O que significa a passagem da consciência mítica é consciência critica

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O que significa a passagem da consciência mítica é consciência critica

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DO MITO À RAZÃO: O NASCIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA
Conforme sabemos, os primeiros filósofos da humanidade foram gregos. Isso significa que embora tenhamos referências de grandes homens na China(Confúcio e Lao Tse), na Índia(Buda), na Pérsia(Zaratustra), suas teorias ainda estava por demais vinculadas à religião para que possa falar propriamente em reflexão filosófica.
Neste capítulo, veremos o processo pelo qual se tornou possível a passagem da consciência mítica para a consciência filosófica na civilização grega, constituída por diversas regiões politicamente autônomas.
2. A Concepção Mítica
As Epopéias
Os mitos gregos eram recolhidos pela tradição e transmitidos oralmente pelos aedos e rapsodos, cantores ambulantes que davam forma poética aos relatos populares e os recitavam de cor em praça pública. Era difícil conhecer os autores de tais trabalhos de formalização, porque em um mundo em que predomina a consciência mítica não existia a preocupação com a autoria da obra, já que o anonimato era a conseqüência do coletivismo, fase em que ainda não se destacava a individualidade. Além disso, não havia a escrita para fixar a obra e o autor.
É costume atribuir à Homero autoria dos dois poemas épicos, chamados de epopéias: Ilíada, que trata da guerra de Tróia e Odisséia, que relata o retorno de Ulisses à Ilha de Ítaca, após a guerra , para finalmente encontrar o seu filho Telêmaco e sua esposa Penélope.
As epopéias tiveram função didática importante na vida dos gregos porque descreveram o período da civilização micênica e transmitiram os valores da cultura por meio das histórias dos deuses e antepassados, expressando uma determinada concepção de vida. Era costume de desde cedo as crianças decorarem passagens dos poemas de Homero. As ações heróicas relatadas nas epopéias mostravam a constante intervenção dos deuses, ora para auxiliar um protegido, ora para perseguir um inimigo seu.
A Teogonia
Hesíodo, outro poeta que teria vivido por volta do final do século XIII e princípios do XII a.C., produziu uma obra com características que apontava para a época que ia iniciar, com particularidades, que tendia a superar a poesia impessoal e coletiva das epopéias.
A obra Teogonia(Teo:deus; gonia:origem) reflete a preocupação com a crença nos mitos. Nela Hesíodo relata as origens, do mundo e dos deuses; e as forças que surgem na natureza são as próprias divindades. 
A Concepção Filosófica
Foi no período antigo é que surgiram os primeiros filósofos gregos, por volta dos séculos VII e VI a.C.
Alguns autores costumam chamar de “milagre grego” a passagem do pensamento mítico para o pensamento crítico racional e filosófico. Muitos estudiosos mais recentes pretendem superar essa visão simplista e a-histórica, dizendo que o surgimento da racionalidade crítica foi o resultado de um processo muito lento, preparado pelo passado mítico, cujas características não desaparecem “como por encanto” na nova abordagem filosófica do mundo. Sendo assim, o surgimento da filosofia na Grécia não é o resultado de um salto, um “milagre” realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo que se fez através dos tempos e tem sua dívida com o passado mítico.
Mito e Filosofia: Continuidade e Ruptura
Podemos observar a diferença entre o pensamento mítico e a filosofia nascente: os filósofos divergem entre si e a filosofia se distingue da tradição dogmática dos mitos oferecendo uma pluralidade de explicações possíveis. Assim justificamos a perspectiva comumente aceita da ruptura entre mito e filosofia.
Na passagem do mito à razão, há continuidade no uso comum de certas estruturas de explicação. Estudiosos com Vernant e Cornford afirmam que não existe uma “imaculada conceição da razão”, pois, o aparecimento da filosofia é um fato histórico, enraizado no passado.
Embora existam esses aspectos de continuidade, a filosofia surge como algo muito diferente, pois resulta de uma ruptura quanto à atitude diante do saber recebido. Enquanto o mito é uma narrativa cujo conteúdo não se questiona, a filosofia problematiza e convida à discussão. Enquanto no mito a inteligibilidade é dada, na filosofia ela é procurada. A filosofia rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos na explicação dos fenômenos. A filosofia busca a coerência interna, a definição rigorosa dos conceitos, o debate e a discussão. Organiza-se em doutrina e surge, portanto como pensamento racional.
