Meu filho gosta de enfileirar as coisas

A suspeita do diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) normalmente é feita pelos pais ou pela escola, a partir da observação de comportamentos atípicos para a idade da criança.
O espectro é amplo e nem sempre a criança possui todas as características do transtorno.
Por isso resolvi criar esse post para alertar pais, pedagogas, pediatras… Se a criança possuir essas características, deve ser encaminhada à um neurologista pediátrico especialista o mais rápido possível.
Eu acredito que o excesso de zelo é muito melhor que a omissão.
Suspeitou, procure um médico!

1ª Característica: A criança não brinca de forma funcional!

A criança pode ter um interesse específico em determinado brinquedo e, na maioria das vezes, não brinca como deveria. Por exemplo, a criança fica girando a roda do carrinho ao invés de colocá-lo no chão e fazer o barulho.
Brinca de enfileirar objetos incomuns.
Brinca sempre da mesma maneira.

2ª Característica: Não atendem pelo próprio nome!

Muitas mães podem achar que a criança é distraída, ou possui atenção seletiva.
Crianças autistas tem dificuldade em olhar quando são chamadas, alguns pediatras prescrevem uma audiometria para verificar a audição (o que é fundamental para descartar qualquer problema auditivo).

3ª Característica: Evitam contato visual!

Tem dificuldade em fazer ou manter o contato visual. É muito importante que a criança olhe para quem está falando com ela, isso estimula a interação social, entendimento, foco, segurança… Inúmeros benefícios.
Crianças autistas não costumam fazê-lo, olham, mas logo desviam o olhar, ficam focados no que estão fazendo e parecem não perceber o ambiente ao redor.
Logo, possuem dificuldade em aprender por imitação.

4ª Característica: Dificuldade em brincar de faz de conta!

São muito literais, o que dificulta o brincar de faz de conta. Os pais podem ajudar brincando junto e tentando trazer a criança para a fantasia.

5ª Característica: Possuem dificuldade em se comunicarem!

Existe uma enorme diferença entre falar e comunicar.
As vezes a criança pode reproduzir um filme inteiro, ou uma música toda, ou ficar repetindo frases de algum desenho, mas é incapaz de dizer “Eu quero beber água” ou “Eu preciso fazer Xixi” ou até mesmo “Estou com dor de barriga”.
A formação de frases espontâneas é algo extremamente difícil para a grande maioria dos autistas.
A ecolalia (repetição da fala do outro, sem função comunicativa, que pode ser imediata ou tardia) é muito comum em crianças autistas.

6ª Característica: Fazem movimentos corporais repetitivos

Também chamados de estereotipias, nem sempre o movimento estereotipado é aquele clássico de ficarem se balançando para frente e para trás. Existem inúmeros movimentos repetitivos que são usados, normalmente, para se acalmarem ou até mesmo como auto estimulação. O bloqueio das estereotipias é necessário quando a criança coloca sua segurança ou de outros em risco. Algumas crianças autistas possuem a estereotipia de bater a cabeça na parede, ou de se morderem e morderem outros.

7ª Característica: São sensíveis à alguns sons, luzes, cheiros ou contato físico.

Algumas crianças autistas possuem os sentidos mais apurados que os neurotípicos (normais).
Podem ver luzes que não enxergamos, ouvir zunidos que não conseguimos ouvir, alguns cheiros ou a mistura de muitos podem ser insuportáveis e nem sempre os abraços são agradáveis. Existem depoimentos de alguns autistas, dizendo que alguns abraços tem a mesma sensação de milhões de agulhas entrando pelo corpo, por isso, nunca force um abraço de uma criança com TEA.
Isso tudo, quando é desconhecido, torna a criança mais agressiva, mais irritadiça, mais chorona, mais “desobediente”.
É um bombardeio de estímulos constantes que ela não tem maturidade nem estratégias para saber como lidar e conviver.

Qualquer desenvolvimento atípico deve ser investigado, quanto mais cedo vierem as intervenções, os tratamentos e estímulos corretos, maiores são as chances de sucesso e de resposta da criança.
Eu sei, melhor que ninguém, como é difícil encarar esse desafio de olhar para o Tornado vindo, e a única alternativa é firmar o pé e esperar o tamanho do estrago que ele irá fazer.
Sei como é encarar o medo de buscar um diagnóstico, mas é necessário.
Que o amor e a fé sejam maiores que o medo.
O medo paralisa e a Fé move montanhas!!!!!

Se pedirmos para você imaginar uma criança brincando, imediatamente deveria vir à sua mente uma cena de exploração, descoberta e criação. E, invariavelmente, uma cena de alegria. Se não for assim, fique atento(a) pois há algo que precisa ser investigado.

O brincar saudável além de ser facilmente observado, pode ser estimulado. É natural que a criança queira explorar, inventar, imitar o adulto e, inclusive, fazer tarefas diárias iguais as que os adultos fazem. Um adulto que cerceia esse impulso natural, mesmo sem querer, vai obstruindo a iniciativa, a autonomia e a liberdade de criar da criança.

Nossa intenção aqui é apresentar alguns aspectos do brincar infantil que podem assinalar que sua criança está enfrentando problemas no desenvolvimento. Tanto o autismo, quanto problemas de aprendizagem e atenção ou outros padecimentos psíquicos como a psicose, por exemplo, muitas vezes podem ser prevenidos ou, pelo menos, ter seu quadro de sintomas minimizado antes mesmo de serem diagnosticados. Não é necessário esperar a criança chegar á idade escolar para começar a intervir caso desconfiemos de que algo não está bem. Para isto existe o que chamamos de Intervenção Precoce.

