O que Martim Afonso fez de importante em 1532?

Desembarque de Martim Afonso de Souza, de Benedicto Calixto (1881). A obra pertence ao acervo da Prefeitura Municipal de São Vicente-SP. Imagem: Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto.

Índice

  • O que Martim Afonso fez de importante em 1532?
  • Quais foram os principais objetivos da expedição de Martim Afonso de Souza?
  • Quem foi Martim Afonso de Souza o que ele fez?
  • O que trouxe a expedição colonizadora?

As expedições marítimas portuguesas ao Brasil no início do século XVI podem ser classificadas como exploradoras, guarda-costas e colonizadoras, muito embora elas tenham desempenhado, além de sua missão precípua, todas essas funções.

A exploração de Gonçalo Coelho (1503-1504) deixou feitorias e casas-fortes. Cristóvão Jacques comandou uma expedição exploradora (1516) que, provavelmente, criou a feitoria de Itamaracá, em Pernambuco, voltando ao Brasil em 1526 à frente da primeira esquadra guarda-costas, quando fundou uma segunda casa forte no continente, em Igarassú.

Dos conhecimentos obtidos dessas expedições, dando conta da enormidade da terra descoberta que cabia a Portugal a leste do Meridiano de Tordesilhas, e das notícias da presença nelas de navios franceses, D. João III decidiu enviar a primeira expedição notadamente colonizadora ao Brasil. 

O escolhido para comandá-la foi Martim Afonso de Sousa, homem da corte, com trinta anos de idade, dotado de notável cultura humanista, histórica, naútica e cosmográfica, que foi munido de excepcionais poderes para tomar posse, lavrar autos, distribuir justiça, conceder sesmarias e colocar marcos em terra, com ordens de explorar a costa e combater as naus francesas que encontrasse.

A esquadra de Martim Afonso partiu no dia 3 de dezembro de 1530, composta por  cinco navios: a capitânia, na qual viajavam Martim e seu irmão Pero Lopes; os galeões São Miguel (capitão Heitor de Souza) e São Vicente (capitão Pero Lobo Pinheiro); e as caravelas Princesa (capitão Baltasar Gonçalves) e Rosa (capitão Diogo Leite, que fora comandante de um dos navios da expedição de Cristóvão Jacques).

No dia 31 de janeiro de 1531, a esquadra avistou o cabo de Santo Agostinho e a duas naus francesas que foram perseguidas e capturadas, fugindo para terra a tripulação de uma delas. Em 2 de fevereiro, uma terceira nau francesa, perseguida pelas duas caravelas da esquadra, sob o comando de Pero Lopes de Sousa, foi tomada após duro combate que durou toda a jornada.

Na breve estadia em Pernambuco, Martim Afonso reorganizou sua esquadra. Expediu as duas caravelas para, sob o comando de Diogo Leite, explorarem a costa L-O, queimou um dos navios franceses; incorporou outro à expedição, batizado de Nossa Senhora das Candeias, sob comando de Pero Lopes; e despachou o terceiro, comandado por João de Sousa, levando setenta toneladas de pau-brasil e mais de trinta prisioneiros franceses, para Portugal, onde chegou em final de julho. 

De Pernambuco, Martim Afonso de Sousa seguiu para o sul, agora com quatro navios, entrando, em meados de março, na Baía de Todos os Santos, onde foi recebido por Diogo Álvares, o Caramurú, náufrago de 1509, que ali vivia prestigiado entre os tupinambás e unido à índia Paraguassú, depois batizada Catarina.

Após quatro dias de descanso e confraternização com os indígenas, a esquadra retomou a navegação para o sul, sendo, no entanto, obrigada por ventos contrários a retornar à Baía de Todos os Santos, em 26 de março.

Ali encontrou uma caravela que demandava a feitoria de Sofala, em Moçambique, e na qual encontrou Diogo Dias, feitor da casa-forte de Pernambuco, destruída por um galeão francês pouco mais de um mês antes. Martim Afonso decidiu incorporar a caravela à sua esquadra e partiu no dia seguinte.

