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Journal Information Análise Social is the oldest multidisciplinary Social Sciences journal in Portugal. It publishes original empirical and theoretical articles that develop qualitative or quantitative approaches and contribute novel reflections to the field of Social Sciences. The journal remained a reference in comparative and historical studies on Portugal and Portuguese-speaking countries while promoting dialogue between national and international scholarship. Análise Social is theoretically and methodologically open and attentive to multiple geographical contexts. It publishes articles, essays, and reviews that are of interest to the general public of the Social Sciences. Publisher Information The ICS, an Associate Laboratory, is a university institution devoted to research and advanced training in the social sciences. The mission of the ICS is to study contemporary societies with a special emphasis on Portugal and the societies and cultures with which Portugal has an historical relationship, either in Europe or in other regions of the world. Linking researchers from several different disciplines, the ICS currently focuses its research on five main subject areas: the formation of the contemporary world; the study of citizenship and democratic institutions; the problem of sustainability, combining the environment, risk and space; social changes and individual action in the context of the family, lifestyles and schooling; and issues concerning identity, migration and religion. The main subject areas represented at the Institute are: Social and Cultural Anthropology, Political Science, Economics, Human Geography, History, Social Psychology and Sociology. Ir para o conteúdo
Cronologia do Uso dos MetaisMundo AntigoTão longe quanto se
remonta no tempo, os vestígios do homem na Terra são marcados por armas, por instrumentos ou pelo resultado da ação do fogo. As transições de um grande período histórico para o seguinte são sempre graduais, e assim foi a transição da Idade da Pedra para a Idade dos Metais. O cobre era utilizado no Oriente Médio já no quinto milênio antes de Cristo, e talvez também no Egito. O bronze apareceu no Oriente no quarto milênio, e pouco mais tarde no Egeu, mas não surgiu no mediterrâneo ocidental antes do terceiro milênio a.C. “Todos os povos da Idade da Pedra Polida (Neolítico) tiveram um embrião de metalurgia. Mas isso não quer dizer que todos tenham tido, desde essa época, conhecimento
das técnicas metalúrgicas. Na realidade fizeram uso acidental de metais nativos, especialmente o ouro. “O desenvolvimento da civilização desde o período neolítico prossegue através de uma série de ‘culturas’, caracterizadas cada uma delas por um conjunto mais ou menos definido de técnicas fundamentais. “O Egito, como a Mesopotâmia, a Índia e a China, foi um foco de civilização, isto é, um centro de cultura humana superior. Semelhantes centros favoreceram sempre o progresso das técnicas antigas e freqüentemente iniciaram mesmo técnicas novas. Os progressos da metalurgia, e especialmente da metalurgia do ferro, são disso um exemplo.” “Entre 800 e 400 a. C., o centro Olmeca mais importante situava-se em La Venta, em Tabasco (a sudoeste da atual Tonala). Nessa época, a cerâmica era mais elaborada, e se organizaram alguns locais de comércio para a importação de jade, minério de ferro, cinábrio (principal minério do mercúrio), a serpentina mineral e outras mercadorias, mas não se conhecem bem os detalhes quanto aos usos desses materiais. Há um fato interessante revelado pela escavação arqueológica: a presença de um tipo de colar feito de pequenos espelhos côncavos de ferro, tendo cada um um pequeno furo no centro.” Os Andes Centrais foram o berço de outro grupo de civilizações. Mesmo sem contato direto com a América Central, o desenvolvimento era semelhante. A principal diferença tecnológica era que os povos andinos descobriram como trabalhar ouro, prata e cobre, que usavam em utensílios e jóias. O Uso dos MetaisProvavelmente, o cobre foi descoberto por acaso, quando alguma fogueira de acampamento foi feita sobre pedras que continham minério cúprico. É presumível que algum observador neolítico de olho arguto tenha notado o metal assim derretido pelo calor do fogo, reproduzindo mais tarde o processo