Que relação podemos estabelecer entre as ciências naturais e as Ciências Humanas?

A ciência é estimulada e incentivada por alguns governos, no campo da pesquisa tanto médica, espacial, agrícola, tecnológica e entre outras. Países sem incentivo do governo na área científica dificilmente desenvolvem pesquisas sozinhos.

A ciência é estimulada e incentivada por alguns governos, no campo da pesquisa tanto médica, espacial, agrícola, tecnológica e entre outras. Países sem incentivo do governo na área científica dificilmente desenvolvem pesquisas sozinhos.

No século XIX, muitas ciências foram sistematizadas, recebendo um tipo de configuração (procedimentos metodológicos, formas de investigação etc.) que as tornaria respeitáveis. A sociologia e a antropologia são exemplos dessas ciências. A história, como veremos, também está entre elas. O que chamamos de ciência da história desenvolveu-se, propriamente, no século XIX.

Os dois países que são considerados os berços da moderna ciência da história são França e Alemanha. A filosofia alemã, na virada do século XVIII para o XIX, estava envolta à tradição metafísica, sobretudo derivada das reflexões de Immanuel Kant e de Herder. Depois, houve as correntes de Hegel e de Schopenhauer. Em meio a essa atmosfera de discussão filosófica, a história se desenvolvia enquanto um conceito singular, isto é, passava a existir como “História Universal”, e não mais como “histórias particulares”. Era a história da humanidade como um todo.

O chamado historicismo (corrente teórica que buscou pensar a história a partir de sua singularidade) desenvolveu-se fundamentalmente na Alemanha ao longo do século XIX. Nesse país houve um grande peso da tradição interpretativa de textos (que recebeu o nome de hermenêutica), em razão, sobretudo, da Reforma Luterana, que infundiu na teologia o estudo da exegese de textos bíblicos. Essa tradição interpretativa chegou até os círculos e intelectuais e poetas do romantismo alemão, dentre ele Goethe e Schiller.

Esse ambiente de embate entre a tradição metafísica e a hermenêutica provou longas discussões nas quais as reflexões sobre a história foram inseridas. A história, para os historicistas, deveria, ao contrário das ciências naturais, pautar-se pela categoria da compreensão, e não da explicação científica. Compreender implicava interpretar e criar ao mesmo tempo, isto é, mesclar elementos objetivos e subjetivos. O principal historiador a fazer essa mescla e a defender o trabalho do historiador nessa direção foi Wilhelm Von Humboldt, cujo clássico ensaio “Sobre a Tarefa do Historiador” até hoje é lido e reinterpretado.

A compreensão, segundo Humboldt, não podia ser reduzida à explicação demonstrativa, de caráter matemático, como ocorre na física. Compreender exigia um diálogo com o passado, com a tradição. A tradição fornece-nos um horizonte de compreensão, as bases para agirmos no presente. A história, enquanto disciplina com elementos científicos, não pode prescindir da compreensão, haja vista que, mais que explicar rigorosa e definitivamente o passado, a história oferece aos homens do presente condições para agir, para administrar a sua existência.

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Na França, também durante o século XIX, desenvolveu-se a chamada Escola metódica (ou Escola histórica metódica), que possuía a pretensão de tornar a história uma ciência metodologicamente rigorosa, tendo como modelo as ciências naturais. O modelo que se seguia, inclusive, era o das ciências físicas. Essa pretensão era infundida pelo positivismo, pensado por August Comte, então em voga na França.

Apesar das justas críticas que recebeu de historiadores do século XX, a Escola metódica francesa foi de fundamental importância para atribuir confiabilidade ao método histórico. Por exemplo, com relação à concepção de tempo (que é um dos principais conceitos históricos): para os metódicos, o tempo era sempre passível de investigação quando era curto, o tempo dos acontecimentos, dos fatos cumulativos. No século XX, essa ideia de tempo alargou-se, haja vista que havia uma noção de tempos múltiplos, breves e longos que se entrelaçavam, e não apenas o tempo linear e progressivo.

Com relação à definição de história: para os metódicos, a história era entendida como ciência nos moldes positivistas; no século XX, a história também era concebida como ciência, porém com a particularidade de ser uma ciência “dos homens no tempo”, como a definiu o historiador francês Marc Bloch. Além disso, com relação às fontes (ou documentos), que é outro conceito de grande importância para a história, os metódicos privilegiavam as fontes escritas, os documentos escritos, não se atendo muito às demais formas de testemunho da história humana. No século XX, os historiadores passaram a considerar “documento histórico” tudo aquilo que o homem produziu ao longo de sua existência.

* Créditos da imagem: Shutterstock e 360b

Qual a diferença entre Ciências Humanas e ciências da naturais?

Enquanto as Ciências Humanas estudam os seres humanos em sua questão histórica, social e cultural, as Ciência da Natureza estudam o mesmo em seus aspectos biológicos, fisiológicos, as relações dos seres humanos entre si, com o ambiente e demais seres vivos (BRASIL, 2013).

O que é a natureza da ciência e qual a sua relação com a história e a filosofia da ciência?

Segundo estes trabalhos, o entendimento sobre a Ciência envolve compreender o que é denominado de “natureza da Ciência” (NDC). A natureza da Ciência é entendida como um conjunto de elementos que tratam da construção, estabelecimento e organização do conhecimento científico.

Quais as semelhanças e diferenças entre as ciências sociais e as ciências naturais?

Nas ciências naturais, seus profissionais estão sempre fazendo experimentos em laboratório, observando e analisando como reagem coisas externas a nós; nas ciências sociais, investigamos as ideias que outros indivíduos têm, investigamos como agem e o que fazem — ou seja, investigamos seus objetivos e os meios utilizados ...

Qual a diferença do estudo das Ciências Humanas para o estudo das ciências sociais?

As ciências sociais estudam os mais variados aspectos da sociedade e a influência do comportamento humano em uma determinada sociedade. Já as ciências humanas, embora também estudem o ser humano, são mais voltadas aos seus aspectos individuais, como é o caso da psicologia.