A graviola é a mesma fluta do conde

Espécies de frutos muito comuns do cerrado brasileiro, as pinhas, frutas do conde, araticums e atemoias são tão parecidas que geram uma confusão na cabeça do consumidor na hora da compra – e, às vezes, de produtores iniciantes que não estão acostumados às variedades de espécies da família das Annonas. Por isso, vamos explicar quais as diferenças entre pinha, fruta do conde, araticum e atemoia:

Pinha (também conhecida como fruta do conde)

A graviola é a mesma fluta do conde

A primeira coisa que temos a dizer é: pinha e fruta do conde são a mesma espécie de Annona, chamada cientificamente de Annona squamosa. É reconhecida pela sua casca verde salpintada de preto, que solta facilmente. Seu sabor é doce e um pouco ácido.

Araticum

O araticum é chamado cientificamente de Annona crassiflora, e também é conhecido em algumas regiões como marolo e araticum-do-cerrado. Suas principais características são: cor marrom quando maduro, formato arredondado, pesa cerca de 1kg por fruto e seu sabor lembra o de um abacaxi maduro.

Atemoia

A graviola é a mesma fluta do conde

Chamadas cientificamente de Annona cherimola Mill x Annona squamosa pesam de 200 a 600g, têm forma arredondada e são mais lisos externamente que os da fruta-do-conde; são verde-amarelados quando maduros e a polpa é branca com as sementes de cor marrom-escura. A polpa é doce, de sabor muito bom, e não é farinácea como na fruta-do-conde.

Além dessas que mencionamos, existem muitas outras variedades da família Annonas. Há, por exemplo, a fruta do conde vermelha, que é a mesma espécie produzida no cerrado aqui no Brasil, porém cresce em grande parte na região tropical da América do Sul. Por ter menos sementes, seu cultivo acaba sendo um pouco mais difícil que o da pinha do cerrado.

Caracterizada como um tipo de fruta híbrida, a atemoia é uma variedade nativa da América do Sul e criada a partir do cruzamento de duas frutas muito conhecidas na região das Américas, a cherimoya (Annona cherimola) e a fruta-pinha (Annona squamosa, L.). Mas o que realmente chama atenção nesse alimento são os diferentes nutrientes que ele carrega! Para saber mais sobre a atemoia, essa excelente fonte de potássio, dá uma olhada na matéria!

Parente da graviola, atemoia costuma ser confundida com a fruta-do-conde

Por ter uma casca rígida e levemente escamosa, herdada do cruzamento das espécies, a atemoia é frequentemente confundida com a fruta-pinha, conhecida popularmente como fruta-do-conde. Ela faz parte da família das anonáceas (a mesma que a da graviola) e começou a ser cultivada principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil por volta da década de 1960.

Fruta híbrida é rica em potássio, nutriente que faz bem para os ossos, músculos e nervos

Assim como outras frutas com potássio, como a banana-da-terra, o abacate e o maracujá, a atemoia é um alimento que reúne diversos benefícios para a saúde muscular, dos ossos e dos nervos. Ela ajuda a aliviar dores musculares, como cãibras e enxaquecas, combate ácidos que são conhecidos por "roubarem" o cálcio dos ossos e é igualmente importante para o bom funcionamento do sistema nervoso, auxiliando a memória e a oxigenação do cérebro.

Atemoia é fonte de compostos fenólicos (elementos que ajudam a combater os radicais livres)

Se você já ouviu falar sobre os componentes fenólicos, deve saber que eles são importantes para combater os radicais livres que rodeiam o nosso corpo e a prevenir doenças degenerativas, como o câncer e o Alzheimer. A boa notícia é que a atemoia é uma fruta extremamente rica nessas substâncias! Por isso, consumi-la pode ajudar a impedir o desenvolvimento dessas doenças.

Fruta exótica também é fonte de cobre, mineral importante para o rejuvenescimento da pele

Sabia que consumir a atemoia pode ser uma boa forma de manter a pele jovial, firme e bonita? Com uma grande quantidade de cobre em sua polpa, a fruta é responsável por ajudar no rejuvenescimento da pele. Graças a esse nutriente, ela age diretamente na formação dos tecidos conjuntivos e tem um papel importante na formação da melanina. Interessante, né?

Alimento que cresce muito em todo o Brasil, a fruta-do-conde (Annona squamosa L.), também conhecida como ata ou pinha, é o fruto de uma planta da família Annonaceae. Com ampla difusão mundial, é pertencente a uma classe com mais de 2 mil espécies e 120 gêneros.

O sabor adocicado e os diversos componentes nutricionais como proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais fazem a fruta-do-conde um fruto de muito interesse ao mercado.

ORIGEM DA FRUTA-DO-CONDE

Originária da América Tropical, mais precisamente nas Antilhas, a fruta-do-conde ganhou esse nome popular no Brasil por conta do Conde de Miranda, que introduziu o alimento no País em 1626, na Bahia.

No entanto, segundo a engenheira de alimentos Aline Bezerra, o fruto só começou a ser cultivado comercialmente em meados do século XX.