propositadamente. Por certo tempo o cobre foi usado na forma pura porque assim era obtido. Mas o cobre puro é por demais mole para fazer instrumentos e armas úteis. Do 4º ao 3º milênio, as técnicas de fusão e modelagem vão se sofisticando quando surge a primeira liga, o cobre arsênico, composto tão venenoso que logo terá que ser substituído. O passo seguinte foi a descoberta de que a adição ao cobre de apenas pequena proporção de estanho formava uma liga muito mais dura e muito mais útil do que o cobre puro. Era a descoberta do bronze, que possibilitou ao homem modelar uma multidão de novos e melhores utensílios: vasos, serras, espadas, escudos, machados, trombetas, sinos e outros. Mais ou menos ao mesmo tempo, o homem aprendeu a fundir ouro, prata e chumbo. Entre 3.000 e 2.200 a.C. – época contemporânea dos sumérios e do antigo império egípcio -, a Idade do
Bronze chegou para os povos neolíticos que ocupavam Creta e as Cíclades. Florescentes manufaturas de metal existiam em Creta por volta de 2500 a.C., nas Cíclades e na parte meridional do continente. O Trabalho do FerroUma brilhante descoberta conduz a
outra, às vezes logo depois. Assim, apenas cerca de 2.000 anos após a descoberta do cobre e do bronze, o ferro também passou a ser usado. Esse novo metal já era conhecido no segundo milênio antes de Cristo, mas por longo tempo permaneceu raro e dispendioso e seu uso só foi amplamente estabelecido na Europa por volta de 500 a.C. O vestígio mais remoto deste metal é um conjunto de quatro esferas de ferro, datadas de 4000 a.C., encontradas em El-Gezivat, no Egito. A Técnica de Fundição do FerroAntes de saber como obter o ferro pela fusão de seus minérios, o homem por vezes fazia ferramentas e armas de pedaços de meteoritos de ferro batidos. A fusão começou a existir na Ásia Menor por volta de 1.500 a.C. e a arte se tornou amplamente conhecida por volta de 1.000 a.C. Da descoberta não sabemos qual tenha sido o conjunto de acidente e intuição. Difundiu-se lentamente, primeiro até o Egito e em seguida até o Egeu, onde, mesmo nos tempos homéricos, o ferro era considerado metal raro e as armas eram feitas de cobre reluzente. O emprego do ferro alcançou a bacia do Danúbio Superior por volta de 900 a.C., sendo dessa área levado pelos celtas migrantes rumo ao Ocidente até a França e a Península Ibérica, e no sentido norte-ocidental, através da Alemanha, até as Ilhas Britânicas. Todo o ferro primitivo seria hoje em dia classificado como ferro forjado. O método de obtê-lo “consistia em abrir um buraco em uma encosta, forrá-lo com pedras, enchê-lo com minério de ferro e madeira ou carvão vegetal e atear fogo ao combustível. Uma vez queimado todo o combustível, era encontrada uma massa porosa, pedregosa e brilhante entre as cinzas. Essa massa era colhida e batida a martelo, o que tornava o ferro compacto e expulsava as impurezas em uma chuva de fagulhas. O tarugo acabado, chamado ‘lupa’, tinha aproximadamente o tamanho de uma batata doce das grandes., “Com o tempo, o homem aprendeu como tornar o fogo mais quente soprando-o com um fole e a construir um forno permanente de tijolos em vez de meramente fazer um buraco no chão. O aço era feito pela fusão do minério de ferro com um grande excesso de carvão vegetal ou juntando ferro maleável e carvão vegetal e cozinhando o conjunto durante vários dias, até que o ferro absorvesse carvão suficiente para se transformar em aço. Como esse processo era dispendioso e incerto e os fundidores nada sabiam da química do metal com que trabalhavam, o aço permaneceu por muitos anos um metal escasso e dispendioso. Só tinha emprego em coisas de importância vital como as lâminas das espadas. “Entre os outros aperfeiçoamentos estavam o acréscimo de um fundente, como a pedra calcária, à mistura de minério e carvão, para absorver as impurezas do minério, a invenção das tenazes e marretas para trabalhar os tarugos de metal e a têmpera dos objetos de metal pelo seu aquecimento até à temperatura adequada com o esfriamento subseqüente pelo mergulho na água.” As Civilizações Clássicas“Em todos os domínios, mas principalmente no domínio das técnicas industriais, as civilizações do Egito e da Mesopotâmia foram, na verdade, os ‘professores’ da Grécia. O milagre grego não surgiu do nada. Consistiu em recolher e fecundar, uma pela outra, duas heranças: a herança