Qual o valor do metro quadrado de construção

O valor médio de construção por metro quadrado para 2022 é de € 512. O valor base dos prédios edificados (Vc) sobe para € 640. O Vc é um dos elementos da fórmula de cálculo do IMI. 

Valor médio de construção 2022 sobe para € 512

A Portaria n.º 310/2021, de 20 de dezembro, fixou o valor médio de construção por metro quadrado, para o ano 2022, em € 512, acima dos € 492 em vigor em 2020 e 2019.

Entre 2010 e 2018, o  valor médio de construção por metro quadrado manteve-se inalterado nos € 482,40.

Para que serve o valor médio de construção?

O valor médio de construção serve para calcular o valor base dos prédios edificados que, por sua vez, serve para calcular o valor patrimonial do imóvel, o qual serve ainda para calcular o montante de IMI a pagar. Confuso? Explicamos passo a passo:

1. O montante de IMI que os proprietários têm de pagar resulta da seguinte fórmula:

IMI a pagar = VPT x taxa do município

2. Por sua vez, o VPT (que será multiplicado pela taxa do município) é apurado da seguinte forma:

VPT = Vc x A x Ca x Cl x Cq x Cv

3. O Vc (valor base dos prédios) é calculado somando ao valor médio de construção por m2, o valor do metro quadrado do terreno de implantação. O valor do metro quadrado do terreno de implantação é 25% do valor médio de construção (art. 39.º do Código do IMI). Assim:

Vc em 2022 =  € 512 + 25% x € 512 = € 640

Se pretende fazer as suas contas completas relativas ao IMI a pagar, consulte Como calcular o IMI a pagar em 2022 e Taxas de IMI por concelho em 2022.

A quem se aplica o novo valor médio de construção?

O valor médio de construção em 2022 (€ 512) aplica-se a todos os prédios urbanos cujas declarações modelo 1, a que se referem os artigos 13.º e 37.º do CIMI, sejam entregues a partir de 1 de janeiro de 2022.

Contrariamente ao que aconteceu em 2021, em que o valor médio de construção foi igual ao de 2020, esta é uma forma de aumento do IMI em 2022, via aumento do valor médio de construção por m2 e, por inerência, do valor base dos prédios edificados, Vc). 

Também designado por "preço fiscal" por m2 de construção, este novo Vc de € 640 só se aplicará, contudo, aos prédios para os quais a Autoridade Tributária vá calcular o VPT em 2022. Isto acontece nos seguintes casos:

• habitações acabadas de construir;
• pedidos de reavaliação fiscal dos imóveis.

Veja Como preencher o Modelo 1 do IMI.

Porque sobe o valor médio de construção

O preço médio de construção sobe pelo impacto que a pandemia por Covid-19 (disrupção nos canais de fornecimento) e outros fatores, nomeadamente, geo-estratégicos e políticos (no caso da energia), estão a ter nos encargos diretos e indiretos suportados na construção de um edifício.

Enquanto se mantiver a subida do preço de materiais, mão de obra, equipamentos, administração, energia, comunicações e outros consumíveis, não serão de descartar novas subidas neste indicador nos próximos anos.

Simule o IMI 

Evite as contas e faça uma simulação do valor do IMI. Pode estar a pagar mais IMI do que deveria e as Finanças não o vão alertar para esse facto. Tem de ser o contribuinte a pedir uma nova avaliação do imóvel, através da entrega da declaração Modelo 1.

Mas tenha em conta que, com a subida do valor base dos prédios edificados em 2022, a reavaliação pode não lhe ser favorável. Normalmente, a reavaliação dos imóveis tem por objetivo atualizar o designado coeficiente de vetustez, sobretudo em imóveis antigos. Contudo, com este agravamento do preço de construção, pode não conseguir descer o IMI e, se correr bem, vai apenas mantê-lo.

Não esqueça que, depois de pedir uma reavaliação, é o eventual novo valor encontrado que passa a vigorar, seja ele favorável ao contribuinte, ou não.

Saiba como e onde Simular o IMI a pagar em 2022.

Atualizado em 02/10/2022

Paula Vieira

Economista pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É consultora em processos de fusão e aquisição de empresas, finanças e gestão.

Aumentar a precisão do orçamento significa ter mais planejamento e manter os gastos organizados, evitando atrasos e custos inesperados.

Os custos extras, além de serem mais onerosos para o projeto, ainda interferem na produtividade e na qualidade dos resultados, uma vez que impedem a análise adequada das condições dos insumos e materiais utilizados na construção.

Ao calcular com precisão o custo da obra por metro quadrado na construção civil, o arquiteto e toda a equipe de operações garante eficiência, um bom relacionamento com o cliente e evita possíveis objeções.

Neste artigo falamos mais sobre o CUB, quais elementos estão envolvidos nesse cálculo e os motivos pelos quais o aumento do custo de obra por metro quadrado interfere na economia nacional. Vamos lá?