Em 30 de abril, a expedição adentrou à Baía de Guanabara, onde desembarcou pessoal e material para construir uma casa-forte com cerca, reparar os navios, construir dois bergantins, lançar exploração de dois meses ao interior e acumular provisões suficientes para os 400 membros da expedição por um ano, permanecendo no Rio de Janeiro por aproximadamente três meses. Ai também o contato com os indígenas foi amigável, tendo eles cooperado na construção da cerca, cujo modelo os portugueses depois adotariam.

Deixando o Rio de Janeiro, a esquadra navegou por doze dias até Cananeia, onde fundeou e despachou um bergantim sob o comando do piloto Pedro Anes para explorar a costa local. Depois de 5 dias, Pedro Anes retornou trazendo um degredado, Francisco das Chaves, o Bacharel, que ali se encontrava há trinta anos, e alguns espanhóis.

Dele, Martim Afonso de Sousa ouviu narrativas fantásticas de riquezas no interior do continente, o que o levou a destacar uma força de 80 homens, metade armada com arcabuzes, metade com bestas, guiada pelo Bacharel que prometia estar de volta em menos de um ano carregado de prata e ouro.

A esquadra permaneceu em Cananeia por quarenta e quatro dias, sob mau tempo, deixando três marcos de mármore para assinalar a posse portuguesa. Da expedição de 80 homens nunca mais se soube.

Seguindo para o sul, a esquadra de Martim Afonso foi atingida, em 26 de setembro, na altura do Chuí, por uma tempestade que causou o afundamento da capitânia e de um bergantim, custando a vida de sete homens.

Decidiu-se então enviar o outro bergantim com trinta homens, sob o comando de Pero Lopes de Sousa, coadjuvado por Pero de Góis, explorar o Rio da Prata, o que demorou um mês.

Enquanto Pero Lopes explorava o Prata e os rios Paraná e Uruguai, os pilotos da esquadra fundeada nas proximidades do Chuí fizeram medições astronômicas que podem ter lhes indicado estarem além do hemisfério português demarcado pelo meridiano de Tordesilhas. Reunido Pero Lopes à expedição, Martim Afonso rumou para o norte, voltando ao litoral que já explorara antes de partir para o Prata.

Retornando à região de Cananeia, Martim Afonso preferiu o porto de São Vicente, por causa das melhores condições de abrigo para os navios. Aí encontrou radicado outro europeu, o português João Ramalho, que seria extremamente útil para a fundação, em 22 de janeiro de 1532, da primeira povoação do Brasil, São Vicente, no litoral, e em seguida, Santo André da Borda do Campo, no planalto de Piratininga.

Depois de repartir os colonizadores da expedição entre as duas vilas e organiza-las administrativamente, Martim Afonso mandou seu irmão Pero Lopes retornar a Portugal com notícias da expedição.

Em cumprimento a essa determinação, Pero Lopes deixou aquele porto com duas naus a 22 de maio de 1532, rumando para o norte, ao longo do litoral, para Pernambuco, onde pretendia se preparar para a travessia do Atlântico.

Ao chegar na altura da ilha de Santo Aleixo, no atual litoral pernambucano, Pero Lopes divisou, em 4 de agosto de 1532, uma nau entre a ilha e o continente e, presumindo-a francesa, preparou-se para ataca-la. Este é o último registro de Pero Lopes de Sousa no seu famoso Diário de Navegação, antes de 4 de novembro desse ano, quando ele retomou a viagem, partindo de Pernambuco para Portugal.

Pero Lopes de Sousa, depois de tomar a nau francesa em Santo Aleixo, prosseguiu para o norte para travar a primeira batalha no solo do Brasil, atacando a fortaleza que os franceses haviam levantado na ilha de Itamaracá.

Vanhargen registra que a luta durou dezoito dias consecutivos, ao fim dos quais, o comandante francês, o senhor da la Motte, rendeu-se. Vencida a fortificação dos franceses, Pero Lopes designou, em 30 de outubro, Martins Ferreira como condestável da fortaleza que reconstruiu próximo à anterior, e partiu para Portugal cinco dias depois, chegando a Évora, onde estava a corte de D. João III, no dia 20 de janeiro de 1533. Por sua vez, Martim Afonso de Sousa partiria do Brasil em março desse ano.

