Quais as mudanças que a Primeira Guerra Mundial trouxe para as mulheres?

O Continente Europeu sofreu terrivelmente com a Primeira Guerra Mundial. A guerra sempre foi sinônimo da mais forte expressão da dor, pois ceifa, arruína, destrói vidas, família, tudo por onde passa. Mais de vinte milhões de pessoas morreram nesse conflito, a economia ficou paralisada e gerou o caos inflacionário, grandes epidemias ocorreram, houve decréscimo de produção de alimentos e, consequentemente, fome. Uma sociedade em tempos de guerra sofre muitas e severas transformações.

A partir desse cenário as mulheres foram observadas de outra forma. Elas, historicamente repelidas a um papel reduzido socialmente, passaram a ter destaque como propulsoras de uma sociedade decadente, onde os homens deixavam suas famílias, lares, pátria, para ir ao “front”. Neste momento acompanhou-se a passos lentos a libertação da mulher e o declínio do prestígio familiar e cristão. Apareceu um novo modelo de casamento.

Quando o homem voltou da guerra mudou em muito o seu comportamento no contexto familiar, ele passou a participar mais das tarefas domésticas. E a mulher, ao encarregar-se dos cargos de trabalho fora de casa, enquanto os homens estavam fora, aprenderam as funções do mercado de trabalho adquirindo certa independência econômica que as levou a reclamar os mesmos direitos que os homens tinham.

A vida social ficou limitada. Os belos espetáculos praticamente desapareceram, com isso a moda feminina ficou menos elaborada e consequentemente menos enfeitada. Diante de mudanças radicais e de um cenário sem esperança, as mulheres buscaram preencher suas insatisfações, aflições, por meio da preocupação com a sua aparência física e mudanças na vestimenta feminina.

Muitas das novas ocupações com o trabalho exigiram uniformes, incluindo calças. Assim, uma visão militarista invadiu os figurinos de moda, como jaquetas com estilo militar, cintos e palas. Os estilistas eram inspirados pelo momento em que viviam. Nesse contexto podemos dizer que a Europa viveu dias de grande espírito criativo no mundo da moda. Muitos estilos inovadores nasceram dessa paisagem crítica, como a da jovem Gabrielle Chanel, mais conhecida como “Coco Chanel”.

Nessa época, o espartilho foi deixado para trás e foi substituído pela cinta elástica, a quantidade de tecido das roupas diminuiu em razão da falta de matéria-prima e de grande parte das fábricas estarem fechadas devido à guerra. Assim ocorreram adaptações nas vestimentas femininas. As roupas ficaram mais curtas, as calças, mais largas; as saias e casacos, retos. Em 1915 a altura das saias ficou um pouco acima dos tornozelos.

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Os chapéus diminuíram de tamanho e eram pouco enfeitados, bem discretos. Esses chapéus viraram moda e passaram a ser chamados de chapéus “cloche”; especialmente criados para acompanhar os cabelos curtos e penteados que estavam na moda “la garçonne”. Esse modelo acentuava um estilo esportivo e prático. Na maquiagem, a tendência era o batom.  A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas tiradas e o risco pintado a lápis. O intuito da maquiagem era que a pele ficasse bem branca.

As cores neutras e a cor negra preponderaram nos anos da guerra, contrastando com o cenário lastimável da guerra, um sinal da falta de esperança, desolação e de morte. Fatos interessantes ocorreram no período, como a publicação de revistas de moda apresentando modelos de roupa para o luto em páginas inteiras. Foram organizados diversos desfiles de moda com o intuito de arrecadar fundos aos esforços de guerra e também aos desprotegidos e aos refugiados.

Podemos dizer que a vida simplificou-se e não parou. Isso quer dizer que “A Primeira Guerra Mundial” devastou e ao mesmo tempo inovou o mundo da moda. A guerra trouxe carência, simplicidade e severidade para a população e, naturalmente, afetou a beleza e a moda.  A história da moda sempre esteve unida às transformações sociais, distinguindo classe, idade, momento. Consequências de um tempo onde a desordem imperava.

Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipe Brasil Escola

Os sufragistas

A Primeira Guerra Mundial ajudou as mulheres americanas a vencer uma outra batalha em curso há décadas: garantir o direito ao voto.

A guerra “marcou o início de uma nova era na história das mulheres”, escreveu Lettie Gavin na obra American Women in World War I: They Also Served (Mulheres Americanas na Primeira Guerra Mundial: Elas Também Serviram, em tradução livre).

Quais as mudanças que a Primeira Guerra Mundial trouxe para as mulheres?
Donuts são feitos para soldados americanos na sede da Cruz Vermelha Americana, em Paris (Biblioteca do Congresso)

“Muitos acreditavam que esses quatro anos de guerra liberaram as mulheres dos velhos moldes e estereótipos”, escreve Lettie Gavin, “e lançaram as bases para salários mais altos, melhores empregos, [e] melhores condições de trabalho”.

Durante a Primeira Guerra Mundial, as mulheres foram para a Europa a fim de apoiar o esforço humanitário — administrando cantinas, entretendo soldados e dando assistência a civis que estavam sofrendo as consequências da guerra na Europa.

De volta aos Estados Unidos, elas ingressaram na força de trabalho de novas maneiras: fabricando peças de aeronaves e vagões ferroviários, operando guindastes e trabalhando como condutoras de bondes.

Assim que a guerra terminou, algumas mulheres foram sumariamente demitidas quando os soldados dispensados voltaram para reaver seus empregos. No entanto, a essa altura, a mudança na sociedade foi inevitável.

Quais as mudanças que a Primeira Guerra Mundial trouxe para as mulheres?
Mulheres costuram estrelas na bandeira do sufrágio em 1920 (Biblioteca do Congresso)

O presidente Woodrow Wilson, outrora alvo de protestos dos sufragistas, tornou-se um defensor, e disse ao Congresso que estender o sufrágio às mulheres é “vitalmente essencial”.

O Congresso promulgou a 19a Emenda à Constituição dos EUA, concedendo às mulheres o direito ao voto, sete meses após o Dia do Armistício. E os estados ratificaram a emenda em 1920.

— Reportagem de Christopher Connell

Que mudanças a Primeira Guerra trouxe para as mulheres?

Em toda a Europa, as mulheres também substituíram à frente dos trabalhos os homens que haviam partido, até então exclusivamente para rapazes, convertendo-se em condutoras de bondes, garçonetes em cafés, funcionárias dos correios, distribuidoras de carvão, empregadas de banco, ou professoras nas escolas masculinas.

Quais impactos a Primeira Guerra Mundial gerou sobre o comportamento feminino?

Resposta: As mulheres passaram a exercer cargos que na época eram desempenhado pelos homens. Como: motorista de ônibus, de ambulância, trabalhava nas indústrias bélicas e se tornaram responsáveis pela produção agrícola e pela criação de animais.