ximo,  estudos de vaz�es de refer�ncia diferenciadas para algumas regi�es hidrogr�ficas do Estado, as tr�s modalidades de vaz�es Q7,10,  Q90  e  Q95  foram quantificadas em todas as regi�es hidrogr�ficas estudas no �mbito do programa HIDROTEC. O mesmo procedimento foi adotado para a vaz�o m�nima de sete dias de dura��o e per�odo de retorno de 10 anos com intervalo sazonal (per�odo seco � abril/setembro e per�odo chuvoso � outubro/mar�o).

A maioria das t�cnicas utilizadas em estudos hidrol�gicos depende, para sua aplica��o, de dados confi�veis a respeito do volume de �gua precipitado ou evaporado, e da vaz�o dos cursos d��gua. Estas informa��es s�o obtidas em esta��es fluviom�tricas e pluviom�tricas distribu�das nas regi�es hidrogr�ficas. Portanto, o estabelecimento de uma rede hidrol�gica e a sua manuten��o ininterrupta, ao longo do tempo, s�o condi��es absolutamente necess�rias ao estudo hidrol�gico.

Os levantamentos de informa��es pluvio-fluviom�tricas tiveram in�cio, h� mais de cem anos, quando foram instaladas as primeiras esta��es pluviom�tricas com medi��es regulares e, tamb�m, iniciadas as primeiras esta��es com controles de n�veis e medi��es de vaz�es, objetivando fazer face, j� naquela �poca, �s necessidades de aproveitamento da energia hidr�ulica.

A precipita��o � medida como a altura de �gua ou l�mina que seria acumulada em superf�cie plana, se nenhuma perda ocorresse. O aparelho usado para esta medi��o � o pluvi�metro ou pluvi�grafo. O pluvi�metro marca o total acumulado, em um dado per�odo de tempo, sendo sua leitura realizada, em geral, uma vez por dia, �s 7 ou �s 9 horas. O pluvi�grafo registra, continuamente, a precipita��o em um local. � utilizado quando se faz necess�rio o conhecimento da distribui��o temporal da precipita��o e da varia��o de sua intensidade.

De modo geral, a vaz�o � obtida a partir do n�vel das �guas, atrav�s do uso de r�gua� linim�trica ou por instrumentos de registro cont�nuo, os lin�metros ou lin�grafos. Estes aparelhos registram, continuamente, as varia��es de n�vel d��gua, ao longo do tempo, na se��o de controle. As leituras em r�guas linim�tricas s�o, em geral, realizadas duas vezes por dia em horas fixas. Uma vez obtida a s�rie de n�veis, transforma-se a s�rie de n�vel em s�rie de vaz�o atrav�s do uso da curva-chave daquela se��o, a qual relaciona n�vel-vaz�o.

O levantamento de dados hidrol�gicos, pela sua import�ncia, est� despertando interesse do mercado para o desenvolvimento e disponibiliza��o de novos equipamentos de hidrometria para coleta, armazenamento e transmiss�o de dados, facilitando o trabalho de campo e aumentando a confiabilidade das informa��es levantadas. O car�ter estrat�gico das informa��es hidrol�gicas foi o elemento decisivo para que a Ag�ncia Nacional de �guas � ANA, assumisse, de fato, a partir de janeiro de 2003, a administra��o da opera��o e manuten��o da rede b�sica de esta��es hidrometeorol�gicas em todo territ�rio brasileiro.

De acordo com o Sistema Nacional de Informa��es sobre Recursos H�dricos-SNIRH/ANA, est�o em opera��o no Pa�s, atrav�s de diversas entidades, cerca de 8.760 esta��es pluviom�tricas e 4.133 fluviom�tricas. Das esta��es fluviom�tricas, 948 tem monitoramento de qualidade de �gua e 537 tem medi��es sedimentom�tricas.

� importante resaltar que nos estudos de regionaliza��o hidrol�gica realizadas nas regi�es hidrogr�ficas mineiras, incluindo a�, a �rea baiana compreendendo as bacias do Leste, rios Pardo e Jequitinhonha e a �rea capixaba da bacia do rio Doce, foram utilizadas 318 esta��es fluviom�tricas, apresentando, assim, uma densidade de 1: 1.846 km2.� Relativamente ao n�mero de esta��es pluviom�tricas, foram utilizadas 378 esta��es, com uma densidade de 1: 1.553 km2.

Uma rede hidrol�gica de informa��o, dificilmente, cobre todos os locais de interesse para o desenvolvimento e conserva��o dos recursos h�dricos. Sempre existir�o lacunas temporais e espaciais que necessitam ser preenchidas com base em metodologias robustas.

As metodologias utilizadas para estimativa das vaz�es dos cursos d��gua dependem, para sua aplica��o, de dados confi�veis a respeito da quantidade e qualidade das informa��es hidrol�gicas, dispon�veis na regi�o hidrogr�fica de interesse.

De um modo geral, a estimativa da vaz�o pode ser realizada: a) diretamente, utilizando-se as s�ries hist�ricas de vaz�es registradas em esta��es fluviom�tricas ou, b) indiretamente, atrav�s de dados de precipita��o pluvial. Na primeira op��o (a), a estimativa est�, diretamente, relacionada com a distribui��o espacial das esta��es hidrom�tricas na rede hidrogr�fica. Neste caso, t�m-se, praticamente, tr�s situa��es:

1. Local de interesse coincide com o local da esta��o fluviom�trica

Procedimento: Ajustar uma distribui��o de probabilidades � s�rie hist�rica dos dados de vaz�o

(V�rias curvas ou distribui��es t�m sido propostas para interpretar as s�ries hist�ricas de vaz�es. Usualmente, seleciona-se uma fam�lia de curvas mais indicadas ao tipo de dados analisados e, a seguir, seleciona-se a distribui��o por meio da aplica��o de um teste de ader�ncia como, por exemplo, Kolmogorov-Smirnov, qui-quadrado ou graficamente. As distribui��es de probabilidades mais utilizadas para representar os eventos m�ximos s�o Gumbel, log-normal II, Pearson tipo III e log- Pearson tipo III e, para os m�nimos, Weibull, log-normal III, log-Gumbel, Pearson tipo III e log- Pearson tipo III).

�2. Local de interesse se encontra pr�ximo de uma (ou mais) esta��o(�es) fluviom�trica(s)

Procedimento: Realizar a transfer�ncia espacial de informa��es por meio da aplica��o de t�cnicas usuais de transfer�ncia

(As t�cnicas usuais s�o: a)- transfer�ncia da vaz�o proporcionalmente � respectiva �rea de drenagem (vaz�o espec�fica constante.); e b)- interpola��o linear entre duas ou mais esta��es proporcionalmente �s respectivas �reas).

OBS: Considerando-se que o escoamento superficial em uma bacia hidrogr�fica � um processo n�o-linear, recomenda-se que a diferen�a (valor absoluto) entre as �reas das bacias de drenagem do local de interesse e a da esta��o fluviom�trica n�o supere 30% da �rea de influ�ncia da esta��o. � recomend�vel, tamb�m, que as esta��es, preferencialmente, estejam inseridas na mesma calha fluvial e numa regi�o com comportamento hidrol�gico semelhante.

3.Local de interesse se encontra distante das esta��es fluviom�tricas

Procedimento: Aplicar t�cnicas �de regionaliza��o hidrol�gica

(Empregar modelos de c�lculo de vaz�es estatisticamente ajustados e aplic�veis � qualquer se��o fluvial da bacia hidrogr�fica).

A segunda op��o(b) apresenta a alternativa de se estimar a vaz�o, indiretamente, utilizando-se dados de precipita��o pluvial. Neste caso, pode-se aplicar: a)- m�todos classificados como emp�ricos, tais como: o m�todo racional, o hidrograma unit�rio e o m�todo da curva-�ndice;� b)- transfer�ncia de informa��es pluviom�tricas com base na �rea de drenagem da bacia; e c)- modelos� matem�ticos de simula��o do processo de transforma��o chuva-vaz�o, calibrado, individualmente, para cada bacia, onde estejam dispon�veis registros simult�neos de chuva, vaz�o-evapora��o ou evapotranspira��o e par�metros ou vari�veis, tais como: capacidade de infiltra��o, estado de umidade do solo, n�vel dos aq��feros, dentre outros.

A metodologia, compreendendo a utiliza��o de s�ries hist�ricas de vaz�es registradas em esta��es fluviom�tricas, deve ser a preferida sempre que existirem dados de vaz�o em quantidade adequada. A vantagem em rela��o a segunda op��o � a elimina��o das incertezas da transforma��o de dados de chuva em vaz�o.

Como o Brasil � um pa�s de grande extens�o territorial, com uma rede hidrom�trica esparsa, a estimativa das vaz�es dos cursos d��gua constitui um problema s�rio, pois o conhecimento dessas vaz�es � fundamental em hidrologia. Para suprir a defici�ncia da rede hidrom�trica, uma t�cnica que tem apresentado resultados satisfat�rios � a regionaliza��o hidrol�gica.

Em sentido amplo, entende-se por regionaliza��o hidrol�gica qualquer processo de transfer�ncia de informa��es, de um local para outro, dentro de uma �rea de comportamento hidrol�gico semelhante. Essas transfer�ncias podem abranger, diretamente, as s�ries de vaz�es e, ou, precipita��es ou determinados par�metros estat�sticos relevantes tais como: m�dia, vari�ncia, m�ximos e m�nimos e, ainda, equa��es e par�metros relacionados com estas estat�sticas.

Em sentido mais restrito, a regionaliza��o hidrol�gica significa apenas as duas �ltimas formas de transfer�ncia, isto �, equa��es e par�metros relacionados com as estat�sticas, sendo suficiente para se obterem resultados em qualquer ponto de toda uma regi�o. A transfer�ncia de s�ries de vaz�es ou precipita��es � denominada, simplesmente, transfer�ncia de informa��es e se restringe a locais particulares.

A regionaliza��o hidrol�gica possibilita a obten��o de vari�veis hidrol�gicas b�sicas, como vaz�es m�ximas, m�nimas, m�dia de longo per�odo, curva de perman�ncia e curvas de regulariza��o de maneira simples e r�pida, de acordo com a agilidade que a administra��o dos recursos h�dricos requer para suas decis�es. Al�m disso, a estimativa dos valores das vari�veis hidrol�gicas, para uma determinada bacia, baseada nos par�metros regionais, parece ser, geralmente, mais razo�vel que a obtida a partir de uma �nica s�rie observada em outro local.

Sendo um instrumento eficaz, em estudos de planejamento e administra��o de recursos h�dricos, a regionaliza��o tamb�m pode ser usada para melhorar as amostras pontuais e, em conseq��ncia, melhorar as estimativas das vari�veis hidrol�gicas; verificar a consist�ncia das s�ries hidrol�gicas e identificar a falta de postos de observa��o.

Dentre os m�todos de regionaliza��o hidrol�gica baseados na t�cnica de regress�o m�ltipla citam-se:

a) M�todos que regionalizam a vaz�o com um determinado risco;
b) M�todos que regionalizam uma curva de probabilidade adimensional e o fator de adimensionaliza��o;
c) M�todos que regionalizam fun��es espec�ficas; e
d) M�todos que regionalizam par�metros de uma distribui��o estat�stica ou par�metros de modelos hidrol�gicos.

Outros procedimentos alternativos de apoio � regionaliza��o s�o a correla��o entre vaz�o e precipita��o pluvial e o uso de indicadores regionais.

Em regi�es hidrogr�ficas, onde os dados planialtim�tricos j� se encontram na forma digital, a utiliza��o de SIG, atrav�s da aplica��o do modelo digital de eleva��o na estimativa dos par�metros e vari�veis hidrol�gicas otimiza, substancialmente, o processo de regionaliza��o.


