Condições naturais da américa central que contribuem para a ocorrência de furacões?

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O relevo da América Central caracteriza-se por duas regiões distintas: a parte continental e a insular. Ambas se constituem basicamente de cadeias montanhosas formadas na era cenozoica, a partir do soerguimento da placa do Caribe sobre a placa do Pacífico. O relevo que se formou no período sofreu mais intensamente com os processos erosivos. As cadeias montanhosas da parte continental e insular do subcontinente se alinham de norte a sul e planícies sedimentares podem ser observadas nas proximidades das áreas litorâneas. A região insular forma um arco, que constitui um prolongamento do relevo da região continental. Portanto, é perceptível que todas essas ilhas são o topo de uma grande cadeia montanhosa, que tem a sua maior parte submersa no oceano Atlântico.

A região continental da América Central forma um istmo, que é uma estreita e alongada faixa de terras ligando as Américas do Norte e do Sul. Desde a porção norte desse istmo, o relevo montanhoso prolonga-se da Serra Madre do Sul, numa sucessão de planaltos e serras de origem vulcânica, formando a Serra Madre Centro-Americana, que segue de Oaxaca, no sul do México (país mais ao sul da América do Norte), até o Panamá, passando pela Guatemala, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. No subcontinente centro-americano, os dobramentos modernos que compões a cordilheira são resultantes do choque entre as placas tectônicas, ocasionando o processo de subducção, no qual uma placa é empurrada para debaixo da outra, dobrando-a e elevando o relevo – no caso da América Central, a partir da porção ocidental do istmo.

O choque constante entre as placas tectônicas na região origina uma intensa movimentação, que se manifesta principalmente sob a forma de atividades sísmicas (terremotos) e erupções vulcânicas. Há cerca de 80 vulcões em atividade na região, e alguns deles têm grandes altitudes, como é o caso do Tajamulco (4.220m), na Guatemala, e o Barú (3475m), no Panamá – o que demonstra que os agentes internos que criaram o istmo seguem em atividade.

Na porção centro-sul do istmo, pode-se observar que as montanhas e os vulcões aparecem intercalados com bacias sedimentares que apresentam solos muito férteis, fruto da decomposição de rochas expelidas pelas atividades vulcânicas mais antigas.

As ilhas do Caribe também são montanhosas, embora pouco elevadas. A Serra Maestra Cubana, com alturas próximas a dois mil metros, e a cordilheira central La Española, que tem como ponto culminante o pico Duarte (3.175m), na República Dominicana, são as formas de maior destaque no relevo da região.

Os arquipélagos que formam a parte insular da América Central constituem um arco de ilhas que se estende do sul da Flórida ao norte da Venezuela, dividindo-se em três conjuntos: as Grandes Antilhas, as Pequenas Antilhas e as Bahamas.

As Grandes Antilhas são ilhas de origem sedimentar. Originalmente, essas ilhas formavam um prolongamento das planícies centrais dos Estados Unidos. Porém, durante a formação do continente, com as constantes oscilações de nível do oceano, o mar acabou encobrindo grande parte do sul da América do Norte, há cerca de um bilhão de anos, formando a área atual do Golfo do México.

Em geral, as Pequenas Antilhas constituem o topo de vulcões submarinos, formados a partir das pressões provenientes do tectonismo. O conjunto formado pelas Pequenas e as Grandes Antilhas se situa entre as placas do Caribe e Sul-Americana, que estão em constante atrito. Em várias ilhas da região, registram-se contínuos movimentos sísmicos e atividades vulcânicas.

As Bahamas complementam a parte insular da América Central, e são formadas por ilhas coralíneas muito extensas, planas e de baixa altitude, o que favorece a formação de lagos, pântanos e manguezais, intercalados com florestas.

Fontes:

ATLAS Geográfico Mundial: para conhecer melhor o mundo em que vivemos. [S.l.]: Sol9o, 2005.

CASTELLAR, Sônia; MAESTRO, Valter. Geografia: uma leitura do mundo. São Paulo: Quinteto Editorial, 2009.

GRANDE Atlas Universal: América do Norte e Caribe. [S.l.]: Sol 90, 2004.

NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Melhoramentos: São Paulo, 1998.

TAMDJIAN, James Onnig; MENDES, Ivan Lazzari. Estudos de geografia: o espaço do mundo I, 8º ano. São Paulo: FTD, 2012.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/relevo-da-america-central/

É comum as pessoas indagarem-se sobre o porquê de ser tão difícil um furacão atingir o Brasil. Países próximos ao território brasileiro sofrem constantemente as consequências desse fenômeno natural e, por isso, estão sempre em constate alerta na tentativa de evitarem o menor estrago possível. De todo modo, há uma explicação científica para esse fenômeno? Sim, há. No entanto, antes dessa explicação, é necessário entender o que é um furacão e em quais condições é formado. Vamos lá?

O que é

Furacão nada mais é que uma tempestade tropical, ou seja, uma perturbação atmosférica que se forma normalmente nos oceanos tropicais ou subtropicais. As áreas de formação dos furacões correspondem a centros de baixa pressão, caracterizados pela ocorrência de grandes tempestades, elevada formação de nuvense muita umidade.