positiva das técnicas industriais e a herança misteriosa dos sonhos, das religiões, dos mitos do Oriente. O que é milagroso é ver nascer do encontro e choque destas tradições um espírito novo: o espírito da ciência, cujo ideal é julgar livremente todas as coisas, é encontrar a verdade. (…) “Uma intensa procura da habilidade técnica fez de Atenas a grande escola da precisão e da perfeição, tanto no domínio das formas como no domínio das idéias. (…) “É a ciência, nascida das livres especulações da Grécia, que permitirá ao gênio moderno transformar radicalmente a condição industrial da humanidade. (…) “As proezas técnicas destes iniciadores diziam freqüentemente respeito à arte militar. A mecânica aplicava-se já ao armamento, à balística, à defesa das praças. Mas o primeiro triunfo decisivo da técnica grega desde o século VI a.C. é um triunfo pacífico, no domínio dos trabalhos públicos; a perfuração do túnel de Samos, pelo arquiteto Eupálinos (o túnel segue em linha reta por mais de um quilômetro). (…) “Entre as técnicas que solicitaram o entusiasmo inventivo do jovem pensamento grego figuram, em primeiro lugar, as técnicas do mar. A âncora é uma invenção grega do século VII a.C.. Nessa mesma época, os vasos de guerra eram armados com um temível ‘esporão metálico’ e equipados com cinqüenta remadores para desfechar ataques rápidos e certeiros. (…) “A sinalização não foi esquecida. O Farol de Alexandria, obra de uma técnica mais avançada, foi sempre, pelas suas dimensões e pelo seu poder (60 quilômetros de alcance), o mais célebre exemplo destes faróis, multiplicados já pelos gregos para uso dos navegadores. (…) “A intervenção decisiva do pensamento matemático, entre os fatores do progresso industrial, produziu-se na Grécia, com a criação da ‘mecânica racional’. (…) “Destes ensaios isolados, tentativas suscitadas pela arte militar, a cirurgia e a medicina, a maquinaria do teatro, o transporte de materiais, destacam-se pouco a pouco ‘idéias técnicas’ muito precisas. Mas o seu interesse torna-se prodigioso quando se verifica que estas idéias
técnicas descobertas pelos gregos têm, de fato, um enorme alcance industrial – e sobre elas assenta uma boa parte da nossa potência moderna. Destas idéias, uma das mais fecundas foi a do parafuso, da qual nasceram inúmeras invenções; é da adaptação do parafuso à porca que se constitui a chamada cavilha de ligação, ainda indispensável à nossa técnica moderna.” (…) “A origem desta extraordinária ‘esterilidade’ prática parece residir principalmente no fato de que a sociedade antiga não dava especial interesse à supressão da escravatura, supressão que não podia considerar nem possível nem realmente desejável. Adaptados durante séculos à utilização da energia humana, os antigos, longe de pedir semelhante transformação das suas tradições econômicas, sociais, políticas e religiosas, tinham antes razão para a temer. Consciente ou inconsciente, esta reserva das civilizações clássicas em face do maquinismo é um fato notável.” O Mundo MedievalApós a queda do Império Romano, desenvolveu-se na Espanha a Forja Catalã, que veio a dominar todo o processo de obtenção de ferro e aço durante a Idade Média, espalhando-se notadamente pela Alemanha, Inglaterra e França. A AlquimiaNa cultura árabe, a alquimia era uma “mistura de ciência, arte e magia que floresceu gradualmente até atingir uma forma inicial de química. A alquimia referia-se à transformação da substância dos objetos na presença de um agente espiritual, muitas vezes chamado de ‘pedra filosofal’. Usavam-se metais e minerais, mas se acreditava que participavam não apenas como corpos materiais, mas também como símbolos do mundo cósmico do homem – daí sua correlação, em desenhos e manuscritos de alquimia, com sinais astrológicos: por exemplo, o sinal do Sol indicava o ouro, o da Lua, a prata, enquanto o de Mercúrio significava mercúrio e Vênus, o cobre. Era uma ‘ciência’ que envolvia o cosmo e a alma, em que a natureza era um domínio sagrado, que fazia nascer minerais e metais. “(14) A alquimia ocidental estava muito mais preocupada com a transmutação de metais não-preciosos em ouro do que a oriental. “O ferro e o aço eram, nos tempos mais antigos, considerados inteiramente à parte como substâncias diversas. Mas, assim como o alquimista medieval tentou transformar os metais básicos em ouro, assim