1) METODOLOGIAS� DE REGIONALIZA��O HIDROL�GICA

Por meio da aplica��o da t�cnica de regionaliza��o hidrol�gica com base nos dois primeiros m�todos (a e b), citados anteriormente �e utilizando-se o programa computacional de regionaliza��o hidrol�gica RH vers�o4.0, ser� poss�vel aprofundar-se no conhecimento das rela��es entre as vari�veis hidrol�gicas com as caracter�sticas f�sicas e clim�ticas da bacia, permitindo-se, assim, compreender e reproduzir melhor o comportamento da bacia.


1.1) METODOLOGIA DE REGIONALIZA��O DE VAZ�ES M�NIMAS, M�XIMAS E M�DIAS DE LONGO PER�ODO

A metodologia a ser utilizada para vaz�es m�nimas, m�ximas e m�dias de longo per�odo consiste, basicamente, na utiliza��o de dois crit�rios para identificar as regi�es hidrologicamente homog�neas, relativamente �s vaz�es estudadas em uma bacia hidrogr�fica, e na aplica��o de dois m�todos de regionaliza��o de vaz�o.

Como os trabalhos de regionaliza��o das vaz�es m�nimas, m�ximas e m�dia de longo per�odo apresentam etapas comuns, a descri��o destas etapas s�o apresentadas, segundo o fluxograma geral mostrado na Figura 1 (EUCLYDES et al., 1999).


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 1 - Fluxograma geral da metodologia de regionaliza��o de vaz�o.

Primeira etapa: An�lise dos dados descritivos, hidrol�gicos e f�sicos das bacias

Com base nas informa��es existentes em estudos anteriores e nas informa��es locais, ser�o identificados dados descritivos, tais como: cursos d��gua principais e seus afluentes, cobertura vegetal, relevo geral, forma��o geol�gica, hidrogeologia, distribui��o clim�tica, principais aproveitamentos da �gua e interfer�ncias de finalidade, etc.

Os dados hidrol�gicos ser�o selecionados atrav�s dos invent�rios das esta��es fluvio-pluviom�tricas, disponibilizados pela Ag�ncia Nacional das �guas-ANA. Considerando-se que os dados de vaz�o e precipita��o j� foram consistidos pela ANA, a an�lise a ser realizada ter� por objetivo a elimina��o de erros grosseiros, pontuais, ou incoer�ncias nos dados. Aos dados considerados inconsistentes ser�o atribu�das falhas, para posterior preenchimento.

Objetivando verificar as poss�veis interfer�ncias nas s�ries hist�ricas das vaz�es dos cursos d��gua, devido � exist�ncia de barragens � montante das esta��es fluviom�tricas selecionadas, ser�o aplicados testes param�tricos nas s�ries hist�ricas para aquelas esta��es localizadas pr�ximas �s barragens existentes. As esta��es em que a opera��o do reservat�rio alterar significativamente a vari�ncia da s�rie de vaz�es� ser�o descartadas.

Nas esta��es fluviom�tricas em que houve mudan�a de se��o de medi��o de descarga para locais pr�ximos, no mesmo curso d��gua e praticamente com a mesma �rea de drenagem, ser�o tamb�m aplicados testes param�tricos nas s�ries hist�ricas das referidas esta��es com o objetivo de verificar a possibilidade de considerar as duas s�ries como pertencentes a uma �nica esta��o ou sub-bacia.

O preenchimento de falhas e a extens�o das s�ries ser�o realizados por meio de correla��es, segundo crit�rios consagrados de escolha de bases para as regress�es. No caso de vaz�es, o preenchimento de falhas ser� realizado somente para as esta��es mais pr�ximas e localizadas na mesma calha fluvial. Ser� adotado como valor do coeficiente linear de correla��o R2 ≥ 0,90.

Para o preenchimento de falhas de vaz�o ser� utilizado� a regress�o linear simples e a potencial conforme recomendado por EUCLYDES et al. (1999). As equa��es adotadas ser�o:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
����������������������������                                 ���������������������������������������������������������������������������������(1.1)

e

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                                  (1.2)

em que

y��������� - � a vaz�o do posto com falhas;

x��������� - � a vaz�o do posto com dados;

B0 e B1 - s�o par�metros ajustados na regress�o.

No preenchimento de falhas em s�rie pluviom�trica, ser� utilizado o m�todo de pondera��o regional com base em regress�es lineares, conforme apresentado por BERTONI e TUCCI (1993). Consiste em estabelecer regress�es lineares entre o posto com dados a serem preenchidos, Y, e cada um dos postos vizinhos, X1 X2, ... , Xn. De cada uma das regress�es lineares efetuadas obt�m-se o coeficiente de correla��o r, e estabelecem-se fatores de peso, um para cada posto. A express�o fica:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
������������������������������������������������������������                                                                 (1.3)

em que

Wxj ���� - fator de peso entre os postos Y e Xj;

ryxj������ - coeficiente de correla��o entre os postos citados; e

n��������� - n�mero total de postos vizinhos considerados.

A soma de todos os fatores de peso deve ser a unidade.

Finalmente, o valor a preencher no posto Y � calculado empregando

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
�������������������������������������������������������������������                                           ������ (1.4)

A fim de simplificar a nota��o, foi suprimido o sub�ndice i nas observa��es dos postos vizinhos e no correspondente valor calculado.

Na aplica��o deste m�todo, sra adotado como crit�rio m�nimo o valor do coeficiente de determina��o superior a 0,85 al�m da exist�ncia de, pelo menos, oito pares de eventos entre as esta��es para a realiza��o da regress�o.

As vari�veis hidrol�gicas a serem analisadas neste estudo ser�o: vaz�es m�ximas di�rias, caracterizadas pela freq��ncia; vaz�es m�nimas di�rias, caracterizadas pela dura��o e freq��ncia; vaz�es m�dias de longo per�odo; precipita��o pluvial m�dia anual; precipita��o pluvial do semestre mais chuvoso; e precipita��o m�xima di�ria anual.

Procedimentos semelhantes poder�o ser utilizados no caso de serem escolhidas outras vari�veis, como a evapora��o e, ou, a temperatura m�dia, que podem apresentar signific�ncia na regionaliza��o.

Na obten��o das vaz�es m�ximas, ser�o usados os valores m�ximos di�rios anuais, enquanto que para a m�dia de longo per�odo ser� utilizado a m�dia das vaz�es m�dias di�rias anuais. Para� as vaz�es m�nimas ser�o utilizados os menores valores anuais, de sete dias de dura��o.

A vaz�o m�nima anual de sete dias de dura��o ser� obtida computando-se, as m�dias m�veis das vaz�es m�dias di�rias com janelas de sete dias ao longo do ano civil. A m�nima dessas m�dias � retirada. O processo ser� repetido para cada ano civil da s�rie hist�rica, obtendo-se uma s�rie de valores m�nimos de vaz�es m�dias em sete dias consecutivos para cada ano.

As s�ries das vaz�es m�ximas� e m�dias ser�o obtidas a partir dos registros fluviom�tricos do ano hidrol�gico.

Na regionaliza��o das vaz�es m�ximas, ser� utilizado como vari�vel independente a precipita��o pluvial do semestre mais chuvoso ou a precipita��o m�xima di�ria anual para um determinado per�odo de retorno. J� na regionaliza��o das m�nimas e da m�dia de longo per�odo ser� utilizada a precipita��o pluvial m�dia anual.

As caracter�sticas f�sicas de uma bacia s�o elementos de grande import�ncia em seu comportamento hidrol�gico e podem apresentar pesos diferentes na regress�o, de acordo com a regi�o em estudo. Ser�o consideradas, neste estudo, as caracter�sticas f�sicas que mais explicam a distribui��o da vaz�o e que sejam facilmente mensur�veis, como a �rea de drenagem da bacia, o comprimento e a declividade do curso d��gua principal e a densidade de drenagem. A escala a ser adotada ser� a de 1:250.000.

O valor das �reas de drenagem das sub-bacias poder� ser obtido no Invent�rio das Esta��es Fluviom�tricas disponibilizado pela ANA, e na aus�ncia deste dado ou quando seu valor apresenta d�vidas, torna-se necess�rio determin�-lo com aux�lio de um plan�metro ou por meio de sistemas de informa��es geogr�ficas, caso a bacia tenha sido digitalizada. O processo de individualiza��o das sub-bacias seguir� as regras conhecidas em hidrologia, sendo o tra�ado dos contornos das sub-bacias� realizado unindo os pontos de m�xima cota entre sub-bacias atravessando o curso d��gua somente no ponto de sa�da. Os divisores de �gua topogr�ficos separam as precipita��es que caem nas sub-bacias.

O comprimento do curso d��gua principal � aquele que drena a maior �rea no interior da bacia e, para sua obten��o ser� utilizado t�cnicas de geo-processamento

Para a estimativa da declividade m�dia do curso d��gua principal, foi utilizado o �m�todo da declividade S1085�. A declividade S1085 (m/km) � obtida a partir da altitude a 10% e 85% do comprimento do curso d��gua principal. A avalia��o das altitudes nestes dois pontos, marcados nas cartas topogr�ficas, � realizada por interpola��o a partir das curvas de n�vel dispon�veis. Avaliadas estas duas altitudes, a diferen�a entre elas, dividida por 75% do comprimento do curso d��gua principal constitui a declividade S1085.�

A densidade de drenagem fornece uma indica��o da efici�ncia da drenagem da bacia. Este �ndice � expresso pela rela��o entre o comprimento total dos cursos d��gua (sejam eles ef�meros, intermitentes ou perenes) de uma bacia pela sua �rea total. Denominando-se o comprimento total dos cursos d��gua na bacia por L (km) e a �rea de drenagem por A (km2), a densidade de drenagem Dd (km/km2), adotada neste estudo, foi obtida por

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                                        (1.5)

 

Segunda etapa: Calcular a precipita��o m�dia nas sub-bacias

A segunda etapa compreende ao c�lculo da precipita��o m�dia nas sub-bacias. Para o c�lculo da precipita��o m�dia sobre as sub-bacias ser� utilizado o m�todo de Thiessen. segundo o qual a precipita��o m�dia � calculada pela m�dia ponderada entre a precipita��o Pi, de cada esta��o, e o peso a ela atribu�do Ai (�rea de influ�ncia de Pi), ou seja,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
�������������������� �������������������������������������������������������������������������������                                     ����� (1.6)

em que:

Pi - precipita��o pluviom�trica de cada esta��o;

Ai - �rea de influ�ncia da precipita��o Pi.

Na vers�o 4.0 do programa computacional de regionaliza��o hidrol�gica (RH4.0)foi desenvolvido um m�dulo para aplica��o deste m�todo. S�o exigidos como dados de entrada as coordenadas geogr�ficas dos v�rtices dos pol�gonos que definem a bacia principal e todas as sub-bacias, al�m das coordenadas geogr�ficas e do valor da precipita��o m�dia (no per�odo considerado) de cada esta��o pluviom�trica.

Este m�todo�atribui um fator de peso aos totais precipitados em cada aparelho, proporcionais � �rea de influ�ncia de cada um. Estas �reas de influ�ncia (pesos) s�o determinados em mapas da bacia contendo as esta��es, unindo-se os pontos adjacentes por linhas retas e, em seguida, tra�ando-se as mediatrizes dessas retas formando pol�gonos. Os lados dos pol�gonos s�o os limites das �reas de influ�ncia de cada esta��o.

