Quais as consequências da Revolução Verde para os países subdesenvolvidos?

A chamada Revolução Verde, iniciada na década de 1950, consistia em mudanças tecnológicas na produção agrícola e na reestruturação fundiária nos países subdesenvolvidos. Um dos objetivos dessas mudanças era resolver o problema da fome no mundo.

As consequências imediatas dessa revolução nos países subdesenvolvidos incluem

Criada durante uma conferência em Washington, por Willian Gown, a expressão “Revolução Verde” refere-se a um programa de inovações tecnológicas no setor da agricultura. O objetivo é aumentar a produtividade por meio de modificação em sementes, fertilização do solo, utilização de agrotóxicos e mecanização no campo.

Apesar de o termo ter surgido apenas na década de 1950, a vontade de inovação e o programa surgiram logo após a Segunda Guerra Mundial devido aos avanços e conhecimentos tecnológicos da época. Pesquisadores de países industrializados pretendiam aumentar a produção de alimentos, dizimando assim a fome nos países subdesenvolvidos através de um conjunto de tecnologias inovadoras.

Quais as consequências da Revolução Verde para os países subdesenvolvidos?
Foto: walmartcorporate

No entanto, o aumento da produção não foi o suficiente para acabar com a fome do mundo. Entre os problemas encontrados estava, principalmente, o fato de que os alimentos produzidos nos países em desenvolvimento eram – e ainda são – destinados às grandes nações, ou seja, países desenvolvidos.

Além disso, a Revolução Verde no mundo deixou de fazer sentido quando os pequenos produtores começaram a enfrentar grandes problemas. O programa parecia visar mais os grandes agricultores, fazendo com que os outros não conseguissem se adaptar às novas técnicas e não atingissem a produtividade, dificultando a sua permanência no ramo.

Brasil

A introdução destas técnicas em países subdesenvolvidos provocou um aumento grotesco na produção agrícola. Brasil e a Índia, por exemplo, foram muito beneficiados com o programa.

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Foto: mclxi

A Revolução Verde no Brasil aconteceu durante a ditadura militar – entre as décadas de 1960 e 1970 – e permitiu que o país desenvolvesse tecnologia própria em universidades, centros de pesquisa, agências governamentais e instituições privadas. Com as inovações houve um surto de desenvolvimento agrícola na década de 1990, transformando o país em um dos recordistas de produtividade e de exportação.

Apesar dos índices recordistas, os brasileiros ainda enfrentam graves problemas sociais, entre eles desnutrição, fome e pobreza.

Revolução Insustentável

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Foto: walmartcorporate

Se na época da introdução do programa o desafio era ter maior produtividade, hoje em dia o objetivo principal é ter uma agricultura com menor impacto ambiental e mais sustentável.

A Revolução Verde trouxe inúmeros problemas para o meio ambiente. Com o desmatamento para cultivo, veio também o surgimento de pragas e utilização de agrotóxicos, fungicidas, entre outros produtos. Desta forma, houve uma alteração e contaminação em todo o ecossistema – solos, rios, animais, vegetais.

Além disso, o programa “expulsou” os pequenos produtores da sua lavoura, contribuindo para o aumento do êxodo rural e, consequentemente, para o aumento da população em periferias de grandes capitais.

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Redação Pensamento Verde

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No período posterior a Segunda Guerra Mundial, houve um crescimento das pesquisas científicas em prol do aumento da produção agrícola. Destruídas pelo conflito e com sua produção no campo abalada, as nações europeias necessitavam de melhorias na produção de alimentos para suprir suas necessidades crescentes. Este cenário impulsionou a busca pela produção de fertilizantes químicos, agrotóxicos e maquinário, além do uso da seleção artificial para selecionar as melhores sementes. Tais elementos lançaram as bases para a Revolução Verde que aconteceria décadas depois.

Quais as consequências da Revolução Verde para os países subdesenvolvidos?

A “revolução”

No ano de 1966, em uma conferência em Washington, foi criado um projeto, apoiado pelo governo norte-americano e pela ONU, que objetivava aumentar a produção agrícola em escala mundial, com o objetivo de diminuir, e até erradicar, a fome no mundo.