também o trabalhador do ferro fez a tentativa – com êxito algo maior – de transformar o ferro em aço. Mas praticava ele apenas uma forma bem sucedida de alquimia. Transformava uma substância em outra por métodos mais mágicos do que científicos. O seguinte trecho de um tratado medieval que descreve a manufatura de uma lima de aço denota o ambiente de magia que cercava o que na realidade constituía um processo metalúrgico simplíssimo: ‘Queima-se o chifre de um boi no fogo, raspando-o e misturando-o com uma terça parte de sal e em seguida moendo-o bem. Depois coloca-se a lima no fogo e quando brilhar salpica-se esse preparado por toda ela, e, aplicando-se algumas brasas, sopra-se rapidamente sobre ela, mas de tal forma que a têmpera não caia… arrefecendo-a na água.’ “Expresso em termos mais técnicos, o processo descrito por Teófilo consistia em acrescentar-se carbono e aquecê-lo até que o ferro tivesse absorvido ou dissolvido bastante carbono para adquirir as características do aço. “Assim, da aurora da Idade do Ferro até a última parte da Idade Média, o ferro era feito na fornalha ou ‘forja para fiar o ferro’. Ocasionalmente resultava o aço, conhecido como aço ‘natural’, porém o que de modo geral se obtinha era o ferro doce e soldável, rico em escória e impurezas. Ainda considerado um metal raro, o ferro era empregado, naturalmente, para ferramentas, armas e armaduras. Com bastante freqüência, apenas a relha de um arado pesado e a ponta da lâmina eram de ferro. Pequena parcela era empregada nos grandes prédios da época clássica e medieval, muitas vezes sob a forma de grades de ferro ornamental. Mas o ferro era desconhecido na cozinha. O marceneiro geralmente tinha que trabalhar sem pregos; o arame era raro e uma agulha era quase considerada uma herança. Contudo, a fabricação do ferro processou-se largamente na Europa medieval, se não no resto do mundo antigo.” Permanece a verdade geral de que, antes do séc. XV, o ferro era obtido na Europa como uma massa pastosa que podia ser moldada pelo uso do martelo e não como um líquido que corresse para um molde. “O fim da Idade Média, que prepara a Europa moderna pela extensão do maquinismo, é também testemunha das primeiras intervenções do capitalismo no esforço para a produção industrial. “Esta evolução é acompanhada por grandes progressos técnicos, especialmente no que se refere aos transportes marítimos. Um impulso semelhante se observa no progresso da metalurgia. A força hidráulica foi aplicada aos foles da forja a partir dos princípios do século XIII. Assim se obteve uma temperatura mais elevada e regular. A carburação mais ativa deu a fundição, correndo na base do forno o ferro fundido susceptível de fornecer peças moldadas. O forno, que, a partir de então, se pôde ampliar, transformou-se no forno de fole (3 m de altura) e em seguida, no alto-forno (5 m de altura).” “O progresso técnico mais importante na história da indústria siderúrgica foi a invenção do alto-forno. Contudo, este não foi a criação de um gênio inventivo, tendo-se desenvolvido gradualmente a partir da forja para fiar o ferro. As altas paredes desse alto-forno rudimentar impediam que o lingote fosse retirado por cima. Ao invés, arrebentavam-se as próprias paredes e removia-se a massa de ferro, sendo o forno reconstruído para receber outra carga. O primeiro alto-forno foi construído no século XV. Desconhecem-se o tempo e o local exatos, embora provavelmente tivesse sido na Renânia. A invenção alterou a escala e natureza do trabalho em ferro.” “Outra grande contribuição desse período consistiu na obtenção de caracteres tipográficos metálicos móveis, bastante nítidos, susceptíveis de resistir à pressão e ao desgaste e de serem obtidos em número suficiente de maneira a permitir um resultado industrial. É o início da imprensa moderna, sem dúvida, um dos maiores impulsos ao Renascimento. A Revolução CientíficaO alto-forno a carvão mineral apareceu por volta de 1630. O primeiro laminador remonta aproximadamente ao ano 1700. O processo de refinação do ferro chamado pudlagem foi patenteado na Inglaterra em 1781 por Henry Cort, difundindo-se com rapidez bem inusitada. A pudlagem é descrita como a mais pesada forma de trabalho jamais empreendida regularmente pelo homem. Entretanto, o grande impulso ao desenvolvimento da siderurgia ocorreu com o advento da tração a vapor e o surgimento das ferrovias, a primeira das quais inaugurada em 1827. Até o fim do século XVIII, a maior parte das máquinas industriais eram feitas de madeira. O rápido desenvolvimento dos métodos de refinação e de trabalho do ferro abriu