De acordo com o aplicativo de regionaliza��o hidrol�gica� RH 4.0, s�o exigidos como dados de entrada as coordenadas geogr�ficas dos v�rtices dos pol�gonos que definem a bacia principal e todas as sub-bacias, al�m das coordenadas geogr�ficas e do valor da precipita��o m�dia (no per�odo considerado) de cada esta��o meteorol�gica.

Os dados de entrada s�o os mesmos exigidos por outros m�todos, entre eles o M�todo de Monte Carlo e o M�todo do Quadriculado, ressaltando-se apenas que o primeiro � um m�todo estoc�stico enquanto que o segundo � determin�stico. Ao receber estes dados, o programa exibe a representa��o gr�fica, em escala, dos pol�gonos e das esta��es meteorol�gicas. Um exemplo desta representa��o gr�fica pode ser observado na Figura 2, onde encontram-se representadas o contorno de uma bacia hidrogr�fica e seis esta��es meteorol�gicas.


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 2 � Exemplo da representa��o gr�fica dos dados de entrada, para a descri��o da metodologia

A precipita��o m�dia � calculada pelo m�todo de Thiessen, segundo uma abordagem inteiramente anal�tica,� que pode ser dividida em duas etapas (a e b):

a. Determina��o das triangula��es entre as esta��es meteorol�gicas

As triangula��es s�o o conjunto de tri�ngulos formados pela liga��o, por segmentos retos, de tr�s esta��es meteorol�gicas. Cada tri�ngulo � determinado utilizando-se o seguinte princ�pio b�sico: nenhuma esta��o meteorol�gica pode estar no interior do c�rculo circunscrito neste tri�ngulo. O centro deste c�rculo � um ponto not�vel do tri�ngulo denominado ortocentro. Al�m disso, cada esta��o deve ser o v�rtice de pelo menos um tri�ngulo. As triangula��es assim definidas s�o denoninadas �Triangula��es de Delaunay� e produzem um arranjo geometricamente �nico.

Seguindo-se este princ�pio, obt�m-se, para o exemplo da Figura 2, as seguintes triangula��es:


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 3 � Triangula��es resultantes.

Qualquer arranjo geom�trico diferente do arranjo da Figura 3 infringir� o princ�pio b�sico apresentado, como pode ser observado na Figura 4b, onde as esta��es 0 e 1 est�o no interior dos c�rculos circunscritos nos tri�ngulos 1-3-2 e 0-2-3, respectivamente.

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

(a)

(b)

Figura 4 � Exemplo de aplica��o correta (a) e incorreta (b) do princ�pio da triangula��o.

b. C�lculos Anal�ticos

b.1. Ordena��o das triangula��es

Este procedimento visa criar uma associa��o (ou lista) de todas as triangula��es conectadas a cada esta��o, uma vez que as triangula��es s�o criadas fora de ordem.� Considerando que existam N esta��es meteorol�gicas e M triangula��es definidas, ent�o, para cada esta��o Ei (i=0,1...,N-1), o programa verificar� em cada triangula��o Mj (j=0,1...,M-1) se a esta��o Ei faz parte (� um dos seus v�rtices) da triangula��o Mj; se fizer, associa Mj � esta��o Ei.

Ao final desta pesquisa, cada esta��o Ei ter� uma associa��o de Ki (0 Ki N-1)� triangula��es dispostas desordenadamente ao seu redor. O pr�ximo passo � ordenar as Ki triangula��es associadas a cada uma das N esta��es. As esta��es que n�o foram inclu�das em nenhuma triangula��o, obviamente, n�o ter�o triangula��es associadas.

O crit�rio de ordena��o � o �ngulo formado entre o ponto de localiza��o da esta��o e o ortocentro da triangula��o, considerando-se o referencial trigonom�trico. Estes ortocentros definem os v�rtices dos pol�gonos de Thiessen. As coordenadas (x, y) do ortocentro de um tri�ngulo com v�rtices em (x0, y0), (x1, y1) e (x2, y2) podem ser calculadas pelas equa��es:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                  �� (1.8)

em que:

A������������� = x1 - x0;

B������������� = y1 - y0;

C������������� = x2 - x0;

D������������� = y2 - y0;

E������������� = A (x0 + x1) + B� (y0 + y1);

F������������� = C (x0 + x2) + D (y0 + y2); e

G������������� = 2� (A (y2 - y1) - B (x2 - x1)).

Com rela��o � Figura 3, em que N = 6 e M = 5, tem-se as seguintes triangula��es associadas:


Esta��o

Antes da ordena��o

Ap�s a ordena��o

0

{B, C, E}

{B, C, E}

1

{C, D, E}

{E, C, D}

2

{A, B, C, D}

{ B, A, C, D}

3

{E}

{E}

4

{A, B}

{A, B}

5

{A, D}

{A, D}

b.2 C�lculo das �reas dos pol�gonos de Thiessen

Para cada esta��o Ei, o programa calcula um pol�gono auxiliar Qi ligando, no sentido anti-hor�rio, os ortocentros das triangula��es associadas � esta��o Ei. Qi ser� um pol�gono fechado quando Ei for uma esta��o interna, como a esta��o 2. Se Ei for um esta��o de fronteira (0, 1, 3, 4 e 5) Qi dever� ser fechado, conforme a metodologia:

I. Arbitra-se um ret�ngulo auxiliar, tal que contenha a bacia e todas as esta��es no seu interior.

II. Tra�a-se um segmento de reta do ortocentro da primeira triangula��o, na dire��o perpendicular ao lado de fronteira, no sentido de dentro para fora, at� interceptar o ret�ngulo auxiliar.

III.Tra�a-se um segmento de reta do ortocentro da �ltima triangula��o, na dire��o perpendicular ao lado de fronteira, no sentido de dentro para fora, at� interceptar o ret�ngulo auxiliar.

IV.Acrescenta-se a interse��o encontrada em (II); percorre-se o ret�ngulo auxiliar no sentido anti-hor�rio, acrescentando-se os seus v�rtices, at� chegar a interse��o encontrada em (III), que� tamb�m deve ser acrescentada.


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 5 -Ret�ngulo e pol�gonos auxiliares (linhas tracejadas), utilizados no c�lculo dos pol�gonos de Thiessen.

O pol�gonos de Thiessen s�o calculados analiticamente por meio da interse��o de cada pol�gono auxiliar Qi com o pol�gono que representa os limites da bacia. Um pol�gono de Thiessen ser� igual ao pol�gono auxiliar quando este estiver inteiramente no interior da bacia, ter� uma �rea menor quando o pol�gono auxiliar interceptar os limites da bacia e, finalmente, ter� �rea nula quando o pol�gono auxiliar estiver totalmente fora da bacia.

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 6 - Pol�gonos de Thiessen.

Finalmente, as �reas dos� pol�gonos de Thiessen s�o calculadas� pela f�rmula gen�rica:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                                                    (1.9)

em que:

Ai�������� �� = �rea do i-�simo pol�gono de Thiessen;

ni ������� ���= n�mero de v�rtices do i-�simo pol�gono de Thiessen; e

xk, yk� = coordenadas do k-�simo v�rtice do i-�simo pol�gono de Thiessen.

b.3. C�lculo da precipita��o m�dia

A precipita��o m�dia � calculada por meio da m�dia ponderada:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                    (1.10)

em que:

Pm����� = precipita��o m�dia;

N ������� = N�mero de esta��es meteorol�gicas;

Pi ������� = precipita��o m�dia observada na i-�sima esta��o meteorol�gica; e

Ai ������� = �rea de influ�ncia da i-�sima esta��o meteorol�gica.

Como ilustra��o, a Figura 7 apresenta os pol�gonos de Thiessen tra�ados e a localiza��o das esta��es pluviom�tricas utilizadas, na Bacia do Alto S�o Francisco � montante da Barragem de Tr�s Marias.

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 7 -Pol�gonos de Thiessen� da Bacia do S�o Francisco � montante da Barragem de Tr�s Marias.

Terceira etapa: Identificar as regi�es hidrologicamente homog�neas

Uma caracter�stica comum a toda as t�cnicas de regionaliza��o � a utiliza��o do conceito de regi�o hidrologicamente homog�nea. As regi�es que subdividem uma �rea maior s�o escolhidas, teoricamente, com base na homogeneidade das caracter�sticas hidrol�gicas.

Na pr�tica, a homogeneidade na regionaliza��o � traduzida por um alto coeficiente de determina��o, obtido da aplica��o da regress�o m�ltipla das vaz�es com as caracter�sticas f�sicas e clim�ticas das sub-bacias. Entretanto, a qualidade deste ajuste, mesmo procurando aplicar maior rigor no controle da regress�o como coeficiente de determina��o ajustado, erro padr�o fatorial e teste F, o resultado pode ocultar ajustes inadequados ou tendenciosos devido ao n�mero reduzido de graus de liberdade da regress�o, principalmente quando se tem um n�mero reduzido de esta��es (sub-bacias). Para evitar tais resultados deve-se procurar definir sub-regi�es, nas quais as caracter�sticas das fun��es apresentem maior homogeneidade, representando, assim, melhor os eventos individuais.

Neste estudo, sr�o adotados dois crit�rios para defini��o das regi�es hidrologicamente homog�neas, conforme apresentado em TUCCI (1993), ou seja:

a) Crit�rio 1 - Baseado na an�lise da distribui��o de freq��ncia das vaz�es adimensionalizadas de cada esta��o em papel probabil�stico. O princ�pio em que se baseia este crit�rio � que as distribui��es de freq��ncias das vaz�es adimensionalizadas das esta��es em uma regi�o hidrologicamente homog�nea s�o id�nticas. Essa caracter�stica permite que, ao se obter s�ries transformadas de vaz�es, atrav�s da divis�o dos seus valores pelas respectivas m�dias, as distribui��es de freq��ncia dessas s�ries transformadas sejam id�nticas.

As distribui��es de freq��ncia das s�ries de vaz�es� ser�o representadas por distribui��es te�ricas de probabilidades, notadamente as distribui��es log-normal, Gumbel e Weibull. Essa caracter�stica permite que o gr�fico formado pelos pontos representativos dos valores de vaz�es, anotados em papel probabil�stico adequado, seja o de uma linha reta. Desta forma, a equa��o da fun��o distribui��o de freq��ncias pode ser obtida, por regress�o linear simples, pelo m�todo dos m�nimos quadrados.

A equa��o da reta de regress�o da forma y = a + bx� � ajustada �s vaz�es adimensionalizadas de cada esta��o plotadas em papel probabil�stico. Os valores de vaz�o s�o ordenados em ordem decrescente para as m�ximas e m�dias de longo per�odo e crescente para as m�nimas. Os par�metros s�o estimados pelo m�todo gr�fico e o ajuste pelo m�todo dos m�nimos quadrados.

As esta��es que apresentarem valores do coeficiente de regress�o linear �b� pr�ximos dever�o estar em uma regi�o que, para efeitos de estudo, provavelmente dever� ser hidrologicamente homog�nea.

b) Crit�rio 2- � um crit�rio estat�stico baseado na an�lise do ajuste do modelo de regress�o m�ltipla das vaz�es m�dias com as caracter�sticas f�sicas e clim�ticas das sub-bacias.

EUCLYDES et al. (1999) acrescenta que para a defini��o das regi�es hidrologicamente homog�neas s�o analisados os coeficientes da regress�o, a tend�ncia e a classifica��o dos res�duos padronizados e o erro percentual entre os� valores das vaz�es observadas e as estimadas pelo modelo.

A combina��o de esta��es que apresentam o melhor ajustamento dever� estar, provavelmente, em uma regi�o hidrologicamente homog�nea.

A regi�o ser� definida como hidrologicamente homog�nea para as vaz�es estudadas se os dois crit�rios apresentarem bons resultados; se n�o, ser� necess�rio subdividir a regi�o e reiniciar o processo.

