São Paulo e uma metrópole global ou nacional?

19 agosto 2014

São Paulo e uma metrópole global ou nacional?

Crédito, Reuters

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São Paulo foi a cidade latino-americana mais bem posicionada em ranking de cidades globais

São Paulo foi considerada a cidade mais influente da América Latina em um ranking que avaliou 50 metrópoles globais.

A lista é liderada por Londres, Nova York, Paris, Cingapura e Tóquio. A capital paulista aparece na 23ª posição - a cidade latino-americana mais bem posicionada.

O estudo foi elaborado pela Civil Service College de Cingapura e a Chapman University.

As cidades foram avaliadas em oito categorias, que consideraram conectividade aérea, diversidade, investimento estrangeiro direto, sedes de empresas, produção de serviços, serviços financeiros, tecnologia e mídia, e dominação industrial.

Nenhuma outra cidade brasileira apareceu no ranking.

"São Paulo é o coração econômico da maior economia da América do Sul, e tem a maior bolsa de valores (da região). A maior cidade e a capital comercial do Brasil se tornou sede da operação de várias empresas para a América Latina, apesar da língua, crime e outros problemas", disse o estudo.

A publicação destacou que São Paulo é a que tem a maior diversidade racial no país - "e talvez de toda a América Latina" - e possui a maior comunidade japonesa do mundo, com 600 mil imigrantes.

Mas disse que apesar disso a comunidade de estrangeiros ainda é "extremamente pequena" - menos de 1% da sua população de mais de 20 milhões de habitantes.

São Paulo está acima de Miami - que aparece em 29º lugar e é citada no relatório como "capital da América Latina", por atrair muitos negócios de toda a região.

'Prisioneira da geografia'

O estudo diz que as cidades globais não se destacam primariamente pelo seu tamanho, mas pela eficiência que têm. Elas ainda lucram com a relação que têm com a língua inglesa, o que impõe "preocupações" para grandes outros polos, como os localizados na Rússia e na China.

"Muitas megacidades no mundo em desenvolvimento estão crescendo cerca de três vezes mais rapidamente do que aquelas em países de alta renda. Certamente, a maioria das maiores cidades do mundo está no mundo em desenvolvimento", diz o estudo.

"Mas apesar do grande tamanho que têm, estas cidades, em grande parte, não são centros importantes para serviços globais de tecnologia, finanças e negócios."

Os autores dizem que a América Latina possui diversas megacidades, mas nenhuma está perto das dez melhores.

Cidade do México e Buenos Aires também foram incluídas no ranking, nas posições 41 e 44, respectivamente.

"Um dos maiores problemas para todas as cidades da região (América Latina) é a conexão física, particularmente ao leste da Ásia, que segue inatingível por voos diretos", disse o estudo.

"Em parte prisioneira da geografia, a América Latina está geralmente muito distante dos centros econômicos do leste da Ásia e Europa e, com exceção a Cidade do México, também não está nem perto da América do Norte".

São Paulo ficou atrás de cidades de outros grandes países emergentes, como Pequim e Xangai, na China, e Moscou, na Rússia, mas à frente de Mumbai e Nova Déli, na Índia.

Incubadora de empresas

A cidade brasileira também aparece em um outro ranking citado no relatório, elaborado por um projeto chamado Startup Genome, que avalia os melhores lugares para se começar um negócio no ramo da tecnologia.

Neste ranking de 20 cidades da Startup Genome, São Paulo aparece como 13ª cidade com melhor ambiente para surgimento de novas empresas de tecnologia.

As primeiras regiões e cidades são o Vale do Silício, Tel Aviv, Los Angeles, Seattle e Nova York.

A única outra cidade latino-americana nesta lista é a capital chilena, Santiago, em 20º lugar.

A palavra “metrópole” vem do grego e quer dizer “cidade-mãe”. Originalmente, o termo designava os locais para onde colonizadores iam para fundar novos agrupamentos. Atualmente, o termo é usado para descrever as cidades cujas atividades socioeconômicas, políticas e culturais ultrapassam a barreira da influência local e que se tornam um ponto de convergência habitacional.

Apesar de algumas poucas cidades no mundo já terem o status de cidades globais desde o século 19, como Paris, Londres e Istambul, foi a partir da forte industrialização na metade do século 20 que as metrópoles se popularizaram. Nessa época, ocorreram grandes transformações tecnológicas aplicadas na indústria e no campo, fazendo a mão de obra rural se tornar obsoleta, marcando grandes períodos de êxodo rural.

Assim várias cidades começaram a se tornar um polo de indústrias, fazendo a população partir em busca de empregos. As áreas em volta das grandes cidades foram utilizadas como habitação para os trabalhadores mais pobres. O crescimento urbano e o aumento de atividades comerciais e de prestação de serviços fez esses municípios se unirem, então a fronteira entre eles já não é tão perceptível. Esse processo é chamado de conurbação.