Essa instabilidade possibilita uma intensa movimentação do ar que acaba por concentrar calor e umidade. O furacão é, portanto, uma circulação fechada de ventos que opera “aspirando” o ar da superfície e transportando-o para áreas mais altas da atmosfera. Essa circulação cria uma espécie de olho em seu centro — o conhecido olho do furacão.

Todos sabemos que esse fenômeno meteorológico possui alto poder destrutivo, causando grandes estragos por onde passa, vitimando populações que, por vezes, veem-se desabrigadas, mobilizando governo e esforços para reconstrução das áreas atingidas.

A ocorrência desse fenômeno, na parte leste do Oceano Pacífico ou no Oceano Atlântico, determina que ele seja chamado furacão. Quando a ocorrência dá-se na parte oeste do Oceano Pacífico, tal fenômeno é chamado tufão.

Leia também: Diferença entre tornado e furacão

Condições naturais da américa central que contribuem para a ocorrência de furacões?

Um furacão representa uma circulação fechada de ventos, que formam um olho.

Furações no Brasil

Por que é tão difícil um furacão atingir o Brasil

Basicamente os furacões formam-se sobre águas quentes. Os principais “ingredientes” de um furacão são: calor concentrado e umidade, considerando que sua formação é motivada pela energia térmica, que é liberada quando o ar que apresenta maior concentração de umidade eleva-se para as camadas mais altas da atmosfera, sofrendo condensação.

Sendo assim, as tempestades tropicais surgem por meio do encontro de massas de ar frio com as águas quentes. Não é a toa que, muitas vezes, os furacões apresentam uma dada intensidade e, ao chegarem na porção continental, acabam perdendo sua força porque no continente não há a mesma disponibilidade de calor e umidade que nos oceanos.

Condições naturais da américa central que contribuem para a ocorrência de furacões?

O Atlântico Norte apresenta condições favoráveis à ocorrência de furacões, ao contrário do Atlântico Sul.

Muitos países do continente americano, especialmente na América do Norte, como os Estados Unidos e México, e na América Central, como o Haiti e a Nicarágua, sofrem com frequência essas intempéries da natureza e já até possuem sistemas de alertas para a população preparar-se para as eventuais tempestades.

E o Brasil? Bom, meteorologistas e estudiosos da área, em entrevista à BBC News Brasil, afirmaram que as condições para ocorrência de furacões no Brasil são minímas caso não haja influência das mudanças climáticas.

Saiba mais:Fatores que influenciam o clima

Mas o que são essas condições mínimas? Para que ocorra a formação de um furacão, é necessário que:

  • as massas de água dos oceanos e mares apresentem temperatura acima de 27ºC;

  • cisalhamento do vento, que nada mais é que a variação da corrente de vento, ou seja, as possíveis mudanças na velocidade e na direção dos ventos num determinado percurso.

O Brasil não apresenta as condições necessárias para a ocorrência dessas tempestades tropicais. As águas oceânicas não demonstram temperaturas superiores a 26ºC. Normalmente a porção mais quente delas encontra-se no litoral nordestino, contudo, não alcança a média necessária. E a questão do cisalhamento do vento é de rara ocorrência nos países muito próximos à Linha do Equador, o que é o caso do Brasil.

Já houve furacão no Brasil?

Ao contrário do que muitos pensam e devido ao não favorecimento para a formação de furacões, o Brasil já registrou ocorrência de tempestade tropical. Conforme comentado, normalmente essas tempestades formam-se em oceanos tropicais ou subtropicais. Assim, a região que apresenta a maior possibilidade desse fenômeno meteorológico é a Região Sul, visto que os furacões tendem a migrar das regiões mais quentes para as regiões mais frias.

Nessa região, em 2004, ocorreu o Furacão Catarina. É válido dizer que há controvérsias a respeito dessa classificação, mas muitos estudiosos confirmam que essa tempestade corresponde a um furacão. O Catarina atingiu a região costeira dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e representa um caso raro no país. Os ventos formados por ele alcançaram 180 km/h e deixaram rastros por cerca de 40 cidades. Mais de 500 pessoas ficaram feridas e, aproximadamente, 30 mil ficaram desabrigadas.

Saiba mais: Por que não há vulcões no Brasil?

Quais as condições naturais da América Central que contribuem para a ocorrência de furacões?

Um dos fatores que explica que essa região seja mais propensa a receber furacões é que o oceano Atlântico, nas latitudes tropicais, tem a temperatura adequada para sua formação durante mais meses no ano. Outro fator é a circulação dos ventos que empurram os furacões.

Quais são as condições naturais da América Central que contribuem?

O território abrange uma grande variedade de elementos naturais. Tal subcontinente é formado basicamente por montanhas, quase sempre formadas a partir de fenômenos como o vulcanismo e tectonismo. O relevo mais suave é restrito às áreas litorâneas dos oceanos Pacífico e Atlântico.

Porque na América Central possui um maior número de desastres naturais?

A América Central é uma área montanhosa e uma das regiões com maior número de vulcões ativos. O relevo sobe abruptamente da estreita região costeira do oceano Pacífico para as cristas das montanhas e desce gradualmente para uma vasta região que se estende ao longo do mar do Caribe.

Quais fenômenos naturais afetam a América Central?

A história deste país da América Central está marcada pelo desastre de fenômenos naturais brutais, incluindo terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis como o que ocorreu em 1992, após um forte terremoto deixando pelo menos 116 mortos. Os furacões estão entre os desastres mais comuns que afetam o país.