Quarta etapa: Aplicar os m�todos de regionaliza��o de vaz�o

Neste estudo, ser�o aplicados dois m�todos de regionaliza��o, aqui denominados de M�todo 1 e M�todo 2,� quais sejam:

a) M�todo 1 � Regionaliza��o da vaz�o com determinado risco

Proposto por EUCLYDES (1992), consiste em ajustar distribui��es te�ricas de probabilidades �s s�ries hist�ricas de vaz�es de cada esta��o para diferentes per�odos de retorno e, a seguir, aplicar regress�o m�ltipla entre estas vaz�es e as caracter�sticas f�sicas e clim�ticas das sub-bacias.

Para representar os eventos m�ximos foram utilizadas as distribui��es de Gumbel, Log-normal a dois e tr�s par�metros, Pearson tipo III e Log-Pearson tipo III, enquanto para os eventos m�nimos ser�o as Log-normal a tr�s par�metros, Pearson tipo III, Log-Pearson tipo III e Weibull, por serem as mais recomendadas, para estes casos, na literatura (KITE, 1978; MAIONE, 1977; LETTENMAIR e BURGES, 1982; CRUFF e RANTZ, 1965).

As distribui��es de freq��ncia s�o utilizadas para estimar a magnitude de eventos e, basicamente, existem duas fontes de erro ao utiliz�-las. A primeira fonte de erro � que n�o se pode saber a priori qual das distribui��es dispon�veis � a "verdadeira" distribui��o, ou qual distribui��o os eventos seguem. Testes de ader�ncia podem ser utilizados para escolher a distribui��o que melhor descreve o comportamento dos eventos, mas isto n�o soluciona definitivamente o problema. Uma vez escolhida a fun��o, a segunda fonte de erro torna-se evidente. Os par�metros da distribui��o de probabilidade devem ser estimados do conjunto de dados amostrais. Uma vez que a amostra de dados � sujeita a erros, o m�todos de estimativa dos par�metros deve minimizar estes erros e ser� o mais eficiente poss�vel.

Existem quatro m�todos para a estimativa dos par�metros das distribui��es de freq��ncia: m�todo dos momentos, m�todo da m�xima verossimilhan�a, m�todo do quadrado m�nimo e o m�todo gr�fico. Em ordem ascendente de efici�ncia os quatro m�todos podem ser assim ordenados: gr�fico, quadrado m�nimo, momentos e m�xima verossimilhan�a. Contrabalan�ando a sua grande efici�ncia, o m�todo da m�xima verossimilhan�a � de grande dificuldade para ser utilizado.

Para a maioria das distribui��es de freq��ncia utilizadas em hidrologia, a estimativa da magnitude de um evento, com determinado per�odo de retorno, pode ser colocada sob a forma da equa��o padr�o de frequ�ncia devida a Vem Te Chow (KITE,1978):

XT = m + K s                                                                                                                                                  (1.11)

em que

XT - valor do evento com o per�odo de retorno T;

m - m�dia dos eventos amostrados;

s - desvio padr�o dos eventos amostrados; e

K - fator de freq��ncia, depende da probabilidade e da assimetria.

Os valores do ator de freq��ncia (K),� para as distribui��es estudadas est�o apresentados a seguir:

  • Distribui��o Normal

K = t                                                                                                                                                             (1.12)

sendo,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

e,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

em que,

t - desvio normal padronizado,

p - probabilidade de o evento ser menor ou igual x.

  • Distribui��o Log-normal II

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                  (1.13)

em que,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

sendo,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                                        (1.14)

e,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
�� m�dia da amostragem do evento x;

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
�� desvio padr�o da amostragem do evento x.


  • Distribui��o Log-normal III

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                   (1.15)

em que,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

em que,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
�� coeficiente de assimetria


  • Distribui��o Pearson III

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                               (1.16)


  • Distribui��o Log-Pearson III

Aplica-se a distribui��o Pearson III aos logaritmos dos eventos amostrados.


  • Distribui��o de Gumbel

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                                                    (1.17)

em que,

T � per�odo de retorno, anos.

  • Distribui��o Weibull

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                          (1.18)

sendo,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

em que,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

e,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                      (1.19)

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                            (1.20)

��� em que,

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Ao se aplicar uma distribui��o de probabilidade como modelo para descrever as vaz�es de um curso d��gua deve-se testar a adequa��o deste procedimento, ou seja, verificar a boa ou m� ader�ncia dos dados da amostra ao modelo. Esta verifica��o � realizada por meio de testes de ader�ncia como o teste do qui-quadrado, m�todo de Kolmogorov-Smirnov e graficamente.

O teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S) pressup�e que se duas sub-amostras s�o de uma mesma popula��o, ent�o a distribui��o de probabilidade acumulada das duas sub-amostragens devem estar muito pr�ximas. Se duas distribui��es acumuladas s�o "muito discrepantes" em determinado ponto, ent�o as sub-amostras podem ser de popula��es diferentes. Assim, um grande desvio � uma indica��o para rejeitar-se a hip�tese Ho (de serem da mesma popula��o).

O teste K-S � baseado nos desvios da fun��o de distribui��o da amostra de eventos P(x) em rela��o � fun��o de distribui��o cont�nua escolhida Po(x), assim:

Dn = max |P(x) - Po(x)|                                                                                                                                   (1.21)

O teste requer que o valor de Dn obtido seja menor que o valor tabelado para um determinado n�vel de confian�a. Se o valor de Dn for maior que o valor cr�tico, rejeita-se Ho.�� Na Tabela 1, encontram-se os valores cr�ticos para os n�veis de signific�ncia usuais.

Tabela 1 - Valores cr�ticos de Dn para o teste de Kolmogorov-Smirnov.

Tamanho amostra (n) N�vel de signific�ncia para Dn� = max
α = 20% α = 15% α = 10% α = 5% α = 1%
1 0,900 0,925 0,950 0,975 0,995
2 0,684 0,726 0,776 0,842 0,929
3 0,565 0,597 0,642 0,708 0,828
4 0,494 0,525 0,564 0,624 0,733
5 0,446 0,474 0,510 0,565 0,669
6 0,410 0,436 0,470 0,521 0,618
7 0,381 0,405 0,438 0,486 0,577
8 0,358 0,381 0,411 0,457 0,543
9 0,339 0,360 0,388 0,432 0,514
10 0,322 0,342 0,368 0,410 0,490
11 0,307 0,326 0,352 0,391 0,468
12 0,295 0,313 0,338 0,375 0,450
13 0,284 0,302 0,325 0,361 0,433
14 0,274 0,292 0,314 0,349 0,418
15 0,266 0,283 0,304 0,338 0,404
16 0,258 0,274 0,295 0,328 0,392
17 0,250 0,266 0,286 0,318 0,381
18 0,244 0,259 0,278 0,309 0,371
19 0,237 0,252 0,272 0,301 0,363
20 0,231 0,246 0,264 0,294 0,356
25 0,210 0,220 0,240 0,270 0,320
30 0,190 0,200 0,220 0,240 0,290
35 0,180 0,190 0,210 0,230 0,270
> 35 1,07
√n
1,14
√n
1,22
√n
1,36
√n
0,63
√n

FONTE: HAAN, 1977.

No aplicativo de regionaliza��o hidrol�gica �RH4.0, � utilizado o m�todo de Kolmogorov-Smirnov para testar os ajustes dos modelos probabil�sticos. O aplicativo permite tamb�m a visualiza��o gr�fica das condi��es de ajuste da curva da distribui��o aos dados observados.

b) M�todo 2 � Regionaliza��o de curva adimensional de freq��ncia e do respectivo fator de adimensionaliza��o

Consiste em adimensionalizar as curvas individuais de probabilidade, com base em seu valor m�dio, e estabelecer uma curva adimensional regional m�dia das esta��es com a mesma tend�ncia (TUCCI, 1993).

A curva adimensional regional de freq��ncia � expressa por

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                               (1.22)

em que

QT = vaz�o estimada para per�odo de retorno T��� e

Qm= valor m�dio.

O valor m�dio � regionalizado em fun��o das caracter�sticas f�sicas e clim�ticas das sub-bacias, utilizando-se, para isso, de uma equa��o de regress�o m�ltipla, expressa por

Qm = F2 (A,L,Dd,...)                                                                                                                                        (1.23)

em que F2 ( A, L, Dd,..) = equa��o de regress�o m�ltipla.

A curva adimensional regional de freq��ncia � determinada, ajustando-se a equa��o da reta de regress�o da forma y = a + bx �s vaz�es adimensionalizadas das esta��es pertencentes � regi�o definida como hidrologicamente homog�nea, plotadas em papel probabil�stico. Os par�metros s�o estimados pelo m�todo gr�fico e a verifica��o do ajuste � pelo m�todo do m�nimos quadrados. S�o �aplicados limites de confian�a de 95% e determinado o erro padr�o de estimativa de freq��ncias com o aux�lio da reta regional.

Conhecendo a equa��o de regress�o m�ltipla da vaz�o m�dia (Qmr) e atrav�s da curva de freq��ncia regional pode-se determinar QT/Qm para um risco T escolhido, e, em conseq��ncia o valor da vaz�o QT.

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                           (1.24)

em que:

Q(T) - vaz�o m�xima ou m�nima estimada para per�odo de retorno T;

(QT/Qm)R - termo adimensional da curva de freq��ncia regional para per�odo de retorno T;

Qm - m�dia aritm�tica das vaz�es m�ximas ou m�nimas em cada esta��o, e

Qmr - vaz�o m�dia m�xima ou m�dia m�nima estimada pela equa��o de regress�o m�ltipla.

Modelos de regress�o m�ltipla utilizados

A an�lise de regress�o investiga como as varia��es em uma ou mais vari�veis independentes afetam a varia��o da vari�vel dependente. A fun��o matem�tica que relaciona as vari�veis � da seguinte forma:

Q = F ( A, L, Dd, D, Pm)                                                                                                                                   (1.25)

Utilizando-se, ou n�o, do artif�cio de transforma��o (transforma��o logar�tmica, p. e.) pode-se aplicar v�rios modelos de regress�o ao conjunto de dados. Os modelos utilizados s�o:

  • Modelo linear

Qm = βo +� β1.A + β2.L + β3 .Dd + β4.d + β5.Pm                                                                                                (1.26)

  • Modelo Potencial

Qm = βo Aβ1 Lβ2 Ddβ3 dβ4 Pmβ5��                                                                                                                    (1.27)

transforma��o utilizada:

lnQm = lnβo + β1.lnA + β2.lnL + β3.lnDd + β4.lnd + β5.lnPm                                                                                (1.28)

  • Modelo Exponencial

Qm = e(βo + β1.A + β2.L + β3.Dd + β4.d + β5.Pm)                                                                                              (1.29)

transforma��o utilizada:

lnQm = βo + β1.A + β2.L + β3.Dd + β4.d + β5.Pm                                                                                                (1.30)

  • Modelo Logar�tmico

Qm = βo + β1.lnA + β2.lnL + β3.lnDd + β4.lnd + β5.lnPm                                                                                     (1.31)

  • Modelo Rec�proco

Qm = (βo + β1.A + β2.L + β3.Dd + β4.d + β5.Pm)-1                                                                                             (1.32)

transforma��o utilizada:

Qm-1 = βo + β1.A + β2.L + β3.Dd + β4.d + β5.Pm                                                                                                (1.33)

Uma s�rie de avalia��es objetivas pode ser realizada para se verificar a adequa��o do ajustamento de um determinado modelo aos dados. Entre estas avalia��es ser�o adotadas� o teste da fun��o F, o valor do coeficiente de determina��o e do desvio padr�o dos erros do ajustamento, tamb�m chamado por erro padr�o da estimativa.