São Paulo e uma metrópole global ou nacional?
Junção de municípios em grandes faixas urbanas é uma característica das metrópoles. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Em um processo de conurbação, uma extensa malha urbana é verificada, com contínuas edificações formando paisagens de prédios e muito cimento. Porém, áreas de conurbação não são constituídas exclusivamente por áreas urbanas, podendo existir pequenas faixas rurais cercadas por cidades.

Metrópoles regionais

As cidades de grande porte populacional que são polos econômicos no seu estado, mas cuja influência tende a ser apenas local, são chamadas de metrópoles regionais. Muitas vezes, são cidades que agem como intermediários no transporte de cargas, produtos e pessoas ligando as pequenas cidades às maiores. Exemplos disso no Brasil são Manaus, Goiânia, Belém e Campinas.

Metrópoles nacionais

As metrópoles nacionais são as cidades que concentram boa parte das atividades econômicas, políticas e culturais em um país. A influência delas não costuma ultrapassar fronteiras, mas a convergência de serviços, indústrias, empresas e de população faz que sua importância exceda o âmbito regional. No Brasil, são exemplos de metrópoles nacionais Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Porto Alegre, Recife, Fortaleza e Brasília.

Metrópoles globais

Metrópoles globais são as cidades cuja influência política e econômica perpassa as fronteiras nacionais. Muito além do interesse turístico, as metrópoles globais podem influenciar atividades em diversas regiões do mundo. É o caso de Nova Iorque e sua bolsa de valores, que afeta toda a economia mundial, ou de Londres e sua influência política global.

No Brasil, duas cidades são consideradas metrópoles globais, São Paulo e Rio de Janeiro. Além de concentrarem boa parte da movimentação econômica do Brasil, ambas as capitais figuram entre as principais cidades da América Latina.

Megalópoles

A convergência de empresas, indústrias, serviços e oportunidades em uma metrópole não tem limites. Isso alimenta um ciclo de atrair cada vez mais pessoas. Quando esse movimento de expansão faz duas metrópoles se encontrarem, ocorre a formação de uma megalópole. Megalópole é a conurbação de duas ou mais metrópoles formando uma extensa faixa constantemente urbanizada ou uma grande região com várias metrópoles com apenas algumas faixas não urbanizadas.

São Paulo e uma metrópole global ou nacional?
Megalópole na costa noroeste dos Estados Unidos. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Um dos maiores exemplos mundiais de uma megalópole é a faixa que se estende pela costa leste dos Estados Unidos e engloba as cidades de Nova York, Filadélfia e Baltimore, que abrigam mais de 15 milhões de pessoas. Megalópoles estão se desenvolvendo com maior velocidade na Ásia. Lá temos os exemplos da Delta do Rio das Pérolas na China e, na Indonésia, da área que engloba as cidades de Jacarta-Bandung.

Cidades Globais

Outro termo utilizado para definir algumas cidades de importância excepcional no cenário mundial é a alcunha de cidade global. Esse conceito passou a ser usado depois de ser popularizado pela socióloga Saskia Sassen e se refere a algumas poucas cidades que detêm o poder de definir os rumos políticos e econômicos do mundo. Além disso, essas cidades são de grande diversidade cultural, religiosa e linguística por abrigarem sedes de corporações internacionais.

São Paulo e uma metrópole global ou nacional?
Xangai vem ganhando importância como uma cidade global. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Toda cidade global é uma metrópole, mas nem toda metrópole é uma cidade global. Segundo o conceito da socióloga, os baixos níveis de desenvolvimento humano e de qualidade de vida, bem como a falta de infraestrutura, fazem que muitas metrópoles, principalmente de países em desenvolvimento, não atinjam o nível de cidades globais. Alguns exemplos são Nova Iorque, Londres e Xangai.

Fonte: Brasil Escola, Mundo Educação, Archdaily, Panrota, Infoescola, Brasil Escola.

1260232cookie-checkO que são metrópoles e quais são as principais características?

São Paulo é uma metrópole global ou nacional?

As duas metrópoles mundiais brasileiras são: Rio de Janeiro e São Paulo.

Porque São Paulo é metrópole global?

1) Metrópole global: são metrópoles que possuem articulações em termos de transporte, economia e política com diversas partes do mundo. No Brasil, existem duas metrópoles globais: Rio de Janeiro e São Paulo. Outros exemplos são: Londres, Nova York, Paris e Tóquio.

São Paulo pode ser considerada uma cidade global?

São Paulo foi considerada a cidade mais influente da América Latina em um ranking que avaliou 50 metrópoles globais. A lista é liderada por Londres, Nova York, Paris, Cingapura e Tóquio.

O que é uma metrópole global?

As metrópoles globais são aquelas cidades que exercem uma influência bem determinada sobre as cidades do território nacional e as zonas internacionais. Algumas delas são capazes de se interligar econômica e socialmente ao mundo inteiro, como é o caso de Nova York.