caminho a novas utilizações do metal e à construção de máquinas industriais e, por conseqüência, à produção em quantidade de objetos metálicos de uso geral. A verdadeira máquina é de metal: o desenvolvimento da metalurgia condicionará todo o desenvolvimento do maquinismo. A Revolução IndustrialEntre as descobertas científicas, que gradativamente iam melhorando o processo de produção industrial, merece destaque a “utilização do carvão de pedra para redução do minério de ferro, que resultou na localização dos complexos siderúrgicos – independente da localização das florestas fornecedoras do carvão de lenha – e que veio determinar, por privilégios geológicos, o pioneirismo de uma nação na siderurgia. A Grã-Bretanha foi, realmente, a maior beneficiária dessa conquista científica, em razão de possuir, em territórios economicamente próximos, jazidas de minério de ferro e de carvão de pedra. “Junte-se a isto toda uma estrutura comercial voltada para o exterior e já se pode vislumbrar o perfil de um país que, praticamente sozinho, foi capaz de deter o privilégio de domínio do mercado internacional de ferro, a ponto de ter sido considerada a ‘oficina mecânica do mundo’. Na Grã-Bretanha, na realidade, somente a indústria têxtil suplantou a indústria do ferro, na promissora aurora da Revolução Industrial. (…) “Apesar de não ser o único país a produzir ferro, foi o primeiro a produzi-lo em escala considerável e se beneficiou do monopólio das relações comerciais com o mundo subdesenvolvido, monopólio esse que estabeleceu entre fins do século XVIII e início do século XIX.” A expansão da Revolução Industrial modificou totalmente a metalurgia e o mundo: o uso de máquinas a vapor para injeção de ar no alto-forno, laminares, tornos mecânicos e o aumento de produção transformaram o ferro e o aço no mais importante material de construção. Em 1779, construiu-se a primeira ponte de ferro, em Coalbrookdale, Inglaterra; em 1787, o primeiro barco de chapas de ferro e muitas outras inovações. “Nenhum dos novos usos do ferro, no entanto, contribuiu de maneira mais decisiva para o desenvolvimento da indústria siderúrgica, do que as ferrovias. (…) “Tendo pois, praticamente, concluída sua rede ferroviária, a Grã-Bretanha passou a construir cada vez menos, enquanto crescia a construção de ferrovias na Europa, e nos
demais continentes, com destaque para os Estados Unidos que, na década de 1870, construiu 51.000 milhas de estradas de ferro, o que representava tanto quanto havia sido construído, na mesma época, no resto do mundo. Na realidade, a Grã-Bretanha já não estava mais sozinha na exploração do mercado mundial. Na década de 1880-90 a produção dos altos-fornos dos Estados Unidos tornou-se a maior do mundo, e antes de 1900 a produção de aço norte-americana ultrapassou a da sua rival mais próxima, a Alemanha. Desde aquela data as indústrias siderúrgicas do continente norte-americano ampliaram-se num ritmo extraordinário. Em 1957, os Estados Unidos e o Canadá produziram, conjuntamente, 36,6% do ferro gusa e 36,5% do aço bruto do mundo. O rival mais próximo, a União Soviética, produziu consideravelmente menos da metade desse total. Na segunda metade do século XIX o desenvolvimento siderúrgico foi muito rápido, aparecendo os processos Siemens Martin (1865), Bessemer (1870) e Thomas (1888), de obtenção do aço em escala industrial. Outro método de fabricação do aço que ganhou ampla aceitação é o forno elétrico. Mas, devido às suas pesadas demandas de energia, é de operação dispendiosa. Embora seja capaz de fabricar o aço a partir do ferro gusa, é normalmente utilizado para o ulterior refino do metal já refinado. O trabalho do aço, base da nossa civilização, é agora seguido, passo a passo, pelo controle dos instrumentos científicos, tanto na medida das temperaturas como no exame microscópico dos produtos obtidos. Atualmente o processo mais usado na obtenção do aço é o processo LD (Linz-Donawitz) e, nas aciarias espalhadas pelo mundo, são produzidas centenas de milhões de toneladas por ano (a marca de um milhão de toneladas por ano foi