1.2) METODOLOGIA DE REGIONALIZA��O DA CURVA DE PERMAN�NCIA

Nem sempre o interesse do usu�rio da �gua est� voltado para o conhecimento das vaz�es m�dias e m�ximas j� apresentadas. Muitas vezes, o interesse consiste em conhecer a amplitude de varia��o das vaz�es e, principalmente, a freq��ncia com a qual cada valor de vaz�o ocorre numa determinada se��o do curso d��gua. A resposta para esta quest�o � encontrada atrav�s da curva de perman�ncia das vaz�es em uma se��o, pois, para cada vaz�o poss�vel de ocorr�ncia naquele local, associa-se a freq��ncia (ou n�mero de vezes) com que ela � excedida.

A metodologia a ser adotada para estimativa da curva de perman�ncia para cada esta��o fluviom�trica, conforme TUCCI e CLARKE (2001), consistiu em:

- na sele��o das s�ries de dados de vaz�es� di�rias foram utilizados apenas os anos das s�ries com mais de 95% dos dados di�rios de vaz�o, o que totaliza um m�nimo de 347 dias;

- defini��o de 50 intervalos de classes das vaz�es di�rias;

- sub-divis�o dos intervalos de classe com base na escala logar�tmica devido � grande varia��o de magnitude das vaz�es envolvidas;

- c�culo do intervalo de classe pela equa��o:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                              (1.34)

em que

Qmax� -� vaz�o m�xima da s�rie; e

Qmin� - vaz�o m�nima da s�rie.

- c�lculo dos limites dos intervalos. A partir de Qmin, adicionando o intervalo calculado anteriormente, o que resultar� na vaz�o no limite superior do intervalo i :

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                   (1.35)

- determina��o, com base nos dados de vaz�o da s�rie hist�rica de cada esta��o fluviom�trica, do n�mero de vaz�es classificadas em cada intervalo;

- determina��o da frequ�ncia (fi) associada ao limite inferior de cada intervalo:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                                 (1.36)

em que

Nqi� - n�mero de vaz�es de cada intervalo; e

NT - n�mero total de vaz�es.

- obten��o da curva de perman�ncia, plotando-se na ordenada os limites dos intervalos de classe de vaz�o e na abscissa a frequ�ncia de ocorr�ncia.

A metodologia utilizada na regionaliza��o compreender� as etapas:

  • determina��o da curva de perman�ncia de cada esta��o fluviom�trica;

  • determina��o das vaz�es associadas a 50, 75, 80, 90 e 95% de perman�ncia no tempo, a partir da curva de perman�ncia obtida para as diferentes esta��es;

  • estabelecimento das equa��es de regress�o para as probabilidades de 50% a 95%, com as caracter�sticas f�sicas da bacia e caracter�sticas da precipita��o pluvial m�dia anual;

  • a defini��o das regi�es hidrologicamente homog�neas foi baseada na an�lise do ajuste do modelo de regress�o m�ltipla da vaz�o para as probabilidades selecionadas com as caracter�sticas f�sicas e clim�ticas das sub-bacias.

Ser�o analisadas as signific�ncias dos coeficientes da regress�o (teste T de Student, coeficientes de correla��o e de correla��o ajustado, erro padr�o fatorial, coeficiente de varia��o e� teste F ); como, tamb�m, a tend�ncia e a classifica��o dos res�duos padronizados; e o erro percentual entre os� valores das vaz�es observadas e as estimadas pelo modelo.

1.3) METODOLOGIA DE REGIONALIZA��O DE CURVAS DE REGULARIZA��O

Na literatura, sobre o assunto, existem diversos m�todos para dimensionamento de reservat�rios. Neste estudo, ser� utilizado o �m�todo da curva de diferen�as acumuladas�, conforme apresentado em LANNA (1993), para a determina��o do volume de armazenamento necess�rio num reservat�rio para garantir uma determinada descarga m�xima regularizada. Sup�em-se nesta situa��o que se deseja determinar a menor capacidade �til de um reservat�rio suficiente para atender a maior demanda constante de �gua poss�vel, num determinado per�odo de anos.

Sendo a demanda constante ao longo do tempo ela ser� denotada por X. Pelo princ�pio de conserva��o de massa tem-se:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                (1.37)

ou seja, o armazenamento� inicial no a�ude (S0), somado aos defl�vios afluentes ao a�ude durante um per�odo de N intervalos de tempo (qt), deve ser igual � soma das descargas retiradas do a�ude neste mesmo per�odo, dada pelo produto (N.X), mais o armazenamento final (Sf). Supondo que o armazenamento inicial � id�ntico ao final, ou que a diferen�a entre eles � pequena diante da soma das aflu�ncias, tem-se:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                               (1.38)

donde se conclui que a descarga m�xima ating�vel nessas circunst�ncias �:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                                (1.39)

Supondo que o a�ude tenha capacidade �til infinita, os armazenamentos em qualquer intervalo de tempo t ser�o dados por:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                 (1.40)��

As diferen�as acumuladas obtidas pela equa��o 1.40 mostram os acr�scimos ou decr�scimos dos armazenamentos no a�ude.

Conforme apresentado em TUCCI (1993), simulando a equa��o 1.40 para v�rias demandas pode-se obter a rela��o entre volume e vaz�o, ou seja:

V = f1(q)                                                                                                                                                        (1.41)

em que

V - o volume; e

Q - vaz�o.

Modificando as vari�veis envolvidas para

a = V/(Qmlp 1ano)                                                                                                                                          (1.42)

b = q/Qmlp                                                                                                                                                     (1.43)

em que

Qmlp - vaz�o m�dia de longo per�odo.

A fun��o f1 da equa��o 1.41 resulta numa fun��o adimensional do tipo

a = f2 (b)                                                                                                                                                       (1.44)

Com base nos valores obtidos da simula��o pode-se ajustar uma fun��o do tipo

a = a bb                                                                                                                                                         (1.45)

cujos par�metros a e b s�o obtidos por m�nimos quadrados.

Esta express�o considera o atendimento de 100% da demanda durante a s�rie hist�rica. Considerando que as curvas adimensionais da equa��o 1.45 s�o obtidas para cada esta��o, pode-se verificar a possibilidade de que esta��es de bacias com caracter�sticas semelhantes tenham a mesma tend�ncia, j� que as vaz�es mensais, que s�o as vari�veis do processo, podem ser correlacion�veis.

A defini��o das regi�es hidrologicamente homog�neas ser� baseada no coeficiente de determina��o do ajustamento da curva regional e nos valores do coeficiente de regress�o �b� obtidos no ajustamento da curva vaz�o versus volume. As esta��es que apresentarem altos valores do coeficiente de determina��o da curva regional e valores pr�ximos do coeficiente �b� dever�o estar em uma regi�o que, para efeitos de estudo, provavelmente dever� ser hidrologicamente homog�nea.

Uso das curvas para estimativa de volume

Ao estimar o volume necess�rio visando � regulariza��o da vaz�o, recomenda-se a seguinte sequ�ncia:

1) estima-se a vaz�o m�dia de longo per�odo (Qmlp), utilizando o modelo de regress�o m�ltipla da vaz�o m�dia de longo per�odo ajustado para a bacia;

2) sendo Qrega demanda desejada e Qmlp a vaz�o m�dia de longo per�odo da regi�o, calcula-se a demanda adimensional  a ser regularizada (m)

m = (Qreg/Qmlp). 100                                                                                                                                     (1.46)

3) e de posse do valor calculado da demanda adimensional a ser regularizada (m), entra-se na equa��o da curva adimensional da regi�o (Radim), em que se encontra a bacia, obtendo-se o seu valor:

Radim�= (V/Qm. 1ano).100                                                                                                                       (1.47)

4) finalmente, o volume em hectometro c�bico (106 m�) � obtido aplicando-se:

V = 0,3154. Radim. Qmlp                                                                                                                              (1.48)

Para considerar a evapora��o, pode-se utilizar uma metodologia simplificada, em que a evapora��o � uma demanda adicional, em porcentagem (%), obtida por

me = 0,00317 E . A / Qmlp                                                                                                                              (1.49)

em que,
 E � a evapora��o total m�dia anual em mm; e A � a �rea do reservat�rio para 2/3 do seu volume �til, em km2.

A demanda adicional total (m*), neste caso, �

m* = me + m                                                                                                                                                 (1.50)

Coment�rios:
a) No programa computacional de regionaliza��o hidrol�gica, RH vers�o 4.0, foi desenvolvido um procedimento computacional para a regionaliza��o das curvas de regulariza��o, conforme metodologia apresentada. Para o tra�ado das curvas de regulariza��o individuais, o programa identifica na s�rie hist�rica de cada esta��o fluviom�trica os valores da vaz�o m�nima e da m�dia e, a seguir, divide este intervalo em quinze pontos eq�idistantes. Considerando este procedimento na estimativa da capacidade de regulariza��o, recomenda-se utilizar valores de (q/Qm)/100 dentro da faixa em que foi ajustada a curva regional;

b) A metodologia utilizada na simula��o da estimativa do volume de acumula��o (regionaliza��o de curvas de regulariza��o) considera que, caso exista vaz�es outorgadas � montante do barramento proposto, estas n�o s�o significativas a ponto de influenciar ou modificar a simula��o do balan�o h�drico do reservat�rio.

Exemplo de aplica��o
Estimativa do volume de armazenamento para garantir uma vaz�o a ser regularizada de 400 L/s. As informa��es  hidrol�gicas foram extra�das da Consulta espacial: "Modelos ajustados por curso d'�gua" v�lidos para o rio Turvo Sujo, localizado na bacia do rio Piranga/Doce (Figura 8) .
 

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 8 � Consulta espacial: "Modelos ajustados por curso d'�gua" v�lidos para o rio Turvo Sujo, localizado na bacia do rio Piranga/Doce.

Dados

Bacia

Rio Piranga/Doce

Sub bacia

Rio Turvo

Coordenadas

20� 45' S e 42� 05' W

Vaz�o de demanda

Qd = 0,40 m3/s

Vaz�o m�nima

Q7,10 = 1,08

Vaz�o residual

(70% da Q7,10) = 0,76 m3/s

Vaz�o a ser regularizada (Qreg = demanda + residual) *

0,40 + 0,76 = 1,16 m3/s

Vaz�o m�dia de longo per�odo

Qmlp = 4,50 m3/s

Modelo da curva regional adimensional da regi�o I

Radim = 1,26E-09 . (x)5,73

* legisla��o ambiental: portaria do IGAM N� 007/99.

Procedimentos:
1) Adimensionalizar a vaz�o a ser regularizada:

m = (Qreg / Qmlp). 100                                                                                                                                     (1.51)

m = (1,16 / 4,50) . 100  → m = 25,78                                                                                                                 (1.52)

2) Substituir a vaz�o da demanda adimensional  a ser regularizada (m) no modelo da curva regional adimensional (Radim) da Regi�o I (Figura 8), cujo modelo apresenta a equa��o (em porcentagem):

Radim = 1,26E-09 . (x)5,73                                                                                                                                 (1.53)

Radim = 1,26E-09 . (25,78)5,73 →  Radim = 0,15%                                                                                                (1.54)

3) Estimar o volume de acumula��o (Hm3) utilizando a equa��o:

V = 0,3154 . Radim . Qmlp                                                                                                                                    (1.55)

V = 0,3154 . 0,15 . 4,50 → V = 0,21 Hm3 → V = 210.000 m3                                                                                    (1.56)

Como ilustra��o do resultado da aplica��o da �Metodologia de regionaliza��o de curvas de regulariza��o� extra�do do banco de dados do programa computacional de regionaliza��o hidrol�gica, RH vers�o 4.0, as Figuras 8a e 8b ilustram ajustes gr�ficos de: a) Curva de regulariza��o adimensionalizada da esta��o fluviom�trica de Ponte Nova jusante (c�digo 56110005 - munic�pio de Ponte Nova), localizada no rio Piranga/Doce e b) Curva regional de regulariza��o adimensionalizada dos rios pertencentes a Regi�o I da bacia do rio Doce.