A expedição de Martim Afonso de Sousa teve resultados importantes para o conhecimento da nova terra, sua defesa e ocupação. A parcela da esquadra que explorou a costa L-O chegou até a Baía de Gurupi e as informações obtidas nessa viagem certamente contribuíram para a confecção de um pergaminho desse litoral apenas dois anos depois, enquanto a costa N-S foi explorada até o Rio da Prata.

Os franceses foram duramente combatidos em Pernambuco, em duas oportunidades, na chegada da esquadra de Martim Afonso e por Pero Lopes de Sousa, em seu retorno a Portugal.

Mas o grande resultado da expedição foi a ocupação e conquista do território. Depois de reiterar a presença portuguesa em Pernambuco e encaminhá-la na Baía de Todos os Santos, Martim Afonso fundou em São Vicente a primeira povoação do Brasil.

Desses primeiros núcleos de colonização, dois, São Vicente e Itamaracá, se tornariam as mais bem-sucedidas capitanias hereditárias, entregues a donatários de grande capacidade administrativa e militar: o próprio Martim Afonso de Sousa e Duarte Coelho.

O que Martim Afonso fez de importante em 1532?

Fundou a primeira vila da América portuguesa: São Vicente, localizada no litoral paulista. Ali distribuiu lotes de terras aos novos habitantes, além de dar início à plantação de cana-de-açúcar.

Quais foram os principais objetivos da expedição de Martim Afonso de Souza?

Os objetivos de Martim Affonso de Souza, na qualidade de capitão-mór da armada e de governador da terra, eram esses: (1) defender a costa brasileira dos corsários franceses, (2) fixar os limites das terras portuguesas, ao norte e ao sul, (3) fundar os primeiros núcleos organizados de colonização e (4) encontrar ...

Quem foi Martim Afonso de Souza o que ele fez?

Como um administrador colonial, Martim Afonso de Sousa foi o primeiro donatário ao qual foi atribuída essa capitania, assim que as terras brasileiras foram divididas em capitanias hereditárias. Recebeu também, do rei português, a Capitania do Rio de Janeiro.

O que trouxe a expedição colonizadora?

Essa expedição trazia sementes, instrumentos de trabalho, animais domésticos e muitas pessoas, que deveriam construir suas casas , fazer plantações, explorar riquezas, abrir estradas e aqui ficar morando.

O que Martins Afonso fez de importante em 1532?

Fundou a primeira vila da América portuguesa: São Vicente, localizada no litoral paulista. Ali distribuiu lotes de terras aos novos habitantes, além de dar início à plantação de cana-de-açúcar.

Quais foram as principais realizações de Martim Afonso de Souza?

Principais realizações de Martim Afonso de Sousa - Distribuiu terras (sesmarias) aos colonos, que deveriam cultivá-las. - Fundou, em 1532, a vila de São Vicente (no atual litoral do estado de São Paulo). - Combateu piratas franceses, chegando a capturar navios. - Começou o cultivo da cana-de-açúcar no Brasil.

São Vicente foi fundada em 1532 por Martim Afonso de Souza?

Surgida no ano de 1532, foi a primeira vila da América Portuguesa, fundada por Martim Afonso de Sousa conforme ordens do rei de Portugal, dom João III, em uma ilha descoberta na expedição de Gaspar de Lemos, em 1502, que a batizou em homenagem a São Vicente Mártir (de acordo com registros de Américo Vespúcio).

Qual foi o objetivo da expedição de Martim Afonso de Souza em 1530?

Os objetivos de Martim Affonso de Souza, na qualidade de capitão-mór da armada e de governador da terra, eram esses: (1) defender a costa brasileira dos corsários franceses, (2) fixar os limites das terras portuguesas, ao norte e ao sul, (3) fundar os primeiros núcleos organizados de colonização e (4) encontrar ...