conseguida em 1876; em 1926, já se fabricava cem milhões de toneladas/ano, chegando-se atualmente a níveis de 700 milhões de toneladas, ou mais) de aços das mais diversas qualidades e propriedades mecânicas, sob a forma de chapas, perfis, barras, tubos, trilhos, etc. O Ferro e o Aço na Construção“Há um momento na História em que o ferro passa a ser empregado com tão diversificados fins, dentre eles a construção de edifícios, que é inevitável o registro desse material como um fator essencial para as transformações de toda ordem por que passou a sociedade. Este momento é o século XIX. (…) “Já no final do século XVIII, por ocasião do que se convencionou chamar de Primeira Revolução Industrial, o ferro, entre outros produtos industriais, surgiu como um material em condições de competir com os materiais de construção conhecidos e sacralizados até então, no que se refere a preço e outras qualidades. Com o aparecimento das ferrovias surgiu a necessidade de se construírem numerosas pontes e estações ferroviárias, tendo sido estas as duas primeiras grandes aplicações do ferro nas construções. As pontes metálicas eram feitas inicialmente com ferro fundido, depois com aço forjado e posteriormente passaram a ser construídas com aço laminado. As Principais Aplicações das Estruturas de Aço na Atualidade– pontes ferroviárias e rodoviárias Ferro e Aço no BrasilA atividade metalúrgica no início da colonização é exercida pelos artífices ferreiros, caldeireiros,
funileiros, latoeiros, sempre presentes nos grupos de portugueses que desembarcavam nas recém-fundadas capitanias. “Por um lado, o artífice rapidamente ampliava suas atividades tornando-se fazendeiro, preador de índios ou comerciante e, por outro, as normas de aprendizado eram abandonadas, especialmente a proibição de acesso de índios e escravos ao ofício. A Câmara paulistana, ainda nos anos de 1500, advertiu seguidas vezes seus ferreiros para que isso não acontecesse: como evitar, entretanto,
que o ferreiro ensinasse a seu filho bastardo mameluco o seu ofício? Surpreendente é a justificativa da advertência: ‘O temor de que os índios viessem a substituir por armas de ferro os toscos tacapes, machados de pedra e farpas ósseas das flechas’, ameaçando as comunidades. Estrutura Metálica na Construção“No século XIX, os ingleses dominaram os serviços públicos no Brasil. Quase sempre instalavam esses serviços às próprias expensas. Adquiriam a concessão da exploração por um tempo determinado, suficiente para ressarcir as despesas com o investimento, os custos de manutenção, os honorários e os lucros. É possível, portanto, que eles procurassem maximizar o investimento inicial, visando
uma concessão mais longa de exploração dos serviços. É provável também que alguns itens desse investimento inicial não tivessem de ser necessariamente importados, mesmo considerando que muitos produtos industriais para construção civil aqui chegavam com melhor qualidade e melhor preço do que os similares brasileiros. Notas1. DUCASSÉ, PIERRE, História das técnicas. Lisboa: Publicações Europa-América,1962, p. 21-5. 2. DUCASSÉ, PIERRE, História das técnicas. Lisboa: Publicações Europa-América,1962, p. 27-30 3. RONAN, COLIN A., História Ilustrada da Ciência da Universidade de Cambridge. R.J.: Jorge Zahar Editor, v.I, 1987, p. 53-5. 4. RONAN, COLIN A., História Ilustrada da Ciência da Universidade de Cambridge. R.J.: Jorge Zahar Editor, v.I, 1987, p.61. 5. DE CAMP, SPRAGUE, A História Secreta e Curiosa das Grandes Invenções….: Lidador, p. 178. 6. Estas máquinas simples eram: a roda e o seu eixo, a alavanca, a roldana, a cunha, o parafuso sem fim (parafuso engrenando uma roda dentada). Pelas suas combinações, essas máquinas geravam todos os aparelhos de levantamento (guinchos) conhecidos nessa época.(DUCASSÉ) 7. Entre essas tentativas mencionemos as catapultas dos engenheiros de Dinis o Antigo, que defenderam Siracusa em 397 a.C. contra a frota cartaginesa: máquinas enormes derivadas do arco da flecha, por uma série de estudos empíricos,(…) cujos resultados se exprimem em fórmulas numéricas (…). Também Ctesíbolo, discípulo de Arquimedes, inventou uma bomba hidráulica e desenhou catapultas operadas por molas de bronze e uma a ar comprimido.