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 8a � Ajuste gr�fico da curva de regulariza��o adimensionalizada da esta��o fluviom�trica de Ponte Nova jusante (c�digo: 56110005), localizada no rio Piranga/Doce

  Fonte: RH vers�o 4.0

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 8b � Ajuste gr�fico da curva regional de regulariza��o adimensionalizada dos rios pertencentes a Regi�o I da bacia do rio Doce

   Fonte: RH vers�o 4.0

2) METODOLOGIA DE MAPEAMENTO DAS VARI�VEIS E FUN��ES HIDROL�GICAS

O mapeamento de vaz�es espec�ficas de uma bacia objetiva dar uma visualiza��o da distribui��o espacial das vaz�es m�dia, m�xima e m�nima e permitir uma r�pida estimativa� da vaz�o espec�fica desejada. No primeiro caso, um simples exame do mapa permitir� ao usu�rio ter uma no��o das �reas carentes de �gua nos per�odos de estiagem (vaz�o espec�fica m�nima), �reas sujeitas �s maiores enchentes (vaz�o espec�fica m�xima) e disponibilidade de �gua da bacia (vaz�o espec�fica m�dia de longo per�odo).

O mapeamento de vaz�es somente � poss�vel atrav�s de vaz�es espec�ficas, para que se possa compatibilizar valores de bacias de dimens�es diferentes. A vaz�o espec�fica � definida como sendo a vaz�o dividida pela �rea de drenagem da bacia.

Existe uma tend�ncia geral das vaz�es espec�ficas, principalmente a m�xima, de reduzir com o aumento do tamanho da �rea de drenagem. Portanto, o mapa de vaz�es espec�ficas � v�lido para um tamanho m�dio de bacia para o qual foi elaborado. Evidentemente, anomalias encontradas em algumas bacias poder�o alterar esta tend�ncia.

Como ilustra��o, a Figura 9 mostra a redu��o da vaz�o espec�fica m�dia m�xima com o aumento da �rea de drenagem, nas tr�s regi�es hidrologicamente homog�neas identificadas nas sub-bacias do Alto e M�dio S�o Francisco, em Minas Gerais.


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 9 � Vaz�o espec�fica m�dia m�xima em fun��o das �reas de drenagem das sub-bacias do Alto e M�dio S�o Francisco, em Minas Gerais.

Quando na regionaliza��o a vaz�o espec�fica apresentar variabilidade com a �rea de drenagem da bacia, atrav�s de um modelo, n�o-linear, pode-se estimar a vaz�o para bacias com �reas de tamanho diferentes daquelas utilizadas no mapeamento, por meio da aplica��o de um fator de corre��o, conforme recomendado por TUCCI (1999):

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?
                                                                                                                                              (1.57)

em que

fc - fator de corre��o;

A - �rea da bacia para a qual se deseja a vaz�o;

Amapa- �rea da bacia utilizada na elabora��o do mapa;

a - expoente da �rea da bacia na equa��o de regress�o n�o-linear;

qmapa� - vaz�o espec�fica obtida no mapa.

A estimativa da vaz�o de interesse pelo usu�rio (q) � obtida atrav�s do produto da vaz�o espec�fica obtida no mapa pelo fator de corre��o, ou seja:

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

� importante ressaltar que a vaz�o estimada atrav�s destes mapas deve ser adotada como preliminar, pois o uso do modelo de regress�o ajustado na regionaliza��o permitir� estabelecer um valor mais confi�vel.

Neste estudo, ser� �aplicada a seguinte seq��ncia de procedimentos para o mapeamento das vaz�es espec�ficas:

1. digitaliza��o dos cursos d��gua principais e dos contornos das sub-bacias da regi�o hidrogr�fica em estudo, em cartas geogr�ficas planialtim�tricas na escala de 1:250.000;

2. subdivis�o desta regi�o em sub-bacias com �rea de drenagem em torno de 500 km2, permitindo uma varia��o de �rea de � 15%.

3. determina��o da vaz�o espec�fica das sub-bacias com base no modelo de regress�o ajustado para a regi�o hidrologicamente homog�nea identificada na regionaliza��o;

4. loca��o dos� valores das vaz�es espec�ficas no centro de gravidade das sub-bacias; e

5. espacializa��o das vaz�es espec�ficas, utilizando o ArcGis 9.3.1.

Como ilustra��o, as� Figuras 10 e 11 mostram, na bacia do rio Doce, as localiza��es das sub-bacias com �rea de drenagem em torno de 500 km2 e o mapa da vaz�o espec�fica m�xima di�ria anual para per�odo de retorno de 50 anos, respectivamente.


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 10 � Localiza��o das sub-bacias com �rea de drenagem em torno de 500 km2 na bacia do rio Doce.

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 11 � Mapa da vaz�o espec�fica m�xima di�ria anual para per�odo de retorno de 50 anos, na bacia do rio Doce.


3) SISTEMA SIMPLIFICADO DE APOIO � GEST�O DAS �GUAS � SAGA

Objetivando otimizar o procedimento ao estimar os valores das vari�veis,� fun��es e modelos hidrol�gicos obtidos nos estudos de regionaliza��o hidrol�gica, ser� desenvolvida uma metodologia alicer�ada em sistemas de informa��es geogr�ficas,� denominada Sistema Simplificado de Apoio � Gest�o das �guas � SAGA

Este sistemapossibilitar� ao usu�rio, atrav�s de oito m�dulos de op��o de consulta espacial georrreferenciada (8 por bacia e total de 88), obter� informa��es hidrol�gicas diretamente sobre um mapa-base da hidrografia da bacia hidrogr�fica de interesse, apresentado na tela do monitor. S�o elas:

1. Informa��es hidrol�gicas na rede hidrogr�fica;

2. Informa��es em qualquer se��o fluvial;

3. Modelos hidrol�gicos ajustados por cursos d��gua;

4. Nascentes com informa��es hidrol�gicas;

5. Imagens de sat�lite;

6. Balan�o demanda/disponibilidade por bacia;

7. Regi�es hidrologicamente homog�neas;

8. Rede hidrol�gica georreferenciada com informa��es de vaz�o e precipita��o pluvial.

No primeiro m�dulo � �Informa��es hidrol�gicas disponibilizadas na rede hidrogr�fica�, �em cada �ponto de informa��o� a ser identificado na rede hidrogr�fica estar� relacionada uma tabela de atributos, contendo o valor da �rea de drenagem da bacia e das vari�veis e fun��es hidrol�gicas regionalizadas, para aquele ponto ou se��o fluvial.

O procedimento� a ser adotado para a gera��o e o armazenamento destas informa��es hidrol�gicas na rede hidrogr�fica ser� �realizado basicamente� em duas etapas:

A primeira etapa compreender� a gera��o das informa��es hidrol�gicas, que basicamente constor� de um procedimento simplificado aplicado nos modelos de regress�o ajustados nos estudos de� regionaliza��o hidrol�gica, desenvolvidos no �mbito do programa HIDROTEC. Ser�o adotados os seguintes crit�rios:

  • a �rea de drenagem da bacia ser� a vari�vel considerada na regress�o, em todos os modelos ajustados, e a precipita��o m�dia anual sobre as bacias, somente naqueles modelos que esta vari�vel j� estava inserida, e quando a sua retirada comprometeria significativamente o ajuste da regress�o. � importante ressaltar que as vari�veis �rea de drenagem e precipita��o m�dia anual s�o determinadas, automaticamente, com o aux�lio de sistemas de informa��es geogr�ficas e praticamente independem da escala do mapa utilizado na regionaliza��o hidrol�gica. Por outro lado, as vari�veis: comprimento do curso d��gua principal, declividade do curso d��gua principal e densidade de drenagem, dependem da escala do mapa utilizado na regionaliza��o, que foi 1:250.000;

  • nos modelos de regress�o em que as vari�veis independentes: comprimento do curso d��gua principal e,ou declividade do curso d��gua principal e, ou, densidade de drenagem permaneceram na regress�o, esta(s) ser� (ser�o) retirada(s) desde que a qualidade do ajustamento do modelo n�o ficasse comprometido. Ser� adotado como valor m�nimo do coeficiente de determina��o R2 ≥ 0,90;

  • quando n�o for poss�vel a retirada das vari�veis independentes, citadas anteriormente, sem comprometer a qualidade do ajustamento dos modelos de regress�o m�ltipla (R2 <0,90), ser�o realizadas tentativas de correla��es com a �rea da bacia e o comprimento do curso d��gua principal como, tamb�m, da �rea da bacia com a densidade de drenagem, de forma a obter ajustes adequados em algumas regi�es; e

  • nos modelos ajustados em que permaneceram, na regress�o, a �rea da bacia e a precipita��o m�dia anual como vari�veis independentes, ser� aplicado o programa computacional de regionaliza��o hidrol�gica RH4.0 para calcular, automaticamente, os valores das �reas das sub-bacias estudadas e das precipita��es m�dias sobre elas.

A segunda etapaconstar� doarmazenamento das informa��es hidrol�gicas na rede hidrogr�fica digital, �onde ser�o aplicados os seguintes procedimentos:

  1. identifica��o e divis�o dos cursos d��gua principais em �pontos de informa��o� eq�idistantes de 10 km a partir das nascentes, utilizando-se como apoio, cartas topogr�ficas planialtim�tricas na escala de 1: 250.000;

  2. digitaliza��o dos cursos d��gua principais e dos contornos das sub-bacias localizadas � montante de cada �ponto de informa��o�;

  3. delimita��o dos contornos das sub-bacias e identifica��o das coordenadas geogr�ficas dos �pontos de informa��o� identificados na rede hidrogr�fica digitalizada (apoio: software AutoCad vers�o 2000);

  4. estimativa dos valores das �reas de drenagem e da precipita��o m�dia sobre as bacias, em cada �ponto de informa��o� identificado na rede hidrogr�fica (apoio: software RH vers�o 4.0);

  5. gera��o de tabelas, contendo os valores das vari�veis hidrol�gicas, regionalizadas para cada �ponto de informa��o� (apoio: software EXCEL);

  6. disponibiliza��o das informa��es hidrol�gicas em cada �ponto de informa��o� identificado nos cursos d��gua principais digitalizados (apoio ArcGIS 9.3.1).

Como ilustra��o, a Figura 12 mostra os cursos d��gua principais da bacia� do rio Doce, num total de 48, seccionados em 519 �pontos de informa��o� eq�idistantes de 10 km, a partir das nascentes, e� a Figura 13 mostra os contornos das sub-bacias identificadas � montante dos referidos pontos.


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 12 � Cursos d��gua principais da bacia do rio Doce seccionados, em �pontos de informa��o� eq�idistantes de 10 km,� a partir das nascentes at� a foz.

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 13� Contornos das sub-bacias identificadas � montante dos �pontos de informa��o�.

O segundo m�dulo � �Informa��es hidrol�gicas em qualquer se��o fluvial�com funcionamento on-line (in�dito no Brasil) o usu�rio identifica, no mapa da rede hidrogr�fica da bacia apresentada na tela do computador, o curso d��gua de interesse (visualmente e com apoio de coordenadas geogr�ficas) e ap�s um clique com o mouse sobre a se��o fluvial de interesse, o sistema determina, automaticamente, a �rea de drenagem da bacia e os valores das vaz�es m�ximas, m�dias e m�nimas (Exemplo: Figura 14).