A graviola é a mesma fluta do conde

Legenda: Fruta pode ser plantada em qualquer época do ano. Foto: Shutterstock

CARACTERÍSTICAS DA FRUTA-DO-CONDE (OU ATA OU PINHA)

A árvore da fruta-do-conde é de porte pequeno e mede de quatro a seis metros de altura. Os frutos são do tipo sincarpo arrendondada e pesam entre 150 e 650 gramas. 

Também chamada pinha, possui a estrutura formada por carpelos proeminentes e cobertos por saliências achatadas em forma de tubérculos, com a coloração verde.

A nutricionista Aline Bezerra pontua que cada fruta tem entre 50 e 70 sementes de cor preta brilhante. A polpa da fruta-do-conde reveste as sementes.

COMO PLANTAR?

A plantação da fruta-do-conde pode ser por via sexuada (sementes) ou assexuada (propagação vegetativa). O primeiro modo é mais comum entre produtores e viveirista, segundo Aline Bezerra.

A enxertia é a mais utilizada, pois confere preservação das características de da espécie.

O plantio é feito por meio de irrigação. A pinheira e ateira podem ser plantadas em qualquer época do ano, mas é importante que sejam fixadas no campo em dias nublados ou chuvosos.

Em função das condições climáticas da planta, há uma tendência de a produção ser concentrada entre os meses de janeiro e maio no Brasil. 

NUTRIENTES

Na composição nutricional há uma série de proteínas, carboidratos, fibras, lipídeos, vitaminas, minerais e compostos fenólicos.

A ata é um fruto que confere alto nível de hidratação, pois sua polpa é composta, aproximadamente, por 70% de água.

Conforme Aline Bezerra, a fruta-do-conde é formada por cerca de 38,5% de polpa, 56% de casca e 5,5% de sementes.

Em 100 gramas de polpa de fruta-do-conde, ata ou pinha há:

  • Teor calórico de 88-114 calorias
  • Fibra (2,2 g)
  • Cálcio (20 mg)
  • Fósforo (8,81 – 54,0 mg)
  • Ferro (0,3 – 1,0 mg)
  • Vitamina B1 (0,06 mg)
  • Vitamina B2 (0,10 mg)
  • Vitamina C (10,5 – 57,0 mg)
BENEFÍCIOS DA FRUTA-DO-CONDE

Não há dúvidas do potencial altamente benéfico da fruta, segundo explica a especialista Aline Bezerra. Há compostos que fazem bem para a saúde em praticamente todas as partes da pinha: polpa, folhas, casca, sementes, caule e raízes.

Pelo baixo teor de gordura, o fruto é bom para uma pele e cabelo saudáveis, além de melhorar o sistema imunológico, combater a anemia e ainda a prisão de ventre. 

A nutricionista pontua que as sementes acabam sendo descartadas, por terem um potencial tóxico. No entanto, estudos apontam que nelas há substâncias chamadas acetogeninas, que apresentam uma gama extensa de atividades biológicas.

A graviola é a mesma fluta do conde

Legenda: O consumo da ata pode ajudar no combate à anemia e à prisão de ventre. Foto: Shutterstock

Essas partes do fruto possuem potencial antioxidante e antimicrobianos. Na literatura, segundo Aline, estas substâncias são descritas como ácidos graxos, e ainda podem conferir benefícios anticancerígenos.

ENTRE OS PRINCIPAIS EFEITOS POSITIVOS ESTÃO:
  • Potencial antimicrobiano
  • Efeito antioxidante
  • Efeito antidiabético
  • Combate à hipertensão
  • Antitumoral
  • Vermicida
  • Imunossupressor
  • Antiemético
  • Inibidor do apetite
  • Antimalárico
SABOR – A fruta-do-conde é conhecida pelo sabor adocicado e quase sem acidez, o que a torna muito agradável para o paladar.
ATUAÇÃO CONTRA PRAGAS AGRÍCOLAS

Há ainda, segundo a professora Aline Bezerra, registros de que as sementes da fruta-do-conde têm propriedades inseticidas, atuando no controle de pragas agrícolas.

Elas são ricas em óleos que possibilitam a fabricação de sabão. Quando são tratadas para remover alcaloides tóxicos, também servem para fazer óleo de cozinha.

QUAIS OS NOMES E DERIVADOS DA FRUTA-DO-CONDE?

São o mesmo o alimento a fruta-do-conde, a ata e a pinha. Como explicou Aline Bezerra, a família Annonaceae é bem diversa e possui vários derivados.

ATEMOIA

A atemoia, por exemplo, é um fruto híbrido resultante de um cruzamento entre a fruta-do-conde (Annona squamosa L.) e a cherimólia ou cherimoia (Annonna cherimola Mill.).

Em comparação, a atemoia tem frutos maiores, mais doces e com menos sementes, que se soltam da polpa com muita facilidade. A casca e a textura também diferem da fruta-do-conde.

GRAVIOLA 

A graviola (Annona muricata L.) também é da mesma família, mas difere pelo sabor, pelas flores e pelo peso dos frutos, além de sua cor e ponto de colheita.

CONFIRA

COMO COMER?