(DUCASSÉ) 8. O parafuso, a porca e as suas principais aplicações estão tradicionalmente ligadas aos nomes de Arquitas e de Arquimedes. Mas dá-se com essa invenção o mesmo que se dá com muitas outras: o uso do parafuso, originalmente um eixo cavado com um veio em espiral, liga-se a experiências muito antigas. O parafuso hidráulico, chamado “de Arquimedes”, parece antes remontar a certos aparelhos usados pelos egípcios para fazer subir a água.(DUCASSÉ) 9. DUCASSÉ, PIERRE, História das técnicas. Lisboa: Publicações Europa-América,1962, p. 36-46. 10. Veja-se a frase de Aristóteles: “Quando a lançadeira andar sozinha, os escravos serão inúteis”. Aquilo que era, no pensamento do filósofo, uma demonstração irônica da necessidade da escravatura, transformou-se numa involuntária profecia! (DUCASSÉ) 11. DUCASSÉ, PIERRE, História das técnicas. Lisboa: Publicações Europa-América,1962, p. 50-1. 12. DUCASSÉ, PIERRE, História das técnicas. Lisboa: Publicações Europa-América,1962, p. 63. 13. RONAN, COLIN A., História Ilustrada da Ciência da Universidade de Cambridge. R.J.: Jorge Zahar Editor, v.II , 1987, p. 59-76. 14. RONAN, COLIN A., História Ilustrada da Ciência da Universidade de Cambridge. R.J.: Jorge Zahar Editor, v.II , 1987, p. 126-7 15. POUNDS, NORMAN J. G., Geografia do ferro e do aço. R.J.: Zahar Editores, 1966, p. 12-3 16. DUCASSÉ, PIERRE, História das técnicas. Lisboa: Publicações Europa-América,1962, p. 72-5 17. POUNDS, NORMAN J. G., Geografia do ferro e do aço. R.J.: Zahar Editores, 1966, p.14-5 18. DUCASSÉ, PIERRE, História das técnicas. Lisboa: Publicações Europa-América,1962, p. 77-87. 19. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p.13-4. 20. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p. 15-6. 21. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p. 16-8. 22. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p.13-23 23. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p.25. 24. PEVSNER, NIKOLAUS, Origens da arquitetura moderna e do design. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 35. 25. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p. 46. 26. PEVSNER, NIKOLAUS, Origens da arquitetura moderna e do design. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 38. 27. PEVSNER, NIKOLAUS, Origens da arquitetura moderna e do design. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 149. 28. VARGAS, MILTON, História da técnica e da tecnologia no Brasil. S.P.: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1994, p.108-9. 29. HOLANDA, SÉRGIO BUARQUE DE, História Geral da Civilização Brasileira. R.J.: Difel, v.I, 1977, p. 253. 30. VARGAS, MILTON, História da técnica e da tecnologia no Brasil. S.P.: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1994, p.102-112 31. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p. 21-83. 32. SILVA, GERALDO GOMES DA, Arquitetura do ferro no Brasil. S.P.: Nobel, 1986, p. 115-228 33. DIAS, LUÍS ANDRADE DE MATTOS, Edificações de aço no Brasil. S.P.: Zigurate Editora, 1993, p. 9-11 Colaboração: Thomaz dos Mares Guia BragaPorque a metodologia do bronze permitiu uma notável evolução dos equipamentos de guerra?RESPOSTA: Porque o bronze é mais duro e resistente do que os metais que eram utilizados anteriormente. Esse material passou a ser empregado na fabricação de armas mais cortantes e perfurantes e mais difíceis de se quebrar do que as que eram produzidas até então.
O que é metalurgia do bronze?A Idade do Bronze foi um período da Pré-História em que houve o desenvolvimento da metalurgia do bronze. A Idade do Bronze foi o período da Pré-História e Antiguidade em que houve o desenvolvimento da metalurgia do bronze, que é uma liga metálica formada pela união do estanho com o cobre.
Qual foi a importância da metalurgia para o desenvolvimento das sociedades humanas?A metalurgia promoveu a última transformação da Pré-História. O uso dos metais favoreceu a confecção de ferramentas e armas mais resistentes e de maior durabilidade. Os soldados que iam para a guerra utilizavam armaduras e espadas feitas de metal. A fundição foi o principal meio de transformação do metal.
Qual é a importância da metalurgia?Resposta. A metalurgia engloba os processos de extração, fabricação, fundição e tratamento dos metais e suas ligas. O setor metalúrgico no Brasil apresenta tradição bastante exportadora, permitindo contribuições expressivas à balança comercial do país.
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