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 14 - Consulta espacial: Informa��es em qualquer se��o fluvial da bacia do rio Parana�ba � MG


Alicer�ado na tecnologia dos sistemas de informa��es geogr�ficas - SIG�s, o sistema ser� desenvolvido com base nos modelos hidrol�gicos ajustados nas regi�es hidrogr�ficas mineiras no �mbito do programa HIDROTEC, na hidrografia digital do IBGE na escala de 1:250.000 e no modelo digital de eleva��o (MDE) obtido do projeto Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), desenvolvido em escala mundial pela ag�ncia espacial americana (NASA), italiana (ASI) e alem� (DLR).

O terceiro m�dulo � �Modelos hidrol�gicos ajustados por curso d��gua�ser� desenvolvido para ser utilizado nas situa��es em que a se��o fluvial de interesse n�o coincidisse com os �pontos de informa��es� disponibilizados na rede hidrogr�fica digital.

Utilizando o ArcGIS 9.3.1 e respeitando-se os limites das regi�es hidrologicamente homog�neas, identificadas na regionaliza��o hidrol�gica, ser� poss�vel ajustar modelos de regress�o do tipo potencial em fun��o da �rea de drenagem da bacia, utilizando-se os valores das vari�veis e fun��es hidrol�gicas disponibilizadas� nos �pontos de informa��o�� da rede hidrogr�fica digital e proceder� o armazenamento destes modelos na referida rede hidrogr�fica. Ser� adotado como valor m�nimo do coeficiente de determina��o R2 >0,90.

Desta forma, para cada curso d��gua identificado no mapa-base digital das regi�es hidrogr�ficas estudadas estar� associado um modelo de regress�o n�o linear, que poder� ser utilizado nas transfer�ncias e, ou, extrapola��o espacial de informa��es hidrol�gicas.

A vaz�es e volumes de regulariza��o em reservat�rios ser�o estimados atrav�s dos modelos de regress�o n�o linear� ajustados, em fun��o da �rea de drenagem da bacia, conforme os passos:

1. identifica��o no mapa da rede hidrogr�fica da bacia apresentada na tela do monitor, do curso d'�gua, onde se encontra a se��o de interesse. Caso este curso d'�gua n�o esteja inserido no mapa, deve-se identificar o curso d'�gua mais representativo (afluente ou n�o) que servir� de base para a aplica��o do modelo de regress�o. Recomenda-se utilizar como apoio cartas geogr�ficas em escalas menores daquela da regi�o em estudo;

2. identificado o referido curso d'�gua e ap�s um clique com o mouse sobre o mesmo, � apresentado na tela do monitor uma tabela de atributos, contendo informa��o sobre o intervalo v�lido das �reas de drenagem recomendado na regionaliza��o hidrol�gica e os modelos de regress�o ajustados para cada vari�vel ou fun��o hidrol�gica estudada;

3. finalmente, estima-se a vari�vel ou fun��o hidrol�gica desejada por meio da aplica��o do modelo de regress�o ajustado para o curso d'�gua de interesse, tendo como vari�vel independente o valor da �rea de drenagem da sub-bacia identificada � montante do local da se��o fluvial de interesse do usu�rio.

No quarto m�dulo - ��Nascentes com informa��es hidrol�gicas� objetiva-se apresentar nessa consulta espacial um mapeamento das nascentes dos principais rios localizados em territ�rio mineiro com informa��es hidrol�gicas nos trechos dos cursos d'�gua considerados de 1� ordem segundo classifica��o de Strahler (segmentos de cursos d'�gua localizados entre uma conflu�ncia e uma nascente).


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 15 - Classifica��o dos rios segundo Strahler

A rede hidrogr�fica que comp�e o banco de dados dessa consulta, denominada hidrorreferenciamento, foi desenvolvida pela Ag�ncia Nacional de �gua (ANA). Corresponde a um conjunto de processos para o tratamento topol�gico da rede hidrogr�fica com base na codifica��o de Otto Pfafstetter (escala do milion�simo) a qual permite associar e extrair informa��es a jusante a montante de cada trecho.

Par�metros cartogr�ficos:


  • Representa��o cartogr�fica em sistemas de coordenadas geogr�ficas;

  • Proje��o cartogr�fica utilizada para c�lculo das �reas de contribui��o: proje��o Equivalente de Albers;

  • Fonte da base cartogr�fica: Cartografia Sistem�tica ao Milion�simo;

  • Escala compat�vel - 1:1.000.000;

  • Sistema de refer�ncia - SAD69;

  • Estrutura- vetorial; e

  • Formato � shapefiles (ESRI).

As informa��es hidrol�gicas ser�o extra�das dos modelos hidrol�gicos ajustados nas regi�es hidrogr�ficas mineiras, no �mbito do programa HIDROTEC (disponibilizadas no website �Atlas Digital das �guas de Minas�).

O quinto m�dulo � �Imagens de sat�lite� ser� desenvolvido utilizando imagens de sat�lite do Google Maps de forma a permitir o confronto das informa��es hidrol�gicas (georreferenciadas) desenvolvidas no ATLAS com as paisagens presentes na bacia, tanto as de origem natural quanto devido a interfer�ncias antr�picas. Permitir� a visualiza��o das seguintes informa��es digitais desenvolvidas no ATLAS: Informa��es hidrol�gicas na rede hidrogr�fica (pontos de informa��es hidrol�gicas eq�idistante 10 km das nascentes `a foz dos rios principais, se��es fluviais com baixa capacidade de regulariza��o natural, vaz�o dos afluentes principais, fotos e destaque da �rea da bacia sobre a imagem de sat�lite.

O sexto m�dulo � �Balan�o demanda/disponibilidade por bacia� nas bacias hidrogr�ficas estudadas ser� realizado� com base em um �ndice determinado pela raz�o entre a vaz�o de retirada para usos consuntivos (vaz�o outorgada) e o limite outorg�vel no Estado de Minas Gerais (30% Q7,10). A vaz�o outorgada ser� extra�da do cadastro de usu�rios outorgados disponibilizado no site do IGAM (rio Estadual) e ANA (rio federal), enquanto a vaz�o m�nima de refer�ncia (Q7,10) ser� obtida em estudos de regionaliza��o hidrol�gica realizados no �mbito do programa HIDROTEC.

O s�timo m�dulo � �Regi�es hidrologicamente homog�neas� ser� obtido por meio de crit�rios f�sicos e estat�sticos, baseados no escoamento superficial, caracter�sticas fisiogr�ficas, distribui��o de freq��ncia das vaz�es adimensionalizadas e nos res�duos da equa��o de regress�o m�ltipla da vaz�o m�dia conforme metodologia apresentada nesse trabalho e desenvolvida no aplicativo de regionaliza��o hidrol�gica RH4.0.

O oitavo� m�dulo � �Rede hidrol�gica georreferenciada com informa��es de vaz�o e precipita��o pluvial��apresentar� por regi�o hidrogr�fica, a distribui��o espacial das esta��es fluviom�tricas e pluviom�tricas disponibilizadas pela Ag�ncia Nacional das �guas � ANA (HidroWeb). Em cada esta��o, estar� relacionada uma tabela de atributos contendo informa��es sobre sua localiza��o (curso d��gua ou munic�pio), coordenadas geogr�ficas, per�odo de dados da s�rie hist�rica, c�digo da esta��o, �a �rea de drenagem e os valores das vaz�es m�ximas, m�dias e m�nimas no caso de esta��o fluviom�trica. Para esta��o pluviom�trica ser� apresentado� os valores da precipita��o m�dia anual, do semestre mais chuvoso e m�xima di�ria anual.

No ATLAS a transfer�ncia espacial das informa��es hidrol�gicas ser� realizada por meio da aplica��o de um dos procedimentos:

1. Transfer�ncia de informa��es da regionaliza��o hidrol�gica → quando o valor da �rea de drenagem da bacia se encontrar dentro do intervalo utilizado na regionaliza��o hidrol�gica; ou

2. Extrapola��o espacial da regionaliza��o hidrol�gica → quando o valor da �rea de drenagem da bacia se encontrar fora do intervalo utilizado na regionaliza��o hidrol�gica

As �Consultas informativas" (13 por regi�o hidrogr�fica e total de 143) corresponder� aos comportamentos hidrol�gicos mais relevantes a serem detectados em cada bacia hidrogr�fica por ocasi�o dos estudos hidrol�gicos. Apresentadas na forma de mapas, desenhos, figuras, tabelas e de textos elucidativos sobre estes, tornar� muito interessante a compara��o entre situa��es d�spares dentro de uma mesma unidade hidrogr�fica. As metodologias de cada consulta estar�o desenvolvidas nas respectivas p�ginas.


4) VALIDA��O DAS METODOLOGIAS DESENVOLVIDAS NO ATLAS

4.1) VALIDA��O DOS MODELOS HIDROL�GICOS AJUSTADOS NAS REGI�ES HIDROLOGICAMENTE HOMOG�NEAS IDENTIFICADAS NOS ESTUDOS HIDROL�GICOS.

Ser� realizado um confronto entre os valores das vaz�es estimadas pelos referidos modelos e os valores das vaz�es estimados  nas s�ries hist�ricas de cinq�enta e oito (58) esta��es fluviom�tricas  classificadas  como "se��es de controle�. Na Figura 16 observa-se a localiza��o das "se��es de controle" (esta��es fluviom�tricas) nas regi�es hidrogr�ficas estudadas. S�o elas:

Bacia do rio S�o Francisco - MG: Belo Vale e Paraopeba no rio Paraopeba; Carmo Cajuru e Velho da Taipa  no rio Par�; Iguatama e Porto das Andorinhas no rio S�o Francisco;  e Faz. Bom Jardim no rio Indai�;  Faz. Carvalho no rio S�o Domingos; Vila Urucuia e Barra do Escuro no rio Urucuia; Jana�ba no rio Gurutuba; Boca da Caatinga no rio Verde Grande; Juvenilha no rio Carinhanha; Una� e Santo Ant�nio Boqueir�o no rio Preto; Ponte da BR � 040,  Caatinga e Porto Alegre no rio Paracatu; Jequitib�, Piripama, Santo Hip�lito e V�rzea da Palma no rio das Velhas.

Bacia do rio Doce: Porto Firme no rio Piranga; Ferros no rio Santo Antonio; S�o Pedro do Sua�ui no rio  Suacui Grande; S�o Seb.da Encruzilhada (Pcd Inpe) no rio Manhua�u; Cachoeira Escura, Governador Valadares (Pcd Inpe) e Linhares  no rio  Doce.

Bacia do rio Grande - MG: Aiuruoca no rio Aiuruoca; Porto Tiradentes no rio das Mortes; Itajub� no rio Sapuca�; Concei��o dos Ouros no rio Sapuca� � Mirim; Concei��o do Rio Verde no rio Verde; Uberaba e Concei��o das Alagoas no rio Uberaba.

Bacias dos rios Jequitinhonha e Pardo: Vila Terra Branca,  Barra do Salinas, Jequitinhonha (Pcd Inpe) e Itapebi  no rio Jequitinhonha; Carbonita e Pega no rio Aracuai; Fazenda Benfica e Candido Sales no rio Pardo.

Bacias do Leste:  Fazenda Cascata no rio Itanhem; Fazenda Diacui  no rio Mucuri; Fidel�ndia e Boca da Vala no rio S�o Mateus.

Bacia do rio Paraiba Sul - MG: Tabuleiro no rio Formoso;  Usina Brumado no rio Brumado; Sobraji no rio Paraibuna; Patrocinio do Muria� no rio Muria�.