Segundo Donald Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, é a criança que faz o brinquedo, brincando. O brinquedo, portanto, não é uma categoria de objetos que se dá à criança aos quais nós vulgarmente chamamos de brinquedos. Esses objetos que compramos nas lojas podem permanecer na categoria de objeto sem, no entanto, se tornar um brinquedo de verdade.

É importante assinalar que brincar implica em liberdade, porque se trata de algo que não é fixo. Para brincar, é necessário fazer uma escolha. A criança escolhe com o que quer brincar, implica-se nesse brincar, vivencia paixão e faz apostas. O brincar não se dá por acaso e, tampouco, pode ser previsível; ele é da ordem de um acontecimento.

O brincar também se revela como algo que se quer repetir e repetir e repetir. Esse traço está também ligado a aprendizagem ou ao trabalho, ou seja, quando se pode aprender e trabalhar com a mesma alegria, liberdade e compromisso do brincar, esses processos não ficam ligados apenas ao que se deve fazer, mas também a uma dimensão lúdica e, nesse caso, também o adulto quer repetir todo dia aquilo que ele gosta de fazer.

O aspecto criativo do brincar aparece desde o princípio da vida do bebê e não somente nos jogos mais elaborados ou complexos. O brincar surge de uma potência criadora “metamorfoseante”. Se um bebê agarra com vontade um objeto qualquer e começa a produzir percussão com ele, ou o arremessa para longe, ou coloca na boca e chupa, ou cria uma série de atividades que não tem a ver com o uso oficial estabelecido socialmente pelo objeto, isto é um brincar criativo. Há, nesse brincar, uma potência criadora que transforma uma “colher de pau” em um brinquedo. Essa capacidade de invenção é independente da estimulação familiar ou educativa, faz parte da natureza do pequeno humano.

Brincar pode, também, estar a serviço da elaboração de um luto, de perdas e/ou de situações traumáticas. A criança brinca para se defender do medo e da angústia porque ela não tem outro recurso mais efetivo para dar conta dessas situações. Então, o brincar assume a função de resolver os conflitos que possam advir.

Por fim, temos a dimensão exploratória do brincar, que é a possibilidade de conhecer algo profundamente. Para a criança, não há melhor maneira de aprender do que brincando. É brincando que a criança conhece e significa o mundo; é brincando que ela desenvolve autonomia e cria ferramentas cognitivas para resolver problemas práticos do dia-a-dia.

Essas características do brincar aparecem somente quando o brincar não adoece no caminho, visto que a capacidade de brincar não é invulnerável, nem indestrutível. Ela pode falhar, pode atrofiar-se.

Esse adoecimento pode ser percebido muito precocemente. Sendo assim, seguem alguns sinais de alerta.

  • Quando aquela “colher de pau” ou qualquer outro objeto não assume o estatuto de brinquedo. A colher só serve como colher; os carrinhos, só para enfileirar; a bola para rolar de um lado a outro; as rodas para girarem.
  • Quando a criança não consegue inventar uma narrativa, não consegue brincar de “faz-de-conta”.
  • Quando os objetos ficam sem usar, sem tocar, sem entrar em nenhuma manipulação criadora.
  • Quando a criança revela dificuldades para escolher, ou escolhe, mas não se detém brincando com o objeto de sua escolha;
  • Quando a necessidade de repetir uma brincadeira não aparece ou quando a criança muda de brincadeira rapidamente sem demonstrar paixão e vontade de continuar brincando.

Então, mesmo que sua criança já não seja mais um bebê de cinco ou seis meses – idade em que o brincar criativo já pode ser observado- é bom ficar alerta ao modo como ela brinca. Não esqueça que no brincar estão as bases para a constituição de um sujeito aprendente. E tudo no mundo deve ser aprendido.

Sendo assim, observar o brincar de uma criança é um norteador para avaliar o seu desenvolvimento. E, lembre-se, bebês brincam desde muito cedo.

Voltaremos a falar sobre o tema, mas, se depois de ler este texto surgir qualquer dúvida ou se o comportamento de uma criança lhe interrogar ou causar estranhamento, ligue-nos ou envie mensagem. Teremos o maior prazer em lhe ouvir. Não demore para compartilhar sua dúvida com um profissional especializado, pois uma criança que está adoecendo não pode esperar.

Porque meu filho enfileira objetos?

Enfileirar objetos e outras esteriotipias estão presentes nos casos de Transtorno do Espectro Autista como forma de autorregulação. A repetição do comportamento é uma forma que a pessoa com TEA encontra para se regular, acalmar e evitar sobrecarga de estímulos.

Quais são os 25 sinais de autismo?

Relacionamento interpessoal afetado;.
Riso inapropriado;.
Não olhar nos olhos;.
Frieza emocional;.
Poucas demonstrações de dor;.
Gostar de brincar sempre com o mesmo brinquedo ou objeto;.
Dificuldade em focar-se numa tarefa simples e concretizá-la;.

Como saber se meu filho tem ecolalia?

A repetição de frases e ruídos pode ser imediata — quando a criança repete algo imediatamente após ouvir — ou atrasada — quando repete algo que ouviu há horas ou dias. Outros sinais de ecolalia podem incluir frustração nas conversas, irritabilidade ao ser questionado, depressão e mudez.

Como descartar a possibilidade de autismo?

Atrasos na fala, problemas auditivos ou outros atrasos no desenvolvimento, como dificuldades de linguagem, fala ou audição podem ser confundidos com autismo. Assim como dificuldades motoras finas, de interação social e habilidades de pensamento prejudicadas também podem.