Como o custo da obra afeta outros setores na economia?

O custo de obra por metro quadrado afeta o valor total de uma construção mas também interfere na economia nacional.

A construção civil é um setor amplamente usado como “termômetro” da situação econômica do país — com o aumento dos custos por metro quadrado na construção, o valor venal do imóvel também se eleva.

Em momentos difíceis e de crise econômica, a inflação potencializa o preço dos insumos ao mesmo tempo que corrói o poder aquisitivo da população, que não pode adquirir uma casa própria ou pagar o aluguel porque a sua renda não teve uma variação compatível com a variação venal do imóvel pleiteado.

Algumas pessoas negligenciam a redução da sua capacidade de pagamento e comprometem mais de 30% do seu orçamento mensal para arcar com a prestação do bem imóvel adquirido ou para o pagamento da parcela do aluguel — o que também aumenta o nível de endividamento da população.

Todos esses fatores afetam o ciclo da economia: as pessoas têm dificuldade para trabalhar, as empresas também têm altos custos de locação e demitem sua força de trabalho, o desemprego aumenta e o consumo diminui. Assim, a situação econômica piora gradativamente por conta dos aumentos de preços, que também interferem nos custos por metro quadrado da construção civil.

Qual o custo de obra por metro quadrado no Brasil?

Conforme falamos, o custo de obra por metro quadrado no Brasil apurado em agosto de 2021 pelo IBGE é de R $1.463,11.

Se compararmos esse valor com o índice em 12 meses (de agosto de 2020 a agosto de 2021), concluímos que houve uma alta acumulada de 22,74%. Integram o valor total um montante de R $596,22 referentes à mão de obra — considerando a desoneração da folha de pagamento — e R $866,89 referentes aos custos dos insumos.

Entretanto, sem a desoneração da folha de pagamento, o custo de obra por metro quadrado chega a impressionantes R $1.554,73.

O que é CUB?

CUB é acrônimo para Custo Unitário Básico (CUB) e se refere a um indicador largamente usado na construção civil para estimar o custo de uma obra.

A métrica é calculada com base no metro quadrado construído e, por isso, serve como parâmetro tanto para determinar os custos totais de um projeto, auxiliando o mercado imobiliário quanto como índice macroeconômico da construção civil.

Por esses motivos, o CUB é usado há mais de 40 anos, quando a Lei Federal 4.591/64, que trata sobre os valores de referência por metro quadrado das obras, determinou a publicação mensal dos custos unitários da construção civil praticados em cada unidade da federação.

Quais custos estão envolvidos nesse cálculo?

O CUB é calculado segundo critérios definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) — NBR 12721:2006. O cálculo considera fatores como:

1. materiais usados na construção: areia, cimento, tijolos, blocos, ferragens, vidros e outros artigos;

2. mão de obra: custos inerentes à contratação de pedreiros, serventes, fiscais de obra, engenheiros, etc.;

3. equipamentos: locação ou aquisição de betoneiras, andaimes, martelete, lixadeira, entre outros.

Alguns elementos não integram esse cálculo, segundo determinações da própria ABNT. São gastos referentes às fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático, equipamentos para as instalações, como elevadores, e a remuneração do incorporador, por exemplo.

Como calcular o Custo Unitário Básico?

O cálculo do CUB é simples: basta fazer o somatório de todos os custos para a compra de materiais, contratação de mão de obra e locação ou aquisição de equipamentos e dividir o resultado pela área construída em metros quadrados.

O resultado será a relação de custo em reais por metro quadrado (R$/m²) e guia a elaboração do projeto, possíveis exclusões e incorporações de elementos que permitem adequar a construção ao orçamento do contratante.

O CUB é predeterminado pelo sindicato da construção (Sinduscon) de cada estado brasileiro. Você pode conferir o valor referente ao Custo Unitário Básico do seu estado no site da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

Isso não significa que o valor total da obra será exatamente a multiplicação do CUB pela metragem quadrada do projeto. Você ainda deve considerar gastos não incluídos no CUB pela ABNT e os Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) para a composição da sua função, que será a base de cálculo do seu custo total da obra.

Algumas ações podem reduzir a incidência desse custo, por exemplo, a adoção de tecnologias como o Veja Obra.

Com uma ferramenta adequada é possível aumentar a precisão do cálculo dos custos de uma obra, entender quais pontos são passíveis de redução e, finalmente, aumentar a eficiência da construção civil, mesmo em períodos de retração da economia e inflação, quando os consumidores sofrem com a alta de preço dos materiais e insumos.

Por meio de um software ainda é possível dimensionar melhor o custo total da mão de obra, fator que também impacta no custo final da sua obra e pode comprometer a viabilidade do seu projeto.

Agora que você sabe o que é CUB, como calculá-lo e a importância de controlar adequadamente o custo por metro quadrado na construção civil, que tal acessar o site do Veja Obra, fazer o seu cadastro e testar o software por 14 dias grátis?

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