Bacia do rio Parana�ba - MG: Fazenda Bom Jardim e Ponte Vicente Goulart no rio Paranaiba; Desemboque e Porto Saracura  no rio Araguari;  Fazenda Para�so e Ituiutaba no rio Tijuco.


Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Figura 16- Localiza��o das 58 "se��es de controle" (esta��es fluviom�tricas) no mapa das regi�es hidrogr�ficas a serem estudadas.

4.2) COMPARA��O DAS CAPACIDADES DA VAZ�O  DE PROJETOS/OBRAS HIDR�ULICAS IMPLANTADOS NO CAMPO   E VAZ�O ESTIMADA  NO WEBSITE  DO ATLAS

Pretende-se realizar  a compara��o entre as se��es de projetos de saneamento agr�cola/urbano  implantados pelo Funda��o Rural Mineira - Ruralminas �e monitorados no per�odo de 1983 a 1993, como tamb�m a compara��o entre as se��es de obras hidr�ulicas implantadas no campo (extravasores de barragens, pontes vicinais, bueiros, etc) com as se��es estimadas utilizando a metodologia a ser �desenvolvida no �Atlas Digital das �guas de Minas�.
 

B) CONSIDERA��ES GERAIS SOBRE OS RESULTADOS

Por se tratar de um �Atlas� no formato de website (banco de dados eletr�nico desenvolvido com o objetivo de democratizar o acesso e aumentar a capacidade de an�lise sobre um� grande n�mero de� informa��es de uma extensa regi�o hidrogr�fica), os resultados� alcan�ados com informa��es mais detalhadas, encontram-se nos menus: �Panorama H�drico�, �SAGA (Consulta Espacial Georreferenciada e Consulta Informativa)�, como tamb�m, em �Exemplos Aplicativos�.

Um resumo geral das metodologias de regionaliza��o hidrol�gica aplicadas e resultados alcan�ados, encontra-se na op��o �Consulta Informativa:� Resumo Expandido" de cada bacia hidrogr�fica estudada.

Vale mencionar os modelos hidrol�gicos de vaz�es estatisticamente ajustados (e seus respectivos coeficientes de ajustamento) nas regi�es hidrologicamente homog�neas (RHH) identificadas em cada bacia  por ocasi�o dos estudos hidrol�gicos realizados. Estas informa��es est�o contidas na "Consulta Informativa: Modelos ajustados nas RHH".

� importante comentar que os estudos hidrol�gicos de quantifica��es das vaz�es m�nimas  Q7,10 ,  Q90  e  Q95  (georreferenciadas  nas se��es fluviais de toda a rede hidrogr�fica mineira, como tamb�m disponibilizadas  em n�vel estadual, por  bacia hidrogr�fica e por  unidade de planejamento e gest�o de recursos h�dricos - UPGRH),  desenvolvidos   no �mbito do programa HIDROTEC  objetivaram, tamb�m,   fornecer informa��es importantes, ao org�o gestor estadual  e aos comit�s de bacias, sobre a  disponibilidade h�drica encontrada em territ�rio mineiro  de forma a  permitir, aperfei�oar num futuro pr�ximo, estudos de  vaz�es de refer�ncia diferenciadas para as regi�es do Estado em fun��o da significativa diversidade hidrol�gica existente em territ�rio mineiro, conforme pode-se observar no menu Panorama H�drico "Ranking de produtividade h�drica".

Vale destacar os estudos de quantifica��o da vaz�o vaz�o m�nima de sete dias de dura��o e per�odo de retorno de 10 anos com intervalo sazonal (per�odo seco � abril/setembro e per�odo chuvoso � outubro/mar�o) desenvolvidos no �mbito do programa HIDROTEC, em todo territ�rio mineiro, objetivando, tamb�m, fornecer alternativa ao org�o gestor estadual  e aos comit�s de bacias hidrogr�ficas sobre uma nova proposta/crit�rio de outorga a qual leva em considera��o  a sazonalidade das vaz�es. Em princ�pio recomenda-se a ado��o dessa proposta somente nas regi�es hidrogr�ficas mineiras do "Baixo Rio Grande"  e do rio Parana�ba tendo em vista o comprometimento dos recursos h�dricos na calha principal dos dois rios com a gera��o de energia el�trica j� instalada, como tamb�m,  a demanda crescente de recursos h�dricos para agricultura irrigada (import�ncia socioecon�mica e alto potencial agr�cola existente nas respectivas regi�es  hidrogr�ficas) j� gerando conflitos de usos da �gua entre irrigantes em algumas sub-bacias. Informa��es mais detalhadas sobre esse tema encontra-se disponibilizado no menu Downloald do website HIDROTEC, denominada "Crit�rio de outorga sazonal para agricultura irrigada no Estado de Minas Gerais - Estudo de caso"

� importante, tamb�m, registrar que os estudos de valida��o dos modelos hidrol�gicos para predi��o de vaz�o m�xima em pequenas bacias ao se aplicar o procedimento "Extrapola��o espacial da regionaliza��o hidrol�gica" (bacias localizadas no limite inferior do intervalo v�lido para a regionaliza��o hidrol�gica), apontaram para a ado��o do per�odo de retorno de 500 anos para as regi�es hidrogr�ficas dos rios Parana�ba e Grande em territ�rio mineiro e per�odo de retorno de 100 anos para as demais regi�es hidrogr�ficas, incluindo a�, partes dos Estados do Esp�rito Santo, Bahia, Goi�s e Distrito Federal inseridas no ATLAS.

Finalmente, � de fundamental import�ncia documentar que os estudos realizados no ATLAS sobre o balan�o h�drico das vaz�es outorgadas  nas bacias hidrogr�ficas mineiras, apresentadas na " Consulta espacial georreferenciada: Balan�o entre demanda (vaz�o outorgada)  e disponibilidade (30% do Q7,10) por bacia" apontam para um esgotamento dos recursos h�dricos outorg�veis em v�rios cursos d'�gua das bacias hidrogr�ficas dos rios Verde Grande, Urucuia, Paracatu, Parana�ba, Jequita� e com menor intensidade (apenas um curso d'�gua por bacia) nas bacias hidrogr�ficas dos rios Doce (rio do Peixe), Mucuri (rio de todos os Santos), Paraopeba (rio Pardo) e Velhas (rio Bicudo).

Bibliografia

��

ATLAS digital das �guas de Minas; uma ferramenta para o planejamento e gest�o dos recursos h�dricos. Coordena��o t�cnica, dire��o e roteiriza��o Humberto Paulo Euclydes. Belo Horizonte: RURALMINAS ; Vi�osa : UFV, [2007] . 1 CD_ROM + manual (78p). ISBN 85.7601-082-8.

CRUFF, R.W.; RANTZ, S.E. A comparison of methods used in flood frequency studies for coastal basins in California, s.l., USGS Water Supply (Paper 1580-E ), 1965.

CUNNANE, C. Unbiased Plotting Positions � A Review. Journal of Hidrology, Amsterdam, v.37, p.205-222, 1978.

DRAPER, N. R.; SMITH, H. Applied Regression Analysis (2nd edition). Wiley, New York. GENSTAT 5 Committee, Rothamsted Experimental Station (1992). GENSTAT 5 Reference Manual. Clarendon Press, Oxford. 1981.

EUCLYDES, H. P.; PICCOLO, M.J. Aplica��o de um crit�rio de semelhan�a hidrol�gica pela distribui��o de probabilidade de vaz�o de pico de cheia da Microregi�o do Circuito das �guas - Sul de Minas Gerais. Istituto di Idraulica e Construzioni Idrauliche del Politecnico di� Milano, It�lia, 1985. (Monografia).

EUCLYDES, H.P. Regionaliza��o de vaz�es m�ximas e m�nimas para a bacia do rio Juatuba-MG, Vi�osa, UFV. Impr. Univ. 1992, 66p. (Tese M.Sc.).

EUCLYDES. H.P. et al. Regionaliza��o hidrol�gica, manual do programa.Vi�osa,MG: UFV / MMA /RURALMINAS, 1999.149p.

HAAN, C.T. Statistical methods in hydrology. 2ed. Ames, Iowa:The Iowa State University, Press/Ames, 1977. 378p.

HIDROTEC: Gera��o e transfer�ncia em recursos h�dricos para o estado de Minas Gerais. Dispon�vel em: <http://www.hidrotec.ufv.br>. Acesso em 12 de agosto de 2010.

IGAM: INSTITUTO MINEIRO DE GEST�O DAS �GUAS. Legisla��o Estadual. Dispon�vel em: <http://www.igam.mg.gov.br/leg_est.php>. Acesso em : 16 de maio de 2006.

KITE, G.W. Frequency and risk analyses in hidrology. Fort Collins, Water Resources,1978.224p.

LANNA, A. E. Regulariza��o de vaz�es em reservat�rios. In: TUCCI, C.E.M., org. Hidrologia. Porto Alegre, EDUSP, ABRH, 1993. p.703-720 (Cole��o ABRH de Recursos H�dricos, 4).

LETTEENMAIER, D.P.; BURGES, S.J. Gumbel�s extreme value I distribution; anew look. Journal of the Hydraulics Division, v.108, p.502-513, 1982.

MAIONE, U. Aponti di idrologia - le piene fluviali. Pavia, La� Goliarca Pavese.� 1977, 224p.

RODRIGUEZ, E.: MORRIS, C.H.; BELZ, J.E. 2006. A global assessment of the SRTM performance. Photogrammetric Engineering and Remote Sensing, v.72, p.249-260.

RIBEIRO.C.A.S.; CHAVES. M.A.; SOARES.V.P.; EUCLYDES.H.P. Modelos Digitais de Eleva��o Hidrologicamente Consistentes para a Amaz�nia Legal. In: 2� Simp�sio de Recursos H�dricos do Centro-Oeste. Campo Grande-MS:2002.

TUCCI, C.E.M.; CLARKE, R.T. Regionaliza��o hidrol�gica. In: PAIVA, J.B.D.; PAIVA, E.M.C.D. (org.). Hidrologia aplicada � gest�o de pequenas bacias hidrogr�ficas. Porto Alegre: ABRH, 2001.p.169-222.

TUCCI, C.E.M. Regionaliza��o de vaz�es. In: TUCCI, C.E.M. (org.). Hidrologia. Porto Alegre: EDUSP, ABRH, 1993.p. 573-611. (Cole��o ABRH de Recursos H�dricos, 4).

Qual a relação podemos estabelecer entre a distribuição dos rios no território brasileiro e a precipitação média anual?

Resposta: A relação que podemos estabelecer entre a distribuição dos rios que fazem parte do brasil e a precipitação, é de que o Rio Amazonas sempre se destaca pela quantidade que deságua na América do Sul. A densidade do rio e onde este deságua são fatores que distinguem os dois rios.

Qual a área do território brasileiro possui precipitação média anual?

A Região Norte possui uma homogeneidade espacial e sazonal da temperatura, o que não acontece em relação à pluviosidade. Esta é a Região com maior total pluviométrico anual, sendo mais notável no litoral do Amapá, na foz do rio Amazonas e no setor ocidental da Região, onde a precipitação excede 3000 mm (Nimer, 1979).

Qual é a relação entre o tamanho do território brasileiro e a quantidade de pessoas e a disponibilidade de recursos hídricos?

A distribuição da água no Brasil é naturalmente desigual, de modo que justamente as áreas menos povoadas do país é que concentram a maior parte dos recursos hídricos.

Qual região brasileira apresentou os maiores médias de precipitação chuva entre 1981 e 2010?

Resposta verificada por especialistas. A região brasileira que apresentou a maior média de precipitação entre os anos de 1981 e 2010 foi a região norte.