O simples fato de ser biodegradável não deve ser visto como uma maneira para lidar com o problema do excesso do lixo. Foto: Anna Shvets / Pexels Comprar o produto pela embalagem está no hábito do consumidor brasileiro. Essa é uma das constatações do estudo global Packaging Matters, que aponta que 51% dos consumidores nacionais compram um novo produto porque a embalagem chama a atenção. No entanto, o atrativo de produtos como esse é extremamente prejudicial ao meio ambiente, já que 20% de todo o lixo produzido no Brasil é composto por embalagens plásticas, de acordo com dados da Unesp. Show
O cenário abriu oportunidade para um novo nicho de mercado: o das embalagens biodegradáveis, que possuem como principal função transformar lixo em vida. Quando descartadas, seu material compostado dá origem a um líquido orgânico que serve de adubo para plantas, hortas e jardins. Parece uma ótima alternativa para reduzir a produção de embalagens de uso único e, consequentemente, os impactos no meio ambiente. No entanto, o que a bióloga Miriam Santos de Moraes aponta é que a maneira como você descarta o seu material é o que realmente importa.
Enquanto um copinho biodegradável pode ser degradado dentro de algumas semanas quando descartado adequadamente, o mesmo pode levar décadas para se decompor no oceano ou nos aterros sanitários. “As taxas de decomposição desses itens em aterros são muito lentas devido à ausência de luz solar, umidade e exposição ao ar”, explica. A biodegradabilidadeUm objeto biodegradável é aquele que necessita apenas de compostos inofensivos, como água, CO2 e microrganismos naturais para se decompor de maneira rápida e segura.
Portanto, a reciclagem de produtos biodegradáveis depende principalmente de um fator: o local de descarte. O que a bióloga ressalta é que, como esse processo é desafiador e exigente, muitas dessas embalagens acabam em aterros sanitários, fazendo com que, mesmo produzidas com boa intenção, não sejam de fato sustentáveis. Já que em locais como esse, não possuem o ambiente necessário para sua decomposição na natureza, recebendo tratamento de resíduos sólidos comuns. A embalagem comum é realmente vilã?Conter, proteger e viabilizar o transporte dos produtos estão entre as funções básicas de uma embalagem, além de informar o consumidor e comunicar-se com ele. Criadas com o objetivo de acondicionar um produto fisicamente, as embalagens não são necessariamente as vilãs da sustentabilidade. O problema está no processo de fabricação, uso e destinação desse material. Segundo Luciana Pellegrino, diretora da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), elas são as responsáveis por garantir à sociedade produtos apropriados para o consumo. "Tem material que não pode ter contato com a luz, ou com o oxigênio, tem produtos que liberam químicas, a embalagem olha para isso", explica. Alvo de grandes críticas por estarem em excesso em lixões, aterros sanitários, rios e mares, as embalagens precisam de uma atenção por parte dos produtores sobre sua utilidade, e por parte dos consumidores, sobre o seu descarte. "A questão não é o material em si, mas o que vai ser feito com ele para que feche seu ciclo de vida", diz. De acordo com a ABRE, a indústria hoje vem se adaptando a esse processo, buscando produzir embalagens de vida útil com mais capacidade para serem recicladas e dispensar aquelas ineficientes, que servem apenas o comodismo.
Para ela, não adianta trocar o material inerte pelo biodegradável sem o conhecimento da destinação ideal para cada um dos produtos. “Uma cadeia, para ser sustentável, precisa ter começo, meio e fim, mas principalmente um olhar para o fim”, defende. Atenção aos detalhesDesde que as embalagens biodegradáveis sejam descartadas de maneira adequada, não há nada de errado em optar por consumi-las. Pelo contrário, seu uso contribui para a reciclabilidade, reduzindo o número de insumos enviados para lixões e aterros sanitários, e também a quantidade de matéria-prima que é extraída da natureza, visto que sua produção exige menor consumo de energia durante a fabricação. No entanto, é importante que você fique atento a alguns detalhes:
Já para as embalagens comuns, o ideal é o processo de separação do seu lixo em dois para que elas sejam coletadas da maneira correta e retornem à indústria. Caso você ainda não pratique a reciclagem, aí estão algumas dicas para entrar de vez no processo:
Texto produzido em 22/01/2020 Porque é importante separar os materiais não Biodegradaveis do lixo comum?Como o próprio site do Ministério do Meio Ambiente aponta, cada tipo de resíduo tem um processo próprio de reciclagem e destinação final. Com isso, ao separar o lixo antes da coleta evita que vários materiais fiquem misturados, independente do estado e especificidade.
Por que é importante separar os resíduos descartados?Uma das mais importantes é a reciclagem do lixo. As vantagens da separação do lixo ficam cada vez mais evidentes, pois entre outras coisas, aliviam os aterros sanitários e lixões, já que grande parte dos resíduos sólidos gerados podem ser reaproveitados.
Qual a importância da separação dos resíduos sólidos mesmo que seja apenas em resíduos secos é molhados?Por que é importante separar? A importância está no fato que com a separação destes lixos, o encaminhamento para a reciclagem ocorre de forma mais rápida e eficiente.
Por que é importante ter cuidado com o descarte do lixo?A importância da coleta de resíduos está relacionada com a redução dos impactos ambientais do consumo. Quando separamos o lixo, facilitamos muito o seu tratamento e diminuímos as chances de impactos nocivos para o ambiente e para a saúde da vida no planeta, incluindo a vida humana.
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