Este projeto, conhecido como “Revolução Verde”, seria pautado no uso intensivo de tecnologia, as mesmas que as desenvolvidas no período pós-Guerra (chamado “pacote tecnológico”). O mecanismo adotado pela revolução, portanto, era disseminar o uso de agrotóxicos, fertilizantes, herbicidas, maquinário agrícola e de sementes obtidas em laboratório para países subdesenvolvidos, de modo a aumentar suas produções no campo.

Estas sementes apresentavam maior resistência a pragas e a doenças, que, em conjunto com o uso dos componentes citados acima, garantiria um acréscimo interessante na produção alimentícia.

A revolução foi financiada pela Fundação Rockfeller, sediada em Nova Iorque. A empresa passou a vender seus pacotes de insumos agrícolas para todo o mundo, especialmente para os países mais afetados pela revolução, como México e Filipinas, garantindo aumento em seu mercado consumidor e, consequentemente, o crescimento da sua margem de lucro.

Consequências: uma “revolução” que não deu certo?

A Revolução Verde, obviamente, passou longe de resolver o problema da fome no mundo. A produção de alimentos, porém, realmente teve um expressivo aumento (e, consequentemente, uma queda de preço), apesar da fraca penetração entre os grupos sociais mais pobres. Isto deve-se a um fator principal: boa parte da produção agrícola dos países afetados pela revolução era voltada para exportação para países centrais. Assim, a produção não se converteu em uma melhora na qualidade de vida da população como um todo.

A revolução também provocou uma mudança na estrutura agrária dos países afetados. Na maioria das vezes, agricultores menores não conseguiram ter acesso ao “pacote tecnológico”. Quando conseguiam, obtinham através de empréstimos bancários que acabavam por não serem quitados, devido a produção abaixo do esperado. Assim, seja pela concorrência com agricultores de grande porte, seja pelo endividamento, os pequenos agricultores acabavam por vender suas terras, sendo obrigados a migrar para as cidades. Suas terras, logo, foram englobadas pelos grandes produtores.

Quais as consequências da Revolução Verde para os países subdesenvolvidos?

Desta forma, além de não conseguir diminuir a fome, a Revolução Verde aumentou a concentração de terras no campo, agravando um problema que, por si só, estava muito longe de ser solucionado.

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Fernando Soares de Jesus

Meu nome é Fernando Soares de Jesus, natural de Imbituba/SC, geógrafo pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestrando na área de Desenvolvimento Regional e Urbano na mesma instituição. Criei este blog ainda no Ensino Médio, em meados de 2013, com o objetivo de compartilhar e democratizar o conhecimento geográfico, desde o campo físico até o campo humano, permitindo seu acesso de maneira clara e descomplicada.

Qual a consequência da Revolução Verde nos países subdesenvolvidos?

Como ressaltado anteriormente, a Revolução Verde provocou diversos impactos socioeconômicos e ambientais. O desmatamento, a compactação do solo, a utilização desenfreada de fontes de água e a poluição causada pelos produtos químicos são algumas das consequências danosas da revolução para o meio ambiente.

Como a Revolução Verde chegou aos países subdesenvolvidos?

Foi a partir da modernização da agricultura e da produção de alimentos em larga escala que o Brasil se tornou um país exportador. Na época foram criados incentivos para produtores adquirirem terras a menores preços e ocorreu a ampliação da malha rodoviária para facilitar o escoamento das safras.

Quais as consequências sociais da Revolução Verde?

Entretanto, essa revolução não trouxe apenas melhoras no campo da agricultura e pecuária. Algumas consequências negativas surgiram, como a dependência tecnológica dos países subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento para com os países desenvolvidos.

Quando o assunto é Revolução Verde e suas consequências na agricultura dos países subdesenvolvidos podemos afirmar que?

Diante disso, especialmente nos países subdesenvolvidos, além de aumentar a produtividade, trouxe consequências como: ampliação da concentração fundiária; intensificação do êxodo rural; uso intensivo do capital; aumento da contaminação do solo e reservatórios hídricos; erosão genética etc.