Algumas novidades surgidas no período antigo ajudaram a transformar a visão que o homem mítico tinha de si mesmo e do mundo. São elas: a invenção da escrita, o surgimento da moeda, a lei escrita, o nascimento da cidade-estado(pólis), todas elas tornando-se condição para o nascimento da filosofia.
A passagem do mito à razão: o surgimento da filosofia e a ciência no seu prelúdio
A passagem do mito à razão ocorreu na Grécia antiga, no Século VI a.C. Antes desse período, todas as explicações e os questionamentos que, eram feitos pelos homens, eram baseados nos mitos, o mito é uma representação da realidade, é um interpretação alegórica de determinado fato que, tem como base o transcendental e o sobrenatural. Embora, o mito é algo que sempre estará presente em nossa sociedade, a passagem do mito á razão, foi um marco de tão grande importância para o mundo, que muitos historiadores, chamaram tal fato de: “O Milagre Grego”, pois, a partir de então, mudou-se a maneira de interpretar o mundo. Ao discorrermos sobre a passagem do mito à razão, é necessário abordamos algumas características fundamentais de tal acontecimento, tais como: 
1 – A Cosmologia – Na passagem do mito à razão, os primeiros pensadores, chamados de Pré-Socráticos( receberam esse nome porque vieram antes de Sócrates) passaram a estudar o Cosmos (mundo,universo) isentos dos mitos, isto é, investigaram a origem do universo (a Cosmogonia) a partir dos elementos da natureza. Por exemplo, antes do estudo dos Pré-Socráticos, tudo era explicado a partir dos mitos. Se ocorresse, por exemplo, uma tempestade, a interpretação seria a seguinte: “Zeus” (o Pai dos deuses) estaria irado, e , por isso, estava lançado na terra os seus raios”. Os Pré-Socráticos chegaram á conclusão de que, o universo originou-se a partir dos elementos da natureza, como a água, a terra, o fogo e o ar, o átomo, e através de uma substância primordial da natureza.
2) O Nascimento da Ciência – É comum, ouvirmos a seguinte pergunta: Afinal, quando surgiu a ciência? A ciência surge com a Filosofia ( podemos dizer que a Filosofia é a “mãe da ciência”) os Pré-Socráticos foram os primeiros Cientistas da humanidade. O primeiro pensador grego, Tales de Mileto, foi filósofo, matemático e geômetra ( ele é o criador do Teorema de Tales). Pitágoras, também, foi filósofo e matemático (ele é o criador do Teorema de Pitágoras) além de outros Pré-Socráticos, que podem ser considerados os primeiros geógrafos, físicos, astrônomos e químicos da humanidade, pois,as suas análises foram feitas  a partir do “Empirismo” (método em que se baseia toda experiência científica) Portanto,  antes de tecermos qualquer comentário maldoso, idiota e sem conhecimento de causa,  em relação a filosofia, lembramos  que todo conhecimento científico, surgiu com a filosofia.
3) O Surgimento da Filosofia – A partir do pensamento dos Pré-Socráticos, a filosofia surge para nos trazer uma nova visão de mundo, essa visão só foi possível, graças a  alguns meios necessários para nos conduzir ao caminho da filosofia, esses meios são: A) O Questionamento, a filosofia nos leva a questionar (por que? Para que? Quando? Onde? O que é?)questionar também é repensar, perguntar, refletir, desvelar. B) O Diálogo, filosofar é dialogar, trocar idéias, usar dos recursos dialéticos (Dialética) por meio da contradição de idéias, a fim de chegarmos a essência do conhecimento. C) A Investigação (investigar, quer dizer: buscar vestígios) filosofar é superar a aparência, sair do cotidiano, desafiar a rotina, libertar da mesmice e procurar a verdade.
(Giovani Ribeiro Alves, filósofo,

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O que significa a passagem da consciência mítica e consciência crítica?

A consciência mítica foi uma das primeiras consciências que a sociedade desenvolveu para compreender a vida. Convém ressaltar que o mito era inquestionável, pois a mitologia contava historias dogmáticas. As pessoas transmitiam a seguinte linha de raciocínio: O que é verdade é verdade.

O que é a consciência mítica?

A consciência mítica é uma forma de compreender a realidade que é informada (ou seja, que usa por base) por uma série de conhecimentos de natureza mitológica, sendo uma forma que marcou a Grécia no período pré-filosófico.

Como se deu a passagem da consciência mítica?

O surgimento da filosofia veio através do questionamento das verdades que se apresentavam como verdadeiras na roupagem mítica. Mas como assim? Os primeiro filósofos, os pré-socráticos, começaram a examinar e problematizar os mitos.

Em que se baseia a consciência mítica?

A consciência mítica ou pensamento mítico se baseia em crenças que, de forma gradativa, foram sendo postas à prova ao longo da história humana. Questões como a origem do universo, por exemplo, passaram muito tempo sendo explicadas através de narrativas mitológicas.