A fruta-do-conde, ata ou pinha pode ser consumida in natura, mas pode ser empregada em diversos alimentos como purês, sorvetes, mousses, iogurtes e os tradicionais sucos.

A graviola é a mesma fluta do conde

Legenda: Alimento pode ser consumido na forma de purês, mousses, sucos e outros. Foto: Shutterstock

No quesito industrialização, entretanto, o fruto é pouco difundido por conta do rápido escurecimento da polpa. Isso, de acordo com a nutricionista Aline Bezerra, é causado pela ação da enzima polifenoloxidase (PPO).

Presente em várias frutas e vegetais, a PPO atua sob os substratos naturais, acarretando queda da qualidade nutritiva, alterando ainda o sabor. Esse fator causa a rejeição de vários mercados econômicos com a fruta.

INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

FRUTA-DO-CONDE FAZ MAL?

Assim como qualquer alimento, a engenheira Aline Bezerra pontua que o consumo deve ser feito com moderação.

Ingerida com parcimônia, a fruta-do-conde pode ser aliada para pessoas com restrições alimentas, devido ao alto conteúdo de carboidratos.

É INDICADA PARA DIABÉTICOS?

Aline Bezerra destaca que a fruta-do-conde possui uma quantidade significativa de açúcares, principalmente frutose e açúcares redutores. Por isso, deve ser consumida com moderação por diabéticos.

Em contrapartida, estudos indicam que as folhas da Annona squamosa L. administradas na forma de extrato aquoso em ratos diabéticos controlou o nível de glicose no sangue dos animais.

Experiência de 30 dias também ajudou a melhorar a insulina plasmática e o metabolismo lipídico.

Os sintomas do hipertireoidismo, frequentemente associado como fator causador de diabetes, também são controlados, segundo Aline Bezerra.

Evidências científicas apontam ainda que a polpa da fruta-do-conde tem ação antiglicêmica. Isso se deve pelo fruto desenvolver o mesmo papel da insulina, estimulando a produção e aumentando a captação de glicose pelos músculos.

GESTANTES PODEM CONSUMIR?

Sim. A fruta-do-conde é boa fonte de vitamina C e vitaminas do complexo B, nutrientes importantes no metabolismo de proteínas, carboidratos e gordura.

No entanto, um alerta: as sementes da fruta-do-conde, ata ou pinha não podem ser consumidas por gestantes por terem um potencial tóxico que causa aborto, segundo estudos.

O vasto “cardápio” de componentes como ferro, cálcio, fibra e fósforo é benefício para gestantes.

A nutricionista Aline Bezerra pontua que a combinação da vitamina C e do ferro presente na fruta atua contra a anemia gestacional. 

É REIMOSA?

Apesar de ser considerado um alimento reimoso na sabedoria popular, a engenheira e professora Aline Bezerra afirma que a fruta não tem em sua composição nutrientes que a caracterizem dessa forma.

A fruta-do-conde tem um baixo teor de gordura.

O Diário do Nordeste conversou com a professora, engenheira de alimentos e nutricionista Aline Sobreira Bezerra*.

*Aline Bezerra é professora adjunta do Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria/RS. É também doutora em Ciência e Tecnologia dos Alimentos e nutricionista. Atou como docente no Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Ceará (UFC) nos anos de 2018 e 2019 e no IFAM – Campus São Gabriel da Cachoeira/AM em 2017. Coordena projetos de pesquisa e extensão nos seguintes temas: Compostos funcionais e bioativos de Plantas Alimentícias Não Convencionais e Plantas Medicinais, Aproveitamento Integral dos Alimentos, Cereais e Resíduos agroindustriais.

Fonte: Diário do Comércio.

O TERRITÓRIO BRASILEIRO FIGURA COM UM DOS GRANDES PRODUTORES DESTE FRUTO NO CENÁRIO GLOBAL. NO NORTE E NORDESTE A PRODUÇÃO É INTENSA EM ESTADOS COMO CEARÁ, BAHIA, PERNAMBUCO, ALAGOAS E PARÁ.

Qual a diferença entre fruta do conde e graviola?

A fruta do conde ou pinha tem um formato menor, levemente ondulada. “Quando madura, ela é bem mais fácil de abrir com os gomos soltos”, explica Karin. Também é bem saborosa, cheirosa e levemente doce. A graviola tem a casca lisa, porém com alguns espinhos aparentes.

Qual o verdadeiro nome da fruta do conde?

Nome Científico: Annona squamosa L. Nomes Comuns: FRUTA-DO-CONDE, PINHA, ATA. Origem: América Central.

O que é Conde na graviola?

Já a fruta do conde, também é conhecida como pinha, mas as duas apresentam mínimas diferenças. A pinha é menor, com a casca mais rugosa e é bem redondinha. Elas são saborosas e levemente doces. Ajudam a regular os níveis do mau colesterol (LDL) e são indicadas para o tratamento de anemia, diarreia e desnutrição.

Quais são as frutas da família da graviola?

É o caso das frutas da família Anonácea como a: Fruta do Conde, a Cherimoia, a Atemoia, Graviola, Biribá, Marolo e Araticum.